Cidades

CONFLITO POR TERRAS

Segundo Estado com mais mortes de indígenas, MS tem escalada de conflito

MPF de Dourados decidiu provisoriamente a permanência do povo Guarani Kaiowá na área de ocupação em Douradina

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A disputa por terras entre fazendeiros e indígenas vive momentos de tensão nas últimas semanas em Mato Grosso do Sul por causa de conflito em andamento em Douradina. Paralelo a isso, pesquisa do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostrou que Mato Grosso do Sul é o segundo estado brasileiro que mais matou indígenas em 2023.

Em Douradina, a noite de segunda-feira (22) terminou tensa na área revindicada pelo povo Guarani Kaiowá, onde há conflitos desde o dia 14 de julho entres indígenas e fazendeiros.

O conflito na região se agravou após proprietários rurais serem convocados pelo deputado federal, Marcos Pollon (PL), no sábado (20), para acamparem na área revindicada pelos indígenas Guarani Kaiowá, no território Panambi-Lagoa Rica, em Douradina.

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a ação resultou em um conflito na área de propriedade privada revindicada pelos indígenas, que fica entre duas áreas já ocupadas, denominadas Gwa’aroka e Guyra Kambiy. 

Conforme relatado pelos indígenas ao MPF, durante o fim de semana houve uma tentativa de ocupação de parte da área reivindicada como território tradicional pelos Guarani e Kaiowá. 

Com isso, os proprietários rurais teriam se unido e formado um comboio com várias caminhonetes para realizar a reintegração de posse, portando fogos de artifícios e armas de munições letais e não-letais. Dois indígenas foram feridos, conforme verificado pelo MPF.

Diante desta ocorrência o MPF, na segunda-feira (22), realizou uma reunião entre as partes envolvidas, em Dourados, com o intuito de mediar uma solução para cessar o conflito e as violências.

Porém, a única decisão provisória que foi determinado pelo órgão se trata da permanência do povo Guarani Kaiowá na área de ocupação em um perímetro delimitado a 150 hectares.

Mesmo após a reunião, na noite de segunda-feira, o grupo de fazendeiros voltou a intimidar os indígenas na área revindicada, enfileirando caminhonetes com faróis acessos em direção a comunidade indígena, composta por cerca de 100 famílias.

Segundo o MPF, ficou acordado na reunião entre os presentes que não haveria qualquer movimento ou conflito tanto por parte dos produtores rurais, quanto por parte dos Kaiowá e Guarani, até que haja uma solução consensual entre as partes. 

Uma nova reunião também foi agendada para o dia 29 de julho, na sede do MPF em Dourados, em horário a ser definido. 

Por causa dos problemas relatados na noite de segunda, ontem representantes do MPF e a deputada estadual Gleice Jane (PT) estiveram presentes no local.

De acordo com a deputada Gleice Jane, a situação do conflito segue sem propostas e definições para solucionar o conflito fundiário. 

“A situação segue bastante delicada, viemos nesta terça-feira para ouvir a comunidade indígena, onde nos foi relatado como foi o processo de retirada dos povos indígenas na região, o desejo de retomada da comunidade, e a descrença da política pública e do Estado por conta de promessas não cumpridas”, relatou a deputada nas redes sociais.

VIOLÊNCIA

Segundo o relatório nacional de Violência contra os Povos Indígenas divulgado pelo Cimi, 43 indígenas foram assassinados em Mato Grosso do Sul no ano passado, sendo o segundo estado mais violento contra essa população no país.

Conforme o relatório, os conflitos e ataques contra comunidades e retomadas em 2023 ocorreram em diversos territórios, especialmente na região sul do Estado, onde vivem os povos Guarani e Kaiowá. 

Outras comunidades, como os dos tekoha Kurupi, em Naviraí, Pyelito Kue, em Iguatemi, e Yvu Vera, em Dourados, também foram alvo de ataques de fazendeiros e seguranças privados. 

Ao todo ocorreram 25 conflitos relativos a direitos territoriais em 2023, no Estado, sendo que neste período foram registrados pelo Cimi 16 casos de violência contra comunidades indígenas em MS.

Consta no relatório, além dos conflitos, que o Estado possui o maior índice de encarceramento de indígenas, com 426 presos de cinco etnias diferentes. 

Mato Grosso do Sul também possui, de acordo com o Cimi, o segundo maior registro de suicídios de indígenas do país, com 37 ocorrências que aconteceram no ano passado.

O relatório também reitera que no território sul-mato-grossense existem 149 áreas consideradas como território originário dos indígenas.

Deste quantitativo 114 não há providencia da União referente a identificação, enquanto quatro são identificadas, 10 são declaradas.

Saiba

Força Nacional e a Polícia Militar estão na área revindicada pelos indígenas para garantir a segurança da região.

Haja Saúde

Alerta de baixa umidade é renovado pelo Inmet para 60 cidades em MS

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar com mais força na região centro-norte do estado e região pantaneira, mas a chuva deve acontecer nas fronteiras de Paraguai e Bolívia neste final de semana.

19/09/2024 14h33

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana.

As temperaturas em Campo Grande deve aumentar neste final de semana. Foto: Paulo Ribas/ Correio do Estado

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Após dias de temperaturas mais agradáveis, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) renovou o alerta de baixa umidade relativa do ar em quase 60 cidades de Mato Grosso do Sul. 

Segundo dados meteorológicos, o calor deve retornar em grande parte do estado a partir hoje (19). A condição favorece riscos de incêndios florestais e a saúde para a população das cidades de Água Clara, Alcinópolis, Anastácio, Anaurilândia, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Chapadão do Sul, Corguinho, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Deodápolis. 

Os municípos de Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Figueirão, Guia Lopes da Laguna, Inocência, Itaporã, Ivinhema, Jaraguari, Jardim, Ladário, Maracaju, Miranda, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraiso das Águas, Paranaíba, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Negro, Rio Verde de Mato Grosso, Rochedo, Santa Rita do Pardo, São Gabriel do Oeste, Selvíria, Sidrolândia, Sonora, Terenos e Três Lagoas.

No último final de semana ao Correio do Estado, o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Olívio Bahia, antecipou os dados meteorológicos, relatando que as temperaturas ficaram acima dos 37ºC, principalmente no Pantanal sul-mato-grossense. Esse calor deve contribuir para a continuidade dos incêndios florestais.

“Segundo dados norte-americanos, essa chuva que cai na Amazônia, no Peru, Bolívia, Paraguai, e nas regiões sul e Pantanal de Mato Grosso do Sul não deve umedecer o solo como seria necessário. Espera-se que a chuva seja mais torrencial, mas, até o momento, ela apenas aliviou o clima e não deve amenizar os incêndios florestais”, relatou.

Ainda segundo dados meteorológicos, nos próximos finais de semana, as chuvas em Mato Grosso do Sul devem ser mais isoladas. Isso pode ajudar na dissipação da fumaça, mas também pode causar problemas em algumas cidades.

“As chuvas em Ponta Porã, Corumbá, e nas regiões da Bolívia, Paraguai e norte da Amazônia devem retornar neste próximo final de semana em pouca quantidade e de forma isolada, o que deve ajudar na umidade do ar”, afirmou


Recomendações

 

  • Beba bastante líquido.
  • Evite desgaste físico nas horas mais secas.
  • Evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
  • Em casos de emergência, a Defesa Civil está disponível no telefone 199 e ao Corpo de Bombeiros no 193.
     

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Operação Olho de Vidro

Polícia Federal desarticula rede de tráfico de drogas em MS e cinco estados

Onze pessoas foram presas em seis estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, na Operação Olho de Vidro, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico transnacional de drogas."

19/09/2024 14h02

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal

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Uma organização criminosa que atua no tráfico de drogas na fronteira com o Paraguai foi alvo da Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19) em seis estados brasileiros. Os policiais cumpriram 12 mandados de prisão e 16 de busca e apreensão em nove cidades de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, São Paulo, Santa Catarina e Goiás.. 

A operação também interditou duas empresas e apreendeu veículos, imóveis e valores em contas bancárias dos 17 investigados.

As investigações começaram em maio de 2022, em apuração dos responsáveis por enviar 400 quilos de cocaína por meio de uma transportadora de Ponta Porã. A partir dessa ocorrência, foi identificada a atuação de uma organização criminosa.

Durante as diligências, além das prisões e buscas realizadas, duas pessoas jurídicas foram interditadas, inúmeros veículos foram apreendidos e grande numerário de valores foi bloqueado nas contas dos investigados.

Ainda de acordo com a Polícia Federal, foram efetuadas sete prisões em flagrante pelos delitos de posse irregular de arma de fogo de uso restrito e tráfico de drogas, com a consequente apreensão de quatro pistolas, uma escopeta, além de cocaína e maconha.

O nome dos envolvidos presos pela Operação Olho de Vidro não foram divulgados pela Polícia Federal. O caso segue em investigação. 
 

Armas e entiorpecentes foram apreendidos em operação da Polícia Federal Divulgação/ Polícia Federal 

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