Cidades

TRANSPARÊNCIA

Saúde investiga exames feitos "por fora" do sistema de regulação de Campo Grande

Auditoria da Controladoria Geral da União encontrou mais de 21 mil procedimentos pagos não cadastrados no Sisreg

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Após auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) identificar um número grande de atendimentos feitos que não passaram pelo Sistema de Regulação (Sisreg) de Campo Grande, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) abriu uma investigação interna para descobrir o motivo da discrepância dos dados.

Conforme relatório da CGU, feito com base em dados de 2023 e 2022 do Sisreg, verificou-se que o atendimento fisioterapêutico feito pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e pelo Cotolengo para Reabilitações de Múltiplas Deficiências não tem sido gerenciado por meio do sistema de regulação.

De acordo com o documento, essas consultas estavam sendo controladas “pelos prestadores por meio de fichas de presença e de laudos emitidos por profissional de fisioterapia. Posteriormente, essa produção é lançada no [Sistema de Informações Ambulatoriais] SIA/SUS para o pagamento a ser realizado pela Prefeitura”.

“Para o conjunto dos dois estabelecimentos houve apenas 38 solicitações agendadas com execução confirmada no Sisreg em 2022 para o Atendimento Fisioterapêutico nas Alterações Motoras, enquanto no SIA/SUS constavam 21.778 registros de produção para o mesmo procedimento”, mostra o relatório.

Ainda de acordo com a auditoria, situações semelhantes também foram identificadas em outros hospitais de Campo Grande.

“Situações análogas de subutilização do Sisreg foram identificadas em outros estabelecimentos da amostra para os procedimentos de ressonância magnética, endoscopia e colonoscopia executados pela Santa Casa em pacientes de tratamento oncológico.

A justificativa normalmente apresentada baseava-se no argumento de que os procedimentos faziam parte da linha de cuidado ao paciente, caso em que os procedimentos de saúde seriam prestados e regulados internamente pelo próprio estabelecimento”, diz o documento.

“Cabe ressaltar, porém, que atendimentos dessa natureza devem constar do sistema de regulação, conforme diretrizes para a organização das linhas de cuidado da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS”, continua a CGU.

A situação constatada incomodou a secretária de Saúde, Rosana Leite, que determinou a abertura de uma auditoria interna para descobrir o motivo de uma discrepância tão grande entre os números.

“A gente pediu uma auditoria nossa, interna. Em algumas situações a gente conseguiu identificar que o paciente de fato não entrou pelo Sisreg, foi falta de preenchimento mesmo, ele dá baixa utilizando [outro sistema], mas teve outros casos e a gente já pediu auditoria para ver o que está acontecendo”, afirmou Leite ao Correio do Estado.

Segundo a secretária, além desta situação, outros pontos descritos no relatório da CGU também estão processo de auditoria, porém, ela não quis detalhar quais seriam o objetivo dessas outras investigações.
Ainda sobre a discrepância entre os sistemas, a secretária afirmou que já notificou os hospitais envolvidos sobre a necessidade da introdução dos dados no Sisreg.

“Estamos revendo todos os relatórios das comissões de avaliações e acompanhamento, porque os procedimentos que estão lá para fazer o pagamento pelo SIA, porque ele não foi cadastrado no início? Alguns foi observado que simplesmente o operacional inceriu no Sisreg dias depois, sendo que já fez exame, já tem resultado, então essa disparidade acumulando causa essa dissonância com o produzido e o que está no Sisreg. São mais questões do sistema que falta capacitar. A gente mandou ofício para os gestores, para ter atenção com isso e para a própria regulação”, completou Rosana.

ABSTENÇÃO

Outro ponto identificado como problemático pelo relatório da CGU foi a abstenção, a falta, de pacientes em procedimentos cadastrados no Sistema de Segulação.

Os dados analisados, tendo como referência o ano base de 2023, demonstraram que não há confirmação de execução sobre muitos dos procedimentos marcados (serviços ambulatoriais, consultas, exames), o que significa, para o sistema, que eles não teriam sido efetivados.

Com relação aos serviços ambulatoriais, por exemplo, o relatório aponta que cerca de 60% do volume desses serviços, agendados em 2022, não teria tido suas execuções confirmadas no Sisreg.

Como causas, o documento sugere que isso pode estar ligado a um não preenchimento correto do sistema, ou seja, parte dessas consultas tidas como ausentes podem ter sido efetuadas, porém, não houve baixa no sistema.

Sobre isso, Rosana Leite afirmou que parte desse valor foi de pessoas que realmente não compareceram, porém, em alguns casos os hospitais deixaram de confirmar a presença do pacidente o que, segundo ela, resultou em discrepâncias de atendimento entre as unidades hospitalares, situação que deverá ser resolvida pela secretária junto aos servidores e conveniados.

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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