As chuvas no trimestre entre fevereiro e abril de 2025 devem ficar abaixo da média histórica em Mato Grosso do Sul, enquanto as temperaturas devem alcançar marcas acima da média. A tendência meteorológica para os próximos três meses foi compilada pelos técnicos do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (Cemtec), órgão do Governo de Mato Grosso do Sul vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).
O estudo aponta para um cenário de mudanças climáticas seguindo o que se observa nos últimos anos, com períodos mais longos de estiagem e ondas de calor intenso. As chuvas devem variar entre 400 a 500 mm em grande parte do estado, com exceção das regiões leste/nordeste e oeste, onde a média deve ser entre 300 a 400 mm.
Já as temperaturas médias devem variar entre 24°C a 26°C, com ligeira elevação na região noroeste (26°C a 28°C), enquanto nas regiões sul e sudeste devem ficar entre 22°C a 24°C.

Chuvas
Segundo o levantamento, apenas um dos municípios de Mato Grosso do Sul deve ter chuva acima da média no período: Bataguassu, onde deve chover 33,5% acima da média.
Alguns municípios apresentam índice alarmante de chuva abaixo da média, como Amambai, que terá 713,1% menos chuvas. Em Campo Grande, o déficit será de 674,7%; e em Ponta Porã, de 615,5%. Confira o levantamento:

Os técnicos do Cemtec analisaram a previsão probabilística de precipitação e da temperatura do ar a partir do Ensemble da WMO, conjunto de modelos meteorológicos da Organização Mundial de Meteorologia.
ENOS
Previsão do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS) Atualmente, a maioria dos modelos climáticos indicam que a temperatura da superfície encontra-se abaixo da média no Oceano Pacífico Central, indicando condições do fenômeno da La Niña com persistência até abril de 2025 e, provavelmente, em transição para condições de neutralidade durante o período de março a maio de 2025.
Em relação à previsão do fenômeno El Niño Oscilação Sul (ENOS), o modelo indica 59% de probabilidade para a ocorrência do fenômeno da La Niña no trimestre de Fevereiro-Março-Abril de 2025.
Este é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do oceano Pacífico, e por consequência, gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica que impactam no regime das chuvas. Vale destacar que não é apenas esta forçante climática que determina as condições gerais do clima e, de forma geral, sua atuação é indireta no clima de Mato Grosso do Sul.