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EM MS

Seis inocentes morreram vítimas de balas perdidas na disputa pelo tráfico de drogas

Delegado afirmou que forças de segurança do Estado tentam reprimir os crimes de execução para que "não vire bagunça"

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Crimes de execução orquestrados por grupos criminosos vem preocupando as forças de segurança em Mato Grosso do Sul. Além disso, a briga por espaço envolvendo o tráfico de drogas já resultou, somente neste ano, em pelo menos seis mortes de pessoas vítimas de bala perdida no qual os verdadeiros alvos tinham envolvimento com o crime.

As últimas vítimas dessa realidade foram dois adolescentes de Campo Grande.Na noite de sexta-feira (3), Aysla Carolina de Oliveira Neitzke e Silas Ortiz Grizakay, ambos de 13 anos, que tomavam tereré na calçada, no bairro Jardim das Hortênsias, morreram quando um homem correu na direção deles fugindo de disparados efetuados por dois homens em uma moto. 

Os adolescentes e o homem correram para dentro de uma residência, a menina levou um tiro na face, nas costas e no braço, enquanto o menino foi atingido no tórax.

Em outro caso na Capital, um adolescente de 15 anos foi morto no mês de março, após ser atingido por disparos de arma que tinham como alvo o seu pai, Sérgio Pereira, 49 anos, que foi executado a tiros em frente a sua casa. 

Os outros casos de vítimas de balas perdidas aconteceram na cidade de Sonora, que vive neste ano uma guerra entre facções criminosas. 

No dia 15 de março, João Vitor Oliveira de Souza, 21 anos, e o professor de futebol Jair Ferreira Jara, 49, foram assassinados em um ginásio poliesportivo da cidade. 

A dupla suspeita de cometer o crime chegou de moto no local efetuando disparos na frente de crianças. João foi atingido pelos disparos no lado de fora do ginásio e correu para dentro do local na tentativa de fugir dos disparos, o professor, que estava no local, tentou ajudar e os dois acabaram sendo executados. O verdadeiro alvo, no entanto, foi atingido, porém conseguiu fugir com vida da cena do crime.

Já no dia 15 de abril, a vítima foi Sabrina Machado, uma jovem de 18 anos que trabalhava em uma boate. Ela foi morta no local em que trabalhava, quando dois homens passaram em uma moto e efetuaram vários disparos de arma de fogo contra o estabelecimento.

O tiro atravessou a porta e atingiu o tórax da vítima, que morreu na hora. O alvo dos atiradores era um membro de facção criminosa que estava na boate, mas que não foi gravemente atingido.

REPRESSÃO AO CRIME

Para o delegado Pedro Henrique Cunha, que investiga o caso dos dois adolescentes mortos em Campo Grande, a preocupação das forças de segurança tem aumentado com esses crimes onde inocentes morrem em decorrência de bala perdida.

O delegado informou que estes crimes tem gravidade acima da média e devem ser repreendidos com a atuação policial, para que as prisões dos envolvidos dê uma resposta as ações das organizações criminosas.

“Buscamos dar uma resposta, prendendo os indivíduos em flagrante e investigando o que realmente estava acontecendo. A gente acredita que vem conseguindo combater com seriedade e velocidade. A ação dá uma resposta para a criminalidade e faz com que estes indivíduos pensem duas vezes antes de praticarem esta modalidade de crime”, disse Cunha.

No caso investigado dos adolescentes, a polícia identificou que o motivo da tentativa de execução do homem alvo dos criminosos era uma disputa pelo comando da venda de drogas na região, sendo que o mandante da execução, Kleverton Bibiano Apolinário da Silva, 22 anos já estava preso e orquestrou o crime de dentro do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Penitenciária de Segurança Máxima da Capital.

Segundo as investigações, o alvo era o jovem Pedro Henrique da Silva Rodrigues, 19 anos, que sobreviveu ao ataque. Foram presos: Rafael Mendes de Souza, conhecido como Jacaré, que teria ajudado a esconder a arma do crime; Nicollas Inácio Souza da Silva, que teria dirigido a moto; João Vitor de Souza Mendes que teria sido quem efetuou os disparos; e o motorista de aplicativo George Edilton Dantas Gomes, 40 anos, que sabia do crime e ajudou na fuga.

Esses casos recentes tem coloca a forças de segurança pública em alerta, para que crimes como estes não se banalizem em Mato Grosso do Sul, da mesma forma que acontecem em grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro.

“Com certeza haverá a atuação da polícia na região onde ocorreu o crime, para reprimir estes pontos de venda de drogas. A gente acredita que com a atuação rápida de todas as forças de segurança em Campo Grande, conseguimos mostrar que aqui não é bagunça, que existe ordem, para impedir que aqui se torne igual à situação que vemos em outros grandes centros, onde a criminalidade acaba fugindo do controle”, declarou o delegado.

SAIBA

Por conta do aumento de casos de execução em Campo Grande, recentemente a Polícia Civil mudou a forma de realizar essas investigações. Antes, a delegacia da área onde o fato ocorreu investigava o crime, agora, casos de assassinato por encomenda, ou “sem autoria definida” serão encaminhadas para a Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), unidade especializada da Capital.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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