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SAÚDE

PPP prevê ampliação do Regional, mas sem reduzir leitos durante obras

Empresa que ficará responsável pela administração do hospital não interferirá na gestão do corpo clínico

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O projeto de parceria público-privada (PPP) do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) prevê obras de reforma e ampliação da unidade médica, porém, o contrato determinará que essas intervenções deverão ser executadas sem alterar o andamento dos atendimentos nos 362 leitos existentes na unidade hospitalar.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), na PPP, todos os investimentos previstos em obras serão realizados pela futura concessionária. É estimado no projeto de concessão do hospital o valor máximo de R$ 5,6 bilhões de investimentos em 30 anos de contrato para a empresa vencedora do leilão.

A concessionária ficará responsável pelo gerenciamento das obras previstas no projeto, devendo seguir as diretrizes contratuais durante todo o período de construção.

“Ao longo dos 30 anos de contrato, além da remuneração pela operação dos serviços não assistenciais, uma parte do pagamento público será referente aos investimentos em obras”, declarou a SES em nota.

A futura concessionária ficará responsável pelos serviços não assistenciais, os chamados batas cinza. O Estado, por meio da Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul (Funsau), permanecerá com a gestão dos serviços assistenciais, ou seja, de todo o corpo clínico do hospital.

A adoção da PPP, segundo o governo de MS, é a melhor alternativa no cenário atual do sistema de saúde, pois gerará uma economia de 21% em comparação ao modelo tradicional de contratação, permitindo reunir em um único contrato a construção, a reforma e a manutenção durante todo o período contratual – medida mais efetiva e com o melhor custo-benefício.

Além disso, conforme a administração estadual, é possível avaliar o tempo de execução das obras e das melhorias a serem realizadas. A iniciativa privada, na teoria, consegue executar em um menor tempo e com um menor prazo de entrega.

REUNIÃO

O governo do Estado apresentou ontem aos deputados estaduais os detalhes do projeto de PPP do HRMS, que se encontra na fase de análises das contribuições que precedem o lançamento do edital.

Na reunião com os parlamentares, de acordo com a SES, foi apresentada a regionalização da atenção hospitalar no Estado, que prevê a expansão da infraestrutura com um impacto direto nos indicadores de saúde.

Sobre o encontro, a secretária de Parcerias Estratégicas, Eliane Detoni, também destacou a informação passada aos deputados estaduais de que o atendimento gratuito aos pacientes será mantido no HRMS.

“O que a gente pretende sempre é melhorar a prestação de serviço público para o cidadão e, nesse caso, para que a gente consiga manter um atendimento 100% via SUS [Sistema Único de Saúde], gratuito e universal. Então, é bom deixarmos claro que o Hospital Regional se manterá gratuito”, afirmou.

Durante a 36ª Reunião do Conselho Gestor de Parcerias, também foi apresentado o panorama geral e a situação atual do HRMS.

A explanação feita pela equipe do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) demonstrou aos deputados estaduais a depreciação da infraestrutura hospitalar, a qual tem 30 anos de funcionamento, o que justifica a necessidade de reforma, ampliação e modernização.

REFORMAS

A PPP de prestação de serviços não assistenciais prevê obras e investimentos para a construção de novas edificações e a reforma da edificação existente do Hospital Regional, com a aquisição e a instalação de equipamentos médico-hospitalares e mobiliário clínico, a serem realizadas em etapas após a assinatura do contrato com a empresa vencedora do leilão.

O cronograma do projeto informa que em até dois anos serão construídos dois novos blocos, os quais incluem a oferta de um centro de imagem e diagnóstico, unidades de terapia intensiva e coronariana (com 70 leitos), hemodinâmica, centro cirúrgico, central de material esterilizado e internações com 180 leitos.

Em até quatro anos, será concluída a reforma do prédio atual. O complexo hospitalar contará com emergência adulta e pediátrica, hemodiálise, centro cirúrgico obstétrico, centro de parto normal, lactário, UTI neonatal, unidade de cuidado intermediário neonatal canguru, internação obstétrica e ginecológica, UTI e internação pediátrica, internação oncológica e psiquiatria – além de auditório, área de acesso e conforto aos funcionários, área de convivência e área da família.

Quando concluído, o HRMS oferecerá 250% de aumento no atendimento de seu pronto-socorro, que passará dos atuais 22 leitos para 77. Ainda, uma alta nos atendimentos de internações, os quais, atualmente, têm média de 1.400 pacientes mensais, passando para 2.760.

Atingindo 71 mil m² de construção, o projeto prevê ainda dois novos blocos que devem ampliar a capacidade de atendimento de 362 para 577 leitos gerais, totalizando 59% de aumento nesse quantitativo. Também haverá a ampliação do estacionamento, que passará a oferecer 753 vagas.

O valor dos investimentos iniciais é de R$ 951 milhões, enquanto os custos operacionais de manutenção são estimados em R$ 158 milhões ao ano. 

Ao todo, serão R$ 5,6 bilhões em investimentos a serem realizados pelos próximos 30 anos.

SAIBA

Atualmente, o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul tem uma área de 37 mil m², com estrutura de 10 pavimentos, capacidade de 362 leitos e atendimento de 46 especialidades médicas.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

atraso nas chuvas

Nível do Rio Paraguai começa a subir e traz alento à mineração

Nos últimos 12 dias subiu 24 centímetros na régua de Ladário, mas ainda está longe de alcançar o nível ideal para o transporte de minérios

20/12/2025 18h30

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

Parte dos embarques de minérios é feita próximo da área urbana de Ladário, mas o volume maior ocorre em Porto Esperança

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Depois de chegar a 3,31 metros na régua de Ladário no dia 16 de julho, o nível do Rio Paraguai estava baixando ininterruptamente até o dia 8 de dezembro, quando atingiu a mínima de apenas 24 centímetros. Depois disso, começou a subir, mas tardiamente. No ano passado ele começou a subir quase dois meses mais cedo.

E, apesar de até agora as chuvas terem sido escassas na região norte de Mato Grosso do Sul e no sul de Mato Grosso, o nível do rio está melhorando nos últimos 12 dias e neste sábado amanheceu  em 54 centímetros. O nível ainda está longe do necessário, mas já traz alívio para o setor de transporte de minérios, que está praticamente parado faz dois meses. 

Nos dez primeiros meses do ano foram escoados, segundo dados da Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), 7,6 milhões de toneldas de minérios pela hidrovias, batendo todos os recordes de movimentação. Incluindo grãos e outros produtos, o volume transportado pelo Rio Paraguai chega a 8,2 milhões de toneladas em dez meses de 2025.

Em 2023, que até então era o melhor ano do setor, o volume de minérios havia chegado a 5,6 milhões de toneladas nos dez primeiros meses do ano. Naquele ano, porém, havia muito mais água no rio e o pico da cheia chegou a 4,24 metros. Depois que ultrapassa os quatro metros em Ladário o rio começa a transbordar e a alagar a planície pantaneira.

No ano passado, quando atingiu seu pior nível da história, com 69 centímetros abaixo de zero na régua de Ladário, as chuvas fortes chegaram mais cedo e o Rio Paraguai começou a subir já a partir do dia 17 de outubro. 

Por conta disso, no dia 20 de dezembro já estava em 94 centímetros, o que é 40 centímetros acima do nível em que amanheceu neste sábado (20). Estas chuvas logo no início da temporada, em setembro do ano passado, foram fundamentais para que o transporte de minérios fosse retomado logo no começo de 2025.

O cenário, porém, será diferente no começo de 2026. Sem as dragagens que estão previstas no projeto de concessão da hidrovia, o nível ideal para o transporte é acima de 1,5 metro. Porém, as barcaças ainda descem pela hidrovia, com volume menor, até que o rio tenha em torno de um metro na régua de Ladário. 

E, como até agora os rios subiram pouco na região sul de Mato Grosso, a pespectiva é de que o nível em Ladário só chegue a 1,5 metro depois de janeiro, atrapalhando o transporte de minérios no primeiro mês do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram despachadas 521 mil toneladas de produtos. No final do mês o rio já estava em 1,34 metro. 

O nível se manteve acima de um metro até o dia 20 de outubro deste ano. No dia primeiro daquele mês ainda estava em 1,79 metro, mas recuou rapidamente e no final do mês estava em apenas 66 centímetros. Mesmo assim, segundo a Antaq, ainda foram despachadas 678 mil toneladas de minérios, o que equivale ao volome de cerca de 14 mil carretas bi-trem somente em outubro. 

TRIBUTÁRIOS IMPORTANTES

Embora os rios Miranda e Aquidauana desemboquem no Rio Paraguai abaixo da régua de Ladário, a água destes dois tributários é fundamental para melhorar a navegabilidade. E, esta semana foi a primeira vez que ambos superaram a marca dos quatro metros, segundo dados do Imasul. 

Na sexta-feira (19), em Aquidauana, o rio com o mesmo nome da cidade alcançou 4,56 metros, o que ainda é 1,5 metro abaixo do nível de alerta. Somente quando supera os 7,3 metros é que entre em situação de emergência. Ou seja, já se passaram quase quatro meses do período de chuvas e o Aquidauana não encheu nenhuma vez. 

Situação parecida ocorreu com o Miranda. Após as chuvas do começo da última semana, ele chegou a 4,48 metros na régua instalada próximo à cidade de Miranda. Ele também só entra em situação de emergência depois que ultrapassa os 7 metros, o que não aconteceu nenhuma vez na atual temporada de chuvas. 

O Rio Coxim, por sua vez, chegou a entrar em nível de alerta ao longo da última semana, ultrapassando os quatro metros. Mas, depois de alcançar 4,16 metros começou a baixar. Somente depois que ultrapassa os cinco metros é que se considera que ele encheu. 

O Rio Piquiri, na divisa com Mato Grosso, que entra em situação de emergência somente depois que ultrapassa os 5,8 metros, estava em apenas 2,12 metros nesta sexta-feira, apesar das chuvas que atingiram a região ao longo da semana. 


 

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