Pelo menos quatro políticos de Mato Grosso do Sul estão aproveitando a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro à Argentina, onde participa neste domingo (10) da posse de Javier Milei na presidência do país vizinho, para tietar o ex-presidente e assim tentar capitalizar votos para as próximas eleições.
Bolsonaro foi acompanhado por uma comitiva de deputados estaduais, federais, senadores e governadores, entre eles Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO) e Jorginho Mello (SC).
De Mato Grosso do Sul fazem parte o ex-deputado estadual Capitão Contar (PRTB), o deputado estadual João Henrique Catan (PL) e os deputados federais Rodolfo Nogueira (PL) e Marcos Pollon (PL). Contar postou fotos ao lado de Bolsonaro em suas redes sociais ainda durante a viagem, na quinta-feira à noite (7).
De olho nas próximas eleições, Capitão Contar "cola" em Bolsonaro“Estamos a caminho de Buenos Aires para prestigiar a posse do presidente eleito, Javier Milei, que promete trazer esperança, desenvolvimento e progresso ao povo argentino. Aproveito para encaminhar um forte abraço do Jair Messias Bolsonaro aos eleitores do Mato Grosso do Sul", escreveu Contar em suas redes sociais.
Catan, por sua vez, também postou vídeos durante o embarque, na chegada ao aeroporto e ao hotel Pestana, na região central de Buenos Aires, onde classificou Javier Milei como “governo de ultradireita”. Para ele, a posse na Argentina é um evento para reaglutinar não só a direita da América Latina, mas a direita do mundo inteiro.
Os dois deputados federais postaram vídeo em que aparecem junto come Bolsonaro sendo recebido pelo libertário Javier Milei, que virou uma espécie de novo ícone dos políticos de extrema direita da América do Sul.
A viagem de Bolsonaro à Argentina marca o retorno do ex-presidente a um grande ato político desde que perdeu a eleição para o presidente Lula (PT), no ano passado, e foi condenado à inelegibilidade pelos próximos oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e econômico.
O ex-presidente também foi acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pelos filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Michelle tem participado de atos e eventos públicos do PL e de aliados para se fortalecer como um nome viável do clã nas próximas eleições presidenciais.
Bolsonaro deverá ter tratamento de chefe de Estado durante a posse de Milei. A ideia da equipe do argentino é que o brasileiro esteja presente nas cerimônias fechadas do Congresso Nacional e da Casa Rosada, mesmo sem exercer nenhum cargo público no momento.
O presidente Lula foi convidado para a posse, mas ele já confirmou que não irá. O Brasil deve ser representado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e por assessores.


