Cidades

AQUIDAUANA

Quatro anos depois, acusado de crime no Rio Miranda deve ir a júri popular

Acidente entre lancha de servidor público e barco de pesca causou a morte de Carlos Américo e deixou dois feridos

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O servidor público Nivaldo Thiago Filho de Souza, acusado de matar e omitir resgate a Carlos Américo Duarte em um acidente entre a lancha que ele pilotava e o barco do pescador, no Rio Miranda, deverá ser julgado em júri popular, em Aquidauana.

O grave acidente ocorreu no feriado de 1º de maio de 2021, no Rio Miranda, na região conhecida como Touro Morto, e só agora, quatro anos após o incidente, o réu terá sua última audiência de instrução no dia 23, antes do julgamento a ser realizado no Tribunal do Júri da Comarca de Aquidauana. 

Conforme informa o processo, que contém a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), Nivaldo Thiago pilotava uma lancha denominada Mamba Negra, sem ter habilitação e sob efeito de álcool, quando colidiu com o barco Beira Rio II, tripulado por três pessoas.

O impacto das embarcações resultou na morte de Carlos Américo Duarte e ainda feriu outras duas pessoas: Caê Duarte (filho de Carlos) e Rosivaldo Barboza de Lima (piloto profissional da embarcação).

Segundo os autos, Nivaldo fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. No momento do acidente estavam dentro da embarcação, junto com o réu, sua esposa e filho. 

Carlos Américo, segundo consta no laudo de exame pericial da Marinha do Brasil, presente nos autos, sofreu fraturas na mandíbula esquerda, fratura raquimedular da coluna vertical e fratura no braço esquerdo, vindo a falecer no local.

A colisão ocorreu em uma curva do rio, que a lancha Mamba Negra adentrou em alta velocidade, de acordo com o relato das vítimas.

O caso foi recebido pela Justiça em 24 de fevereiro de 2023. A juíza responsável pelo processo entendeu haver provas suficientes da materialidade do crime e indícios consistentes da autoria, tornando Nivaldo réu em ação penal.

O processo seguirá para julgamento no Tribunal do Júri, como determina a Constituição Federal para crimes dolosos contra a vida.

Com o julgamento a ser agendado, o juiz conduzirá a sessão e, com o júri formado por sete cidadãos, decidirá pela aplicação da pena, caso haja condenação.

SERVIDOR PÚBLICO

Nivaldo Thiago Filho de Souza é servidor público estadual, lotado na Secretaria de Estado da Casa Civil. Na época do acidente, o réu ocupava cargo em comissão de direção gerencial superior e assessoramento, na função de assessor especial.

Sua remuneração fixa no cargo era de R$ 11 mil e, no mês seguinte ao ocorrido, ele recebeu um aumento de salário, passando a receber R$ 17 mil.

Mesmo tendo seu nome envolvido em um acidente com morte, Nivaldo Thiago se manteve no cargo público na Casa Civil e, em 2023, foi promovido para administração superior e assessoramento na função de assessor especial I, tendo outros aumentos de salário, que foi de R$ 18 mil até R$ 28 mil.

Esse vínculo funcional foi encerrado após um pedido de exoneração, com efeito a partir de 22 de julho de 2024, conforme publicado em resolução oficial do governo do Estado.

Porém, no mês passado, de acordo informações do Portal da Transparência do governo do Estado, o réu foi recontratado para ocupar o mesmo cargo na Casa Civil, desta vez recebendo o valor fixo de R$ 29.276,76, salário está a apenas R$ 5 mil do que ganha o titular da Pasta, que recebe R$ 34 mil.

Diferentemente do secretário, Nivaldo também recebe remunerações eventuais do mesmo valor que o seu salário, ou seja, o réu ganhou em março salário bruto de quase R$ 60 mil, recebendo mais de R$ 42 mil líquidos. 

Nivaldo também esteve lotado anteriormente na Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso do Sul, exercendo cargo em comissão de direção gerencial superior e assessoramento, antes de ser transferido para a Casa Civil, em 2021.

ALCOOLIZADO

Conforme informa o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia do acidente no Rio Miranda, Nivaldo foi abordado pela corporação na rodovia.

O réu teria informado que se envolveu em um acidente no rio e que estaria levando a sua família para o hospital mais próximo. Ele também teria se recusado a realizar o teste do bafômetro.

Apesar de ter recusado, Nivaldo teria admitido ter consumido bebida alcoólica antes de assumir o comando da embarcação. 

De acordo com a denúncia do MPMS, Nivaldo não tinha habilitação (Arrais), que é obrigatória para pilotar barcos e lanchas nos rios do Estado.

Sua conduta pode ser enquadrada como homicídio doloso (art. 121, caput, do Código Penal) e tentativa de homicídio doloso contra as vítimas sobreviventes (art. 121, caput, combinado com art. 14, II, do Código Penal).

SAIBA

Inicialmente, houve divergência sobre o local do crime, já que as coordenadas indicavam que ele teria acontecido em área próxima a Corumbá. No entanto, por meio de laudo técnico, as informações foram corrigidas, confirmando que a colisão ocorreu em Aquidauana.

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*Matéria editada para correção de informação às 16h31.

Operação Sem Desconto

Quase todos os aposentados do INSS não autorizaram desconto em folha

Auditoria da Controladoria-Geral da União identificou descontos sem autorização ou conhecimento dos beneficiários

23/04/2025 18h23

Crédito: Agência Brasil

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Após a operação Sem Desconto, realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) em conjunto com a Polícia Federal, um balanço divulgado indica que 97,6% dos aposentados e pensionistas não autorizaram os descontos em folha.

A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (23) e cumpriu mandados em 34 cidades do país, incluindo municípios de Mato Grosso do Sul.

Segundo a CGU, auditorias realizadas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, por meio de entrevistas, esclareceram que a maioria dos aposentados e pensionistas não tinha conhecimento dos descontos aplicados na folha de pagamento.

Os auditores realizaram visitas entre 17 de abril e 4 de julho de 2024. Nesse período, 1.273 beneficiários foram ouvidos, dos quais 1.242 (97,6%) afirmaram não ter autorizado os descontos.

Além disso, cerca de 1.221 beneficiários (95,9%) relataram não participar de nenhuma associação, o que indica que os descontos foram feitos indevidamente e sem consentimento.

Durante o levantamento, foi identificado que muitos beneficiários tinham dificuldade para entender de onde vinham os descontos e não sabiam como cancelá-los.

Ao analisar a folha de pagamento do INSS, a CGU observou um crescimento atípico nos descontos realizados por entidades associativas:

  • Em 2021: R$ 536,3 milhões
  • Em 2023: R$ 1,3 bilhão
  • Se mantida a média de descontos de maio de 2024, o valor pode ultrapassar R$ 2,6 bilhões até o fim do ano.

Bloqueio dos descontos

Diante das irregularidades, a CGU recomendou ao INSS:

  • O bloqueio imediato de novas mensalidades associativas;

  • O aprimoramento dos procedimentos para formalização, execução, suspensão e cancelamento dos Acordos de Cooperação Técnica (ACT);

  • A avaliação da pertinência da suspensão cautelar de descontos feitos por entidades com risco elevado de irregularidades;

  • A disponibilização dos documentos previstos nos ACTs em plataforma acessível à autarquia.

Como denunciar

O beneficiário que identificar desconto indevido pode acessar a plataforma FalaBR e preencher o formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, basta marcar a opção “Não identificado”.

Passo a passo:

  • No campo “Sobre qual assunto você quer falar”, selecione “Operações CGU”;

  • Em “Fale aqui”, insira o nome da operação e a Unidade da Federação onde foi deflagrada.

Como bloquear os descontos

Os segurados do INSS podem consultar seus extratos de benefício para verificar se há descontos de mensalidades associativas não autorizados.

Se houver, o bloqueio pode ser feito por meio do serviço “Excluir mensalidade associativa”, disponível:

  • No site Meu INSS

  • No aplicativo Meu INSS

  • Pela Central 135

Passo a passo:

  1. Acesse o Meu INSS (site ou app);

  2. Faça login com CPF e senha do Gov.br;

  3. Clique em “Novo pedido”;

  4. Digite “Excluir mensalidade”;

  5. Siga as instruções na tela.

Importante: Benefícios concedidos a partir de setembro de 2021 já vêm com o bloqueio automático de descontos associativos. Para desbloqueá-los, é necessário solicitar via biometria.

Operação

A operação contou 620 policiais federais e 80 auditores da CGU no cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão, ordens de sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária no Distrito Federal e em outros 12 estados: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe. Em um dos locais, a PF encontrou Porsche Taycan azul claro, sem placas, modelo avaliado em quase R$ 1 milhão. 

De acordo com o ministro da Justiça, o dinheiro seguia para uma espécie de folha de recibos das entidades, a medida  em questão, é saber o que estas faziam com esse dinheiro.  "Ilegal ou não, é o que vamos descobrir em função das buscas e apreensões de hoje", complementou.

Conforme o Ministro da CGU, Vinicius de Carvalho, a prática de descontos dos pensionistas e aposentados é observada pelo Governo Federal desde 2016, contudo, foi a partir de 2018, os descontos passam a ser maiores. "Em 2021 tinhamos 15 acordos de cooperação, em 2023 tínhamos 34  firmados.", pontuou.

De acordo com a PF, todos os seis mandados de prisão foram expedidos ao estado do Sergipe, ação que contou com três prisões e três pessoas foragidas.  Pelos cálculos dos investigadores, as entidades cobraram de aposentados e pensionistas o valor estimado de R$ 6,3 bilhões, no período entre 2019 e 2024.

Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, falsificação de documento, organização criminosa e lavagem de capitais.

** Colaborou Alison Silva / Com GovBR e Ministério da Previdência Socia

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Cidades

Mais de 400 veículos quebraram na BR-163 no feriado de Páscoa

Motoristas ficaram na estrada e tiveram dor de cabeça com panes no carro durante o feriado prolongado

23/04/2025 17h33

Foto: Rachid Waqued

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Entre os dias 17 e 22 de abril, funcionários da CCR MSVia redobraram os esforços para atender os motoristas que passaram pela BR-163 durante o feriado da Páscoa e de Tiradentes.

Conforme divulgado, a concessionária atendeu 468 ocorrências de veículos com problemas mecânicos ou elétricos em diferentes trechos da rodovia.

O destaque ficou para os 324 carros que apresentaram pane mecânica, o que representa um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Além disso, foram registrados:

  • 15 casos de panes elétricas;

  • 70 ocorrências de pneu furado;

  • 19 de pane seca;

  • 24 de superaquecimento do motor;

  • 16 registros de bateria descarregada.

Revisão veicular

Para garantir uma viagem segura, o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) orienta motoristas a realizarem uma revisão completa no veículo antes de sair de casa.

A recomendação é que a revisão mecânica seja feita a cada seis meses ou a cada 10 mil quilômetros rodados,  o que ocorrer primeiro. Como o procedimento pode demandar a troca de peças, não deve ser deixado para a última hora.

Entre os principais pontos que devem ser checados estão:

  • Sistema de motor

  • Freios e embreagem

  • Câmbio e suspensão

  • Fios e cabos elétricos

  • Bateria

  • Pneus e rodas: é fundamental observar se há amassados que possam causar fuga de ar e comprometer a segurança

  • Luzes do veículo

  • Níveis de líquidos (limpador de para-brisa, radiador, freios e óleo do motor)

Além da revisão técnica, o motorista deve portar obrigatoriamente:

  • Carteira Nacional de Habilitação (CNH)

  • Certificado de Registro e Licenciamento Anual (CRLV)

  • Itens de segurança, como triângulo, macaco e chave de roda

Outro alerta importante do Detran-MS é sobre os riscos da sonolência e fadiga ao volante. Esses fatores podem ser tão perigosos quanto dirigir sob efeito de álcool.

Para prevenir acidentes, o ideal é:

  • Dormir ao menos oito horas antes da viagem

  • Fazer paradas regulares para descanso, especialmente em viagens longas

Com o veículo em boas condições, documentos em dia e respeito às normas de trânsito, o motorista contribui para uma viagem mais segura e ajuda a reduzir o número de acidentes nas rodovias.

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