A baixa umidade do ar, típica neste período do ano, que vem ocasionando seca há mais de 30 dias em Campo Grande, pode se estender até o fim do mês. Apesar de haver a possibilidade de chuvas nos últimos dias de julho, o acumulado não deve ser significativo.
De acordo com informações do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), os meses de junho a agosto são considerados os mais secos do ano e já era esperada a tendência de as chuvas diminuírem nesta época.
Conforme os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no ano passado, junho não registrou nenhum milímetro de chuva nas estações meteorológicas de Campo Grande.
A última vez que o Inmet registrou 30 dias sem chuvas no mês de julho na Capital foi há três anos, em 2022. Antes desse registro, julho passou em branco no quesito precipitação em dois anos consecutivos (2018 e 2017).
A média histórica de chuvas para o mês de julho em Campo Grande é de 35,7 milímetros, parâmetro que não é registrado desde 2019, quando 46,4 mm de chuva superou a média histórica. Desde então, o máximo de precipitação acumulada foi em 2022, com 8,8 mm, registro que é 75% abaixo da média histórica.
Apesar da sequência atual de semanas sem chuvas, a meteorologista e coordenadora do Cemtec-MS, Valesca Fernandes, ponderou que em regiões do Estado, e também em Campo Grande, há previsão de chuva para acontecer nos últimos dias do mês, e no início de agosto.
“Há chance de chuva aqui para Campo Grande no fim do mês, entre os dias 29 de julho a 2 de agosto, porém, deve marcar no máximo 10 mm, assim como entre os dias 29 e 30 tem maior probabilidade de chuva nas regiões sul, sudeste e sudoeste do Estado”, disse Valesca.
Para o fim de semana, a previsão indica a persistência de tempo estável em Mato Grosso do Sul, com predomínio de sol e pouca nebulosidade.
Essa condição meteorológica está associada à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica, que inibe a formação de nuvens e a ocorrência de precipitações, mantendo o tempo firme em todas as regiões do Estado.
A presença de ar seco contribui para a redução significativa dos níveis de umidade relativa do ar com valores entre 15% e 30%, caracterizando situação de atenção para a baixa umidade.
Diante desse cenário, o Cemtec-MS recomenda a adoção de medidas preventivas, como a umidificação de ambientes, a ingestão frequente de líquidos e a restrição da exposição solar nos horários mais quentes e secos do dia.
Para a última semana de julho, o Cemtec-MS informou que haverá um aumento gradual de nebulosidade e possibilidade de chuvas de intensidade fraca a moderada.
“Essa configuração atmosférica está associada à aproximação e ao avanço de uma frente fria, combinada ao transporte de calor e umidade proveniente do Norte do País. Além disso, a atuação de uma área de baixa pressão sobre o Paraguai e o deslocamento de cavados favorecem a intensificação das instabilidades sobre a região”, descreveu o Cemtec-MS.
Entre os dias 29 e 30, ainda há previsão de mudança no clima, em que são esperadas menores temperaturas. As mínimas deverão variar entre 8°C e 12°C, sobretudo nas regiões sul, sudeste e sudoeste de Mato Grosso do Sul, com possibilidade de registros pontuais inferiores, entre 5°C e 7°C.
PRÓXIMOS MESES
Apesar da previsão de chuvas no início de agosto, os modelos meteorológicos indicam irregularidade das chuvas para o trimestre de agosto, setembro e outubro.
A chuva que é esperada para o trimestre em grande parte do Estado, conforme os dados históricos, variam entre 200 mm e 300 mm. Por outro lado, nas regiões noroeste e nordeste do Estado, as chuvas variam entre 150 mm e 200 mm. E, na região extremo-sul, as chuvas variam entre 300 mm e 500 mm.
Em grande parte do Estado, as temperaturas médias nos próximos meses variam entre 22°C e 24°C. Por outro lado, nas regiões noroeste e nordeste, as temperaturas estarão entre 24°C e 26°C e, na região extremo-sul do Estado, entre 18°C e 22°C.
Os modelos também indicam um trimestre mais quente que o normal em Mato Grosso do Sul, em que a temperatura do ar deve permanecer acima da média.
Porém, conforme informações do Cemtec-MS, pode haver a atuação de massas de ar frio que devem favorecer a queda acentuada nas temperaturas, com valores próximos aos 5°C e 10°C.
SAIBA
A combinação de altas temperaturas e baixo índice de umidade relativa do ar também elevam o risco de ocorrência de incêndios florestais, exigindo atenção redobrada quanto ao manejo do fogo e às atividades que possam gerar faíscas ou chamas.


