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PROJETO

Relicitação da BR-163 inclui mais três praças de pedágio na BR-267

O leilão deve ser realizado em setembro deste ano e fará a incorporação da rodovia que liga o Estado a São Paulo

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Os motoristas que transitam por Mato Grosso do Sul serão “agraciados” com mais três pedágios na relicitação da BR-163 que vai incorporar os 247 quilômetros da BR-267, entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu. 

Desta forma, ao todo, serão 12 praças de cobrança: nove já existentes na BR-163 e mais três na BR-267, segundo estudos em andamento no Ministério da Infraestrutura.  

A previsão é de que o leilão seja realizado entre setembro e dezembro deste ano, e antes será feita audiência pública, entre junho e setembro, para discutir com a sociedade a nova licitação.  

A confirmação de mais cobrança dos usuários ocorreu na reunião na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), realizada em fevereiro, mas só divulgada na segunda-feira (4) pelo Comitê de Transição do processo de Relicitação, na qual foi confirmado que o estudo prévio sobre a relicitação foi apresentado pela empresa Estrata, só que, de acordo com Rodrigo Lacerda, da Superintendência de Concessão da Infraestrutura (Sucon), não há ainda “como estimar com precisão o tempo que será necessário para analisar os estudos”.  

Para o Comitê, estas informações são importantes para que se possa fazer uma verificação independente.  

No encontro, foi enfatizado que os 247 quilômetros da BR-267 estão incluídos no projeto de relicitação.  

De acordo com Arrison Szesz, representante da MSVia no colegiado, “foram feitos estudos e o tráfego das praças de pedágio que serão criadas é equivalente ao tráfego das praças de pedágio de Dourados, Caarapó e São Gabriel do Oeste, então, o VDM [volume diário médio] é de 4 a 5 mil veículos”. Segundo ele, “o projeto anterior previa três praças de pedágio e o novo projeto deve considerar três praças também”

O projeto a que se refere o representante da concessionária é de 2013, quando o governo federal pretendia licitar a BR-163 em conjunto com as BRs 267 e 262, mas que acabou não progredindo porque, à época, a BR-267 não foi considerada viável.  

A proposta era investir R$ 2 bilhões entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu.  

Hoje, com a criação do Corredor Bioceânico – ligando os portos do Atlântico aos do Pacífico –, a previsão é de que aumente a quantidade de veículos, principalmente caminhões, na BR-267.  

A ideia inicial em 2013 era privatizar as três principais rodovias de Mato Grosso do Sul, totalizando 1.423 quilômetros.

Pelo estudo de viabilidade da concessão, elaborado pela própria ANTT à época, a concessionária das vias poderia cobrar até R$ 7,90 em 16 praças de pedágio.  

A exclusão das BRs 267 e 262 reduziu os investimentos previstos de R$ 11,2 bilhões para R$ 6,5 bilhões.

Entretanto, desde que assumiu a BR-163, em 2014, a CCR MSVia alega que investiu cerca de R$ 1,8 bilhão em obras de duplicação em 18% dos 847 quilômetros que administra.

No mesmo período, arrecadou R$ 1,8 bilhão com pedágio e deixou de cumprir o contrato alegando que o termo foi desrespeitado pelo governo federal.  

No mês passado, foi solicitado pela Gerência de Gestão Econômico-Financeira da ANTT que o Ministério da Infraestrutura inclua R$ 2,832 bilhões no Orçamento da União deste ano para indenizar a MSVia, caso não haja interessados na relicitação.

INDENIZAÇÕES

Além de ter direito à indenização pelo “gerenciamento” da BR-163, a MSVia recorreu à Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (CCI) para receber indenização de R$ 765 milhões por considerar que o contrato de concessão “padece de falhas incontornáveis” e de “gravíssimo desequilíbrio econômico-financeiro”.

O processo ainda está em análise, sem data para decisão final. A empresa afirmou que teve prejuízos por projeções equivocadas sobre faturamento, custos e linhas de crédito. 

A concessionária também busca conseguir abater R$ 159,4 milhões referentes a 113 multas por descumprimento do contrato que chegam a R$ 398,5 milhões. 

Em suas alegações para um TAC Multas (Termo de Ajustamento de Conduta), a empresa afirma que o procedimento contribuirá para agilizar a relicitação, uma vez que todo o processo de análise e contestação das multas é demorado.

COMITÊ

Está prevista para hoje (6) uma nova reunião do Comitê de Transição, a partir das 9h (horário de Mato Grosso do Sul), por videoconferência, quando serão apresentadas mais informações sobre os estudos de relicitação, bem como um cronograma para que possa ser feita a checagem das informações sobre os investimentos realizados pela MSVia que estarão sujeitos a indenização.

INCERTEZAS

Gigante da celulose recua e engaveta projeto de R$ 15 bilhões em MS

No fim de novembro a Eldorado informou que ampliaria o plantio de eucaliptos em 2026 de olho da duplicação da fábrica. Agora, porém, diz que esse aumento não sairá do papel

20/12/2025 16h50

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

A Eldorado, dos irmãos Batista, funciona em Três Lagoas desde 2012 e existe a previsão de que sua capacidade aumente em 100%

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Depois de anunciar, no final de novembro, que a partir do próximo ano pretendia ampliar de 25 mil para até 50 mil hectares o plantio anual de eculiptos na região de leste de Mato Grosso do Sul, a indústria de celulose Eldorado deixou claro nesta semana que engavetou, pelo menos por enquanto, o projeto de expansão. 

Com o recuou, a empresa, que produz em torno de 1,8 milhão de toneladas de celulose por ano, deixa claro que está adiando a prometida duplicação de capacidade de produção da Eldorado, o que demandaria investimentos da ordem de R$ 15 bilhões US$ 3 bilhões), conforme anunciado em abril do ano passado pelos irmãos Joesley e Wessley Batista, donos da empresa. 

Em entrevista ao site AGFeed, especiliazado em agronegócio, o diretor florestal da Eldorado, Germano Vieira, afirmou que a empresa tem atualmente 305 mil hectares de pantações de eucaliptos na região, mas precisa de apenas dois terços disso para abastecer a fábrica. 

Ou seja, a empresa tem em torno de 100 mil hectares de eucaliptos sobrando e este excedente está sendo vendido ou permutado com a Bracell e a Suzano, que opera duas fábricas do setor na região, em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo. 

Então, caso o comando da Eldorado decida desengavetar repentinamente o projeto da duplicação,  já existe um excedente que seria capaz de abastecer a segunda unidade no período inicial, mesmo que não ocorra o início do plantio extra a partir de 2026, explicou Germano Vieira.

Atualmente são colhidos em torno de 25 mil hectares por ano para abastecer a indústria e o mesmo tanto é replantado, fazendo um giro para que sempre haja florestas "maduras".

São necessários, em média, sete anos para que a planta chegue ao estágio de corte e por conta disso havia a programação de começar o plantio agora (2026) para que houvesse matéria-prima suficiente quando a ampliação da fábrica estivesse concluída. Em três anos é possível fazer a ampliação da indústria, acredita Germando Vieira.  

Uma das explicações para o recuo, segundo a reportagem do AGFeed, é que a Eldorado ainda têm uma série de ajustes financeiros a serem feitos depois que os irmãos Batista conseguiram, em maio deste ano, fechar um acordo e colocar fim a batalha judicial com a Paper Excellence.

Para retomarem o controle total da Eldorado, que funciona em Três Lagoas desde 2012 e havia sido vendida parcialmente em 2017, eles se comprometeram a pagar US$ 2,640 bilhões à canadense Paper, que detinha pouco mais de 49% das ações do complexo industrial.  

Para duplicar a produção, segundo Germando Vieira, serão necessários 450 mil hecteres de florestas. Para chegar a esse montante, a empresa teria que arrendar mais 150 mil hecteres, o que demandaria um investimento da ordem de R$ 180 milhões anuais, já que o arrendamento custa em torno de R$ 1,2 mil por ano por hectare. 

Além disso, somente para o plantio de 25 mil hectares anuais a mais, conforme chegou a ser anunciado, seriam necessários em torno de R$ 220 milhões extras no setor florestal por ano, uma vez que o custo do plantio está na casa dos R$ 8,7 mil por hectare. E isso sem contabilizar os custos com o combate a pragas e combate a incêndios, entre outros. 

No final de novembro, Carlos Justo, gerente-geral florestal da Eldorado, chegou a informar ao site The AgriBiz que 15 mil hectares já haviam sido arrendados para dar início à ampliação do plantiu a partir do próximo ano. 

Preços da celulose

Embora Germano Vieira diga que a demanda mundial por celulose cresça em torno de um milhão de toneladas por ano e por conta disso a Eldorado mantem viva a promessa da duplicação, a empresa pisou no freio em meio à queda nos preços mundiais e ao aumento da oferta. 

Neste ano, o faturamento das três fábricas de Mato Grosso do Sul literalmente despencou. Por conta da ativação da unidade de Ribas do Rio Pardo, que tem capacidade de até 2,55 milhões de toneladas por ano, as exportações de Mato Grosso do Sul aumentaram em 57% nos dez primeiros meses de 2025, passando de 3,71 milhões de toneladas para 5,84 milhões de toneladas. 

Porém, o faturamento cresceu apenas 25,6%, subindo de U$ 2,121 bilhões para U$ 2,665 bilhões. No ano passado, quando a cotação da celulose já não estava nos melhores patamares, o valor médio da tonelada rendeu 570 dólares aos cofres das três indústrias. Neste ano, porém, elas tiveram rendimento médio de apenas 456 dólares, o que representa queda de 20%. 

Em decorrência desta queda nos preços, as indústrias deixaram de faturar em torno de 666 milhões de dólares, ou algo em torno de R$ 3,6 bilhões na moeda local, nos dez primeiros meses deste ano. 

Por conta disso, a Suzano, concorrente da Eldorado, chegou a emitir um alerta no começo de novembro dizendo que os preços internacionais estavam "completamete insustentáveis" e por isso estava reduzindo sua produção em cerca de 3,5%. 

O alerta da Suzano foi feito durante a prestação de contas relativa aos resultados do terceiro trimestre da empresa. E, segundo Leonardo Grimaldi, diretor do negócio de celulose da Suzano, a situação é crítica e “o setor está sangrando há meses”. 

Mas, apresar deste cenário de apreensão, investimentos da ordem de R$ 25 bilhões estão a todo vapor em Inocência, onde a chilena Arauco está instalando uma fábrica que terá capacidade para colocar 3,5 milhões de toneladas de celulose por ano a partir do final de 2027. 

Outra empresa, a Bracell, pretende começar, em fevereiro do próximo ano, em Batagussu, as obras de uma fábrica que terá capacidade para 1,8 milhão de toneladas por ano. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 16 bilhões. 


 

MATO GROSSO DO SUL

Em pleno período de chuvas, Hidrelétrica Porto Primavera reduz vazão

Com a barragem mais extensa do País (10,2km), redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciadano último dia 12, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira

20/12/2025 14h14

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera

Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera Reprodução/Cesp

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Usina Hidrelétrica Engenheiro Sérgio Motta, também conhecida como Porto Primavera, a unidade começou nesta sexta-feira (19) através da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) a redução da vazão, para preservar os estoques de água dos reservatórios da bacia do Rio Paraná. 

Com a barragem mais extensa do País (10,2 km), essa redução segue determinação emitida pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e havia sido anunciada pela Cesp no último dia 12, prevista para começar ainda em 15 de dezembro, como medida para garantir a "segurança energética" brasileira. 

"O patamar mínimo defluente será reduzido de forma gradual e controlada, passando dos atuais 4.600 metros cúbicos por segundo para 3.900 m³/s, seguindo diretrizes operacionais do ONS", cita a Cesp em nota. 

Além disso, a Companhia frisa que, durante o processo, será mantido o plano de conservação da biodiversidade que havia sido aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e teve início em maio deste ano, para monitoramento do Rio Paraná justamente nos trechos da jusante - parte rio abaixo - da Porto Primavera até a foz do Ivinhema. 

Ou seja, entre outros pontos, equipes embarcadas formadas por biólogos e demais profissionais especializados, devem trabalhar como os responsáveis por acompanhar a qualidade da água, bem como a conservação e comportamento dos peixes locais enquanto durar a flexibilização da vazão. 

Importante frisar a redução adotada também ao final de novembro (24/11) e mantida até 1° de dezembro, a partir de quando houve a retomada gradativa aos patamares originais. 

Problemas com a vazão

Em épocas passadas, como bem acompanha o Correio do Estado, o controle da vazão em Porto Primavera já trouxe prejuízo e revolta de produtores que chegaram a culpar a ONS pelas fazendas alagadas por mais de quatro meses em Batayporã no ano de 2023, por exemplo. 

Nessa ocasião, o problema começou com a abertura das comportas de Porto Primavera no dia 18 de janeiro de 2023, com a usina avisando a Defesa Civil de Batayporã da liberação de até 14,7 mil metros cúbicos de água por segundo. 

Sendo a maior vazão desde o começo do período chuvoso, as águas se somaram ainda à liberação dos cerca de 3 mil metros cúbicos por segundo do Rio Paranapanema, juntando em torno de 18 mil metros cúbicos por segundo. 

Na linha cronológica em 2023, o problema dos alagamentos começou no final de janeiro, indo até o mês de abril diante do fechamento das comportas em 31 de março. 

Quando a água já havia recuado, saindo de boa parte dos nove mil hectares alagados, as comportas foram reabertas na terceira semana de abril, com vazão máxima de dez mil metros cúbicos.

Depois, o aumento da vazão para até 13 mil metros cúbicos chegou a alcançar 14,7 mil m³, sendo que antes disso o volume anterior já havia sido responsável por invadir casas de moradores locais pela terceira vez no ano. 

Estimativas da Defesa Civil de Batayporã à época apontaram que pelo menos sete mil animais tiveram de ser remanejados na região por causa do mesmo problema. E, mesmo depois que a água baixar, são necessários de dois a três meses para que o pasto cresça e esteja em condições para alimentar os rebanhos. 

 

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