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Projeto de acesso a bairros prometido há 15 anos é paralisado e pode seguir no papel

A iniciativa prevê o prolongamento das avenidas Ernesto Geisel e Guaicurus, dando novo caminho a Aero Rancho e Centenário

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O projeto de prolongamento das avenidas Ernesto Geisel e Guaicurus, anunciado pela Prefeitura de Campo Grande em 2008, há 15 anos, foi paralisado novamente. A prefeitura alega que a interrupção se deve a readequações no projeto, entretanto, a empresa que venceu a licitação para realizá-lo, Schettini Engenharia Ltda., está proibida pela Justiça de contratar com o poder público, o que pode afetar a realização da obra. 

A empresa foi condenada por improbidade administrativa e, como punição, deve ficar seis anos proibida de realizar contratos com o poder público. Além disso, de acordo com a decisão do juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos Coletivos e Individuais Homogêneos, a empresa e o proprietário também ficam proibidos de receber benefícios ou incentivos fiscais durante o período de punição. 

A publicação da paralisação do contrato com a Schettini foi feita na sexta-feira, mas, de acordo com o Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande), a paralisação nº 774/Asjur/Sisep conta desde o dia 26 de maio deste ano, cerca de nove meses depois de a empresa vencer a licitação em modalidade de concorrência pública. 

A licitação vencida pela Schettini previa a contratação de empresa especializada para elaboração de estudos e projetos executivos de infraestrutura urbana de implantação asfáltica, sistema de drenagem de águas pluviais, acessibilidade e sinalização viária de trechos das avenidas Ernesto Geisel e Guaicurus. 

A iniciativa visa prolongar as duas avenidas, dando um novo acesso aos bairros Centenário e Aero Rancho, uma das regiões mais populosas da Capital. No projeto, o prolongamento da Avenida Ernesto Geisel tem duas quilometragens diferentes. Do lado direito, serão prolongados mais 750 metros de via, enquanto o lado esquerdo teria um adicional de 850 metros. 

A Ernesto Geisel seria ligada, então, ao novo prolongamento da Avenida Guaicurus, que teria 2,80 km de extensão, chegando até a Avenida Gunter Hans. Entre o acesso da Guaicurus com a Ernesto Geisel haveria uma ponte.

Moradora do Bairro Centenário há mais de 30 anos, a comerciante Iris Barbosa relatou que, na Avenida Campestre, onde hoje termina a Ernesto Geisel (que nesse ponto tem o nome de Vereador Thyrson de Almeida), único acesso ao bairro, os acidentes são frequentes e a via não suporta o fluxo de veículos, principalmente em horários de pico. 

“Já veio o pessoal do Detran-MS e disse que ia mudar aqui, mas até hoje esperamos e nada, vamos ver se sai logo. Aqui é a única entrada e saída, e cresceu muito lá para dentro de uns 20 anos para cá”, detalhou a moradora, que também tem seu ponto comercial impactado pelo trânsito por conta da dificuldade de passar pelo local. 

“O dia que não sai um acidente aqui, para nós, está bom demais”, disse Moacir Nardes, aposentado e morador do Bairro Aero Rancho, que, apesar das dificuldades com o trânsito no local há anos, acredita que isso pode melhorar se for construído o novo acesso ao bairro. 

“Eu torço muito para que saia esse prolongamento dessa avenida, porque eu creio que vai aliviar bastante. Se tem um lugar do Aero Rancho que é perigoso, é esse trecho aqui”, afirmou o aposentado. 

O Correio do Estado entrou em contato com a empresa, que não se pronunciou a respeito da suspensão. Já a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) informou que a “paralisação é para a realização de uma readequação no projeto, procedimento padrão nesses casos”, no entanto, não deu prazos para o retorno da iniciativa. 

O titular da Sisep, Domingos Sahib Neto, explicou que, mesmo com a paralisação do contrato, não haverá outra licitação para realizar o projeto dos acessos. Enquanto não há um projeto entregue, a prefeitura não pode tentar captar recursos para, finalmente, tirar a obra do papel. 

OUTROS PROJETOS 

De acordo com o Portal da Transparência da Prefeitura de Campo Grande, a Schettini Engenharia foi responsável por outros quatro projetos para o município. 

O primeiro deles foi entre abril e outubro de 2022 e visava a “elaboração de projeto básico e executivo de infraestrutura, arquitetura, urbanismo e paisagismo objetivando a requalificação do fundo de vale do Córrego Segredo e Rio Anhanduí, implantação de infraestrutura urbana, assim como de dispositivos de controle e amortecimento de enchentes”. O valor do contrato foi de R$ 3.109.818,37, sendo pagos R$ 1.243.927,34. 

O segundo contrato foi de setembro de 2022 a março deste ano e se refere à “elaboração de estudos e projetos executivos de infraestrutura urbana de implantação asfáltica, sistema de drenagem de águas pluviais, acessibilidade e sinalização viária” do lote 1 do Residencial Ramez Tebet, Jardim Mansour, Jardim Auxiliadora e Complexo Jardim Itatiaia. 

O valor total do contrato foi de R$ 1.074.768,79, sendo pagos R$ 1.063.043,01. O terceiro contrato, que também prevê a elaboração de estudos e projetos de infraestrutura, abrange o lote 2, que compete a Bosque das Araras, Jardim Santa Emília e Residencial Aquarius I e III. O valor do contrato foi de R$ 1.197.987,97, sendo pagos R$ 719.608,45. O processo teve início em setembro de 2022 e fim em junho deste ano. 

O último contrato que constava no Portal da Transparência até o início da tarde de sexta-feira é o que visa o prolongamento das avenidas Ernesto Geisel e Guaicurus. De R$ 448.247,41 previstos, já foram pagos R$ 164.540,09. O período de vigência do contrato data de 15 de fevereiro até o dia 15 de junho deste ano. 

A empresa também foi a responsável por projetar as obras do corredor de ônibus da Rua Rui Barbosa, que já foi concluído e entregue.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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Desconto em dívidas

Prazo para adesão ao Refis 2025 encerra nesta segunda-feira; veja os descontos

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro

14/12/2025 16h30

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis

Moradores de Campo Grande esperando para serem atendidos e fazer o Refis Gerson Oliveira

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Termina nesta segunda-feira (15) o prazo para adesão ao Programa de Recuperação de Créditos – REFIS 2025, que estabelece condições para quitação ou parcelamento de débitos de ICMS constituídos ou não, inscritos ou não em dívida ativa, incluindo autos de infração, notificações prévias, débitos do Simples Nacional e saldos de parcelamentos anteriores.

O requerimento deve ser protocolado no portal e-Fazenda. O prazo para o pagamento à vista ou da primeira parcela deve ocorrer até 30 de dezembro.

Os descontos variam conforme o número de parcelas:

  • À vista: redução de 80% das multas e 40% dos juros.
  • De 2 a 20 parcelas: redução de 75% das multas e 35% dos juros.
  • De 21 a 60 parcelas: redução de 70% das multas e 30% dos juros, com entrada equivalente a 5% do débito.

Aos produtores rurais, o programa também permite a regularização de débitos vinculados ao Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado (Fundersul), com parcelamento em até 36 vezes, restabelecendo automaticamente o direito aos incentivos fiscais.

Além disso, até 15 de dezembro, os contribuintes podem entregar as Escriturações Fiscais Digital (EFDs) e demais documentos atrasados com anistia total de multas.

Para o secretário de Fazenda de MS, Flávio César de Oliveira, o Refis 2025 é “uma política de cooperação econômica”, a qual permite que empresas retomem a capacidade de investimento ao mesmo tempo em que o Estado fortalece sua arrecadação.

Datas e descontos próximos

Além do Refis, há benefícios no Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD) e o desconto para pagamento à vista do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) 2026, com datas-limite próximas, exigindo atenção redobrada dos contribuintes neste fim de ano.

A Lei nº 6.472/2025 institui um desconto inédito de 30% no pagamento à vista do ITCD incidente sobre doações de bens e direitos formalizadas até 30 de dezembro de 2025.

O imposto abrange doações de imóveis, veículos, numerários, quotas sociais, rebanhos, títulos, obras de arte e outros bens. A combinação de fatores estruturais, isenção de até R$ 100 mil por donatário (a maior do país), alíquota reduzida de 3% e desconto temporário de 30%, posiciona Mato Grosso do Sul entre os estados com melhor ambiente para regularização patrimonial.

Já o pagamento à vista do IPVA 2026, com desconto de 15%, vence em 5 de janeiro de 2026, segundo maior desconto do país, ao lado da Bahia, Espírito Santo e Piauí, abaixo apenas do Amapá.

O Estado mantém uma política de incentivos reconhecida nacionalmente, com ampla lista de isenções e reduções de alíquota, que inclui veículos com mais de 15 anos, PCDs (60% de redução), táxis, mototáxis, ambulâncias, diplomáticos, caminhões, ônibus, motorhomes e veículos movidos a GNV.

Para quem optar pelo parcelamento, o calendário segue as seguintes datas:

  • 30 de janeiro
  • 27 de fevereiro
  • 31 de março
  • 30 de abril
  • 29 de maio de 2026

O valor mínimo por parcela é de R$ 30 (motocicletas) e R$ 55 (demais veículos). 

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