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ARTE

Presidente do bairro rabisca grafite que custou R$ 2 mil e 7 horas de trabalho a artista

Ele alegou que a artista não tem autorização da prefeitura para grafitar o local; PMCG autoriza manifestações artísticas em espaços de convivência, praças ou outras áreas de encontro, passagem e lazer

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Grafite, situado em um mural de 25 metros na Orla Morena, foi rabiscado pelo presidente da associação de moradores do bairro Cabreúva, Eduardo Cabral, na tarde de terça-feira (30). O caso ganhou repercussão apenas nesta quarta-feira (31).

Artista visual, Thais Maia, que é autora da obra, gastou R$ 2 mil de seu próprio bolso e levou sete horas para grafitar o mural.

Em poucos minutos, Cabral jogou tinta branca por cima e manchou o trabalho que Thais levou horas para fazer. Vídeo divulgado nas redes sociais flagrou a ação do presidente do bairro.

Ele alegou que a artista não tem autorização da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) para grafitar o local e que, no calor do momento, acabou borrando a obra da menina pois “estava de cabeça quente”.

O mural está localizado na Orla Morena, bairro Cabreúva e foi grafitado em homenagem aos animais, representados por gatos cor-de-rosa.

“Eu sou muito apaixonado por animais, eu sempre levanto causa animal, principalmente no meu trabalho. Os gatos são os animais mais negligenciados na rua, são abandonados, são torturados, as pessoas matam, as pessoas jogam em terreno baldio, as pessoas acham que gato é lixo, então muito do meu trabalho que você vai ver pela cidade é gato, gato, gato, gato. Eu sempre tô levando essa pauta dos gatos porque os gatos são os animais que mais são torturados. Eles fazem parte da minha arte 100% do tempo”, explicou Thais.

Veja a galeria de fotos:

Em 13 anos de profissão, é a primeira vez que Thais viu sua arte ameaçada. “É a primeira vez que eu passo por isso, nem imaginei que eu ia passar por isso ainda. A galera normalmente fica super empolgada, tanto que quando a gente estava pintando eu peguei o contato de um monte de morador, porque todo mundo pediu para fazer na casa deles”, contou.

Confusão e gritaria entre grafiteiros e presidente do bairro/comerciantes tomou conta da região da feirinha da Orla Morena, no fim da tarde de terça-feira (30). De acordo com a artista visual, três homens atacaram verbalmente e rabiscaram o trabalho realizado pelas meninas.

“Os caras chegaram e deram carteirada na gente. Ele chegou, começou a gritar com a gente, já falando que ia tacar tinta, que isso não podia. Ele nem deu chance da gente argumentar. Os caras chegaram super autoritários, não quiseram ouvir. A gente tentou conversar com ele, não teve chance. Foi a gente afastar um pouco do mural que eles pegaram e tacaram tintas”, detalhou a artista visual.

Segundo o fotógrafo, empresário e presidente da associação de moradores do bairro Cabreúva, Eduardo Cabral, espaços públicos precisam de autorização para serem grafitados.

“Eu fui chamado para vir aqui terça-feira a tarde porque me falaram que estavam pichando toda a Orla. Cheguei aqui, me apresentei e disse ‘Vocês têm autorização para por?’ e me falaram ‘Não, eu sou artista, eu faço grafite em qualquer espaço público que sou autorizado. Eu sou amiga da prefeita’. [Ela] me peitou. Todo bem público tem que ter autorização para fazer um grafite, desenho, qualquer coisa que seja”, disse.

Ele ainda apresentou um projeto de mosaico, autorizado e aprovado pela Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur), para pintar no palco da Orla Morena. Veja:

Projeto de mosaico no palco da Orla Morena. Foto: Marcelo Victor

GRAFITE x PICHAÇÃO

A pichação contém escritas ou dizeres. O grafite se refere a desenhos ou imagens.

A principal diferença é que a pichação advém da escrita, enquanto o grafite está diretamente relacionado à imagem. Ambas são pinturas feitas com tintas spray ou de látex.

De acordo com a Lei nº 5230, publicada em 6 de novembro de 2013, o grafite é permitido em espaços de convivência, praças ou outras áreas de encontro, passagem e lazer. Veja o trecho redigido no Diário Oficial:

“São consideradas expressões urbanas livres no contexto desta lei o grafite, o estêncil, o painelismo e o muralismo. O município disponibilizará espaços próprios específicos para as diferentes manifestações de arte e expressão urbana livre, na forma de muros, paredes, murais, tapumes de obras ou espaços construídos para esse fim. As áreas específicas devem compreender bairros de todas as regiões urbanas em espaços de convivência, praças ou outras áreas de encontro, passagem e lazer, respeitando a legislação urbanística competente. É vedada a utilização de manifestações que ofendam, caluniem ou atentem moralmente contra pessoas, que expressem de qualquer maneira propaganda ou anúncio, sendo proibida conotação política ou partidária, religiosa, o uso de símbolos e códigos”.

“Pichação é a pichação. Grafite é grafite. As pessoas acham que a letra é a pichação, então assim, as letras não são crime. Grafite entra como revitalização de espaço público. É um presente pra cidade. É um espaço que a gente vem agregar, não vem cometer crime nenhum não. Grafite não é crime”, finalizou a artista visual, Thais Maia.

Cidades

Concurso "relâmpago" de professores poderá ser anulado

Inscrições foram abertas por menos de 24h; A prefeitura terá que informar, no prazo de 10 dias, se vai atender aos pedidos. Caso a resposta seja negativa, uma eventual multa poderá ser aplicada no valor de R$100 mil

16/10/2024 15h30

Concurso

Concurso "relâmpago" de professores poderá ser anulado Divulgação

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Um concurso público realizado para a contratação de professores temporários na rede pública do município de Sidrolândia, poderá ser anulado após o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) identificar diversas irregularidades. A recomendação foi publicada nesta quarta-feira (16) no Diário Oficial.

O concurso em questão aconteceu em fevereiro deste ano, ignorando a existência de outro processo seletivo, o qual já tinha uma lista de aprovados aptos à contratação. Além disso, os candidatos tiveram menos de 24h para realizar a inscrição, já que o horário estipulado restringiu o acesso dos professores e demais interessados, tendo em vista que das 7h às 11h e das 13h às 17h corresponde ao período que estão lecionando.

O MPMS também apontou que o processo seletivo n. 01/2024 não respeitou o regramento de publicidade, pois foi publicado apenas no Diário Oficial, sem qualquer outro meio para agregar interessados, como o sítio eletrônico da Prefeitura Municipal e/ou outros meios virtuais e físicos de divulgação;

O edital também foi omisso quanto aos critérios de seleção; que ainda na vigência do edital 001/2022, a Administração Pública publicou o edital sem apresentar qualquer justificativa.

Desta forma, foi recomendado à Prefeitura de Sidrolândia e à Secretaria Municipal de Educação, que anulem o edital e publiquem um novo com prazo de inscrição de dez dias úteis e em horário que possibilite a participação do maior número de interessados.

É necessário também que constem no edital a análise do curriculum vitæ a partir do sistema de pontuação previamente divulgado, que contemple, entre outros fatores considerados necessários para o desempenho das atividades a serem realizadas, a qualificação, experiência e habilidades específicas do candidato;

Por fim, a convocação de professores temporários deverá ocorrer na sequência de classificação do processo seletivo. A prefeitura terá que informar, no prazo de 10 dias, se vai atender aos pedidos. Caso a resposta seja negativa, uma eventual multa poderá ser aplicada no valor de R$100 mil. 

“O descumprimento desta recomendação ensejará a interposição das medidas administrativas e judiciais cabíveis, em caso de omissão e manutenção da situação fática em tela, sendo possível, aliás, que conste no pedido de eventual Ação Civil Pública o pagamento por danos morais coletivos no valor de R$100.000,00 (cem mil reais), a ser suportado pela gestora e pelo secretário de educação”, finalizou

Confira o edital completo: 

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Não há necessidade

Governo descarta a volta do horário de verão, mas deve ser avaliado em 2025

Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, as chuvas nas últimas semanas aliviaram as hidrelétricas, mas não descartam retornar o diálogo para o próximo ano

16/10/2024 15h00

Horário de verão foi extinto em 2019

Horário de verão foi extinto em 2019 Arquivo/ Correio do Estado

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Apesar da crise hídrica que o país enfrenta devido à falta de chuvas em diversas regiões, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou na tarde desta quarta-feira (16) que não há necessidade de implementar o horário de verão neste ano de 2024. Segundo sua análise, as chuvas ocorridas nas últimas semanas aliviaram a situação das hidrelétricas, mas ele não descarta retomar o diálogo sobre o tema no próximo ano.

“Sentamos com a ONS e hoje numa reunião presencial chegamos a conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para esse período, esse verão, temos a segurança energética assegurada”, disse Silveira em entrevista à jornalistas do jornal O Globo nesta quarta-feira.

Durante a coletiva de imprensa, o ministro afirmou ainda que não descarta retomar a discussão sobre a implementação do horário de verão para o ano que vem, já que a crise hídrica que o país vem enfrentando devido ao calor extremo em diversas regiões voltou à pauta como uma questão de política pública.

A decisão foi tomada após o ministro se reunir com os demais integrantes do governo, quando foram apresentados estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) sobre o tema. As chuvas que ocorreram em diversas regiões do país melhoraram a situação das hidrelétricas.  

“Nessa reunião, chegamos à conclusão que teremos condições favoráveis para chegar depois do verão em condição de avaliar sobre a volta dessa política para 2025 e quando eu faço esse parênteses eu faço pra destacar a minha defesa da política do horário de verão para o país", relatou o ministro. 

O horário de verão foi extinto pelo ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, em 2019, alegando que a medida representava uma economia de energia relativamente baixa e poderia causar desgastes na saúde dos brasileiros devido à alteração dos horários.

A discussão sobre o retorno do horário de verão começou a ser ventilada pelo ministro de Minas e Energia devido à falta de chuvas nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste do país.

No entanto, o tema acabou perdendo força após as últimas chuvas, que caíram em grande volume em diversas regiões do país, e também devido à pressão das empresas aéreas, que precisam redesenhar toda a malha aérea nesses casos. Isso ocorre porque as passagens são vendidas sem considerar possíveis atrasos nos horários, o que poderia causar um grande problema econômico.

Outros setores, como a indústria, também apresentaram receio quanto à mudança do horário, temendo um aumento de custos. No caso dos setores de turismo, bares e restaurantes, há uma defesa pelo retorno do horário de verão.

O governo federal ficou observando a pressão dos setores. Ao ser questionado, o ministro relatou que a avaliação sobre o retorno do horário de verão seria feita neste ano, caso o ONS apresentasse medidas necessárias para a economia de energia elétrica. De qualquer forma, isso não poderia acontecer antes do dia 27 de outubro, quando ocorrem as eleições municipais nas cidades que foram para o segundo turno.

Pressionado, o ministro Alexandre Silveira chegou a defender a medida, afirmando que a implementação do horário de verão poderia ajudar no momento crítico que o país enfrenta, principalmente no meio da tarde, quando o consumo de energia elétrica aumenta drasticamente.

 

Paraguai entra para o horário de verão permanente  

Buscando fortalecer o comércio e também aproveitar melhor a luz natural para reduzir o consumo de energia elétrica, o Paraguai adotou o horário  horário de verão de forma oficial durante todo o ano. A lei foi aprovada e assinada pelo presidente do país, Santiago Peña (Partido Colorado), nesta terça-feira (15). 

A partir de agora, com a nova lei, o Paraguai está migrando do fuso horário -4 GMT (quatro horas atrás do Meridiano de Greenwich) para o fuso -3 GMT, o mesmo adotado em Brasília, na Argentina e no Uruguai.

A mudança de horário pode desorganizar ainda mais o comércio na fronteira entre Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, uma vez que ambos os municípios operam de forma integrada, separados apenas por uma rua. 

Horário de verão foi extinto em 2019

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