Cidades

ÚLTIMA DOSE

Quadrilha causou prejuízos de R$ 18 milhões com fraude no setor de bebidas alcoólicas

Organização criminosa comprava bebidas destiladas de forma clandestina e utilizava empresas de fachada como noteiras para sonegar impostos em MS

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Uma operação conjunta do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e da Secretaria Estadual de Fazenda (Sefaz) desarticulou uma organização criminosa dedicada à fraude fiscal no setor de bebidas alcoólicas em Mato Grosso do Sul, que causou prejuízos de mais de R$ 18 milhões aos cofres públicos estaduais.

Intitulada "Última Dose", a operação foi deflagrada nesta terça-feira (22), para cumprimento de mandados de busca e apreensão, que resultou na apreensão de documentos que serão analisados, com objetivo de coletar mais provas que ajudem a desarticular o esquema. 

Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo três em Paranaíba, um em Itajá (SP) e outro em São José do Rio Preto (SP).

De acordo com a titular do Dracco, delegada Ana Cláudia Medina, as investigações começaram há cerca de um ano, quando relatórios técnicos da Sefaz apontaram a existência de uma distribuídora de bebidas com indícios do crime de sonegação fiscal, através da utilização de empresas noteiras.

Um dos fatos que levantou suspeitas quanto à legalidade das operações é o fato da empresa ter capital social de R$ 50 mil, mas ter movimentado R$ 21 milhões em mercadorias ao longo de um ano e meio.

"A distribuídora fazia a aquisição de bebidas alcoólicas fora do Estado, trazia para dentro do Mato Grosso do Sul essa bebida adquirida de maneira clandestina e depois se utilizava de empresas noteiras, que é o que a gente chama de fraude estruturada, que são empresas de fachada que serviam só de laranja para documentar que essa bebida havia sido adquirida com o recolhimento do imposto, o que na verdade não era real", explicou a delegada.

Essa sonegação resultou no prejuízo milionário ao Estado.

Com o aprofundamento das investigações, através de uma apuração financeira, foram constatadas movimentações atípicas, com os integrantes da quadrilha tendo evolução do patrimônio de maneira criminosa, que indicam a possível prática de lavagem de dinheiro.

"Nossa investigação trouxe um esquema de empresas que estavam em conluio, de fachada, com um beneficiário específico que já vinha mudando de nomes. Essa empresa beneficiária está estabelecida no Mato Grosso do Sul, em Paranaíba especificamente", explicou Medina.

O superintendente de administração tributária da Sefaz, Bruno Bastos, disse que a operação foi satisfatória para angariar documentos que possam, efetivamente, ajudar a encontrar os reais beneficiários do esquema fraudulento.

"É um crime contra a ordem tributária, uma fraude de sonegação fiscal, e através das lavraturas dos autos de infração vamos poder responsabilizar os reais beneficiários, aqueles que tem realmente patrimônio e se beneficiaram dessa fraude", disse.

"A fraude consistia, como a delegada falou, em empresas noteiras que esquentavam operações para essas empresas de Paranaíba, que por sua vez comercializavam mercadorias como se o imposto já tivesse sido recolhido pelo mecanismo da substituição tributária. Essas mercadorias vinham de Goiás fisicamente para o Mato Grosso do Sul, com um recolhimento de imposto praticamente nulo, onde essas empresas em Mato Grosso do Sul tiveram vendas aproximadas em R$ 90 milhões e as empresas noteiras do estado emitiram R$ 44 milhões. Então, são aproximadamente R$ 18 milhões em impostos e  multas sonegados aos cofres públicos", acrescentou.

Além do impacto financeiro, as fraudes comprometeram a concorrência leal no mercado de bebidas, permitindo que a organização oferecesse preços inferiores ao dos concorrentes que cumpriam suas obrigações fiscais. 

Embora não tenha havido prisões até o momento, os envolvidos foram autuados por sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

As investigações continuarão em busca de identificar os verdadeiros beneficiários das fraudes e recuperar os valores sonegados.

farra das diárias

Diária de vereador de MS é até 113% maior que a de ministros

Vereador de Anastácio tem direito a R$ 1,6 mil em viagem interestadual. Ministros de Estado recebem R$ 750,00 quando viajam para cidades que não sejam capitais

02/04/2025 12h55

Ao longo do ano passado a Câmara de Vereadores, que tem 11 integrantes, gastou R$ 891 mil com o pagamento de diárias

Ao longo do ano passado a Câmara de Vereadores, que tem 11 integrantes, gastou R$ 891 mil com o pagamento de diárias

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Com valores que chegam a ser 113% acima daquilo que é pago a um ministro do Governo Federal, a câmara de vereadores de Anastácio, cidade localizada a 130 quilômetros a oeste de Campo Grande, gastou no ano passado R$ 891 mil somente em diárias com seus 11 vereadores e parte dos servidores. 

E, por conta das altas cifras, os gastos foram denunciados ao Ministério Público do Estado (MPE-MS) e nesta quarta-feira (02) a promotoria deu um ultimato para que o presidente da casa, Lincoln Peliccioni (PSDB), e aos demais vereadores para que evitem farra semelhante ao longo deste ano. 

Conforme a recomendação publicada no diário oficial do MPE, um Ministro de Estado tem direito a R$ 900,00 em valor de diária em casos de deslocamentos para Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo. Em viagens para as demais capitais, R$ 800,00. E, para outras cidades de qualquer estado, R$ 750,00.

Os vereadores de Anastácio, por sua vez, têm direito a R$ 1,6 mil em casos de viagens para outros estados, conforme o MPE, o que é 113% acima dos R$ 750,00 repassados em determinadas viagens a um ministro. 

Estes pagamento, desconfia a promotoria, são uma forma dissimulada de engordar os salários de vereadores e de alguns servidores apadrinhados pelos políticos. 

Essa suspeita fica clara quando o promotor Marcos Martins de Britto escreve que a “que a carga genérica da regulamentação vigente revela a perpetuação do pagamento descontrolado de diárias de forma habitual, rotineira, configurando valores permanentemente acrescidos aos salários dos vereadores e servidores contemplados”. 

Para tentar colocar um freio na gastança, o MPE deu “prazo de 30 dias, contado a partir do recebimento da presente Recomendação, apresentem projeto de lei destinado a regulamentar a matéria atinente à concessão de diárias, dispondo critérios e requisitos objetivos para a concessão do pagamento de diárias a todos os vereadores e servidores do Poder Legislativo Municipal”. 

A recomendação exige que os valores sejam reduzidos para sirvam somente para “ressarcir os gastos havidos nos deslocamentos”. Exige também que sejam repassados valores diferentes nos casos em que for usado veículo oficial ou quando a câmara bancar a passagem aérea. 

Além disso, o MPE recomenda que somente sejam autorizadas viagens que realmente sejam de interesse da administração municipal e que cada beneficiário preencha um formulário com uma série de informações para comprovar que a viagem realmente foi necessária e de interesse público. 

Em sua maioria, as diárias são pagas para participação de cursos de formação ou para encontros com deputados. E, conforme texto transcrito do conselheiro Jerson Domingos, do Tribunal de Contas do Estado, boa parte das viagens não faz mais sentido. 

“Cumpre salientar, que não se mostra necessário tantos deslocamentos de Vereadores até a Capital ou outro Estado, pois além dos meios de comunicação hoje existentes, mais modernos e baratos, como e-mail, vídeo conferência, internet, dentre outros, os parlamentares de Mato Grosso do Sul regressam rotineiramente ao Estado para visitar suas bases e atender as demandas, além de manterem escritórios, onde poderiam ser agendados encontros, sem necessidade de viagens intermunicipais e interestaduais, ainda mais, diante da notória “crise econômica” pela qual nosso Estado e Municípios atravessam”.

Se as recomendações para colocar um fim à gastança não forem acatadas, o promotor promete recorrer à Justiça para tentar colocar um limite na gastança. 

O pagamento de diárias no ano passado foi possível graças à grande disponibilidade de recursos repassados ao Legislativo. Apesar da dos castos de quase R$ 900 mil em dárias, ainda sobraram R$ 627 mil, que foram devolvidos ao Executivo no final do ano. 

DOMINGO DE ELEIÇÃO

Prefeito é cassado em MS por erros na erradicação do trabalho infantil

Longe cerca de 461 km de Campo Grande, município segue sob gestão interina do presidente da Câmara de Vereadores até eleição no próximo dia 06

02/04/2025 12h32

Amanhã (03) termina o prazo determinado pelo TRE para propaganda em rádio e televisão e eleição em Paranhos será no domingo (06)

Amanhã (03) termina o prazo determinado pelo TRE para propaganda em rádio e televisão e eleição em Paranhos será no domingo (06) Reprodução/DivulgaCand/TRE

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Eleito em 2024, o agora ex-prefeito de Paranhos, Heliomar Klabunde (MDB), teve a cassação de seu registro de candidatura confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ontem (1º de abril), por irregularidades cometidas e constatadas no Programa de Erradicação de Trabalho Infantil em sua gestão anterior na cidade.

Ex-gestor de Paranhos, Klabunde teve a sua prestação de contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), graças à constatação de irregularidades cometidas no Programa de Erradicação de Trabalho Infantil.

Foi determinada a devolução de R$ 77,7 mil aos cofres públicos, porém a possibilidade de um pagamento de multa foi afastada pelo TCU, que entendeu já ter expirado o prazo legal para tal sanção. 

Segundo o Ministério Público (MP) Eleitoral, Klabunde estava impedido de disputar as eleições em 2024 por conta de condenação, graças à legislação que prevê inelegibilidade por oito anos para o gestor público que teve as contas rejeitadas por irregularidade insanável, "considerada ato de improbidade administrativa cometido de forma intencional".

Mesmo sem a multa, a condenação por ato de improbidade foi mantida pela Corte de Contas o que impede o ex-prefeito de se candidatar, explica o parecer do vice-procurador-geral Eleitoral, Alexandre Espinosa. 

Como bem acompanhou o Correio do Estado, tal insistência de Heliomar Klabunde (MDB) ao cargo de prefeito, mesmo em condição adversa, é recorrente, pois, nas eleições de 2020, ele acabou vencendo o pleito, mas teve seus votos anulados depois que a Justiça Eleitoral reconheceu sua inelegibilidade.

Situação em Paranhos

Em 21 de fevereiro o Tribunal Regional Eleitoral definiu, em resolução assinada pelo desembargador Carlos Eduardo Contar, presidente do TRE-MS, as datas referentes ao calendário eleitoral de Paranhos. 

"A nova eleição ocorrerá em razão da decisão colegiada proferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negando provimento ao recurso especial eleitoral para confirmar a decisão do juiz eleitoral da 1ª ZE, Dr. Diogo de Freitas, e deste Tribunal Regional Eleitoral, que indeferiu o pedido de registro da candidatura do candidato Heliomar Klabunde (MDB), em razão da incidência de inelegibilidade devido a irregularidades nas contas da gestão anterior", expôs o TRE em nota. 

Por conta disso, o Poder Executivo de Paranhos está sob a gestão interina do presidente da Câmara Municipal local, Helio Acosta (PSDB), desde o dia 1º de janeiro deste ano. 

Amanhã (03) termina o prazo determinado pelo TRE para propaganda em rádio e televisão, que durou um total de 20 dias desde 15 de março.

Com o dia da eleição em Paranhos marcado para o próximo domingo (06 de abril), abaixo você confere o calendário e as próximas datas eleitorais no município. 

  • 11/04: último dia para entrega da prestação de contas;
  • 26/04: último dia para o julgamento das contas;
  • 29/04: último dia para a diplomação dos eleitos;
  • 01/05: último dia para a posse dos eleitos.
  • Das convenções até a eleição: 40 dias
  • Das convenções até a diplomação: 65 dias

"A maioria dos ministros do TSE seguiu esse entendimento para negar o registro de candidatura de Klabunde", expôs a Procuradoria-Geral da República em material divulgado pelo Ministério Público Federal. 

 

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