Polícia

INVESTIGAÇÃO

Estudantes de medicina "mulas" lucram com "drogas gourmet" vindas do exterior

Polícia investiga cooptação de acadêmicos brasileiros para trazer drogas ao Brasil

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Estudantes brasileiros que cursam Medicina na Bolívia e no Paraguai estão sendo cooptados como "mulas" pelo tráfico para transportar drogas ao Brasil. Somente na capital paulista, dois deles foram presos em flagrante pela Polícia Civil em um mesmo terminal rodoviário em um período de três meses. As suspeitas são que há mais casos ocorrendo, o que tem ligado o alerta de investigadores.

Conforme o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), vinculado à Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, o aliciamento passou a ser uma das formas usadas na tentativa de ludibriar a fiscalização da polícia. Investigações apontam que o lucro dos estudantes que transportam drogas - que normalmente têm um perfil mais caro, como cocaína e skank - pode chegar a R$ 5 mil em uma única remessa.

"Chamou a atenção, em um período de três meses, dois estudantes que fazem Medicina fora do Brasil nessa situação", disse ao Estadão o delegado Fernando Santiago, titular da 4ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil.

As prisões dos alunos de Medicina foram feitas em flagrante e ocorreram como parte de investigações que nem sequer tinham os estudantes como foco. Mas as semelhanças de perfil das "mulas", como são chamadas as pessoas cooptadas pelo tráfico para transportar drogas, ligou o alerta da polícia, que agora prevê intensificar as investigações.

"Tivemos três casos em um intervalo de um ano que envolviam estudantes de Medicina", acrescentou o delegado. Além dos dois que ocorreram neste ano, Santiago relembra que um estudante foi preso no ano passado após ser flagrado transportando cocaína. Ele cursava Medicina no Paraguai.

O caso mais recente ocorreu na quarta-feira. Uma estudante brasileira de 29 anos foi presa após desembarcar no Terminal Barra Funda, zona oeste de São Paulo, com quase 13 quilos de skank na mala. A droga é descrita pela polícia como uma "maconha gourmet". "O skank tem um valor de mercado muito próximo da cocaína, é uma droga que tem de ter a planta exata, que é modificada geneticamente", explicou Santiago.

lucro

Segundo o delegado, os traficantes pagam por volta de R$ 20 mil por quilo para comprar a droga e passam a comercializá-la no Brasil. "No varejo, esse valor vai ficar muito maior. Uma ou duas gramas custa de R$ 60 a R$ 80", disse.

A estudante de Medicina, apontam as investigações, iria lucrar R$ 5 mil com a efetivação da transação. Ela estava com 36 pacotes da droga guardados em uma mala rosa. O ônibus em que estava saiu de Corumbá, Mato Grosso do Sul. "O caso dessa moça fugiu um pouco da normalidade", explicou o delegado. "Eles costumam apanhar 2, 3, 4 quilos de drogas no máximo, e muitas vezes a droga fica dissimulada na mala."

Em fevereiro, um estudante de Medicina de 34 anos foi preso em flagrante com 3 quilos de cocaína inseridos na mala. Ele veio para a capital paulista em um ônibus de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, e também desembarcou no Terminal Barra Funda. Conforme o delegado, a suspeita é de que o modus operandi seja o mesmo. Com a droga em mãos, os estudantes passam a fronteira de van, carro ou algum outro meio de transporte com pouca fiscalização. Em seguida, pegam ônibus de alguma cidade de Mato Grosso do Sul até a capital paulista.

CAMPO GRANDE

Jovem de 19 anos colide em poste e morre na avenida Duque de Caxias

Rapaz seguia pela avenida Julio de Castilho, virou na rua Brasília e, ao fazer a conversão na Duque de Caxias, perdeu o controle, bateu no meio-fio da via e colidiu contra o poste

20/11/2024 10h05

Avenida Duque de Caxias, em CG - Imagem de Ilustração

Avenida Duque de Caxias, em CG - Imagem de Ilustração ARQUIVO/CORREIO DO ESTADO

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Motociclista, de 19 anos, morreu após colidir contra um poste, na madrugada desta quarta-feira (20), no cruzamento da avenida Duque de Caxias e rua Brasília, sentido bairro-centro, em frente ao portão da Base Aérea, em Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, o rapaz seguia pela avenida Julio de Castilho, virou na rua Brasília e, ao fazer a conversão na Duque de Caxias, perdeu o controle, bateu no meio-fio da via e colidiu contra o poste.

De acordo com o boletim de ocorrência, ele não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e possivelmente não usava capacete, pois o objeto não foi encontrado ao redor do corpo ou da moto.

Populares, que passavam pelo local, acionaram a Polícia Militar via 190 e Corpo de Bombeiros Militar via 193, mas, quando o socorro chegou, a vítima já estava sem vida.

O pai da vítima viu que o filho estava demorando para chegar em casa e ligou para o seu celular. Quem atendeu foi uma mulher, que passava pelo local do acidente e, na ocasião, contou que seu filho havia se acidentado.

Além da PM e CBMMS, Polícia Civil, Polícia Científica e funerária também estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

Na segunda-feira (18), uma motociclista, identificada como Maria do Carmo, de 42 anos, morreu após ser prensada entre dois veículos, um Fiat Strada da Águas Guariroba e um caminhão limpa-fossa, na Avenida Guaicurus, em frente ao Museu José Antônio Pereira.

Dados do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) apontam que 10.548 acidentes de trânsito e 64 mortes foram registrados, neste ano, em Campo Grande.

Do total de mortes registradas neste ano, 44 são motociclistas, 7 pedestres, 6 ciclistas, 3 motoristas e 4 passageiros.

Avenida Duque de Caxias, em CG - Imagem de Ilustração

 

DOURADINA (MS)

Homem que matou médico em posto de saúde é baleado e morto pela polícia

No momento da prisão, criminoso entrou em luta corporal contra os policiais e tentou pegar a arma deles, mas acabou baleado

19/11/2024 08h05

Assassino chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital

Assassino chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital DIVULGAÇÃO

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Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, responsável pelo assassinato do médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, foi baleado e morto por policiais na noite desta segunda-feira (18), após resistir à prisão e tentar fugir da delegacia, em Dourados, município localizado a 229 quilômetros de Campo Grande.

Conforme apurado pela reportagem, Edivandro atendia pacientes, na manhã desta segunda-feira (18), em um posto de saúde em Douradina, município localizado a 191 quilômetros de Campo Grande, quando um homem, que dizia ser paciente, invadiu seu consultório e lhe deu sete facadas.

Assassino chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital

Médico Edivandro Gil Braz/ Redes Sociais

O médico foi socorrido dentro de uma ambulância no posto de saúde de Douradina, mas, devido à gravidade dos ferimentos, teve que ser transferido ao Hospital do Coração, em Dourados, a 40 quilômetros do local do crime. Apesar do esforço da equipe médica, o médico não resistiu aos ferimentos e faleceu no local.

Após o crime, Gabriel foi algemado pela Polícia Militar e encaminhado à Delegacia de Polícia Civil em Itaporã, pois faltava celas em Douradina.

No momento da prisão, ele entrou em luta corporal contra os policiais, tentou pegar a arma da guarnição, resistiu à prisão e tentou fugir.

Para se defender, os policiais balearam o criminoso. Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital da Vida em Dourados, onde não resistiu aos ferimentos e faleceu.

MOTIVAÇÃO E DETALHES DO CRIME

Gabriel Nogueira da Silva, de 27 anos, assassinou a facadas o médico Edivandro Gil Braz, de 54 anos, na manhã desta segunda-feira (18), em um posto de saúde no município de Douradina.

Com uma faca escondida, Gabriel chegou no posto de saúde, preencheu a ficha, passou pela triagem, como se fosse um paciente normal. Em seguida, aguardou a oportunidade de entrar no consultório. 

O médico estava atendendo pacientes em seu consultório, quando, em determinado momento, o criminoso invadiu a sala e o esfaqueou.

O médico foi socorrido no local e posteriormente encaminhado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.

Ele confessou, à polícia, ter assassinado o médico por vingança, em razão de um suposto mau atendimento prestado à sua ex-namorada, há dois anos, que estava grávida na época.

Durante o atendimento, a mulher relatou ao médico que estava com dores. Edivandro realizou a consulta e prescreveu um analgésico para a ex-companheira de Gabriel. No entanto, horas após a consulta, a mulher sofreu um aborto e perdeu o bebê.

Em busca de informações sobre o crime, a Polícia Civil ouviu a irmã do criminoso, que relatou que Gabriel, na tarde de domingo (17), afirmou repetidamente que mataria um médico, sem explicar os motivos em detalhes.

A irmã do autor declarou à polícia que não levou as ameaças a sério, pois Gabriel é usuário de drogas e dependente químico.

 

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