Cidades

Campo Grande

Secretária de Saúde admite falta de medicamentos e culpa fornecedores

Mães atípicas realizaram outro protesto contra a falha na distribuição de fraldas, dieta e remédios pelo município

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Após protestos de mães de crianças atípicas contra a falta de medicação e insumos no Centro Especializado Municipal (CEM), a Secretaria de Saúde do Município (Sesau) realizou um comunicado oficial na tarde desta quinta-feira (9), para dar explicações à população sobre a situação.

Conforme a secretária municipal de saúde, Rosana Leite, o cenário de problemas com a entrega das dietas e fraldas é consequência de problemas logísticos dos fornecedores do município. 

"Qual que é a situação? Nós temos controle de todas as demandas, contudo, alguns fornecedores não cumpriram com os nossos pedidos. O pior aconteceu com as dietas: temos oito empresas de 13 fornecedores que não nos entregaram corretamente. Por isso os insumos estão em falta. Essas empresas já foram devidamente notificadas, mas por conta desse problema a gente não está conseguindo entregar", explicou.

Ainda segundo a secretária, o município recebeu toda a demanda das fraldas infantis judicializadas. Entre as fraldas adultas, contudo, a prefeitura possui apenas algumas.

"Nós não temos todas as fraldas adultas nominais porque também não foram entregues pelos fornecedores. O prazo para a situação se normalizar pode chegar a 30 dias, mas esperamos resolver o mais rápido possível. Nós fizemos todos os processos devidos, as fraldas e as dietas são judicializadas. Hoje nós sabemos todos os pacientes que precisam dos insumos, e já fizemos as nossas compras, mas a aquisição de produtos no serviço público depende do fornecedor", ressaltou.

Secretária municipal de saúde, Rosana LeiteSecretária municipal de saúde, Rosana Leite. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Sobre os problemas no fornecimento de fraldas e dietas, Rosana Leite explicou ainda de que maneira a Sesau está gerenciando a crise.

"Quando acontecesse problemas desse tipo com os fornecedores, a gente tem que notificar. Nós notificamos uma primeira vez e se não resolve no prazo, nós notificamos uma segunda vez. É essa a medida que o serviço público pode fazer, ele não vai poder mais entrar em outra situação. Caso o problema continue, nós teremos que abrir um novo processo", esclareceu.

Diante do problema, para amenizar a situação, a chefe de gabiente da pasta, Isabela Volpe, relatou que a Sesau está substituindo os itens em falta por alternativas disponíveis no estoque. Além disso, conforme Isabela, a pasta realiza um acompanhamento com uma nutricionista para avaliar a viabilidade de dietas similares às solicitadas pelas mães. Ao todo, são 42 tipos diferentes de dietas à disposição do município.

Segundo o Superintendente de Economia em Saúde Pública do município, Danilo de Souza Vasconcelos, a Prefeitura investiu, até o momento, R$ 7,7 milhões em insumos nutricionais e fraldas descartáveis. Deste montante, são R$ 5,86 milhões para as fórmulas nutricionais e R$ 1,27 milhão para as fraldas.

"Esses investimentos foram feitos e são pensados para suprirnos por um ano. No entanto, muitos [fornecedores] alegam que existe uma alta demanda por farmacêuticos no período de fim de ano, e por isso, enfrentaram problemas de entrega", explicou.

Ainda segundo Vasconcelos, ao todo, entre os meses de setembro e dezembro de 2024, foram distribuídas 26.986 unidades de dietas enterais para 693 pacientes. Já entre as tiras de fralda, foram 263.938 para 1.556 pessoas.

Mães estiveram presentes na sede da Sesau durante coletivaMães estiveram presentes na sede da Sesau durante coletiva. Foto: Gerson Oliveira, Correio do Estado

Novos protestos

Mesmo o município admitindo os problemas e apresentando possíveis soluções, as mães atípicas realizaram um novo protesto contra a falta dos insumos nesta quinta-feira (9) na sede da Sesau. Lilidaiane Ricaldi tem 42, é mãe de um menino de 8 anos, que possui deficiência chamada espinha bífida.

Ricaldi enfatizou que a última vez que conseguiu retirar os insumos para seu filho no Centro de Especialidades Médicas (CEM) de maneira satisfatória foi no mês de setembro.

"Consegui as fraldas um pouco antes do primeiro turno [das eleições], e depois do segundo turno das já não tinha mais. É muito estranho, a Prefeitura faz uma compra de milhões e aí a gente vai buscar o material e acabou. O que explica? Eles gastam esse dinheirão e fica por isso mesmo?, contesta.

Camila Latre Dias, 39, é mãe de Isadora Latre Araújo, 11, que retirou 180 unidades de fraldas no ano passado. Ela também estava presente no protesto, e relatou que a situação é cansativa.

"Minha filha sofre de mielomeningocele, hidrocefalia, bexiga e intestino neurogênico. Ela não tem controle da perda urinária e tem incontinência urinária severa. Não é qualquer marca de fralda que serve para ela. Quando a gente chega para buscar só tem fralda para bebê e no tamanho GG. É cansativo a gente [as mães] sempre sair como mentirosas", protestou.

Mães de crianças PCD denunciam falta de fraldas e medicação em Campo Grande

Mães de crianças com baixa mobilidade iniciaram o ano reivindicando alimentação especial, fraldas e medicação. Situação que, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), foi resolvida emergencialmente em outubro de 2024. O ano novo, entretanto começou com "problemas velhos".

Muito embora no dia 18 de outubro, como bem acompanhou o Correio do Estado, a Sesau tenha afirmado que havia adquirido um lote de alimentação para pelo menos um ano, algumas crianças não têm tido acesso às respectivas fórmulas, que estão em falta no Centro de Especialidades Médicas (CEM).

Em conversa com a reportagem, quatro mães relataram preocupação, já que passaram cerca de 80 dias, e alguns itens essenciais para a vida das crianças continuam em falta.

ASSISTÊNCIA SOCIAL

Verba da saúde banca mais 240 mil cestas para indígenas

Estado renovou por mais 12 meses contratos que somam R$ 46 milhões para aquisição de alimentos distribuídos em 86 aldeias

23/12/2025 11h30

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

Cerca de 20 mil famílias indígenas espalhadas em 86 aldeias são contempladas com 25 quilos de alimentos a cada mês

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Assinados em dezembro do ano passado com possibilidade de serem prorrogados por até dez anos, cinco contratos para fornecimento de cestas de alimentos para familias indígenas foram renovados até o final de 2026, conforme publicação do diário oficial desta terça-feira (23). 

Juntos, os cinco contratos chegam a quase R$ 46 milhões e apesar da inflação do período, de 4,4%, foram renovados com os mesmos valores do ano passado com as empresas Tavares & Soares (R$ 15,83 milhões), Forte Lux Comércio (R$ 9,6 milhões) e Serviço e a empresa Fortes Comércio de Alimentos (R$ 20,67 milhões) 

Ao todo, em torno de 20 mil famílias estão sendo atendidas  em 86 aldeias de 29 municípios de Mato Grosso do Sul. A cesta conta com arroz, feijão, sal, macarrão, leite em pó, óleo, açúcar, fubá, charque, canjica e erva de tereré.

A estimativa do Governo do Estado é de que o programa beneficie pelo menos 90% das famílias indígenas espalhadas pelo Estado. Ao longo de um ano são em torno de 240 mil cestas, com peso médio de 25 quilos. 

Desde o começo do ano está havendo controle digital como mais um instrumento de garantia da destinação correta dos alimentos. Os beneficiários receberam um cartão com um QR Code para ser usado no momento da retirada da cesta. Existe um cartão azul, que é do titular do benefício e outra na cor verde, entregues a pessoas autorizadas a retirar o alimento caso o titular não consiga. 

Apesar de o programa ser coordenado pela Secretaria de Assistência Social e dos Direitos Humanos (SEAD), ele é bancado com recursos  da Saúde (Fundo Especial da Saúde/FESA/MS). 
 

CAMPO GRANDE

Trabalhadores engrossam paralisação na Santa Casa

Se no primeiro dia manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, ato é engrossado e pelo menos dois mil  trabalhadores aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário

23/12/2025 11h00

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: 

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua". Marcelo Victor/Correio do Estado

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Se durante o primeiro dia de impacto nas atividades na Santa Casa os atendimentos/serviços foram 30% paralisados, agora, segundo confirmado pela unidade na manhã desta terça-feira (23), o efetivo que aderiu à paralisação em busca do 13° salário subiu para pelo menos metade. 

A presidente da Santa Casa, Alir Terra Lima, e o Terra, e responsável pelo Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (SIEMS), Lázaro Santana, reuniram a imprensa para tratar das manifestações de trabalhadores que se acumulavam em protesto na frente da unidade, na manhã de ontem (22).

Conforme repassado por Alir - e como bem abordado pelo Correio do Estado -, a paralisação inicialmente chegou a afetar 30% dos atendimentos/serviços, ou seja, com cerca de 70% do andamento da Santa Casa funcionando por tempo indeterminado ou até o pagamento integral do décimo terceiro.

Consultada, na manhã de hoje (23) a unidade Santa Casa de Campo Grande detalhou que: "a paralisação de trabalhadores continua".

"Com efetivo de 50% na paralisação e 50% trabalhando nos setores", complementa a Santa Casa de Campo Grande em retorno. 

Em outras palavras, se no primeiro dia a manifestação envolveu 1.200 funcionários celetistas, agora, a paralisação é engrossada e pelo menos dois mil  trabalhadores da Santa Casa (dos quatro mil totais) aderiram às reivindicações pelo décimo terceiro salário. 

Sem acordo

    

Enquanto a Santa Casa de Campo Grande aponta que, até o momento, não há nenhuma novidade em relação ao pagamento do décimo terceiro, que afeta todos os funcionários celetistas da unidade, a paralisação acaba impactando na vida não somente dos trabalhadores mas também de pacientes e visitantes. 

Ainda ontem no fim da tarde, através das redes sociais, a Santa Casa de Campo Grande emitiu comunicado anunciando ajustes temporários nas rotinas de vista aos pacientes, diante da paralisação. 

Essas visitas estão autorizadas tanto para pacientes internados na Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto nas enfermarias. 

Esses ajustes na rotina seguem as seguintes diretrizes: 

  • - Apenas um familiar será liberado e permitido vistar o paciente;
  • - Cada paciente tem direito a uma visita por dia, feita pelas manhãs, às 11h. 
  • - Acesso das visitas deve ser feito exclusivamente pela porta de vidro do térreo.  

Há o detalhe de que, para os pacientes da área de trauma, onde ficam os acidentados, os visitantes devem dirigir-se pela entrada específica do setor. 

É o caso de Vitória Lorrayne, que está com o irmão acidentado na Santa Casa, que deu entrada na unidade desde o domingo e seria submetido a cirurgia durante o primeiro dia de paralisação, e sequer conseguiu contatar o parente que foi vítima de acidente de moto. 

"Não facilitaram em nada. Até disse que minha mãe sairia de viagem e precisava de notícias, está preocupada, mas falaram ontem (22) infelizmente que eu não poderia entrar", comenta ela. 

Como se não bastasse, até mesmo as informações sobre quando teria novamente contato com o irmão foram desencontradas, já que num primeiro momento mandaram a jovem voltar à Santa Casa por volta de 16h, quando novamente foi impedida de fazer a visita. 

"Voltei lá e disseram que haviam suspendido as visitas da tarde e da noite. Que seria apenas hoje às 11h, e não facilitaram em nada, sendo que gastei 70 reais ao todo entre idas e vindas", conclui. 

Os serviços afetados são atendimentos (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc) , lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).
**(Colaborou Naiara Camargo)

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