O Ministro Alexandre de Moraes, autorizou a transferência de Ronnie Lessa da Penitenciária Federal de Campo Grande para o Presídio de Tremembé no interior de São Paulo.
Na nova "casa" dividirá espaço com o ex-jogador de futebol Robinho, Fernando Sastre (motorista do Porsche) e Christian Cravinhos.
No presídio de Tremembé, em São Paulo, Lessa ficará sozinho em uma cela sem contato com outros presos.
De início a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, refutou a ideia de receber o ex-policial. Por fim, a Corregedoria Geral de Justiça com anuência do governador Tarcísio Freitas, concordaram em receber o preso.
Onde fica o presídio Tremembé?
A penitenciária conhecida por ter receber presos de casos que chocaram a opinião pública como:
- Os irmãos Cravinhos (atualmente apenas Christian)
- Alexandre Nardoni
- Fernando Sastre (condutor do Porsche que tirou a vida do motorista de aplicativo)
- O ex-jogador Robinho (condenado por estupro na Itália)
- Lindemberg Alves (que tirou a vida de Eloá Cristina)
- Gil Rugai (que matou o pai e a madrasta)
Está localizada a aproximadamente 150 km de São Paulo, o pavilhão que deve receber Lessa tem capacidade para 1.500 pessoas, mas está com 2.200 presos.
O presídio possui dois pavilhões, cozinha, horta, um campo de futebol, duas fábricas, uma igreja, salas de aula e biblioteca.
No primeiro pavilhão as celas possuem duas camas e tem cerca de 4m². No segundo as celas são de 7,5m com capacidade para quatro camas.
Já a cela de isolamento, em que o detento fica sozinho o espaço é de 8m², possui uma cama, pia e vaso sanitário no chão.
Caso Marielle
O ex-policial está preso desde 2019, acusado de ser um dos autores dos disparos que tiraram a vida da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL) e o motorista dela Anderson Gomes.
A transferência faz parte do benefício por Lessa ter aceitado colaborar com a Justiça, por meio de delação premiada, conforme noticiado pelo Correio do Estado, quando fechou acordo o ex-policial chegou a ser abandonado pelos advogados.
"Os benefícios previstos na colaboração premiada dependem, obviamente, da eficácia das informações prestadas, uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal. Isso, entretanto, não impede que, no presente momento, seja realizada, provisoriamente, a transferência pleiteada – enquanto ainda em curso a instrução processual penal; medida possível e previamente acordada por esse juízo com à Chefia do Poder Executivo bandeirante e com a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo", diz o despacho.
Delação premiada
Por meio da delação de Lessa, a Polícia Federal chegou até os supostos mandantes, os irmãos Brazão. Após a prisão, o deputado federal, Chiquinho Brazão foi transferido em março deste ano para a Penitenciária Federal da Capital.
Conforme noticiado à época, o ex-militar só aceitou colaborar com a investigação depois de Élcio de Queiroz o apontar como autor dos disparos e revelar a dinâmica do crime.
Na Capital, o acusado de matar Marielle foi ouvido em cerca de 10 oitivas por agentes da Polícia Federal que investigam o caso. Ele teria prestado três depoimentos após a delação ter sido firmada com a PF e com a Procuradoria-Geral da República (PGE).
Morte da vereadora Marielle Franco
A vereadora pelo PSOL Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, foram mortos a tiros no dia 14 de março de 2018, na região central do Rio de Janeiro. Ao todo 13 tiros foram disparados contra o carro da parlamentar. Marielle e Anderson morreram. Além deles, a assessora da parlamentar também estava no veículo e sobreviveu ao atentado. Desde então busca-se saber que foram os mandantes do crime.
Quem é Ronnie Lessa
Lessa era policial militar do Rio de Janeiro e foi expulso da corporação em razão das investigações do caso Marielle Franco.
Preso em março de 2019, Ronnie Lessa é acusado de ser o executor do crime. Segundo Lessa, Élcio de Queiroz é apontado como autor dos disparos.
Em 2021, Ronnie foi condenado a 4 anos de prisão pela ocultação das armas usadas no crime. A pena foi aumentada logo após para 5 anos. Segundo o Ministério Público, Lessa jogou as armas no mar da Barra da Tijuca.
Lessa, antes de ser policial, passou pelo exército. Ronnie passou a ser reconhecido no mundo no crime, em 1992, após ser policial militar como adido na Polícia Civil do Rio.
Nessa condição, Lessa ficou conhecido nas ruas e se destacou pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos.
** Colaborou Alanis Netto, Daiany Albuquerque & Globo News