Cidades

ENTREVISTA

‘Posso dizer que é preocupante a doença mental no serviço público’, declara médica

‘Posso dizer que é preocupante a doença mental no serviço público’, declara médica

CRISTINA MEDEIROS

13/07/2014 - 19h00
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Especializada em Medicina do Trabalho, a médica Eliane Araújo e Silva Félix é uma das implantadoras do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Federal no Estado (Siass). Nestes três anos de atendimento, ela conta que houve vários avanços nos cuidados com a saúde dos servidores, mas que o crescimento do afastamento por transtornos mentais e comportamentais preocupa. Só neste ano, 30% dos servidores afastados foram por doença mental.

CORREIO PERGUNTA
A senhora é médica do trabalho no SIASS/INSS/MS. Poderia esclarecer o que é este serviço?
Eliane Félix - Trata-se do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor Federal e ele foi criado porque nos órgãos não havia uma linha de pensamento idêntico. Tinha a lei, mas ela sempre tem brechas. Então, o Ministério do Planejamento começou a discutir melhor esta questão de afastamentos, de doenças, doença mental no trabalho público federal. Houve vários fóruns e foram construídas algumas legislações que anteriormente não existiam. Fomos construindo o Siass e implantando no Brasil. Aqui, nesta unidade, nós atendemos 16 órgãos públicos federais. Temos três unidades: uma na UFMS, uma no Ministério da Saúde e esta unidade no INSS, que é onde eu atendo e é a maior. Atendemos Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento de Justiça (Penitenciária Federal), INSS, Ministério do Trabalho e Emprego, Receita Federal, Ministério da Fazenda. E também outros órgãos menores, como Incra, Funasa. O Siass reuniu médicos de vários órgãos num lugar para atender melhor esta população. Com o Siass tudo ficou melhor definido e melhor estruturado. E os órgãos que não tinham médicos passaram a participar de alguma forma. Nesta unidade do INSS, nós temos médicos da Polícia Federal, da Funasa, do INSS, do Ministério da Fazenda. Temos uma psicóloga (que também atende o Depen (Departamento Penitenciário Nacional) e uma assistente social.

É possível afirmar que cresce o número de servidores, nas esferas municipal, estadual e federal afastados por problemas ocasionados por transtornos mentais e comportamentais? Depressão e distúrbios ansiosos?

No que se refere aos federais, eu fiz um registro estatístico de quais eram os órgãos mais incidentes entre os que nós atendemos. O que é mais reincidente no total de dias de afastamento - porque há doenças que o servidor fica menos ou mais rempo afastado. Então, o episódio depressivo moderado é a segunda causa, ou seja, CID (Classificação Internacional de Doenças) de doença mental. O primeiro é a pessoa em boa saúde acompanhando pessoa doente e que envolve várias doenças. Se alguém da família está doente o servidor público tem direito a 30 dias, renováveis por mais 30 dias no ano para acompanhá-la. E isso é nesta unidade, porque não tenho estatística das outras. Tirando esta de auxílio à família e convalescência pós-cirurgia, as demais são todas doenças mentais. A depressão, o transtorno misto ansioso-depressivo são as doenças que mais incidem. Mas também temos o transtorno bipolar. E o principal não é nem o número de servidores acometidos só, é que estes afastamentos levam muito tempo para se recuperar, trata-se de um afastamento longo. Nos meus registros estatísticos deste ano, 30% dos servidores que ficaram afastados foram por doença mental. Depois, vêm as doenças osteomusculares, que também levam tempo para se recuperar.

Pode-se dizer, então, que os afastamentos só crescem?

Posso dizer que é preocupante a doença mental no serviço público. O governo federal ficou tão preocupado, que fez fórum, fez cartilha sobre a doença mental. Nós temos diretrizes nesta área.

E a senhora poderia dizer, no conjunto, qual é o servidor que mais tem ocorrências nesta área?

Principalmente quem atende público e os policiais. Por quê? Os policiais vivem situações de estresse muito grande; e o que atende público, principalmente na previdência. Por exemplo, se há um benefício negado, às vezes por questão de legislação ou por alguma outra coisa, quem está ali na frente ou é um atendente, um técnico do seguro social ou é um médico. Então, a raiva das pessoas vai para quem? Para quem está na frente deles. É tão grande esta preocupação, que o pessoal que atende o público em agências tem carga horária reduzida agora. Por uma orientação interna eles fazem horário menor de trabalho porque o estresse é muito grande.

Poderíamos dizer que o professor também é um contingente que sofre muito com transtornos mentais?

A maior alegação é por conta da violência e conflito com alunos.
A maior preocupação com o professor, falando como médica do trabalho, é principalmente distúrbios de voz. Mas também existem os distúrbios psiquiátricos. Mas uma das doenças mais incidentes é o distúrbio de voz, até porque hoje em dia ele tem que falar muito mais alto para se impor.

O suicídio no trabalho é um quadro de registro frequente ultimamente. Por quê?

Existe um francês chamado Christophe Dejours que estudou o suicídio no trabalho e ele fala que algumas situações de suicídio no trabalho são levadas pela exigência que existe dentro de uma empresa. Agora, o suicídio está muito ligado à depressão e ela é uma doença que também tem histórico familiar. Então, os fatores biopsicossociais, como nós falamos, contribuem de certa forma. Mas a doença também existe, então há casos em que a pessoa tem depressão, é doente, mas fatores externos, seja do trabalho, seja familiar, podem contribuir para o agravamento desta doença.

MS tem uma pesquisa revelando quais os órgãos com o maior número de afastamentos?

Vou falar da unidade onde eu trabalho. O Policial Rodoviário Federal tem número grande de afastamentos. As queixas passam por problemas ortopédicos e também de doença mental. O primeiro porque eles correm na estrada e podem virar o pé, a perna, trabalham muito tempo em pé. Por exemplo, uma lesão de joelho neles eu não posso retorná-los rapidamente ao trabalho porque ficarão em pé, eles precisam das pernas para correr, precisam fazer agachamento. Num atendimento de um acidente na estrada, por exemplo, eles terão que utilizar a força dos braços, terão que apoiar nas pernas para levantar. Então, quando eu analiso a incapacidade, eu tenho que pensar em tudo o que ele faz. Agora, eu também posso colocá-lo numa atividade diferente. Neste exemplo do PRF, quando ele está afastado há muito tempo, pode ir para uma função administrativa. É claro que isso exige uma conversa com o servidor, com o gestor, porque tem que ser aceito de ambos os lados. Mas, geralmente, dá muito certo. Em 2014, por exemplo, há um grande número de afastamento de Agente Penitenciário Federal e este me preocupa muito, porque é uma população mais jovem e não deveria ter tanto afastamento. Mas eles têm afastamento por doença mental, mesmo que de pouca duração. E trata-se de uma preocupação nacional com esta categoria. Dentro dos presídios eles não têm tanto contato com os presos, mas muita pressão psicológica. E hoje estamos conversando sobre um programa voltado para a saúde deste Agente Penitenciário Federal.

E a senhora tem estes números de afastamentos neste ano?

Em 2014, o total de servidores que já foram atendidos: 64. E são 1946 dias de afastamento para este contingente, o que é muito. Como o Siass é relativamene novo, tem três anos, as intervenções de promoção não são tão grandes. Mas é principalmente acompanhamento. Então, quando o servidor chega aqui, nós vamos conversar mais calmamente, tentar direcionar quando é necessário reabilitar; se é um servidor que tem problema mental encaminhamos para uma psicóloga, assistente social também. Porque muitas vezes, o que causa impacto na vida dele é uma situação que não é médica, é só administrativa, uma situação familiar. E a assistente social pode intervir também. Trabalhamos com uma equipe multiprofissional na tentativa de diminuir estas incidências. Nas outras unidades onde há assistente social e psicólogo por mais tempo, foi feito um trabalho onde o servidor com problema passa primeiro pela assistente social. Em nosso caso não, passa primeiro pelo médico e encaminhamos para este profissional. Então, muitos dos afastamentos solicitados não eram feitos por problemas médicos e sim sociais. Ela intervém antes do médico. Porto Alegre foi um dos pioneiros no Siass a fazer isso e deu muito certo.

A legislação brasileira não considera a depressão especificamente como doença profissional ou do trabalho. Pelo decreto 3048, de maio de 1999, que lista os transtornos mentais e comportamentais, só classifica doença ocupacional quando os episódios depressivos estiverem associados com exposição a produtos químicos. O governo, então subestima a doença?

Não. Porque o que acontece na depressão? É falta de hormônio na sinapse. Ela é doença ocupacional quando a pessoa entrou numa situação em que há diminuição deste hormônio. E a depressão pode ser de caráter familiar, genético, mas ela também tem influência do ambiente. Mas é mais comum ter síndrome de estresse relacionada ao trabalho. Esta legislação foi feita por um grande médico do trabalho e ele incluiu muitas doenças dentro desta listagem. Porque nós definimos a doença ocupacional como aquela que teve um fator preponderante só do trabalho. E nós temos uma classificação que é das doenças preponderantes do trabalho. E nós temos uma outra doença, que já tem um estímulo para existir mas que o trabalho colaborou para ter também, como uma pessoa que tem tendência a ter varizes familiar, ela trabalha em pé e o quadro da doença se agravou. E tem outra em que ela já tinha a doença, que piorou em consequência do trabalho. Por conta desta subestimativa, que achavam que existia, dependia de ter CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho) para o seguro social considerar. O próprio trabalhador poderia emitir a CAT, mas geralmente era emitido pela empresa, aí tinha uma subnotificação porque a empresa às vezes não emitia; mas a assistente poderia emitir a CAT ou uma promotora de Justiça e até pelo perito que examinou aquele caso . Mas o perito só vai fazer quando houver uma relação muito forte e esta relação muito forte é a do decreto 3048. Mas hoje, quando um perito vai fazer uma perícia de uma doença, que tem alta incidência, se ele tem convicção que a doença é proveniente do trabalho, ele responde a um questionário positivamente e o benefício é concedido como auxílio doença do trabalho.

Quando um servidor está em tratamento, mas continua trabalhando, ele é monitorado em sua doença?

De certa forma, sim, mas nós não temos um controle geral. Porque eu dependo da chefia me dizer como esta pessoa está indo. Eu já recebi gestor, aqui, preocupado com um determinado servidor, ele disse que precisava de uma outra avaliação dele. E aí nós fazemos a avaliação. Mas como nós não ficamos 24 horas em contato com este servidor em tratamento, a família também é importante nesta comunicação. Agora, a nossa preocupação com o servidor que utiliza arma é, em caso de doença mental, afastá-lo da arma. E quando esta pessoa retorna, depende de cada caso. A depressão e as demais doenças têm classificação. Numa determinada fase ela não tem condições de trabalhar, em outra fase, o trabalho a ajuda a manter uma rotina de vida.

Podemos afirmar que afastamentos por doenças psicossomáticas já suplantaram e muito o número de pessoas com problemas físicos?

Hoje o número é alto e isso é estatística mundial, não é só nosso. Das 10 doenças mais incidentes no mundo, quatro são psiquiátricas.
 

Cidades

Com a proibição de murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noite

Amantes de damas da noite, tem outras opções de cultivo sem afetar a produção de citros no Estado; confira

27/12/2024 17h02

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noite

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noite Divulgação

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É bem comum ouvir falar da planta chamada Dama da Noite, no entanto, ao pedir para as pessoas descreverem ou até mesmo pesquisando na internet, você vai se deparar com diferentes espécies que também são chamadas por esse nome popular.

O nome "Dama da Noite" é associado a diversas plantas que compartilham uma característica em comum: a abertura das flores durante a noite. Esse comportamento, bastante singular, pode ser encontrado em uma ampla variedade de espécies, incluindo a famosa “murta”, proibida no Mato Grosso do Sul desde agosto deste ano. 

Para ajudar, a equipe do Correio do Estado separou outras espécies de murta para não haver erros na hora do plantio. Confira

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noiteEpiphyllum oxypetalum - Cacto Orquídea

 

Epiphyllum oxypetalum

A espécie mais conhecida no Brasil, trata-se de um cacto com flores brancas “gigantes”. É conhecida também como cacto-orquídea, sendo uma planta trepadeira, que forma cascatas de ramos uma sobre a outra.

Seus ramos são achatados, afilados nas pontas, e dão flores que se abrem ao final da noite, por volta de 23 horas. Vale lembrar que essas flores normalmente se fecham muito rápido, ou seja, para conseguir vê-las, é necessário prestar atenção assim que os botões começarem a abrir.

 

Cestrum nocturnum

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noiteCestrum nocturnum

A segunda dama-da-noite surpreende a uma boa parte da população, ela é da família do tomate e da batata inglesa, chamada cientificamente de Solanaceae, da espécie Cestrum nocturnum. 

Essa planta produz uma infinidade de flores em cachos na temporada de primavera-verão, é um tipo de arbusto semi-lenhoso, com um caule ereto e ramificado. Por conta do seu nome, pode ser confundida com o cacto dama-da-noite, Epiphyllum oxypetalum, que dá apenas uma flor.

Geralmente é usada isolada, mas fica bem em pequenos grupos. São ótimas aliadas nas decorações de áreas externas, como sacadas, terraços, varandas e jardins por exalar um cheiro forte e adocicado

Ainda existem lendas que na época de florescimento, suas pétalas brancas podem realizar desejos. 

 

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noiteMurraya paniculata - Murta de cheiro

Murraya paniculata - proibida em MS

A mais famosa e temida dama da noite, é a Murta de Cheiro (Murraya paniculata), da família Rutaceae, a mesma do limão, laranja e mexerica (bergamota ou tangerina). Essa planta produz flores muito parecidas com as das outras espécies, abrindo também a noite e com um cheiro único e adocicado. 

Comumente usada como “cercas vivas” a planta natural da região asiática compõe atualmente o top 3 de espécies com essa finalidade de cobrir muros e trazer privacidade.

No entanto, em Mato Grosso do Sul, esse tipo de dama da noite está proibido desde julho, isso porque a murta é hospedeira da bactéria causadora da doença dos citros, "denominada  huanglongbing (HLB), que é uma das doenças mais graves e destrutivas da citricultura mundial, tendo em vista que ataca todos os tipos de citros e que, até o momento, não existe tratamento curativo para as plantas doentes".

Mato Grosso do Sul foi incluído pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) como estado com ocorrência desta doença. O governo também considera que sido ampliada a citricultura no Estado, no contexto de diversificação da produção agrícola, e que a restrição da plantação de murta visa fortalecer a fruticultura e promover ambiente favorável a novos investimentos privados para a geração de emprego e renda neste setor.

Enquanto a medida de extermínio não é regulamentada, a planta está sendo substituída aos poucos pela população. 

Outras opções

Caso a pessoa opte por não ter a dama da noite em casa, é possível substituí-la por outras plantas que possuem também um cheiro marcante como: 

Aroeira-pimenta

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noiteAroeira pimenta

A Aroeira Pimenteira é uma planta pioneira, frequentemente encontrada em margens de rios, córregos e várzeas, mas também capaz de prosperar em terrenos secos e pobres. Seus frutos são pequenas drupas globosas de cor vermelho-brilhante, muito apreciadas pela avifauna e amplamente utilizadas como condimento na culinária.

Espécies nativas como a Aroeira Pimenteira são altamente recomendadas para projetos de reflorestamento, preservação ambiental, arborização urbana, paisagismo e até plantios domésticos. O reflorestamento, por exemplo, consiste na recuperação de áreas degradadas, seja por ação humana, por fenômenos naturais ou pela passagem do tempo.

No caso de arborização urbana ou paisagismo, é fundamental considerar o espaço disponível para o plantio, evitando problemas como interferência na fiação elétrica ou danos às calçadas.

Com a proibição da murta em MS, conheça outros tipos de dama-da-noiteBálsamo

Balsámo

O bálsamo (Sedum dendroideum), originário das Antilhas, é uma planta suculenta de até 60 cm de altura, com folhas brilhantes que enriquecem qualquer jardim. Além de suas características ornamentais, a planta possui propriedades medicinais, sendo utilizada como anti-inflamatório e cicatrizante. No entanto, especialistas alertam: antes de usar medicinalmente, consulte um profissional de saúde.  

  • Local de plantio: Prefere sol pleno, mas também se adapta à meia-sombra. Pode ser cultivado em vasos ou jardineiras com furos para evitar encharcamento.  
  • Substrato: Use um substrato poroso, de baixa densidade, para garantir a drenagem da água.  
  • Regas: Devem ser espaçadas para evitar o excesso de umidade, que pode causar apodrecimento das raízes e infestações fúngicas.  
  • Adubação: Reforce a nutrição com adubação orgânica de 3 a 4 vezes ao ano, complementada por adubos minerais de liberação lenta, seguindo as orientações do fabricante.  

Com esses cuidados simples, o bálsamo pode prosperar e oferecer beleza e funcionalidade ao seu jardim.

Como já noticiado pelo Correio do Estado, a murta pode ser substituída por diversas plantas, sejam elas com um cheiro marcante ou com quase a mesma aparência. 

Murta proibida

Essa novela da novela da proibição em Mato Grosso do Sul começou há cerca de quatro meses, após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) listar MS como com registro de ocorrência da chamada doença dos citros. 

Após isso, deputados estaduais aprovaram um projeto de lei que proibia o plantio; comércio; transporte e produção de murta em MS, seguindo onda proibitiva que atingiu várias cidades Estado brasileiros, devido ao potencial destrutivo da hospedeira da doença. 

Com a sanção pelas mãos do governador Eduardo Riedel saindo no fim de agosto, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) ficariam encarregadas de uma série de "próximos passos". 

Seriam funções da Pasta: 

  • Fiscalizar e elaborar um plano de supressão e erradicação da murta em áreas próximas ao cultivo de citrícolas (com substituição por outra);
     
  • Celebrar convênio de cooperação com outros órgãos para conscientizar a população;
     
  • Gestão e operacionalização das medidas necessárias para o cumprimento do plano de supressão e de erradicação de todas as árvores da espécie exótica murta.

Além disso, a Semadesc pode impor condenação, apreensão e destruição da planta, bem como multar de acordo com a quantia em Unidade Fiscal Estadual de Referência de Mato Grosso do Sul (UFERMS). 

Caso o infrator seja primário, a pena pode ser convertida em medida socioeducativa com participação em um seminário. 

Setor em desenvolvimento

Resultados do MS Day Internacional em Nova Iorque, feito em maio deste ano, Mato Grosso do Sul tem confirmado a posição de "nova cinturão citrícola" do Brasil, diversificando sua base produtiva e trazendo investimentos para o Estado. 

Como divulgado recentemente pelo Governo do Estado, um desses investimentos somam R$1,2 bilhão, confirmado por representantes da empresa Cambuhy Agropecuária (Grupo Moreira Salles) na data de ontem (05). 

O plantio de laranja na área de Ribas do Rio Pardo, perto de Água Clara, tem investimento previsto ao longo de quatro anos em busca da meta de colher 9 milhões de caixas. 

Conforme o diretor-geral da Cambuhy Agropecuária, Alexandre Tachibana, que traz o negócio de São Paulo para Mato Grosso do Sul, a previsão é que o empreendimento movimente 3,6 mil empregos diretos e indiretos.

Não somente esse empreendimento, como o também gigante do setor, Grupo Cutrale, anunciou em abril deste ano o investimento de R$ 500 milhões para o plantio de 5 mil hectares de laranja em Mato Grosso do Sul. 

Considerada líder em exportações no País, a plantação às margens da rodovia BR-060, na fazenda Aracoara, que fica divisa entre Sidrolândia e Campo Grande, a empresa já previa o plantio de 1.730 milhão de pés de laranja. 

No mesmo mês, Paranaíba recebeu a intenção de plantio de 1.500 hectares do Grupo Junqueira Rodas, que já tinha à época mais 2,5 mil ha previstos para o segundo semestre em Naviraí. 

Titular da Semadesc, como bem esclarece Jaime Verruck, a doença bacteriana conhecida como "greening", que afeta a produtividade, fez muitas empresas migrarem de São Paulo para Mato Grosso do Sul. 

“A citricultura vai bem nas áreas mais arenosas, com menor teor de argila e isso é importante. Como a laranja está vindo com sistemas de irrigação, nós temos aí uma perspectiva de investimentos altos, mas com alta produtividade. Além do clima, solo e áreas disponíveis, notamos em especial a migração de produção de laranjas de São Paulo para MS em função da doença”, explicou.

**(Colaborou Laura Brasil e Leo Ribeiro)

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Cidades

Crimes virtuais aumentam em MS e polícia dá dicas para se proteger

Vítimas geralmente sofrem golpes que vão da perda de dinheiro a comprometimento de dados pessoais

27/12/2024 16h31

Golpes online têm aumentado ano a ano

Golpes online têm aumentado ano a ano Divulgação

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Com o avanço tecnológico, os crimes virtuais têm se tornado cada vez mais frequentes e feito mais vítimas, inclusive em Mato Grosso do Sul. Os casos estão ficando mais frequentes devido a digitalização dos serviços e das ferramentas on line disponíveis à população.

O crime é chamado de estelionato virtual, que consiste em fraude, enganação ou indução ao erro, vantagem ilícita para próprio benefício ou para terceiros.

Uma oferta de emprego de meio período com a promessa de dinheiro fácil, um desconto numa mercadoria que o comércio jamais aplica. Outras vezes, apelam para o senso de cuidado do internauta, como falsas confirmações de compra que pedem para clicar em um link ou ligar para um falso call-center são exemplos de golpes.

Segundo a Polícia Civil do Estado, a popularização da internet e o avanço das tecnologias ampliaram o número de pessoas expostas a armadilhas digitais e a pandemia de Covid-19, em 2020, também acelerou a digitalização de serviços, aumentando a dependência de ferramentas online e tornando os usuários mais vulneráveis a golpes.

“As consequências do estelionato virtual podem ser devastadoras para as vítimas, incluindo a perda de grandes quantias de dinheiro, danos à reputação e, em muitos casos, o comprometimento de dados pessoais e bancários", afirmou o delegado titular da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro, Rodrigo Camapum.

"Além do impacto financeiro, essas fraudes frequentemente deixam marcas emocionais profundas, como a sensação de violação e a perda de confiança no ambiente digital”, acrescentou o delegado.

Desta forma, a Polícia Civil faz um alerta para que a população fique atenta e tome algumas atitudes para evitar cair nos golpes.

Crimes virtuais mais comuns

Há vários tipos de estelionato virtuais, mas entre os mais comuns estão:

  • Golpes bancários e financeiros: Criminosos usam engenharia social para obter acesso a dados pessoais e contas bancárias ou induzir as vítimas a fazer transferências sob falsas promessas ou ameaças.
  • Golpes por mensagens e aplicativos: Envolve criminosos se passando por pessoas conhecidas para solicitar dinheiro via aplicativos de mensagens.
  • Golpes de relacionamento e extorsão: Criminosos criam perfis falsos para conquistar a confiança das vítimas e extorquir dinheiro ou ameaçá-las com a divulgação de conteúdos íntimos.
  • Fraudes em compras online: Os golpistas se passam por compradores ou vendedores em plataformas de e-commerce para desviar pagamentos ou não entregar os produtos adquiridos.

Fique atento!

Para evitar cair em golpes digitais, adote as seguintes medidas de segurança:

  • Nunca compartilhe senhas ou códigos de verificação.
  • Ative a autenticação de dois fatores em suas contas.
  • Evite clicar em links desconhecidos ou suspeitos.
  • Não compartilhe conteúdos íntimos, mesmo com pessoas de confiança.
  • Desconfie de relacionamentos virtuais que evoluem rapidamente.
  • Realize compras apenas em sites reconhecidos e evite negociações fora de plataformas oficiais.
  • Questione preços muito baixos ou propostas com promessas de ganhos fáceis.

Caso seja vítima de algum golpe do tipo financeiro, a orientação é notificar imediatamente o banco para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas, como bloqueio do aplicativo e senha de acesso.

A vítima também deve fazer um boletim de ocorrência na delegacia de Polícia Civil.

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