Após a hospitalização de cerca de 10 indígenas, feridos durante ataque à guarani-kaiowás, o coordenador-geral do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas (PPDDH) chegou à Mato Grosso do Sul hoje (04), para acompanhar as ações do ministério federal que acompanha a causa desses povos originários locais.
Como descrevem as entidades especializadas - Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) -, o ataque aconteceu após a Força Nacional sair da região, conforme abordado mais recente pelo Correio do Estado.
Informações da Agência Brasil apontam a chegada do coordenador durante esse domingo (04), sendo que ele se junta à equipe do Ministério dos Povos Originários, que deslocou agentes próximo às áreas de conflito e afirmou "repudiar a violência" contra esses indígenas sul-mato-grossenses.
Além da retomada Pikyxyin, a Kurupa Yty também foi violentamente atacada, com uma grande concentração de camionetes registrada em torno da comunidade Yvy Ajere.
Relembre
Através das redes sociais, o Cimi detalhou que ao se retirar da área, um agente da Força Nacional inclusive alertou a um dos indígenas no início da tarde de sábado (03), com a frase: "pega teu povo e sai daqui ou vocês vão morrer".
Relatos e vídeos ilustram o ataque, realizado por homens armados, montados em caminhonetes, que realizaram uma série de disparos com munição letal e balas de borracha contra os indígenas da terra retomada Pikyxyin.
Importante ressaltar que essa trata-se de uma das sete áreas da Terra Indígena Lagoa Panambi, que desde 2011 é identificada e reconhecida pelo Ministério da Justiça como originária dos povos Guarani Kaiowá.
Em meados de julho a mesma TI no município de Douradina foi alvo de outro "grave e violento" ataque, em um fim de semana em que cinco Terras Indígenas sul-mato-grossenses foram atacadas, sendo:
- Guyra Kambiy,
- Potero,
- Arroio Cora,
- Laranjeira e
- Kunumi.
(Colaborou Naiara Camargo, com informações da Agência Brasil)