A falta de repasses da União para a revitalização da Avenida Presidente Ernesto Geisel, em Campo Grande, fez com que a obra fosse paralisada. Mesmo após uma década de espera, ainda não há previsão estabelecida para a conclusão das intervenções.
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A revitalização da Ernesto Geisel e do Rio Anhanduí foi idealizada em 2011 e se arrasta sem ter prazo nem recurso para ser finalizada. A iniciativa faz parte de um conjunto de ações para conter enchentes na Capital.
O projeto é de responsabilidade de duas empresas, a Gimma Engenharia e a Dreno Construções. A Gimma foi responsável pelo primeiro lote e finalizou a frente de trabalho, que contempla a Avenida Ernesto Geisel entre a Rua Santa Adélia e Abolição.
Quando o contrato foi firmado, em 2017, a empresa cobrou R$ 13.122.999,21 para realizar as intervenções. Atualmente, as obras nesse trecho estão paralisadas, aguardando recurso.
Com a falta de repasse por parte da União, a Dreno Construções, responsável pelos lotes 2 e 3, pediu a revisão dos valores do contrato, o que está sendo avaliado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep).
Em outubro de 2013, a empreiteira ficou responsável pela Avenida Ernesto Geisel, entre as ruas Abolição e Bom Sucesso, pelo valor de R$ 21.975.000,00.
A Dreno também ficou encarregada pelo terceiro lote, que contempla a avenida entre as ruas Bom Sucesso e Aquário, pelo custo de R$ 13.400.000,00.
Conforme o titular da Sisep, Rudi Fiorese, a falta de repasses do governo federal tem atrasado o andamento dos trabalhos de revitalização da Avenida Ernesto Geisel.
Segundo ele, os repasses são feitos conforme o andamento da obra, que está parada há meses. A Caixa Econômica Federal é responsável por depositar os recursos, conforme o desenvolvimento das intervenções.
“A obra é custeada com recursos do Orçamento da União e seu cronograma de execução foi prejudicado pelos constantes atrasos nos repasses, chegamos a ter seis meses sem repasse, o que acabou pesando para a empreiteira, que pediu o reequilíbrio do contrato. Estamos analisando um novo orçamento, realizando estudos para saber se esse reajuste será concedido e, caso não seja, teremos uma nova licitação para concluir”, alegou o titular da Pasta, Rudi Fiorese.
O custo total das obras de revitalização na Avenida Ernesto Geisel está estimado em R$ 57,7 milhões, dos quais R$ 47,7 milhões deveriam ser repassados pelo governo federal e uma contrapartida de R$ 10 milhões pela prefeitura.
Fiorese apontou que a obra está passando por uma nova tomada de preço, visto que, além da falta de repasse, o aumento nos custos dos materiais de construção civil tem emperrado a execução dos trabalhos.
“Estamos na fase de revisão de preço, os valores subiram muito, o que pode acarretar na não conclusão de algumas obras, a parte de asfalto subiu 63%, fora alguns produtos que ficaram escassos no mercado, tudo isso reflete no andamento dos trabalhos”, avaliou Fiorese.
ATRASO
O Rio Anhanduí é o principal curso d’água de Campo Grande e recebe a água das bacias dos córregos Prosa e Segredo. Ao longo dos anos, os problemas de assoreamento do leito, destruição dos barrancos, degradação ambiental e destruição do asfalto se acumularam.
A promessa de revitalização da Avenida Ernesto Geisel perdura há anos. Em janeiro de 2012, a empresa Engepar Engenharia e Participações foi a vencedora do certame para obras de manejo de águas pluviais no Córrego Anhanduí pelo valor de R$ 47,4 milhões.
Pouco tempo depois, em outubro de 2013, o temor pela falta de pagamento fez com que a empreiteira desistisse das intervenções, no decorrer da gestão do prefeito Alcides Bernal (PP).
Durante os quatro anos seguintes, a obra ficou paralisada, até que em 2018 os trabalhos foram retomados. O percurso atravessa os bairros Coophamat, Taquarussu, Jacy e Marcos Roberto.
O projeto prevê a construção de paredões de gabião para proteger as margens da erosão e evitar o transbordamento do rio, além de drenagem, ciclovia, urbanização e recapeamento das pistas.
De acordo com o titular da Sisep, 60% da obra já foi executada. Quando questionado sobre a conclusão total das intervenções, Fiorese não soube dizer o prazo necessário para a finalização da obra, em razão dos atrasos nos repasses.
Revitalização
Em outro trecho, na rotatória com a Avenida Rachid Neder, foi feita a solicitação para que empresas de engenharia e arquitetura apresentem projetos voltados para arquitetura, urbanismo e paisagismo da região.




