Cidades

INVESTIGAÇÃO

Promotor "patrola" suposto esquema de corrupção que envolvia empreiteira

Empresa de André Patrola, que cresceu na gestão de Marquinhos Trad, tem contratos que somam R$ 300 milhões com a prefeitura

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Investigação sobre possível organização criminosa estabelecida para a prática de crimes de peculato, corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro em contratos para manutenção de vias não pavimentadas e locação de maquinário para a Prefeitura de Campo Grande mirou a empreiteira ALS Transportes, que fechou contratos que ultrapassam o valor de R$ 300 milhões ao longo dos anos e que teve maior espaço durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD).

Segundo a investigação do promotor de Justiça Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social de Campo Grande, a empresa teria sido beneficiada com diversos contratos, principalmente a partir de 2017.

Ontem foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande oriundos da investigação, que resultou na Operação Cascalhos de Areia. Entre os investigados está o proprietário da empresa ALS Transportes, André Luiz dos Santos, conhecido também como André Patrola.

O Correio do Estado acompanhou o cumprimento de mandados de busca e apreensão na sede da ALS, em Campo Grande, e na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep). 

Segundo fontes do Correio do Estado, também houve buscas na residência de André Patrola, em um condomínio de luxo de Campo Grande, na casa do ex-titular da Sisep Rudi Fiorese e de outro membro da secretaria, o superintendente Mehdi Talayeh.

A operação de ontem contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), que fazem parte do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

A defesa de André Patrola não quis comentar sobre a investigação. A reportagem do Correio do Estado também procurou o ex-secretário de Obras, o superintendente da Sisep e a Prefeitura de Campo Grande, mas nenhum se manifestou até o fechamento desta edição.

CONTRATOS

De acordo com o Portal de Transparência da Prefeitura de Campo Grande, o empresário André Patrola tem três contratos ativos com o município, que, somados, equivalem a R$ 26,3 milhões.

O primeiro, o maior deles, de R$ 24,7 milhões, é referente à manutenção de vias não pavimentadas. Esse contrato, de acordo com o Portal da Transparência, recebeu cinco adivitos, saindo de R$ 4,1 milhões, em 2018, quando foi assinado, para os atuais R$ 24,7 milhões, cinco vezes o valor que as partes pactuaram há cinco anos.

Por meio desse contrato, a ALS Transportes, sob o nome de Andre L. dos Santos Ltda., é responsável pela manutenção de todas as vias não pavimentadas da região do Prosa em Campo Grande (há contratos com outras empresas que compreendem as regiões do Anhanduizinho, Imbirussu, Bandeira, Lagoae Segredo). A única região não contemplada na licitação é a Centro, porém, nessa área não há ruas sem asfalto.

A empresa também tem um segundo contrato ativo com a mesma finalidade, no valor de R$ 1.090.055,68, que foi assinado em maio do ano passado e tinha previsão de duração até maio deste ano, mas ainda consta como ativo.

O terceiro contrato torna a empresa responsável pela “prestação de serviços ambientais que visam ao atendimento do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas e Conservação da Bacia Hidrográfica do Córrego Guariroba”. O contrato, de R$ 600 mil, começou em março de 2018 e tem vigência até março de 2024.

Além de Campo Grande, a empresa também já fez parcerias com outras prefeituras de Mato Grosso do Sul e até com o governo do Estado.

Em Corumbá, são quatro contratos ativos, no valor total de R$ 78.089.200,24. 

Entre os contratos estão: prestação de serviços públicos de limpeza (como varrição manual de vias, calçadas e logradouros públicos, capina, roçada e raspagem manual de passeios, guias, sarjetas, vias e logradouros públicos, roçada mecânica de passeios, guias, sarjetas, vias e logradouros públicos e pintura de meio-fio); serviços de implantação de revestimento primário em rodovias vicinais nos assentamentos Jacadigo e Taquaral; execução de obras/serviços de manutenção de vias e travessões de assentamentos rurais (Tamarineiro I Norte, II Norte e Sul, Paiolzinho, Taquaral, São Gabriel, Mato Grande e Urucum) e do distrito de Albuquerque, com revestimento primário existente; e locação de máquinas e de caminhões destinados à Secretaria Municipal de Infraestrutura do município.

Com o governo do Estado, são cinco contratos, no valor total de R$ 162 milhões.
Apesar de todos esses supercontratos, o capital social da Andre L. dos Santos Ltda. é de R$ 10 milhões.

OUTRAS INVESTIGAÇÕES

O nome de André Patrola começou a ganhar os noticiários em 2018, na Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, por suspeita de fraude em licitação.

Em novembro do ano passado, o nome de André Patrola voltou a circular na mídia, desta vez, com o do ex-prefeito da Capital Marquinhos Trad, nas denúncias do MPMS de prática de crimes de assédio sexual, importunação sexual e favorecimento à prostituição ou outra forma de exploração sexual. 

Enquanto Marquinhos Trad teria praticado os crimes contra sete mulheres, André Patrola foi acusado de crimes contra outras três e, se condenado por favorecimento à prostituição, estaria sujeito a uma pena que varia de dois a cinco anos de prisão.

AÇÃO

Neste ano, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) deu ganho de causa para André Patrola em uma ação que ele movia contra a Prefeitura de Campo Grande e determinou que o município pagasse em torno de R$ 1,5 milhão, referente à manutenção de vias públicas contratada em 2012, uma década atrás.

A causa vencida por Patrola há um mês, capitaneada pelo escritório Ferraz Advogados Associados, diz que o empreiteiro firmou os contratos com a prefeitura em 2012 com a finalidade de fazer a manutenção das vias públicas não pavimentadas de bairros afastados da parte central da cidade, como Aero Rancho, Guanandi II, Jardim Atlântico e Nova Lima.

Nesse contrato, a prefeitura teria de pagar à empreiteira a cifra de R$ 4.750.116,00, em outro, R$ 4.170.766,00, totalizando um montante em torno de R$ 10 milhões.

Depois do contrato de 2012, a empresa de Patrola e a prefeitura assinaram em 2014 o chamado termo aditivo do contrato. (Colaboraram Rodolfo César, Leo Ribeiro e Celso Bejarano)

*Matéria editada às 18h38 para correção de informações

Trilha de Hermes

Operação investiga grupo criminoso que matou informante da polícia

O homem identificado como colaborador policial era Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que se encontrava sob monitoramento eletrônico

04/12/2025 17h45

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie

A Polícia Civil apreendeu armas, munições, veículos de alto valor, aparelhos celulares e R$ 8 mil em espécie Divulgação: Polícia Civil

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A Operação Trilha de Hermes, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON) e da Delegacia Regional (DRP) de Naviraí, investiga a morte de Aldevan Pontes de Jesus, de 32 anos, que era monitorado com tornozeleira eletrônica. O homem foi identificado por um grupo criminoso como sendo um informante da polícia.

Por este motivo, Aldevan foi sequestrado pela quadrilha e possivelmente morto, de acordo com a Polícia Civil, perdendo o sinal de seu equipamento na área rural de Itaquiraí, de onde partiram as investigações.

A DEFRON e a DRP de Naviraí identificaram uma estrutura organizacional criminosa armada, com estruturada cadeia de comando e divisão de tarefas. As prisões temporárias e a busca domiciliar em desfavor dos suspeitos ocorreram durante a terça (2) e quarta-feira (3).

A Operação Trilha de Hermes resultou no cumprimento de cinco mandados de prisão temporária, duas prisões em flagrante, além da apreensão de veículos de alto valor, armas, munições, dinheiro em espécie e diversos outros objetos.

A quadrilha criminosa é investigada pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, sequestro, lavagem de dinheiro e organização criminosa armada. As investigações prosseguem para apuração de outros envolvidos e para localização de ativos financeiros que o grupo criminoso auferiu durante sua atividade ilícita.

Balanço

No primeiro dia, foram realizados o cumprimento de cinco mandados de prisão temporária e o cumprimento de 12 mandados de busca domiciliar. A operação ocorreu nas cidade de Itaquiraí, Naviraí e Porto Velho (RO), onde um dos alvos estava no momento da operação.  Duas pessoas foram presas em flagrante pelo crime de posse de arma de fogo e de munições. 
 
Já na quarta-feira, foram realizadas diligências em áreas rurais, com o cumprimento do mandado de prisão de um dos alvos que se mantém foragido. As autoridade utilizaram os meios de locomoção fluvial e aéreo para esta etapa da operação, com apoio do Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).
 
Ao todo, a operação resultou no cumprimento da prisão de sete pessoas, entre elas os três líderes do grupo, apreensão de armas, munições, seis veículos de alto valor, dez celulares, R$ 8 mil em espécie e documentos a serem analisados.

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Cidades

Polícia barra contrabando na entrada de Campo Grande

Ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras

04/12/2025 17h30

Foto: Divulgação / Policia Civil

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A Policia Civil por meio do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (Dracco) interceptou 4 caixas grandes de óculos, 2 pneus de caminhão, bolas de pneus e 12 caixas de cigarros, fiscalização realizada na  Avenida Gunter Hans, saída para Sidrolândia na manhã desta quarta-feira (3).  

A ação compõe a Operação Protetor das Divisas e das Fronteiras e combate ao contrabando e descaminho no Estado, mercadoria encontrada em uma Fiat/Doblo. 
O material apreendido foi encaminhado diretamente à sede da Polícia Federal de Campo Grande.Dois indivíduos foram conduzidos em flagrante.

A ação faz parte da 3ª etapa da Rede Nacional de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim), iniciativa nacional de enfrentamento ao crime organizado.

Em todo o país, a organização e preparação da operação envolve ao menos 18 ações estratégicas, que abrangeram desde o encaminhamento de demandas originadas na reunião de alinhamento até a preparação de sistemas e o treinamento de usuários.

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