Cidades

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Proposta para recuperar a Malha Oeste deve ser apresentada dentro de 90 dias

Grupo de Trabalho foi aberto na última segunda-feira; ideia é firmar parceria com o setor privado para desenvolver a ferrovia

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Tema de reunião entre o Governo do Estado e o Ministério dos Transportes no início de novembro, a Malha Oeste, ferrovia que corta o Estado de norte a sul, finalmente terá um projeto de restauração.

Um Grupo de Trabalho, do Ministério dos Transportes, foi aberto na última segunda-feira (18), e terá o prazo de 90 dias para elaborar uma proposta. O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (19), durante assinatura da ordem de serviço para início dos trabalhos de construção do acesso à ponte sobre o Rio Paraguai, pelo ministro interino dos Transportes, George André Palermo Santoro.

"Eu combinei com o governador que até o primeiro semestre do ano que vem a gente vai trazer uma proposta, ou uma parceria, provavelmete com o setor privado, para que a gente consiga desenvolver a malha ferrovária aqui do estado", garantiu Santoro.

A Malha Oeste, antiga Noroeste do Brasil, tem 1.923 km de ferrovia e liga Corumbá a Mairinque (SP) e Campo Grande a Ponta Porã. Atualmente, o modelo estudado não inclui o trecho de Campo Grande até Ponta Porã.

"Nós estamos hoje no melhor nível dos últimos 10 anos da qualidade da malha viária no estado do Mato Grosso do Sul", destacou o ministro interino.

A revitalização da ferrovia já é uma demanda antiga da administração pública de Mato Grosso do Sul. Ela exige estudos, já que o melhor formato para revitalização também é alvo de discussões. Há a possibilidade de uma rebitolagem da estrada férrea, ou  a manutenção da bitola atual. A bitola é a medida utilizada para determinar o tamanho dos trilhos.

Além de facilitar o escoamento de produtos para o estado de São Paulo, a reativação da malha ajudará a reduzir o número de caminhões nas rodovias de Mato Grosso do Sul.

"Essa é uma discussão muito importante. Esse é o compromisso do presidente Lula com o ministro Renan [Filho, ministro dos Transportes do Brasil], da gente entregar uma logística melhor para o nosso agronegócio poder acessar os canais, acessar os portos, com o menor custo possível", concluiu.

INCLUSÃO DE TRECHO

Conforme publicado pelo Correio do Estado, na edição de 14 de junho de 2023, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vai refazer os estudos de viabilidade econômica do ramal de 348 km que liga Campo Grande a Ponta Porã da ferrovia Malha Oeste para tentar reincluí-lo na relicitação em andamento. A autarquia vai incluir novas possibilidades de cargas apresentadas por lideranças sul-mato-grossenses. 

O trecho foi excluído em estudos técnicos, que avaliaram que colocaria em risco todo o certame por ser inviável financeiramente, já que deve dar prejuízo de R$ 613 milhões ao longo dos 60 anos de concessão.

O custo de investimento e outras despesas de R$ 1,594 bilhão não compensariam a receita estimada de R$ 981 milhões no mesmo período. 

A proposta surgiu a partir das sugestões de sul-mato-grossenses, entre eles, o secretário Jaime Verruck, o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto e o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo Filho.

Para chegar à exclusão do trecho, foi feito estudo de mercado com duas projeções: uma excluindo o ramal, e outra considerando as receitas e as despesas com os 348 km da linha ferroviária. 

No levantamento sem o trecho ferroviário, o Valor Presente Líquido (VPL) fica em R$ 31 milhões, saldo positivo, levando em consideração a projeção de receita líquida de R$ 21,840 bilhões e os R$ 21,808 bilhões em investimentos e outras despesas (entre elas, impostos). 

No estudo incluindo o ramal, a receita líquida sobe para R$ 22,820 bilhões, porém os investimentos necessários crescem muito mais, para R$ 23,402 bilhões, um saldo negativo de R$ 582 milhões, que, somado aos R$ 31 milhões obtidos nos cálculos sem o ramal, deixam o saldo negativo do VPL em R$ 613 milhões.

O custo de investimento e outras despesas chegariam a R$ 1,594 bilhão, enquanto a receita estimada seria de R$ 981 milhões.

RELICITAÇÃO

A proposta inicial era que o processo de relicitação estivesse concluído no início do próximo ano. Agora, a previsão é de que ocorra só em setembro de 2024, prazo este que a gestão estadual tenta diminuir. 

Conforme publicado pelo Correio do Estado, o processo de relicitação da ferrovia que atravessa MS de leste a oeste foi prorrogado por 24 meses.

A resolução que dá mais prazo para o governo federal levar adiante o processo de escolha de um novo operador da estrada de ferro foi publicado no Diário Oficial da União do dia 15 de fevereiro deste ano. O novo prazo de conclusão do processo de relicitação vai até fevereiro de 2025. 

Estudo apresentado no dia 16 de março pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF Corporación Andina de Fomento) ao presidente da ANTT mostra a viabilidade da reativação da linha férrea.

Pelos estudos apresentados, a nova concessionária vai ter de investir R$ 18,1 bilhões no prazo de 60 anos, sendo o maior valor nos próximos sete anos (R$ 16,4 bilhões), para troca de dormentes e trilhos, compra de locomotivas e reforma de pátios de manobra, entre outras obras. 

A previsão é de que o volume de carga transportada seja 12 vezes maior em 2031, gerando receita líquida de R$ 21,8 bilhões até 2083 para a nova concessionária.

CNH

Congresso derruba veto de Lula e retoma exigência de exame toxicológico para primeira CNH

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas

04/12/2025 21h00

Foto: Divulgação

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O Congresso Nacional rejeitou, em sessão conjunta realizada na tarde desta quinta-feira, 4, um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que barrava a exigência de exame toxicológico para os candidatos à primeira habilitação de condutores nas categorias A (motos e ciclomotores) e B (veículos de passeio).

O veto é derrubado dias após a aprovação de uma reformulação no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para eliminar a obrigatoriedade de aulas;

A exigência do exame toxicológico representa, na verdade, uma ampliação: a realização do exame já é obrigatória para motoristas das categorias C, D e E (transporte de cargas e passageiros).

Na justificativa do veto, de junho deste ano, o governo Lula argumentou que a exigência do exame para as categorias A e B aumentaria os custos para tirar a CNH, o que poderia influenciar na decisão de mais pessoas dirigirem sem habilitação - estimativas indicam que há cerca de 20 milhões de pessoas nessas condições.

"Em que pese a boa intenção do legislador, a inclusão do artigo para prever que os condutores de todas as categorias de veículos sejam obrigados a realizar exame toxicológico para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) contraria o interesse público, pois importaria em aumento de custos para a sociedade e poderia influenciar que mais pessoas optassem por dirigir sem a devida habilitação, o que comprometeria, por consequência, a segurança viária", justificou o Planalto, no veto.

Parte dos parlamentares entendeu que o argumento, porém, ficou ultrapassado, uma vez que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) editou recentemente uma resolução autorizando regras menos rígidas para acesso à CNH sem precisar cursar escolas de trânsito.

Em nota, a Associação Brasileira de Toxicologia (ABTox) afirmou considerar a "derrubada do veto ao exame toxicológico obrigatório para a primeira habilitação um avanço decisivo para a segurança viária no País".

"A medida reforça uma política pública que comprovadamente tem impacto positivo na sociedade: desde 2016, quando passou a ser obrigatório para motoristas das categorias C, D e E, o exame evitou ao Brasil uma perda estimada de R$ 74 bilhões em sinistralidades apenas em seu primeiro ano e permitiu que mais de 28 mil condutores inicialmente reprovados retornassem às atividades após tratamento e reabilitação", estima a entidade.

Conforme a ABTox, a decisão também reflete a vontade da sociedade: segundo pesquisa Ipec de fevereiro de 2025, 83% dos brasileiros apoiam a exigência do exame para novos condutores.

Como funciona o fim da obrigatoriedade de aulas para obter a CNH

Como mostrou o Estadão, a nova resolução para facilitar a obtenção de CNH prevê um curso teórico gratuito e digital, maior flexibilidade nas aulas práticas e permissão para que candidatos sejam acompanhados por instrutores credenciados dos Detrans, e não apenas por autoescolas.

O processo também poderá ser iniciado online, pelo site do Ministério dos Transportes ou pela Carteira Digital de Trânsito (CDT).

A mudança mira os altos custos e a burocracia que afastam milhões de brasileiros. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) indicam que cerca de 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação, e outras 30 milhões têm idade para tirar a CNH, mas não conseguem arcar com despesas que podem chegar a R$ 5 mil O governo estima que o novo modelo pode reduzir em até 80% o custo total da habilitação.
 

EMPREENDIMENTO

Terceiro porto em município de MS terá investimento acima dos R$ 180 milhões

O novo complexo de Porto Murtinho planeja atender três cadeias estratégicas: grãos, fertilizantes e cargas diversas

04/12/2025 20h18

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A partir de 2026, Porto Murtinho terá um novo Terminal Multifuncional à beira do Rio Paraguai, com investimento previsto acima dos R$ 180 milhões. A empresa responsável pelo empreendimento será a PTP Group. O projeto recebeu o licenciamento ambiental e a licença de instalação para construção, emitidas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), durante reunião no gabinete do governador Eduardo Riedel, na quarta-feira (3).

O terceiro terminal portuário do município será construído no quilômetro 2.322 do Rio Paraguai, em uma área total de 352,5 hectares, com 9,9 hectares dedicados à fase inicial das operações. 

A estrutura foi planejada para atender três cadeias estratégicas e prevê uma capacidade de movimentação anual em torno de:

  • 1,15 milhão de toneladas de grãos;
  • 1 milhão de toneladas de cargas diversas;
  • 700 mil toneladas de fertilizantes. 

O complexo também contará com infraestrutura para expansão de silos, armazém de 20 mil toneladas e área offshore para atracação e operação de barcaças.

Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), destacou que o PTP Group já atua ao longo da hidrovia do Paraguai com portos na Argentina, Uruguai e Paraguai, o que reforça a integração regional. 

“Estamos falando de um investimento que inicia obras no ano que vem e que, em um ano, já deve estar em operação. É o terceiro porto em implantação em Porto Murtinho, ampliando a capacidade da nossa hidrovia e conectando a produção sul-mato-grossense a mercados do Atlântico e do Pacífico”, afirmou o secretário.

O projeto executivo prevê execução físico-financeira distribuída em dez meses, com Capital Expenditure (CAPEX) total de R$ 181 milhões, incluindo obras civis, infraestrutura portuária e implantação dos sistemas de armazenagem e movimentação de cargas. A Licença Prévia do empreendimento já teve todo o estudo ambiental apresentado ao Imasul, e o processo segue em análise técnica.

Reunião do governador Eduardo Riedel com a delegação de Entre Ríos e a PTP / Crédito: Governo do Estado

Durante a reunião, também foi discutida a ampliação da cooperação internacional com a província de Entre Rios, na Argentina, onde o PTP Group mantém operação portuária. A intenção é fortalecer o corredor logístico entre Mato Grosso do Sul, portos argentinos e o hub de Nueva Palmira, no Uruguai, ampliando as rotas de exportação e criando alternativas de importação via hidrovia. Verruck ressaltou que essa integração também favorece o mercado boliviano, que tem aumentado sua utilização do Rio Paraguai.

O governador Eduardo Riedel propôs que os estados e províncias vizinhas criem um modelo de governança para a hidrovia similar ao desenvolvido na Rota Bioceânica. A ideia é instalar um fórum de governadores subnacionais para tratar conjuntamente de infraestrutura, regulação e expansão das operações ao longo do Rio Paraguai.

Paralelamente, Brasil e Paraguai avançam nas tratativas finais para permitir que, já no próximo ano, seja lançada a primeira licitação hidroviária do trecho entre Corumbá e Porto Murtinho, medida considerada essencial para elevar a navegabilidade e garantir sustentabilidade ao corredor logístico.

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