A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, negou na manhã desta segunda-feira que tenha recusado ajuda federal para a construção de casas a serem destinadas a famílias que perderam suas moradias em um incêndio na comunidade do Mandela, no dia 16 de novembro.
Na semana passada, o Governo do Estado chegou a enviar um projeto à Assembleia Legislativa prevendo a destinação de R$ 9 milhões, provenientes de um projeto da senadora Soraya Thronicke (Podemos), para ajudar a bancar a construção de 187 casas para as famílias do Mandela.
Com esse aporte de R$ 9 milhões, estas famílias ficariam livres do pagamento da prestação mensal de R$ 185,00 e receberiam os imóveis de forma totalmente gratuita.
Ao ser indagada sobre a suposta recusa, a prefeita afirmou que “não foi uma recusa. No meu gabinete não chegou nenhum documento referente a esse valor. E quando chegou na habitação a gente já tinha concluído esse processo e a gente já havia delimitado as áreas e cadastrado as famílias. Mas eu vou dizer pra vocês, não estamos recusando recursos. Eu conversei agora com a senadora e vamos tentar investir esse recurso em outras áreas, explicou.
Então, ao afirmar que tentará usar esses recursos em outros projetos, ela deixou claro que as famílias do Mandela serão obrigadas a pagar as prestações mensais de R$ 185,00 ao longo de 30 anos.
Conforme publicação do Diogrande da última sexta-feira, 44 famílias serão alocadas em uma área do bairro José Tavares, outras 32 irão para o Talismã e o restante, 74, irá para o Bairro Iguatemi. A publicação trouxe 150 nomes, mas não deixou claro se esse é o total de famílias contempladas ou se uma outra área ainda será definida.
Os três loteamentos ficam na região norte da Capital, nas imediações ao local em que estavam os barracos destruídos pelo fogo. A previsão é de que sejam investidos, com recursos da prefeitura da Capital, em torno de R$ 15 milhões.
Em ofício do dia 12 de dezembro, assinado pela diretora da Emha, Maria Helena Bughi e endereçado à diretora da Agehab, Maria do Carmo Avezani, o órgão municipal informou que "a excelentíssima senhora prefeita municipal informou que fará o repasse de valores de recursos municipais necessários para a construção das unidades para atender a comunidade Mandela em sua totalidade. Diante disso, manifestamos nossa gratidão à oferta realizada por esta Agehab, porém no presente momento, não haverá necessidade de continuidade dos trâmites da parceria".
A agência estadual havia oferecido o repasse obtido pela senadora Soraya e a Assembleia Legislativa aprovou a cedência dos recuros, que agora devem ter um novo destino, já que “Campo Grande tem um problema de habitação de mais de dez anos, então esse recurso pode ser utilizado para outra finalidade, em outra área de Campo Grande”, afirmou a prefeita.
VISITA MINISTERIAL
As declarações da prefeita foram feitas na Secretaria de Assistência Social, onde ela recebeu uma comitiva de ministros que foram conhecer a estrutura municipal para inscrição de famílias nos programas de assistência social.
Participaram a visita a Ministra do Planejamento, Simone Tebet, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e o Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. O governador Eduardo Riedel e a senadora Soraya Tronicke também acompanharam a comitiva.
Além de conhecerem a estrutura física da SAS, que segunda a prefeita Adriene Lopes e referência para o país, os ministros vieram a Campo Grande para assinatura de um protocolo de intenções prevendo mecanismos de cooperação para promover a redução da pobreza, por meio da inclusão de pessoas inscritas no Cadastro Único em novos programas sociais do Governo Federal. A meta principal é incluir essas pessoas no mercado de trabalho.


