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Poluição sonora: saiba consequências e como denunciar

Essa é a segunda forma de poluição mais prejudicial à saúde, segundo a OMS

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Quem nunca se incomodou com o som de um motociclista e seu veículo passando com um escapamento barulhento? Ou aquele sussurro na sala de aula, ou no escritório?

Nenhum deles causa qualquer dano considerável à saúde. Mas a poluição sonora é um problema cada vez mais preocupante em todo o planeta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a poluição sonora como a segunda forma mais dominante na sociedade, atrás apenas da poluição do ar.

Apesar de existirem algumas legislações sobre o assunto, estados e municípios têm suas próprias regras. Entenda os efeitos e como denunciar casos de poluição sonora.


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O que é considerado poluição sonora?

O Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) segue duas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que define os limites legais para a poluição sonora.

Conforme a OMS, o nível de ruído recomendável para a audição é de até 50 decibéis (dB). Confira na tabela exemplos de ruídos cotidianos:

ATIVIDADE

NÍVEL

Cochichar15 dB
Jardim tranquilo30 dB
Barulho de escritório60 dB
Liquidificador75 dB
Rua com trânsito intenso85 dB
Caminhão pequeno acelerando90 dB
Britadeira100 dB
Concerto de rock110 dB
Avião a jato120 dB
Limite da audição140 dB

Tipos de poluição sonora

A classificação da poluição sonora varia conforme o local e a intensidade do som. Em Campo Grande, essas definições estão na Lei Municipal N.º 2909/1992, o Código de Polícia Administrativa do Município.

São quatro os tipos de ruído:

  • Ruído impulsivo: som de curta duração, com início abrupto e parada rápida, caracterizado por um pico de pressão de duração menos que um segundo;
  • Ruído contínuo: aquele com flutuação de nível de pressão acústica tão pequena que podem ser desprezadas dentro do período de observação;
  • Ruído intermitente: aquele cujo nível de pressão acústica cai abruptamente ao nível do ambiente, várias vezes durante o período de observação, desde que o tempo em que o nível se mantém constante, diferente daquele do ambiente seja de ordem de grandeza de um segundo ou mais;
  • Ruído de fundo: todo e qualquer som que esteja sendo emitido durante o período de medições, que não aquele objeto das medições.

A prefeitura delimitou ainda as chamadas zonas de silêncio. Essas faixas são determinadas pelo raio de 200 metros de distância de hospitais, escolas, bibliotecas públicas, postos de saúde, entre outros.

Poluição sonora é crime?

Não existe lei federal específica sobre poluição sonora. A Lei de Crimes Ambientais (9605/1998) só menciona a poluição de forma geral e prevê pena de prisão de um a cinco anos e multa.

Cabe aos estados e municípios definir regras mais específicas. O Estado de Mato Grosso do Sul não tem uma legislação sobre o assunto.

O velho conhecimento popular, de que nada é permitido após as 22h, não é correto - pelo menos em Campo Grande.

O Código de Polícia Administrativa define os horários e segue os limites da ABNT.

  • Manhã: entre as 06:00 e 18:00;
  • Tarde: das 18:00 às 21:00;
  • Noite: das 21:00 às 06:00.

De janeiro a junho de 2020, a Polícia Militar Ambiental (PMA) autuou cinco pessoas por poluição sonora.

Todos os casos ocorreram entre fevereiro e março, sendo três ocorrências em Campo Grande e duas em São Gabriel do Oeste.

Cada autuação resultou em multa de R$ 5 mil, totalizando R$ 25 mil.

Decibéis permitidos

Para determinar o limite legal, as autoridades seguem uma norma da ABNT, a NBR 10.151. Confira os limites:

Tipos de áreas

Limite diurno em dB(A)

Limite noturno em dB(A)

Áreas de sítios e fazendas4035
Áreas estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas5045
Área mista, predominantemente residencial5550
Área mista, com vocação comercial e administrativa6055
Área mista, com vocação recreacional6555
Área predominantemente industrial7060 

Consequências da poluição sonora

E quanto uma pessoa pode suportar ouvir? Isso depende da situação, segundo o otorrinolaringologista de Campo Grande, Bruno Higa Nakao.

“Por exemplo, em sons acima de 85dB, o limite permissível é até 8 horas por dia, porém com risco de lesão ou trauma definitivo das células sensoriais auditivas. Mas se a pessoa se expõe a um som acima de 115dB, o limite seria de 7 minutos”, explica.

Essa exposição à poluição sonora também causa impactos no cotidiano, em todos os âmbitos.

“Acima de 55dB já é possível a pessoa que se expõe de forma recorrente ou contínua evoluir com ansiedade, agressividade, irritabilidade fácil, dores de cabeça, dificuldade em concentração ou alteração na memória”, diz Nakao.

O médico cita ainda quando se “acende o alerta” ao ficar exposto a sons de alta intensidade constantemente.

“Isso se observa no trânsito, no trabalho com marcenaria, construção civil e outros que utilizam fones de ouvido com muita frequência. Além disso, o primeiro sinal muitas vezes é a formação de um zumbido observado mais facilmente ao silêncio”, afirma.

Animais

Os animais são ainda mais impactados pela poluição sonora. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o ouvido humano percebe, sons na faixa de 10 a 20.000 Hertz.

Já o cão, por exemplo, capta de 10 a 40.000 Hz, conseguindo detectar sons quatro vezes mais distantes que o ser humano. Um das principais fontes de ruído incômodo para os cachorros são fogos de artifício.

Após estudo, a prefeitura de Campo Grande baniu os fogos sonoros de seus eventos em outubro de 2018. Por outro lado, festividades privadas não são afetadas pelo decreto.

A proibição nesta área é de competência federal. A Câmara Municipal chegou a aprovar um projeto em agosto de 2019, mas o prefeito Marcos Trad (PSD) vetou totalmente o texto, apontando inconstitucionalidade.

Desde 2017, tramita na Câmara dos Deputados proposta para banir fogos barulhentos, mas o texto está parado desde o fim de 2019.

Idosos e crianças

E os efeitos da poluição sonora para idosos e crianças? Para os mais velhos, a perda auditiva é um dano em potencial.

“Nos idosos, a poluição sonora pode evoluir para um quadro de irritabilidade fácil e dificuldade para conversar com as pessoas devido à progressão de eventual perda auditiva”, disse o otorrinolaringologista Bruno Higa Nakao.

Já para os pequenos, os efeitos podem afetá-los ao longo prazo.

“A poluição sonora para crianças contribui para um stress mais elevado e um potencial risco de perda auditiva precocemente o que implicaria um problema inestimável do ponto de vista de qualidade de vida social e no profissional futuro”, explica.

População em geral

Para as demais pessoas, Nakao dá dicas para diminuir os efeitos desse problema.

“Quem mora no entorno de um trânsito barulhento ou ao lado de grandes construções civis - tentar utilizar janelas antirruído que permitem uma melhor acústica e abafamento sonoro externo, deixá-las fechadas em seu momento de pico, e ficar nos cômodos mais silenciosos da sua residência”, ensina.

Em empresas que emitem sons altos, como indústrias, os funcionários devem usar Equipamentos de Proteção Individual.

“Trabalhadores devem utilizar os EPIs como dito anteriormente e também realizar exames audiométricos semestralmente conforme a norma regulamentadora NR-15 a fim de antecipar possível perda auditiva precoce devido a intensidade sonora elevada”, finaliza o otorrinolaringologista.

Como fazer uma denúncia de poluição sonora?

Em Campo Grande, há dois canais de denúncia. Pelo 156, da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que conta com a Patrulha Ambiental.

Também é possível denunciar preenchendo um formulário disponível no site da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur).

Nos demais municípios, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) recebe denúncias pelo 190.


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Cidades

Cobertura vacinal contra a pólio no Brasil melhora, diz Unicef

Número de crianças não vacinadas caiu no ano passado

23/04/2024 15h00

Reprodução: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Em 2022, das 2.922 crianças nascidas vivas no Brasil, 243.008 estavam sem a primeira dose da vacina que protege contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. No ano passado, de 2.423.597 crianças nascidas vivas, 152.521 crianças estavam sem a dose – uma redução de mais de 90 mil no total de crianças sem a imunização. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (23) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Brasília.

A chefe de Saúde do Unicef Brasil, Luciana Phebo, lembrou que o país vivencia quedas nas coberturas vacinais dos principais imunizantes do calendário infantil desde 2015 e que o cenário se agravou em meio à pandemia de covid-19. “Após anos de piora, o Brasil começou a retomar a vacinação”, disse, durante coletiva de imprensa. “Mais de 90 mil crianças. Essa é a diferença. Uma diferença expressiva”, completou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, avaliou que o Brasil registra “uma virada” no cenário de coberturas vacinais. “Estamos vivendo uma virada. Uma virada na direção de alcançarmos coberturas vacinais necessárias para a proteção de nossas crianças, de nossa sociedade, de nossos adolescentes”, disse, ao citar especificamente a vacinação contra o HPV que, este ano, passou a ser feita em dose única para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos.

Nísia destacou que 13 das 16 principais doses infantis que constam no Programa Nacional de Imunizações (PNI) apresentaram melhoras na cobertura vacinal em 2023 quando comparadas ao ano anterior. Entre os imunizantes citados pela ministra estão: pólio, pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), tríplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da tríplice bacteriana.

“Foi uma virada com muita luta. Devemos sim celebrar, mas também apontar os caminhos que temos pela frente”, avaliou Nísia. “Esse aumento geral da cobertura coloca muito bem esse avanço que, como eu disse, celebramos, mas com a consciência de que temos muito a avançar”, completou.

Américas

Em meio à Semana Mundial de Imunização e à Semana de Vacinação nas Américas, celebradas de 24 a 30 de abril, a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, destacou a importância do esquema vacinal contra a pólio. “A criança não ter esse direito é algo muito significativo”, disse. No Brasil, a partir deste ano, a vacina oral contra a pólio está sendo gradativamente substituída pela versão inativada e injetável do imunizante.

A forma injetável é aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida, conforme o Calendário Nacional de Vacinação. Após o período de transição, que começou no primeiro semestre de 2024, crianças que completarem as três primeiras doses da vacina irão tomar apenas um reforço com a injetável aos 15 meses.

A dose de reforço, até então administrada aos 4 anos, não será mais necessária. A atualização considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema. 

Para Socorro, três intervenções em saúde pública são consideradas essenciais pela Opas para garantir qualidade de vida a todas as crianças: acesso à água potável, aleitamento materno e vacinação. “A região das Américas sofreu muito ao longo dos últimos anos. Perdemos muito nas coberturas de vacinação.”

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MATO GROSSO DO SUL

PF encontra material pornográfico infantil em casa de Corumbá

Mandado de busca e apreensão foi cumprido na manhã desta sexta-feira (23) pois morador armazenava vídeos e imagens sexuais envolvendo crianças e adolescentes

23/04/2024 12h37

Foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes" Reprodução/PFMS

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Através da Polícia Federal, agentes foram a campo em Corumbá, na manhã desta terça-feira (23), em operação de combate ao abuso sexual infantil, batizada de "Nicolau I". 

Além de inspirar o mito do Papai Noel, São Nicolau ficou mundialmente conhecido por sua partilha de bens, com sua herança doada voluntariamente aos pobres, mas também por ser considerado o protetor dos jovens e crianças. 

Segundo a Polícia Federal, as ações na Cidade Branca aconteceram para o cumprimento de um mandado de busca domiciliar. 

Ainda, a PF informa que o mandado expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Corumbá visava a apreensão de diversas mídias digitais que, agora, serão encaminhadas para a perícia da Polícia Federal.

Com o morador residente na conhecida "Cidade Branca", foi encontrado um armazenamento de "vídeos e imagens pornográficas e sexuais envolvendo crianças e adolescentes", expõe a PF em nota. 

As investigações apontaram para o armazenamento e, diante da prática criminosa descrita no artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 

Como esclarece o ECA, é considerado crime: adquirir, possuir ou armazenar material que contenha qualquer forma de registro de sexo ou pornografia envolvendo crianças ou adolescentes. 

Coibindo o crime

Só por parte da Polícia Federal, até o momento, em 2024, outras duas operações, para além da "Nicolau I" buscaram combater o crime de abuso sexual infantil. 

As fases "V e VII" da Operação Rede Limpa agiram tanto em Campo Grande quanto em Costa Rica, nos dias 15 de janeiro e 17 de abril, respectivamente, com os mesmos objetivos de cumprimento de busca e apreensão. 

Em Costa Rica, o casal em questão, além de armazenar os conteúdos criminosos, foram presos pela suspeita de divulgarem as imagens e vídeos dos abusos pela internet.

Conforme o texto da lei, o ECA estipula que incorrendo no crime, as penas máximas previstas podem chegar até quatro anos de reclusão.

Importante apontar para o trabalho policial de combate ao abuso sexual infantil, justamente pelo fato de que essas operações, ainda que em sequência de investigações, podem resultar em prisões, mesmo com mandados de apenas busca e apreensões. 

Vale citar, por exemplo, o caso registrado no início de novembro do ano passado, quando em cumprimento de mandado inicial de busca e apreensão, o suspeito - que na ocasião vivia em Campo Grande - foi preso durante a terceira fase da Operação Cyber Argos da PF. 
**(Colaboraram João Gabriel Vilalba e Glaucea Vaccari)

 

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