Cidades

Em Dourados

"Policial meu não vai morrer na faca com fuzil na mão", diz Videira sobre conflito com indígenas

Secretário de Segurança lembrou assassinato dos policiais civis Rodrigo Pereira Lorenzatoe Ronilson Guimarães Bartier, ocorrido em 2006, em emboscada liderada por indígenas no Porto Cambi

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O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, fez declarações firmes durante a reunião da Frente Parlamentar que trata dos conflitos agrários em Dourados. “Policial meu não vai morrer na faca com fuzil na mão”, disse Videira ao ser provocado por agricultor que teve sua propriedade invadida e a família ameaçada por indígenas.

A fala do secretário foi justificada com a lembrança do assassinato dos policiais civis Rodrigo Pereira Lorenzato, de 26 anos, e Ronilson Guimarães Bartier, de 36 anos, que em 2006 tiveram a vida ceifada por emboscada liderada por indígenas no Porto Cambira, em Dourados. Além deles, um outro agente teve sequelas psíquicas após o ocorrido resultando na aposentadoria. 

O episódio foi mencionado diversas vezes durante a reunião na manhã desta quarta-feira, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em Dourados. Isso porque a pauta tratava diretamente o papel das forças de segurança diante do clima de guerra que paira sobre as áreas invadidas. 

Desde 2016, pequenos agricultores tiveram suas chácaras tomadas por grupos indígenas que lutam pela retomada de terras. Os conflitos se intensificam ano após ano, mas agora há promessa de busca por resolução envolvendo a ação integrada das forças de segurança, classe política e do direito. Membros da frente parlamentar não descartam a possibilidade de envolver ainda o judiciário, que até o presente momento não teve representante elencado nos debates.

As falas de Videira durante a reunião mencionam ainda a estratégia adotada por facções criminosas, que estariam cooptando jovens indígenas para o crime organizado. O gestor da segurança estadual destacou a autorização das forças policiais em Dourados para atuar de forma repressiva ao crime nas aldeias, dos quais se destacam o tráfico de drogas, a violência sexual e doméstica.

A coordenadora regional da Funai em Dourados, Teodora de Souza, reiterou a fala do secretário, afirmando que não somente cooptando, mas as facções têm explorado os povos indígenas. Ela destaca que a ausência do Estado nas aldeias tem ampliado a vulnerabilidade da sua população, impulsionando a violência e a falta de qualidade de vida.

“Esse é um problema histórico e político que se estende há mais de 500 anos. Sou nascida e criada na aldeia, eu tenho domínio de causa para dizer que com uma população de 24 mil habitantes nossa reserva não tem espaço digno para que nossos indígenas possam viver e produzir. A ausência de políticas públicas só aumenta a violência. Mas não é ausência apenas de espaço, é também ausência de comida, de saúde, de educação. O preconceito histórico anulou a inserção indígena na criação de políticas públicas”, afirmou Teodora.

A representante indígena ainda destacou que a população tradicional não deseja “viver da cesta [básica] para o resto da vida, mas hoje ela é essencial, é emergencial”. Teodora criticou a falta de incentivo e apoio aos indígenas, que, segundo ela, são injustamente rotulados por não produzirem na terra que lutam para recuperar.

“A solução não é a polícia, mas precisamos dela para segurança de ambos os lados. Precisamos de dignidade, de um olhar permanente do poder público. Hoje, moramos em cima do aquífero guarani e ainda ‘migalhamos’ água para nossas famílias. O problema é muito maior do que um espaço para viver e cultivar”, afirmou.

A reunião tinha como expectativa a participação do Procurador Geral da República em Dourados, Marco Antônio Delfino de Almeida. Em sua fala, o representante do Ministério Público Federal ressaltou soluções para que a questão dos conflitos seja superada, das quais destacou a provocação do Conselho Nacional de Justiça, para que reforcem relatório elaborado em 2013 contendo ações para sanar a problemática agrária em Mato Grosso do Sul.

Ele destacou ainda que, cabe também ao Governo do Estado um papel de protagonismo, exemplificando com caso de uma comunidade indígena no Piauí, que teve sua demarcação de terra conduzida pela gestão estadual. 

Para o procurador, continuar esperando soluções somente da União não trará resultado efetivo, uma vez que esta segue resistente à proposta de indenização daqueles que tiveram propriedades escrituradas como alvo das retomadas indígenas.

“Essa pauta não é assunto de segurança pública, mas por omissão do governo federal acaba se tornando”, ressaltou o procurador.

Na mesa de autoridades estiveram também o Chefe da Delegacia da Polícia Federal Alexander Taketomi Ferreira, o diretor de Polícia do Interior Lupércio Degeroni, os vereadores Rogério Yuri-PSDB [presidente da Frente Parlamentar], Fabio Luis-Republicanos, Marcio Pudim-PSDB, Elias Ishy-PT e Marcelo Mourão-Podemos, além do presidente da Subseção da OAB em Dourados, Ewerton de Brito.

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TEMPO

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Inmet divulgou previsão para a estação, que começa hoje (21)

21/12/2025 20h00

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão

Saiba em que regiões do Brasil deve chover acima da média no verão Paulo Pinto/Agência Brasil

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O verão do Hemisfério Sul começa neste domingo (21), e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê condições que podem causar chuvas acima da média em grande parte da regiões Norte e Sul do Brasil, além de poucas áreas do Nordeste e do Centro-Oeste.

No Norte, a maior parte dos estados deve ter mais precipitações e temperaturas mais elevadas. As exceções são o sudeste do Pará e o estado do Tocantins, que podem ter volumes de chuva abaixo da média histórica.

“A temperatura média do ar prevista indica valores acima da média climatológica no Amazonas, no centro-sul do Pará, no Acre e em Rondônia, com valores podendo chegar a 0,5 grau Celsius (°C) ou mais acima da média histórica do período (Tocantins). Nos estados mais ao norte da região, Amapá, Roraima e norte do Pará, são previstas temperaturas próximas à média histórica”, estima o Inmet.

Sul

Na Região Sul, a previsão indica condições favoráveis a chuvas acima da média histórica em todos os estados, com os maiores volumes previstos para as mesorregiões do sudeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, com acumulados até 50 mm acima da média histórica do trimestre.

“Para a temperatura, as previsões indicam valores predominantemente acima da média durante os meses do verão, principalmente no oeste do Rio Grande do Sul, chegando até 1°C acima da climatologia”. 

Nordeste

Para a Região Nordeste, há indicação de chuva abaixo da média climatológica em praticamente toda a região, principalmente na Bahia, centro-sul do Piauí, e maior parte dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Os volumes previstos são de até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Por outro lado, são previstos volumes de chuva próximos ou acima da média no centro-norte do Maranhão, norte do Piauí e noroeste do Ceará.

Centro-Oeste

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva devem ficar acima da média histórica somente no setor oeste do Mato Grosso. Já no estado de Goiás, predominam volumes abaixo da média climatológica do período.

Para o restante da região, são previstos volumes próximos à média histórica. “As temperaturas previstas devem ter predomínio de valores acima da média climatológica nos próximos meses, com desvios de até 1°C acima da climatologia na faixa central da região”, diz o InMet.

Sudeste

Com predomínio de chuvas abaixo da média climatológica, a Região Sudeste deve registar volumes até 100 mm abaixo da média histórica do trimestre.

Deve chover menos nas mesorregiões de Minas Gerais (centro do estado, Zona da Mata, Vale do Rio Doce e Região Metropolitana de Belo Horizonte). A temperatura deve ter valores acima da média em até 1°C, segundo os especialistas do InMet.

Verão

A estação prossegue até o dia 20 de março de 2026. Além do aumento da temperatura, o período favorece mudanças rápidas nas condições do tempo, com a ocorrência de chuvas intensas, queda de granizo, vento com intensidade variando de moderada à forte e descargas elétricas.

Caracterizado pela elevação da temperatura em todo país com a maior exposição do Hemisfério Sul ao Sol, o verão tem dias mais longos que as noites.

Segundo o InMet, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, as chuvas neste período são ocasionadas principalmente pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), enquanto no norte das regiões Nordeste e Norte, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema responsável pela ocorrência de chuvas.

Em média, os maiores volumes de precipitação devem ser observados sobre as regiões Norte e Centro-Oeste, com totais na faixa entre 700 e 1100 milimetros. As duas são as regiões mais extensas do país e abrigam os biomas Amazônia e Pantanal, que vivenciam épocas de chuva no período.

TEMPO

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

21/12/2025 19h00

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano

Solstício faz deste domingo o dia mais longo do ano Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O verão começou oficialmente às 12h03 (horário de Brasília) deste domingo, 21. A data marca o solstício de verão no Hemisfério Sul, fenômeno astronômico que faz deste o dia com o maior número de horas de luz ao longo de todo o ano.

As diferentes estações ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao seu plano de órbita e ao movimento de translação do planeta em torno do Sol. O solstício de verão acontece quando um dos hemisférios está inclinado de forma a receber a maior incidência possível de luz solar direta

No mesmo momento, ocorre o solstício de inverno no Hemisfério Norte, quando se registra a noite mais longa do ano. Em junho, a situação se inverte: o Hemisfério Sul entra no inverno, enquanto o norte passa a viver o verão.

Além dos solstícios, há os equinócios, que acontecem na primavera e no outono. Eles marcam o instante em que os dois hemisférios recebem a mesma quantidade de luz solar, fazendo com que dia e noite tenham duração semelhante.

O que acontece no verão?

Segundo Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional (ON), instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o verão é a estação mais quente do ano justamente por causa da inclinação de cerca de 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita. Esse ângulo faz com que os raios solares atinjam mais diretamente um hemisfério de cada vez.

Quando é verão no Hemisfério Sul, os raios solares incidem de forma mais intensa sobre essa região do planeta, o que resulta em dias mais longos e temperaturas mais elevadas.

Os efeitos das estações do ano são maiores nos locais distantes do equador terrestre. "Nas regiões próximas ao equador, a duração dos dias varia pouco ao longo do ano. Essa diferença aumenta progressivamente em direção aos polos, onde os contrastes são máximos", explica Nascimento.

Previsão do tempo para os próximos dias

Com a chegada do verão neste domingo, São Paulo deve ter dias quentes nas próximas semanas e pode bater o recorde de temperatura do ano na véspera do Natal. De acordo com o Climatempo, os próximos dias também devem ser com menos chuvas e tempo seco na capital paulista.

O que esperar do verão de 2025/2026 no Brasil

Dados do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a maior temperatura registrada em São Paulo em 2025 foi de 35,1°C, em 6 de outubro. A expectativa para o dia 24 de dezembro é de que a temperatura se aproxime de 35°C, o que pode igualar ou até superar o recorde do ano.

O calor deve ser uma constante em grande parte do Brasil. Nesta semana, o Rio de Janeiro pode registrar até 38°C e Belo Horizonte e Vitória devem alcançar máximas entre 32°C e 34°C, com pouca chuva. O tempo quente também deve chegar à região Sul e ao interior do Nordeste, com máximas próximas dos 35°C. No Norte, as máximas se aproximam de 32°C.

O verão se estende até às 11h45 do dia 21 de março de 2026 e será marcado pela Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre o oceano Atlântico Sul e inibe a formação de nuvens. O fenômeno climático deve atuar como um bloqueio atmosférico, afastando algumas frentes frias que passam pelo Brasil.

A Climatempo prevê que a chuva do verão 2025 e 2026 fique um pouco abaixo da média para estação em quase todo o País. A maior deficiência deve ser na costa norte do Brasil, entre o litoral do Pará e do Ceará, e em áreas do interior do Maranhão e do Piauí.

Já o fenômeno La Niña não deve ser o principal fator climático neste verão, devido à sua fraca intensidade e curta duração. A atuação do fenômeno está prevista para se estender até meados de janeiro de 2026 e sua influência sobre as condições climáticas desta estação tende a ser limitada.

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