Cidades

Sem remédio

Prefeitura de Campo Grande vai responder na Justiça por falta de antibióticos e anti-inflamatórios

Ministério Público ingressou com ação civil pública contra o município depois que uma mulher com deficiência ficou sem medicamentos básicos como amoxilina e predinisona

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A falta de medicamentos para pessoas que vivem com deficiências ou doenças crônicas tem se tornado recorrente nas farmácias da rede pública de Campo Grande. Esse é o caso de uma mulher de 44 anos, que sofre de deficiência mental e necessita de remédios básicos, como: amoxilina e predinisona.

Diante disso, o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio da 67ª Promotoria de Justiça ingressou com ação civil pública contra a Prefeitura de Campo Grande para que viabilize com urgência as medicações Amoxicilina, Clavulanato, Ciclobenzaprina e Prednisona para a mulher que necessita continuamente dos remédios.

Mesmo sendo medicamentos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas primeiras tratativas, a Prefeitura alegou que “[...]a medicação amoxicilina, clavulanato precisavam ser adquiridas pela administração pública e a medicação ciclobenzaprina não é medicamento padronizado pela Rede.”.

A paciente que é pessoa com deficiência sofre de Transtorno obsessivo-compulsivo, Transtorno de personalidade com instabilidade emocional, Transtorno de personalidade histriônica e Epilepsia.

Inicialmente ela tentou por inúmeras vezes conseguir os medicamentos nas farmácias públicas, mas só conseguiu dipirona e ibuprofeno. Além das doenças, a paciente é vulnerável economicamente, não tendo como pagar por ser tratamento que deve ser contínuo e por isso procurou a ouvidoria do Ministério Público. 

No entanto, mesmo com o pedido feito pelo MPMS de fornecimento voluntário da medicação dentro de um prazo oportuno, a Prefeitura se negou a prestar o atendimento à paciente.  

“Diante do exposto, é imperioso que o Município de Campo Grande seja compelido a fornecer, de forma imediata e contínua, a medicação prescrita pelos médicos da rede pública à paciente visando a resguardar os direitos de saúde e ofertar tratamento à sua patologia mental”, diz trecho do processo.

O Ministério Público destaca que a Constituição Federal tem como um dos fundamentos a dignidade da pessoa humana, tendo como direito fundamental à saúde, com base nos artigos 1º, III, 3º IV e artigo 6º e 196 da CF.

“A ordem constitucional brasileira estabelece que o direito à saúde é um direito fundamental e tem aplicabilidade imediata”, reforça a ação civil pública. 

A demora e a falta de oferta dos remédios apresenta perigo de dano ou risco de debilidade a paciente que não pode esperar pela medicação, já que são indispensavéis para garantir sua sanidade mental e uma vida digna. 

Multa

O Ministério Público entrou com tutela antecipada e agravo exigindo que a Prefeitura dê atendimento prioritário e o fornecimento imediato dos medicamentos para o tratamento de saúde da mulher com deficiência, sob pena de multa diária de R$1 mil reais.

Além disso, caso o município não cumpra com suas obrigações, a Justiça poderá fazer o bloqueio e sequestros de verbas públicas.

O que diz a prefeitura

A equipe de reportagem questionou a Prefeitura de Campo Grande por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno. 

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Ribas do Rio Pardo

Motorista ignora parada e capota carro roubado no interior de MS

Homem confessou aos policiais que veículo era produto de furto e que receberia R$ 1,5 mil para levar carro até Minas Gerais

24/12/2025 15h45

Foto: Divulgação / PRF

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Um motorista foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na tarde desta terça-feira (23), após desobedecer a uma ordem de parada, fugir em alta velocidade e capotar um carro roubado na BR-262, em Ribas do Rio Pardo, no interior do Estado. Apesar da gravidade do acidente, o condutor saiu ileso.

De acordo com a PRF, a equipe realizava fiscalização de rotina no km 150 da rodovia quando deu ordem de parada a um Nissan/Versa. A sinalização foi feita por meios físicos, sonoros e luminosos, mas o motorista ignorou a determinação e iniciou a fuga.

Durante a perseguição, o condutor passou a dirigir de forma extremamente perigosa, com manobras em alta velocidade, ultrapassagens pela contramão e também pelo acostamento, colocando em risco outros usuários da via. Já no km 165, ao tentar ultrapassar um veículo pelo acostamento, ele colidiu lateralmente com o retrovisor de outro automóvel.

Após a colisão, o motorista perdeu o controle da direção, saiu da pista e capotou o veículo. Com o carro imobilizado, os policiais se aproximaram e deram voz de prisão ao condutor, identificado como Régis Yuri do Nascimento. Ele não sofreu ferimentos e foi algemado por precaução, diante do receio de nova tentativa de fuga.

Ainda no local, o homem confessou aos policiais que sabia que o veículo era produto de furto e que receberia R$ 1.500 para transportá-lo de Uberlândia (MG) até Campo Grande. Os agentes também constataram que o Nissan/Versa, modelo 16SL CVT, de cor cinza, estava com as placas adulteradas.

Durante a ocorrência, a PRF apreendeu o automóvel e um telefone celular da marca Samsung. A princípio, foram constatados os crimes de adulteração de sinal identificador de veículo automotor e desobediência. O caso foi encaminhado à Polícia Civil de Ribas do Rio Pardo.

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CRISE

Santa Casa "esquece" de médicos em acordo e incerteza sobre o 13º continua

Hospital anunciou fim da paralisação dos enfermeiros, farmacêuticos e parte administrativa na manhã desta quarta-feira (24), mas 'acordão' não contempla os médicos celetistas

24/12/2025 14h30

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário

Santa Casa e médicos celetistas ainda não entraram em acordo sobre o 13º salário Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A Santa Casa de Campo Grande e os médicos celetistas da entidade ainda não entraram em acordo sobre o pagamento do 13º salário e a previsão é incerta.

Nesta quarta-feira (24), o hospital anunciou que entrou em acordo com o Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de Mato Grosso do Sul (Siems), Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de MS (Sintesaúde), Sindicato dos Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de MS (Sinterms) e Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de MS (Sinfarms).

Na proposta feita pela Santa Casa e aceita pelas classes acima consta o pagamento de 50% do benefício na manhã desta véspera de Natal e o restante no dia 10 de janeiro, que será feita com dinheiro da 13ª parcela que o Governo do Estado transfere aos hospitais filantrópicos de MS e não está prevista em contrato. Com isso, a paralisação parcial chegou ao fim.

Porém, dentro deste ‘acordão’ feito entre o hospital e os sindicatos não estão contemplados os médicos celetistas. Segundo o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sinmed-MS), não houve sequer uma proposta da instituição para a classe, que, até o momento, não ameaça entrar em greve para que os serviços essenciais à população não parem.

Para garantir o pagamento do 13º, o sindicato entrou com pedido de liminar na Justiça na última terça-feira (23), pedindo para que o benefício fosse quitado integralmente dentro de 48 horas. Além disso, o Sinmed-MS pede indenização por danos morais no valor de R$ 500 mil, que seria revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

ACUSAÇÃO

Nesta terça-feira, o Sinmed enviou uma nota à imprensa acusando a Santa Casa de lockout, ou seja, que o hospital estaria pressionando uma greve da classe para gerar pressão no poder público.

Ainda no comunicado, o Sinmed-MS disse que os ofícios do hospital chegaram após o sindicato convocar uma assembleia com a categoria, na noite de segunda-feira, para debater sobre uma proposta feita pela instituição de como seria feito o pagamento do 13º salário. 

Na oferta, constava o parcelamento do benefício com início em janeiro de 2026, sem a inclusão de juros ou correções pelos atrasos.

Firmes na posição de não parar com as atividades, os médicos celetistas decidiram por não acatar a sugestão da Santa Casa. Além de entrar com pedido de liminar determinando o pagamento imediato do benefício, o sindicato também pede responsabilização de gestores e audiência de conciliação entre as partes para que o problema seja resolvido logo.

“Nunca vimos esse tipo de atitude na história da Santa Casa. O problema da falta de pagamentos e do 13º salário é de responsabilidade exclusiva deles como empregadores. Eles nos chamaram apenas um dia antes do vencimento do prazo para dizer que não pagariam, demonstrando total falta de gestão e de respeito com os médicos celetistas”, esclarece o presidente do Sinmed-MS, Marcelo Santana.

GREVE

Com duração de cerca de dois dias, a greve dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa impactou a população campo-grandense logo na semana de festividades natalinas, já que 30% dos funcionários das áreas citadas ficaram sem trabalhar, afetando atendimento e alguns serviços considerados essenciais.

Os serviços afetados pela paralisação dos funcionários foram: consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto-socorro e unidade de terapia intensiva (UTI), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros e corredores), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha.

Esta foi a segunda greve no setor de serviços essenciais em Campo Grande nos últimos sete dias. Na semana passada, todos os motoristas de ônibus ficaram quatro dias parados também por causa de atraso em pagamentos salariais, situação que foi resolvida somente no final da tarde de quinta-feira (18), após audiência de conciliação selar acordo entre as partes.

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