Cidades

CONTAS PÚBLICAS

Previdência repete rombo bilionário e já abocanha 20% do Orçamento de MS

Previdência Estadual teve resultado negativo de R$ 1,8 bilhão em 2024; despesa do setor supera as de Saúde e Educação

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O estado de Mato Grosso do Sul teve um rombo de R$ 1,8 bilhão em seu Regime Próprio de Previdência Social, setor do governo que é responsável pelo pagamento das aposentadorias e pensões. 

Para ser mais exato, a previdência de Mato Grosso do Sul fechou 2024 com um resultado negativo de R$ 1,848 bilhão, rombo nas contas que é ligeiramente maior que o do ano anterior, quando o deficit da Previdência Estadual foi de R$ 1,829 bilhão. 

Os números estão em dois documentos a que o Correio do Estado teve acesso: o relatório de gestão fiscal do governo de Mato Grosso do Sul e o relatório de execução orçamentária publicado pela Secretaria do Tesouro Nacional. 

No Orçamento de Mato Grosso do Sul, que executou R$ 24,9 bilhões em despesas no ano passado, o gasto com previdência de servidores teve um papel significativo na composição deste montante: R$ 4,99 bilhões, que equivalem a nada menos que 20% do Orçamento. 

Na comparação com outras despesas, o gasto previdenciário de Mato Grosso do Sul superou os R$ 4,31 bilhões (17% das despesas) gastos em Educação e os R$ 2,76 bilhões (11% das desepesas) destinados à Saúde. 

Na comparação com outros Poderes que recebem duodécimo, a Previdência do Estado teve um custo ao contribuinte quase três vezes maior.

Enquanto o Poder Judiciário estadual recebeu R$ 1,71 bilhão no ano passado, valor equivalente aos 7% de seu duodécimo, a Previdência consumiu 20% das despesas orçamentárias. 

Se o peso da Previdência de Mato Grosso do Sul fosse menor, o Estado teria ainda mais folga para realizar investimentos ou custear outras despesas. Apenas o rombo de R$ 1,848 bilhão da Previdência do ano passado equivale a nada menos que 9% da receita corrente líquida. 

Em 2024, a folha das aposentadorias custou R$ 4,36 bilhões e a das pensões, R$ 663,9 milhões. A receita de contribuição dos segurados foi de R$ 1,12 bilhão e a receita patronal, de R$ 2,03 bilhões.

Rombo desde 2017

Quando falamos em rombo da Previdência Estadual, não é levada em consideração a despesa que o Estado tem com a cota patronal de seus servidores.

A Previdência Estadual deveria ter um financiamento tripartite, cujas receitas são compostas pela contribuição do servidor (o desconto em seu salário), a contribuição patronal e a capitalização de um fundo destinado a esses pagamentos. 

Ocorre que, desde o fim de 2017, a Previdência de Mato Grosso do Sul praticamente não tem nenhum fundo, só rombo.

Em novembro daquele ano, o então governador Reinaldo Azambuja (PSDB) acabou com um Fundo Previdenciário, que tinha R$ 400 milhões em conta, decorrentes de contribuições de servidores que ingressaram a partir de 2012, quando foi criado. 

O objetivo era criar um fundo saudável da Previdência, que ganharia corpo até que as aposentadorias e as pensões do outro plano com os demais servidores fosse perdendo força.

A lógica foi quebrada com a extinção daquele fundo e a destinação dos R$ 400 milhões para o pagamento do 13º dos servidores e dos aposentados naquele ano.

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ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

CAMPO GRANDE

Trabalhadores engrossam paralisação na Santa Casa

Se no primeiro dia manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, ato é engrossado e pelo menos dois mil  trabalhadores aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário

23/12/2025 11h00

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: 

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua". Marcelo Victor/Correio do Estado

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Se durante o primeiro dia de impacto nas atividades na Santa Casa os atendimentos/serviços foram 30% paralisados, agora, segundo confirmado pela unidade na manhã desta terça-feira (23), o efetivo que aderiu à paralisação em busca do 13° salário subiu para pelo menos metade. 

A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade, na manhã de ontem (22).

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua".

"Com efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores", complementa a Santa Casa de Campo Grande em retorno. 

Em outras palavras, se no primeiro dia a manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, a paralisação é engrossada e pelo menos dois mil  trabalhadores da Santa Casa (dos quatro mil totais) aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário. 

Sem acordo

    

Enquanto a Santa Casa de Campo Grande aponta que, até o momento, não há nenhuma novidade em relação ao pagamento do décimo terceiro, que afeta todos os funcionários celetistas da unidade, a paralisação acaba impactando na vida não somente dos trabalhadores mas também de pacientes e visitantes. 

Ainda ontem no fim da tarde, através das redes sociais, a Santa Casa de Campo Grande emitiu comunicado anunciando ajustes temporários nas rotinas de vista aos pacientes, diante da paralisação. 

Essas visitas estão autorizadas tanto para pacientes internados na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto nas enfermarias. 

Esses ajustes na rotina seguem as seguintes diretrizes: 

  • - Apenas um familiar será liberado e permitido vistar o paciente;
  • - Cada paciente tem direito a uma visita por dia, feita pelas manhãs, às 11h. 
  • - Acesso das visitas deve ser feito exclusivamente pela porta de vidro do térreo.  

Há o detalhe de que, para os pacientes da área de trauma, onde ficam os acidentados, os visitantes devem dirigir-se pela entrada específica do setor. 

É o caso de Vitória Lorrayne, que está com o irmão acidentado na Santa Casa, que deu entrada na unidade desde o domingo e seria submetido a cirurgia durante o primeiro dia de paralisação, e sequer conseguiu contatar o parente que foi vítima de acidente de moto. 

"Não facilitaram em nada. Até disse que minha mãe sairia de viagem e precisava de notícias, está preocupada, mas falaram ontem (22) infelizmente que eu não poderia entrar", comenta ela. 

Como se não bastasse, até mesmo as informações sobre quando teria novamente contato com o irmão foram desencontradas, já que num primeiro momento mandaram a jovem voltar à Santa Casa por volta de 16h, quando novamente foi impedida de fazer a visita. 

"Voltei lá e disseram que haviam suspendido as visitas da tarde e da noite. Que seria apenas hoje às 11h, e não facilitaram em nada, sendo que gastei 70 reais ao todo entre idas e vindas", conclui. 

Os serviços afetados são atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc) , lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).
**(Colaborou Naiara Camargo)

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