Sem luz, o Parque das Nações Indígenas, que está prestes a ser privatizado, completou uma semana sem abrir ao público no período noturno, em Campo Grande. O problema começou no domingo passado (19) e segue sem solução.
Neste domingo (26), o local fechou antes das 18h, horário em que vinha encerrando as atividades nesta semana. Uma pessoa que trabalha no parque informou que os engenheiros tentam descobrir o que ocasionou o problema na rede elétrica e que os geradores já foram abertos, mas não foi detectada a causa do "apagão".
No início da semana, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) informou, em nota, que a equipe técnica está analisando toda a rede de energia para detectar o ponto em curto e fazer o reparo.
Enquanto o reparo não ocorre, as atividades, que normalmente são das 6h às 21h diariamente, estão sendo encerradas às 18h, tendo em vista que não há iluminação para uso noturno do espaço.
O funcionamento voltará ao normal assim que a energia for restabelecida, não sendo indicado um prazo.
Problemas na rede elétrica não são novidade no Parque das Nações Indígenas. Em 2023, em três diferentes ocasiões o local encerrou as atividades mais cedo por falta de energia.
Privatização
Conforme noticiou o Correio do Estado, o Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) do governo de Mato Grosso do Sul já concluiu o estudo para a concessão do Parque das Nações Indígenas e do Parque Estadual do Prosa para a inciativa privada. A expectativa é que o edital seja lançado ainda neste ano.
Em dezembro de 2024, um estudo com toda a modelagem econômico-financeira da concessão, com fluxo de caixa, payback (retorno do investimento) e custo médio ponderado do capital, chegou a ser apresentado. Entretanto, os cálculos tiveram de ser todos refeitos.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia os estudos para a concessão dos parques à iniciativa privada. A concessão demandará investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão.
Ainda, abrangerá todos os equipamentos que estão dentro dos parques, como o Bioparque Pantanal, o Museu de Arte Contemporânea (Marco) e a Casa do Homem Pantaneiro – essa última reformada e inutilizada há pelo menos três anos.
Apenas o Museu Dom Bosco deve continuar fora da concessão.
O Parque das Nações Indígenas ocupa uma área de 119 hectares em área nobre da Capital, enquanto o Parque Estadual do Prosa tem 135,26 hectares de mata fechada, com vegetação do Cerrado, entre o Parque das Nações Indígenas e o Parque dos Poderes, o complexo administrativo do governo de Mato Grosso do Sul.
Parque das Nações Indígenas
O Parque das Nações Indígenas está localizado na Região Urbana do Prosa, em Campo Grande.
A criação ocorreu em 1993, com a desapropriação pelo Governo do Estado de diversas chácaras e terrenos, localizados às margens dos córregos Prosa e Reveilleau, situados no perímetro urbano compreendido pelas avenidas Afonso Pena e Mato Grosso, e pelo córrego Sóter.
Por meio do Decreto Estadual no 7.354, de 17 de agosto de 1993, a área urbana passou a ser denominada Parque das Nações Indígenas.