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Ponte destruida pelo fogo é só uma das mais de 400 no pantanal

Incêncios já devastaram mais de 500 mil hectares do bioma pantaneiro neste ano, o que é mais que o dobro na comparação com 2020, ano mais trágico

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Entre espinheiros de mais de dois metros, dez brigadistas enfrentaram a fumaça e o calor das chamas sob o mato fechado para controlar focos de incêndio na fazenda Santa Fé, perto do limite de Corumbá (MS) com Aquidauana (MS), no pantanal, nesta quarta-feira (19).

A ação, realizada à tarde, foi considerada estratégica para evitar que o fogo chegasse às vias que passam perto da propriedade, as antigas MS-184 e MS-228, hoje agrupadas sob o nome de estrada Parque Pantanal. A via tem atrativos turísticos, como o avistamento de aves e répteis da região, e é uma das ligações de Corumbá à BR-262.

Desde o começo do ano até esta quarta foram registrados 2.571 focos de calor no pantanal, segundo o programa BD Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). O número supera o do mesmo período em 2020, ano recorde em queimadas no bioma. De 1º de janeiro a 19 de junho de 2020, foram 2.365 focos (8% menos).

MEIO MILHÃO DE HECTARES

A área atingida pelo fogo em 2024, porém, aumentou em proporção maior: já é de 502.650 hectares, de acordo com dados do Lasa (Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais), do departamento de meteorologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), até a última segunda (17).

Na comparação, no mesmo período em 2020, a área afetada foi de 249.125 hectares, o que representa um crescimento de 102% em 2024.

A Folha de S.Paulo acompanhou o esquadrão de brigadistas do PrevFogo, braço do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), no combate às chamas na fazenda Santa Fé nesta quarta.

O acesso a essa e outras regiões com incêndios tem sido dificultado pela destruição das ligações de diferentes regiões de Corumbá, cidade de 64.432 km² --mais de 42 vezes a área da cidade de São Paulo.

É o caso de uma ponte sobre o rio Negro que queimou nesta quarta-feira. Ela é uma de três estruturas na região atingidas pelo fogo nos últimos dias. Essa ponte, contudo, foi a única danificada, já que as outras duas conseguiram ser mantidas de pé após uma ação dos bombeiros de Mato Grosso do Sul.

A ponte que ruiu com o fogo fica na região do chamado porto da Manga, a 64 km do centro de Corumbá. O incêndio danificou metade da estrutura, deixando-a intransitável.

Nesta tarde, os agentes evitaram usar um desvio próximo à ponte queimada por segurança e precisaram, então, fazer um caminho mais longo e demorado até a fazenda Santa Fé.

CENTENAS DE PONTES

Segundo a gestão Eduardo Riedel (PSDB), há mais de 400 pontes no pantanal, e equipes têm construído desvios para manter o trânsito entre as diferentes regiões do estado.

Ainda de acordo com o governo de MS, há 13 bases do Corpo de Bombeiros Militar espalhadas pelo estado. No caso do incêndio na ponte do porto da Manga, foram deslocados agentes de Coxim, a 526 km de carro.

As equipes não conseguiram chegar de barco por causa da falta de navegabilidade do rio Paraguai.

O nível baixo do corpo hídrico, como a Folha de S.Paulo mostrou em reportagem publicada nesta terça (18), tem sido uma barreira no combate aos incêndios no pantanal nesta temporada.

Para chegar à fazenda Santa Fé, os brigadistas levaram cerca de três horas de carro. Mas, antes de atingir o foco, foi preciso passar por uma estrada de terra dentro da fazenda. Nos primeiros minutos, uma das viaturas do Ibama atolou e precisou ser guinchada para voltar ao trajeto.

Sem a vantagem de poder bombear água do rio para apagar as chamas, os dez agentes entraram em um campo cerrado de espinheiros com pouco mais de dois metros de altura. Além de a vegetação estar extremamente seca, o vento muda de direção constantemente, espalhando focos em áreas não previstas.

O primeiro foco foi controlado em cerca de meia hora, mas os agentes avistaram mais um ponto de incêndio cerca de 150 metros adiante. Novamente abriram uma trilha, em um local ainda mais fechado, para isolar o fogo com facões, foices e sopradores.

Como em todas as ações, mesmo quando um ponto de incêndio é extinto, é possível ver fumaça preta por perto e colunas mais distantes, marcas de uma temporada de fogo que começou dois meses antes do comum no bioma.

(INFORMAÇÕES DA FOLHAPRESS)

 

Haja Saúde

Alerta de baixa umidade é renovado pelo Inmet para 60 cidades em MS

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar com mais força na região centro-norte do estado e região pantaneira, mas a chuva deve acontecer nas fronteiras de Paraguai e Bolívia neste final de semana.

19/09/2024 14h33

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana.

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana. Foto: Paulo Ribas/ Correio do Estado

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Após dias de temperaturas mais agradáveis, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) renovou o alerta de baixa umidade relativa do ar em quase 60 cidades de Mato Grosso do Sul. 

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar em grande parte do estado a partir hoje (19). A condição favorece riscos de incêndios florestais e a saúde para a população das cidades de Água Clara, Alcinópolis, Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corguinho, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Deodápolis. 

Os municípos de Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Figueirão, Guia Lopes da Laguna, Inocência, Itaporã, Ivinhema, Jaraguari, Jardim, Ladário, Maracaju, Miranda, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraiso das Águas, Paranaíba, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, Santa Rita do Pardo, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sidrolândia, Sonora, Terenos e Três Lagoas.

No último final de semana ao Correio do Estado, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Olívio Bahia, antecipou os dados meteorológicos, relatando que as temperaturas ficaram acima dos 37ºC, principalmente no Pantanal sul-mato-grossense. Esse calor deve contribuir para a continuidade dos incêndios florestais.

“Segundo dados norte-americanos, essa chuva que cai na Amazônia, no Peru, Bolívia, Paraguai, e nas regiões sul e Pantanal de Mato Grosso do Sul não deve umedecer o solo como seria necessário. Espera-se que a chuva seja mais torrencial, mas, até o momento, ela apenas aliviou o clima e não deve amenizar os incêndios florestais”, relatou.

Ainda segundo dados meteorológicos, nos próximos finais de semana, as chuvas em Mato Grosso do Sul devem ser mais isoladas. Isso pode ajudar na dissipação da fumaça, mas também pode causar problemas em algumas cidades.

“As chuvas em Ponta Porã, Corumbá, e nas regiões da Bolívia, Paraguai e norte da Amazônia devem retornar neste próximo final de semana em pouca quantidade e de forma isolada, o que deve ajudar na umidade do ar”, afirmou


Recomendações

 

  • Beba bastante líquido.
  • Evite desgaste físico nas horas mais secas.
  • Evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
  • Em casos de emergência, a Defesa Civil está disponível no telefone 199 e ao Corpo de Bombeiros no 193.
     

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Operação Olho de Vidro

Polícia Federal desarticula rede de tráfico de drogas em MS e cinco estados

Onze pessoas foram presas em seis estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, na Operação Olho de Vidro, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico transnacional de drogas."

19/09/2024 14h02

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal

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Uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai foi alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19) em seis estados brasileiros. Os policiais cumpriram 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em nove cidades de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.. 

A operação também interditou duas empresas e apreendeu veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

As investigações começaram em maio de 2022, em apuração dos responsáveis por enviar 400 quilos de cocaína por meio de uma transportadora de Ponta Porã. A partir dessa ocorrência, foi identificada a atuação de uma organização criminosa.

Durante as diligências, além das prisões e buscas realizadas, duas pessoas jurídicas foram interditadas, inúmeros veículos foram apreendidos e grande numerário de valores foi bloqueado nas contas dos investigados.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, foram efetuadas sete prisões em flagrante pelos delitos de posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas, com a consequente apreensão de quatro pistolas, uma escopeta, além de cocaína e maconha.

O nome dos envolvidos presos pela Operação Olho de Vidro não foram divulgados pela Polícia Federal. O caso segue em investigação. 
 

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal 

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