Thiago Giovanni Demarco Sena, condenado a 12 anos de prisão por matar Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, com uma mangueira de ar introduzida no ânus, foi preso nessa terça-feira (2). Ele era considerado foragido desde fevereiro, quando deveria ter se entregado à Justiça para cumprimento da pena.
O cumprimento do mandado de prisão foi anexado ao processo, mas não há informações sobre como se deu a prisão. Ele foi encaminhado para a 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
O outro condenado pelo crime, William Enrique Larrea se apresentou no dia 28 de fevereiro e foi conduzido ao sistema prisional.
Ambos foram condenados em júri popular realizado no dia 30 de março de 2023, mas recorreram da decisão do juiz, e saíram em liberdade.
Quase um ano após o julgamento e sete anos após o crime, em fevereiro de 2024, juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Júri de Campo Grande, mandou prendê-los e recolhê-los.
Caso
No dia 3 de fevereiro de 2017, mangueira de ar teria sido introduzida no ânus de Wesner pelo patrão e colega de trabalho em lava jato na Vila Morumbi.
Perfurações levaram a retirada do intestino grosso do adolescente, que ficou vários dias internado, mas morreu no dia 15 do mesmo mês.
Em júri popular realizado em 30 de março de 2023, Thiago Giovanni Demarco Sena e Willian Enrique Larrea negaram que havia intenção de matar o jovem e alegaram que a tragédia resultou de uma “brincadeira de mau gosto”.
Primeiro a depor entre os acusados, Thiago Giovanni Demarco Sena disse não saber do potencial destrutivo da mangueira de ar comprimido, que teria sido introduzida na região do ânus da vítima.
No dia do crime, ele afirma que Wesner e Willian estavam brincando com o compressor e que a vítima teria iniciado a brincadeira. Thiago, que estava fazendo a lavagem embaixo de um carro, também entrou na suposta brincadeira.
"Eu com a mangueira na mão, em tom de brincadeira falei 'de novo você fazendo isso Wesner'. Peguei e direcionei a mangueira na bunda dele por cima do short, com ar do compressor aberto, que eu já vinha usando, encostei, pressionei por nem três segundos", disse o réu.
"Na hora ele reclamou e pediu para parar, falou que tava doendo, na hora eu desliguei a mangueira", afirmou ainda.
Questionado se tinha consciência que o compressor de ar pudesse causar danos graves e levar a morte, Thiago disse que não sabia do risco.
Na sequência, o outro acusado,Thiago Giovanni Demarco Sena depôs e, chorando, também afirmou que o caso se tratou de uma brincadeira que deu errado.
Ambos foram condenados a 12 anos de prisão por homicídio doloso.