Na tarde de ontem (7), um homem de 26 anos, identificado como Ilson de Araujo Antunes Junior, e um adolescente de 16 anos, que terá a identidade preservada, foram presos pela Polícia Militar de Minas Gerais, acusados de assassinarem a médica oftalmologista Paula Sandri Frantz, de 33 anos, em Itajubá. Eles foram detidos poucos minutos após o crime em um bloqueio policial em Delfim Moreira (MG), enquanto tentavam fugir.
Os suspeitos são de Campo Grande, e confessaram o crime para a polícia. Em depoimento, o adolescente, que possivelmente foi quem efetuou os disparos, afirmou que receberia R$ 20 mil pela execução da médica, que foi morta com seis tiros dentro do próprio veículo, no bairro Morro Chic.
O jovem ainda contou que, saiu de Campo Grande na sexta-feira (4), junto com Ilson, e os dois se hospedaram em um hotel de Itajubá e esperaram o momento de agir. Paula foi encontrada na tarde de segunda-feira (7), dentro de uma caminhonete S10 branca no meio da rua. Moradores relataram que ouviram os disparos que teriam sido feitos a pouca distância da vítima.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas a médica já estava morta. Equipes da Polícia Civil e Perícia também estiveram no local, a vítima foi atingida por, pelo menos, seis disparos e o carro usado pelos autores foi identificado após análise de câmeras de segurança.
Conforme as imagens, ao avistarem a médica entrando na sua caminhonete, o adolescente desceu do banco traseiro do Peugeot, se aproximou e efetuou os disparos contra ela, e fugiram logo depois. Pela dinâmica do crime, os suspeitos teriam estudado a rotina da vítima e sabiam o horário que ela normalmente ia almoçar.
Ilson tem passagens por tráfico de drogas, roubo, resistência, homicídio simples e receptação. Até julho de 2024 estava preso em uma das unidades penais de Campo Grande. Para a polícia, o mentor do crime, afirmou que a motivação do crime estaria ligada a uma negociação fraudulenta envolvendo a venda de um trator no valor de R$ 300 mil por um aplicativo de vendas na internet.
Segundo ele, o negócio foi fechado em 2022, enquanto ele e o pai da vítima, estavam presos juntos em Campo Grande e juntos teriam elaborado um golpe para vender um trator de maneira fraudulenta por R$ 700 mil em um canal de vendas na internet.
Conforme o depoimento, o negócio foi feito por R$ 300 mil e o valor teria sido depositado na conta da médica com o conhecimento dela, que receberia uma porcentagem da venda, mas que ela não teria repassado a parte dos golpistas, ficando com o total do valor, contrariando o suposto acordo.
O Hospital de Clínicas, onde a vítima trabalhava, emitiu uma nota de pesar pela morte da médica. Segundo o hospital, "Dra. Paula trabalhava no Centro de Oftalmologia e era querida por toda a equipe. Com seu jeito gentil e delicado, atendia todos os pacientes com muita atenção. Deixará muitas saudades no coração de todos nós".
O caso será investigado pela Polícia Civil.
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