Cidades

ABANDONO DE VAGAS

Em dois anos, Capital perde 528 médicos na rede pública

Falta de profissionais nas unidades de saúde tem sido uma das principais dificuldades enfrentadas pela população

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Somente nos últimos dois anos, período em que Marcos Trad (PSD) está a frente da prefeitura de Campo Grande, a Capital perdeu 528 médicos. Enquanto no fim de 2016 eram 1.628 profissionais vinculados à rede pública, atualmente, são cerca de 1,1 mil. A alta rotatividade tem sido um dos principais problemas enfrentados pela atual gestão e também por quem depende da rede pública. Faltam médicos nas unidades de saúde e a população cobra uma solução efetiva do problema. 

Recém-empossado, o secretário de Saúde do município, José Mauro Filho afirmou que planeja fazer um diagnóstico da situação, por meio de consulta aos médicos, para tentar encontrar um solução defintiva. O que o município já sabe é que um dos fatores que mais influenciou no abandono das vagas, foi a mudança na carga horária dos profissionais. Diante do déficit de médicos, a situação pode ser revista.

“Recentemente houve uma mudança no regime de contratação, por uma questão de economia, passando a carga de plantão de 12h para 24h, e ambulatório de 24 para 48h. Issosso inviabilizou muito a contratação de médicos, porque muitos que tinham disponibilidade de fazer um plantão de 12h, acabaram tendo que assumir uma carga maior. Foi uma questão que foi discutida com o Sindicato, até para fidelizar o médico, no entanto, inviabilizou algumas contratações, porque o profissional busca a carga horária que está dentro da possibilidade dele, então, houve vários médicos que não aderiram a esse chamamento de contratação, pelo fato da mudança da carga horária, então, essa é uma questão que a gente tem que rever”, explicou.

VISTORIAS

Além do abandono das vagas, no início do mês passado, quatro médicos da rede pública de saúde foram afastados pelo prefeito, depois de uma visita realizada na Unidade Básica de Saúde “Dr. Antônio Pereira”, no bairro Tiradentes. Os profissionais teriam confessado que não cumprem a carga horário de trabalho, sob a justificativa de que“o salário pago pelo município é pouco para que se exija tal cumprimento”.

Diferente do que vem sendo feito pelo prefeito, o novo secretário se mostrou contrário às fiscalizações ‘in loco’ nas unidades de saúde, apesar de ser favorável a abertura de sindicâncias, caso alguma irregularidade seja identificada. “Sindicâncias tem que ser realizadas todas as vezes que tiverem irregularidades, o que a gente precisa é ouvir ambas as partes, tanto quem está localizando a situação problemática, quanto a versão de quem está sendo sindicado, e se chegar a uma conclusão. Na verdade, o prefeito tem o direito de ir aonde ele quiser, não é uma prerrogativa que deva caber a nós. Existem os apoiadores, que são funcionários do gabinete do prefeito, que estão fazendo a sua avaliação e muitas vezes pode gerar um pouco de conflito pela forma de abordagem , a gente tem trabalhado também com esse setor de abordar de forma menos agressiva”, afirmou.

O novo secretário afirmou ainda que a prioridade agora é melhorar as condições de trabalho dos profissionais, nuam tentativa de fidelizá-los. “O que eu pretendo é melhorar as condições de trabalho, melhorar talvez o fluxo de pacientes, porque que esse ambiente de unidades de pronto atendimento, que é muito carregado, fique melhor. O profissional médico está trabahando muitas vezes de forma que ele considera inadequada e isso gera um nível de estresse muito alto e acrescentar mais estresse a esse problema, eu entendo que só pode piorar a situação, o que é a nossa função é tentar corrigir essas situações que podem estar ocorrendo a nível de assistencia estrutural, salarial, alguma coisa deste tipo”, concluiu. 

Falta de interesse

Dados da Sesau apontam que neste ano, 769 médicos foram convocados para assumir vagas na rede municipal, só 177 foram efetivados.

 

PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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Cidades

Homicida se entrega à Polícia 8 meses após o crime

Homem estava foragido deste a data do crime, em abril

22/12/2025 17h00

Divulgação/PCMS

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Um homem foi preso ontem (21) ao se entregar na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL) após ter estado foragido por 8 meses por ter participado de um homicídio registrado na zona rural do distrito de Anhanduí.

O Crime

De acordo com as informações levantadas, o corpo de um homem foi localizado na manhã do dia 12 de abril de 2025, às margens de um córrego próximo à BR-163. 

As investigações iniciais indicaram que, no dia anterior ao desaparecimento, a vítima esteve no local na companhia de dois conhecidos, após consumo de bebida alcoólica. Apenas um deles retornou para casa. O outro passou a apresentar comportamento considerado suspeito e não foi mais localizado.

Após dois dias de buscas realizadas por familiares, Guarda Municipal e Polícia Militar, o corpo foi encontrado no mesmo ponto onde o grupo havia se reunido. Durante os trabalhos periciais, foram recolhidos objetos que podem ter relação com o crime.

Rendição

No dia 21 de dezembro de 2025, cerca de oito meses após o homicídio, o homem foragido compareceu espontaneamente à Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada (DEPAC/CEPOL), onde confessou a autoria do crime.

Diante dos elementos colhidos, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul representou pela prisão preventiva do autor. O pedido foi analisado pelo Poder Judiciário, que decretou a prisão preventiva no mesmo dia, resultando no imediato recolhimento do autor ao sistema prisional.

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