Cidades

REDUNDÂNCIA

Sem licitação, Câmara contrata filha de desembargador afastado

Escritório, que também tem como sócia a esposa do presidente da Assembleia Legislativa, receberá R$ 300 mil pela assessoria jurídica

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Embora tenha procuradoria jurídica própria, a Câmara de Vereadores de Campo Grande contratou, por R$ 300 mil, o escritório Bastos, Claro & Duailibi Adogados Associados para prestação de serviços técnicos profissionais, conforme publicação do diário oficial de Campo Grande desta segunda-feira (24)

A contratação foi feita sem licitação sob o argumento de que se trata de escritório especializado em “assessoria jurídica relativa ao Direito Público, de natureza complexa, em licitações e contratos, bem como assessoria jurídica em todos os atos relacionados ao Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul e aos interesses da Câmara Municipal atinentes ao artigo 168 da Constituição de 1988”. 

Este artigo 168  regulamenta a transferência de recursos do Executivo para o Legislativo. Ou seja, a Câmara dá a entender que pode ser lesada pela chefe do Executivo e por isso, de antemão, contratou um escritório especializado para garantir que receba aquilo que lhe é devido. 

O extrato publicado nesta segunda-feira não informa o prazo de validade do contrato, mas supondo que seja por um ano, o escritório que vai receber R$ 25 mil mensais.

Ele “ficou famoso” durante a operação Ultima Ratio, desencadeada  pela Polícia Federal em 24 de outubro do ano passado e que até agora mantém afastados quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. 

Umas das sócias é Camila Cavalcante Bastos, filha do desembargador afastado Alexandre Aguiar Bastos. Por conta de seu envolvimento no escândalo, ela renunciou ao cargo de vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) e nem mesmo participou da chapa que venceu a disputa no fim do ano passado. 

Contratação do escritório foi oficializada no Diogrande desta segunda-feira (24)

Mas o escritório contratado pelo presidente da Câmara, Epaminondas Neto (PSDB), mais conhecido como Papy, tem outra sócia ilustre. Trata-se de Katia Regina Bernardo Claro, que vem a ser esposa do presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro (PP). 

Tanto Bastos quanto Claro eram sócios do escritório de advocacia, mas por conta de seus cargos públicos passaram suas participações para a filha e a esposa, respectivamente. Porém, conforme a investigação da Ultima Ratio, boa parcela do dinheiro faturado pelo escritório continuava indo para a conta pessoal do desembargador.

Isso, segundo a Polícia Federal, seria indício de que o magistrado, que chegou ao TJ nomeado pelo governador Reinaldo Azambuja em dezembro de 2016, continuava sendo uma espécie de sócio oculto do escritório, que conquistou notoriedade por conta da facilidade com que obtinha vitórias no Tribunal de Justiça, segundo a PF.

Na investigação da Ultima Ratio, a advogada Camila Bastos apareceu porque ela e o então marido compraram um imóvel e pagaram à vista R$ 600 mil. Porém, este imóvel não teria sido declarado no Imposto de Renda de 2020. A suspeita é de que a origem deste dinheiro tenha sido ilícita.

Ela se defendeu dizendo que o imóvel foi declarado pelo então marido e que tem como comprovar que a origem dos recursos foi de fonte lícita. 

Ms, a então vice-presidente da OAB apareceu na investigação pelo fato de o escritório dela prestar serviços a uma série de prefeituras e algumas das causas eram julgadas pelo próprio pai, o que lhe garantia ganho de causa. 

“Nesse contexto, evidenciou-se que o escritório BASTOS, CLARO & DUAILIBI ADVOGADOS ASSOCIADOS foi contratado por prefeituras do Estado de Mato Grosso do Sul para prestação de serviços jurídicos e que o Desembargador julgou ao menos três processos nos quais as prefeituras municipais figuravam como parte, no mesmo período em que sua filha, CAMILA CAVALCANTE BASTOS BATONI, atuava na consultoria jurídica ou prestava serviços jurídicos advocatícios, por meio do citado escritório”, detalha o ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Nestes casos, não só por uma questão moral, mas também legal, o pai deveria se colocar sob suspeição e repassar o caso para apreciação de algum outro magistrado. 

O despacho do ministro revelou que “no tocante ao escritório ALEXANDRE BASTOS ADVOGADOS ASSOCIADOS há registro do COAF no sentido de que a pessoa jurídica "estaria movimentando valores superiores à sua capacidade financeira aparente, tendo recebido valores de diversos órgãos públicos".

O documento revelou ainda que o “escritório de advocacia em questão teria contrato com a Prefeitura Municipal de Costa Rica. Ainda segundo o relatório, ALEXANDRE BASTOS teria sido relator em dois julgamentos de processos relacionados à Prefeitura de Costa Rica, um no dia 29/07/2022 e o outro no dia 04/12/2022, período contemporâneo ao envio de recursos da prefeitura para o escritório. Ou seja, conforme os dados obtidos, ALEXANDRE BASTOS julga processos de prefeitura que possui contrato firmado por inexigibilidade de licitação com o escritório de sua filha”. 

Em outubro do ano passado, a advogada Camila Bastos informou que no caso em que envolve uma ação do município de Costa Rica não houve a atuação pessoal dela. Além disso, o escritório de advocacia teria perdido a causa no Tribunal. 

BENEFICIADO

E se não bastasse isso, parte do dinheiro que estas prefeituras pagavam para o escritório de Camila acabava indo parar numa conta bancária da qual o magistrado era titular até 2024. 

De acordo com o relatório do STJ,  “dentre os principais destinatários dos recursos do Escritório de CAMILA BASTOS a empresa CONSALEGIS LTDA  com 7 lançamento(s) no total de R$ 53.500,00. Acontece que, conforme banco de dados disponíveis, a empresa CONSALEGIS já teve ALEXANDRE BASTOS como um de seus sócios, e o afastamento de sigilo bancário apontou que ALEXANDRE BASTOS constaria como procurador de ao menos uma conta bancária da referida empresa ainda em 2024. Desse modo, chama a atenção o fato de ALEXANDRE BASTOS ter julgado processos de uma prefeitura que seria cliente de sua filha e que os vínculos financeiros demonstram interligação com ele”. 
 

campo grande

Rombo do IMPCG aumenta 515% em dois anos

O alto número de servidores temporários, que contribuem para o INSS, é uma das axplicações para o aumento do déficit

26/03/2025 12h25

Instituto de Previdência dos servidores municipais de Campo Grande foi criado em 1961 e fechou 2024 com déficit de R$ 125,5 milhões

Instituto de Previdência dos servidores municipais de Campo Grande foi criado em 1961 e fechou 2024 com déficit de R$ 125,5 milhões

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Com cerca de quatro servidores da ativa para cada aposentado ou pensionista, o déficit do sistema previdenciário da prefeitura de Campo Grande disparou 515% nos últimos dois anos. Conforme dados publicados no Diogrande desta quarta-feira (26), o ano de 2024 fechou com déficit de R$ 125,5 milhões. 

Ao longo dos 12 meses de 2024, o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) teve receita de R$ 515,3 milhões, resultado das contribuições dos cerca de 28 mil servidores da ativa (14%) e da contribuição patronal (28%, da prefeitura). 

No período, porém, os cerca de 7 mil aposentados e pensionistas custaram R$ 640,8 milhões. E, para garantir o pagamento dos salários em dia, o Executivo municipal está sendo obrigado a desembolsar quase R$ 10,5 milhões mensalmente. 

Para efeito de comparação, em 2022 o deficit do IMPCG foi de R$ 20,4 milhões. No ano seguinte saltou para R$ 89,8 milhões e no ano passado, alcançou os R$ 125,5 milhões. No período, o faturamento ficou praticamente estagnado. Há dois anos a receita foi de R$ 514,1 milhões. No ano passado, entraram R$ 515,3 milhões. 

As explicações para essa estagnação na receita é o aumento no número de aposentados, que passam a contribuir com um valor menor, e, principalmente, o congelamento no salário da maior parte dos servidores ao longo dos últimos três anos.

Mas a principal causa do rombo é o grande número de servidores contratados sem concurso. Dos cerca de 8 mil professores, por exemplo, em torno de 3 mil são temporários, conforme o professor Gilvano Bronzoni,  presidente da ACP, o sindicato que representa a categoria.

Tanto a contribuição previdenciária dos trabalhadores temporários quanto a contribuição patronal vai para o INSS, explica o presidente da ACP. No caso dos médicos, que em sua grande maioria também são temporários, ocorre a mesma situação. 

Em resumo, segundo Gilvano Bronzoni, a falta de reajuste salarial e a falta de concurso para preencher as vagas em aberto são as principais explicações para o rombo no sistema municipal de previdência. 

Nos últimos dois anos, o faturamento aumentou em apenas R$ 1,2 milhão. As despesas, porém, tiveram crescimento de R$ 106,3 milhões. Isso ocorreu, entre outras razões, porque cresceu o número de aposentados e porque aqueles que não têm paridade com os vencimentos daqueles que estão na ativa, tiveram direito a reajuste salarial no começo de cada ano.

BOLADA

Aposta de MS quase leva prêmio máximo e fatura R$ 146 mil na Mega-Sena

Caixa Econômica Federal sorteou as seis dezenas do concurso 2844 na noite desta terça-feira (25), com prêmio estimado em R$ 14 milhões

26/03/2025 12h15

Aposta de Coxim fatura R$ 146 mil na Mega-Sena

Aposta de Coxim fatura R$ 146 mil na Mega-Sena Foto: Reprodução

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Nesta terça-feira (25), a Caixa Econômica Federal sorteou as seis dezenas do concurso 2844 da Mega-Sena e uma aposta de Coxim passou “raspando” de levar o prêmio máximo, estimado em R$ 14 milhões, mas mesmo assim faturou uma “bolada”.

Segundo rateio do órgão organizador, ninguém acertou todos os números e o prêmio acumulou para R$ 32 milhões. Porém, essa aposta de Coxim foi um dos 29 jogos que acertaram a quina.

Por ter jogado um número a mais, o prêmio duplicou e foi para R$ 146 mil. Porém, como se trata de um bolão com 23 cotas, cada cota vale cerca de R$ 6,3 mil. A posta foi feita na loteria Gimenes & Gaspar, localizada na Avenida Virgínia Ferreira, no bairro Flávio Garcia.

Além dessa, outras 33 apostas sul-mato-grossenses também faturaram neste concurso, ao acertarem a quadra, do qual cada um levou R$ 1,5 mil.

Os números da Mega-Sena 2844 são:

  • 07 - 20 - 54 - 55 - 58 - 31

Próximo sorteio: Mega-Sena 2845

Como a Mega Sena tem três sorteios regulares semanais, o próximo sorteio ocorre na quinta-feira, 27 de março, a partir das 20 horas, pelo concurso 2845. O valor da premiação vai depender se no sorteio atual o prêmio será acumulado ou não.

Para participar dos sorteios da Mega-Sena é necessário fazer um jogo nas casas lotéricas ou canais eletrônicos.

A aposta mínima custa R$ 5,00 para um jogo simples, em que o apostador pode escolher 6 dentre as 60 dezenas disponíveis, e fatura prêmio se acertar de 4 a 6 números.

O sorteio será transmitido ao vivo pela Caixa Econômica Federal e pode ser assistido no canal oficial da Caixa no Youtube.

Como jogar na Mega-Sena

A Mega-Sena paga milhões para o acertador dos 6 números sorteados. Ainda é possível ganhar prêmios ao acertar 4 ou 5 números dentre os 60 disponíveis no volante de apostas.

Para realizar o sonho de ser milionário, você deve marcar de 6 a 20 números do volante, podendo deixar que o sistema escolha os números para você (Surpresinha) e/ou concorrer com a mesma aposta por 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 12 concursos consecutivos (Teimosinha).

Probabilidades em cada jogo de loteria

* Em ordem da mais provável a menor

  • Loteria Federal - 1 em 100.000
  • Loteca - 1 em 2.391.485
  • Dia de Sorte - 1 em 2.629.575
  • Lotofácil - 1 em 3.268.760
  • Super Sete - 1 em 10.000.000
  • Lotomania - 1 em 11.372.635
  • Dupla-Sena - 1 em 15.890.700
  • Timemania - 1 em 26.472.637
  • Quina - 1 em 24.040.016
  • Mega-Sena - 1 em 50.063.860
  • + Milionária - 1 em 283.360.500

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