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Professora é a única de MS na lista tríplice do TRF3

Professora de Direito da UFMS disputará a vaga de desembargadora para o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) com dois advogados de São Paulo

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A professora de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Luciani Coimbra de Carvalho, é a única representante de Mato Grosso do Sul, na lista tríplice para vaga de desembargador federal, no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3).

A escolha ocorreu, no dia 19 de junho, em que a corte durante sessão optou pelo nome da professora que irá disputar com os advogados Verônica Abdalla Sterman e Marcos Moreira de Carvalho. A escolha da lista tríplice para quem irá preencher a vaga do desembargador Newton De Lucca será feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A professora desbancou o professor universitário Ademar Chagas da Cruz, cunhado do deputado federal Vander Louber (PT-MS) e ex-assessor do deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB), que em 2022, teve o nome entre os indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), mas não chegou a entrar para a lista do TRF3.

Outro, sul-mato-grossense que deixou a lista foi o advogado Luiz Henrique Volpe Camargo que, em 2022, chegou a ser o mais votado para concorrer a cargo desembargador

"O Mato Grosso do Sul estava muito bem representado por excelentes advogados nas duas listas sêxtuplas. A redução para a lista tríplice envolveu uma escolha colegiada em que muitos fatores influenciaram na decisão e, infelizmente, fez com que apenas um sul-mato-grossense fosse escolhido", apontou a professora Luciani.

O processo para a escolha, conforme explicou, é composto de três fases que consistem nos seguintes fatores:

  • A votação da lista sêxtupla pelo Conselho Federal da OAB;
  • Votação da lista tríplice pelo Tribunal Regional Federal da Terceira Região;
  • A nomeação pelo Presidente da República

 

"E cada uma delas possui as suas peculiaridades, sendo um percurso em que o candidato precisa apresentar a sua experiência, qualificação, características pessoais e apoios políticos. Na busca do voto, são muitos os encontros, uns rápidos e outros demorados, e neles, além da apresentação protocolar, surgem conversas em que nos aproximamos dos nossos interlocutores e conhecemos um pouco da história de vida deles, de suas expectativas e, recebemos orientações. Essas vozes e olhares nos tocam os sentidos, às vezes suavemente e outras vezes abruptamente, que é impossível continuarmos os mesmos do início, revelando-se um processo de grande aprendizado pessoal".

Os outros dois nomes que concorrem com a professora doutora Luciani, são do estado de São Paulo, a quem apontou como fortes candidatos à vaga. 

"A Verônica é uma jovem advogada que vem se destacando na área penal. O Marcos é advogado há 30 anos e já foi secretário municipal em São Bernardo do Campo", destacou.

Ainda, quando questionada com relação a uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi provocado a designar mulheres em cargos de liderança, a professora destacou que a inscrição no processo teve o viés de ser mulher e o fato de concorrer pelo Mato Grosso do Sul. 

A disputa na lista sêxtupla paritária, em que homens e mulheres estiveram em "pé" de igualdade para a escolha pelo TRF3, deixou a única representante do estado animada. 

"E durante todo o processo tanto no CFOAB quanto no TRF3, foram comuns os comentários sobre o nível alto de qualidade técnica das mulheres que estavam participando do processo, o que oportuniza ao Presidente da República a escolha de duas mulheres, uma de cada lista", destacou Luciani e completou:


"Tal escolha estaria em consonância com o ODS nº 5, da Agenda 2030 da ONU, e com a meta de aumentar a participação de mulheres junto aos Tribunais. E embora o TRF3 seja um Tribunal que já teve os 40% de mulheres no passado, bem como várias presidentes, atualmente conta com 12 mulheres, sendo que o objetivo seria atingir o número mínimo de 22 mulheres dentre as 55 vagas existentes".

Caso seja escolhida para desembargadora federal no TRF3, a professora diz que pretende contribuir com os pares "na aplicação e no desenvolvimento do sistema de justiça, tendo como diretriz respeitar a Constituição, o Estado democrático de direito e os direitos humanos".

Mulheres que inspiram mulheres

Um dos maiores desafios, para muitas adolescentes no momento de escolha da carreira, qual rumo tomar, uma decisão que não é simples de ser tomada aos 17 anos, quando o estudante precisa definir qual curso pretende seguir. 

A reportagem do Correio do Estado, questionou a professora como ocorreu a tomada de decisão que a levou a optar pelo curso de Direito. 

"Aos 17 anos é difícil ter uma noção exata do que se quer e das habilidades que se tem. Todavia, ocorreu um fato marcante na minha história familiar que fez com que a ideia de justiça fosse aflorada em mim. Findo os cincos anos de curso, a certeza se fez presente.  E foi durante o curso do mestrado que fiz a escolha pelo Direito do Estado que engloba o direito administrativo, constitucional, financeiro e tributário, para atuar dali em diante. E também foi quando a docência se somou a advocacia.  O que me inspirou e inspira nesse período? Os grandes mestres que tive, a vontade de aprender, o prazer por ensinar e a possibilidade de melhorar a vida das pessoas por meio do exercício da profissão", frisou a professora.

Outro ponto levantado foi a questão da desigualdade em se tratando ao Ensino Superior, para esse fator, Luciani, apontou para as mulheres o desafio é diário, exigindo persistência e resiliência. Já que o estudo é o único caminho para qualidade de vida, seja da mulher ou seus familiares. 

"O acesso ao conhecimento e a formação propiciados pela universidade são instrumentos transformadores e que, bem utilizados, abrem portas para um futuro só acessível para aqueles que percorreram o trajeto integralmente. Os meus pais sempre aconselharam e incentivaram as filhas a estudarem e cursarem um curso superior para que crescessem no conhecimento e obtivessem a autonomia pessoal e financeira. Esses conselhos foram seguidos por mim e pelas minhas irmãs e são os mesmos que eu digo às mulheres".

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JUSTIÇA

Para frear feminicídio, curso do TJMS permitirá que policiais atuem como oficiais de justiça

Policiais civis e militares treinados poderão cumprir medidas protetivas de urgência

08/04/2025 17h20

Lançamento aconteceu na sede do TJMS - (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul)

Lançamento aconteceu na sede do TJMS - (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) FOTO: Divulgação TJMS

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Nesta segunda-feira (7), o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul lançou o curso de formação de policiais civis e militares para desempenharem, em caráter temporário, funções similares a oficiais de justiça, ficando autorizados a cumprireme medidas protetivas de urgência. O lançamento marcou o início de um novo ciclo de atuação integrada entre os poderes Judiciário e Executivo no combate à violência doméstica e familiar.

A ação faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica, firmado entre o TJMS e o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), da Polícia Civil e da Polícia Militar, que pretende suprir a carência de oficiais de justiça e dar maior celeridade ao cumprimento de mandados judiciais, como intimações, afastamento do agressor do lar e mandados de prisão, previstos na Lei Maria da Penha.

Realizada pela Ejud-MS, a capacitação começa nesta terça-feira (8), e vai formar, inicialmente, 42 policiais militares, 12 policiais civis e 8 servidores ad hoc, para atuarem em Campo Grande. Ao final, os policiais que obtiverem a certificação estarão habilitados a atuar em funções análogas a de oficiais de justiça, podendo cumprir mandados judiciais nos casos em que não houver disponibilidade de oficiais do Poder Judiciário.

No lançamento do curso, o diretor-geral da Escola Judicial de MS (Ejud-MS), desembargador Marco André Nogueira Hanson, falou da importância da capacitação técnica dos policiais. “Os policiais e servidores designados que participarão deste curso não serão apenas responsáveis pela execução de mandados, mas estarão na linha de frente, desempenhando um papel vital na proteção das mulheres em momentos de extrema vulnerabilidade”.

Na ocasião, a coordenadora estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, também ressaltou o caráter humanitário da iniciativa. “A capacitação busca proporcionar aos policiais um olhar mais humanizado, mais solidário, compreendendo a vulnerabilidade extrema em que essas mulheres se encontram. Essa é uma medida temporária que vai otimizar muito o trabalho do Judiciário e, principalmente, proteger as mulheres, resguardando sua integridade física, psicológica e a própria vida.”.

Também presente na cerimônia de lançamento, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, reiterou o compromisso da gestão estadual com a proteção das mulheres, lembrando que Mato Grosso do Sul é pioneiro em ações de combate à violência doméstica, com a instalação da 1ª Casa da Mulher Brasileira e o Estado se prepara para receber mais três casas.

“Capacitar os nossos policiais militares e civis para atuarem como oficiais de justiça é muito mais do que desmistificar, é ousar, é compartilhar responsabilidades. Queremos apoiar e receber apoio. A união entre poderes e instituições transforma gargalos em soluções reais”, enfatizou o secretário.

A solenidade contou ainda com a presença do corregedor-geral de Justiça, desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, que ressaltou os riscos enfrentados pelos profissionais envolvidos no cumprimento desses mandados. “Esse crime é complexo, tem muitas nuances, como emoções e sentimentos, e coloca em risco, muitas vezes, a vida desses policiais que atuam para combatê-lo em nome da justiça e da proteção às vítimas”.

PARCERIA

Com duração de cinco anos, o convênio entre TJMS e Governo do Estado estabelece metas, prazos, capacitação técnica e o monitoramento do cumprimento dos mandados, que devem ser executados em até 48 horas. O modelo de atuação interinstitucional adotado por Mato Grosso do Sul já é considerado referência nacional, com potencial de inspirar políticas públicas semelhantes em outros Estados.

A expectativa é de que, com a atuação dos oficiais ad hoc, o sistema de justiça se torne mais ágil e eficaz, garantindo maior proteção às mulheres e contribuindo para a redução dos índices de violência e feminicídio em todo o Estado.

NÚMEROS

Em 2024, segundo dados do Monitor da Violência Contra a Mulher, plataforma mantida em parceria entre o TJMS e o Governo do Estado, foram registrados 21.123 boletins de ocorrência de violência doméstica e mais de 17 mil medidas protetivas de urgência foram deferidas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de soluções práticas e integradas.

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Campo Grande

Clínica de depilação a laser ignora interdição e continua vendendo pacotes

A filial, que teve as atividades suspensas na sexta-feira (4) por falta de licença sanitária e por não atender clientes, segue agendando novos atendimentos em Campo Grande

08/04/2025 16h46

Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Mesmo tendo sido interditada pela Secretaria Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor (Procon-MS), uma clínica de depilação a laser segue vendendo pacotes para a unidade da Rua Euclides da Cunha, no bairro Santa Fé, em Campo Grande (MS).

A suspensão das atividades ocorreu na sexta-feira (4), após o órgão receber diversas denúncias - entre elas, de clientes que compraram um pacote de depilação, mas não conseguiram agendar o procedimento.

Durante a fiscalização, realizada em conjunto com a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), constatou-se que o espaço está com o alvará de funcionamento e o sanitário vencidos desde 2023.

Ainda assim, em contato com a empresa, pacotes continuam sendo vendidos sem que o cliente seja informado da interdição, e seguem sendo direcionados para um salão de beleza terceirizado - apontado na denúncia do Procon-MS -, distante do local.

Uma prática que chama atenção, conforme explicou o advogado e conselheiro estadual de Defesa do Consumidor pela OAB/MS, Nikollas Pellat, que enfatizou: o cliente precisa saber o que está acontecendo.

“Eles têm a obrigação legal, prevista no princípio da informação do Código de Defesa do Consumidor, de informar os seus clientes”, disse Pellat.

Mesmo que a empresa possua outra unidade, localizada no Shopping Norte Sul Plaza, e esteja com toda a documentação em dia, o advogado reforça que a recondução dos clientes para outro espaço deve ocorrer de forma transparente.

“Agora, se eles não estão atendendo os requisitos legais para funcionamento, e estão apenas pegando os clientes e mudando de local  no intuito, digamos assim, de burlar essa suspensão das atividades, aí isso está errado. Além das questões relacionadas ao princípio da informação, eles estão descumprindo uma determinação dos órgãos de fiscalização competentes com relação ao consumo”, pontuou.

Pellat ressaltou que o consumidor que fechou um pacote após a interdição, acreditando que realizaria o procedimento no espaço da Rua Euclides da Cunha, deve procurar o Procon-MS ou a Decon.

Contratei o serviço. E agora?

Caso o cliente tenha assinado o contrato depois da interdição desta unidade, o advogado explica que é discutível, inclusive, a aplicação de multa por rescisão contratual.

“Entende-se que o consumidor teve uma quebra de confiança com a empresa. A empresa não agiu de modo a informar toda essa situação. Quebrou a confiança. Então, isso pode ser pleiteado, mas entraria numa discussão jurídica, seja via Procon ou até judicial, sobre a não cobrança de multa por quebra de confiança, devido à ausência de informação que teria levado o cliente a nem fechar o contrato”, destacou Pellat.

Venda continua

Outra prática que persiste é a terceirização do atendimento para o salão de beleza localizado na Rua Hermelita de Oliveira Gomes, a cerca de 700 metros da clínica de depilação.

Em conversa com a Polícia Civil, a reportagem do Correio do Estado apurou que a venda não é proibida, desde que os agendamentos sejam feitos para datas posteriores à regularização da situação do espaço.

O que não foi o caso, já que ao contatar a clínica foi possível agendar horário para esta terça-feira (8), às 13h. Além disso, a nova administradora tenta, por todos os meios, fechar o contrato de forma virtual, por meio do WhatsApp.

A questão do alvará é apontada como uma violação leve, passível de rápida correção. O problema constatado, segundo a Polícia Civil, foi a grande quantidade de clientes e a falta de horários disponíveis para atendimento, o chamado “overbooking”.

Quanto ao salão de beleza - que está com os alvarás em dia -, ele é "vendido" como se fosse uma filial da clínica, mas, até o momento, a polícia apurou que o local pode não fazer parte do mesmo grupo.

“Vamos ouvir o proprietário em declaração, porque, de repente, foi efetuado algum negócio e eles podem ter adquirido o salão, estando em fase de transição”, informou a Polícia Civil.

Alvará 

Ao questionar a atendente que se apresentou como nova gestora e atribuiu à anterior o vencimento da documentação, sobre a interdição do local, ela informou que a situação dos alvarás será resolvida ainda hoje.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Campo Grande para questionar a situação, mas até a publicação desta reportagem não obteve resposta.

A empresa também foi contatada por meio do único e-mail disponibilizado no site. No entanto, não recebemos resposta. O espaço segue aberto.

Recomendações

  • É importante que o consumidor leia o contrato;
  • Em caso de descumprimento do serviço, denuncie aos órgãos responsáveis;
  • Verifique se as informações relativas ao atendimento constam no contrato (como datas, horários e local onde o serviço será prestado).

Informações que devem constar no contrato

  • Local em que o serviço será prestado;
  • Forma de pagamento;
  • Índices de correção;
  • Cláusulas relativas à rescisão (por parte da empresa e do cliente);
  • Penalidades em caso de rescisão.

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