Os réus que decidiram colaborar com as investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, se comprometeram a devolver aproximadamente R$ 175 milhões aos cofres públicos. O doleiro Alberto Youssef devolverá R$ 55 milhões até o fim dos processos abertos contra ele. As informações são do jornal O Globo.
Segundo a publicação, a devolução do dinheiro e dos bens obtidos de recursos ilícitos faz parte do acordo de delação premiada que os réus firmaram e troca de reduções substanciais das penas de prisão a que poderiam ser condenados por desvios de verbas públicas.
O primeiro da fila da delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa - que confessou participar de um esquema de corrupção que envolvia políticos dos partidos PT, PMDB e PP - deve devolver mais de R$ 70 milhões. O executivo Júlio Camargo, da Toyo Setal, também decidiu fazer o acordo e o valor que terá que devolver está em torno de R$ 40 milhões.
De acordo com o jornal, as exigências do Ministério Público Federal para eventuais colaborações das empreiteiras devem seguir parâmetros adotados em processos judiciais americanos. Para isso, as empresas teriam que abrir mão dos lucros obtidos em contratos espúrios, além de pagar multa por danos morais. Se não colaborarem, as punições podem ser ainda mais rigorosas.
O jornal diz ainda que a Petrobras quer ouvir o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Para isso, um pedido foi feito à Justiça Federal do Paraná, visto de Costa cumpre prisão domiciliar. O ex-diretor terá que responder por escrito a 19 quesitos, quase todos relacionados a negócios da diretoria de Abastecimento.