Cidades

QUEIMADAS NO PANTANTAL

Sobe para 18 o número de pontos de início de incêndio no Pantanal

A partir de agora, Polícia Militar Ambiental (PMA) terá um helicóptero para agilizar na fiscalização das queimadas

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPE), em parceria com a Polícia Militar Ambiental (PMA), identificou ontem (26), 18 novos pontos de início de incêndio no Pantanal. O bioma, atualmente, já queimou cerca de 292.885,62 hectares, no período proibitivo.

Os pontos de ignição foram identificados via monitoramento de satélite pelo Núcleo de Geotecnologias (NUGEO). Conforme o levantamento, os locais identificados foram responsáveis por gerar aproximadamente 6.631,68 hectares de incêndios florestais ocorridos entre os dias 10 de maio e 23 de junho, na região do Pantanal. Na mesma época, o Governo Estadual emitiu uma declaração de emergência ambiental (Decreto nº 25, de 9 de abril de 2024)

Além disso, devido a grande onda de incêndios no Pantanal, desde o começo da semana o MPE tem realizado um trabalho conjunto com Polícia Militar Ambiental (PMA) e o Governo do Estado, representado pelo Grupamento de Operações Aéreas, para agilizar a fiscalização destes pontos de ignição dos incêndios.

Foto: Divulgação 

Identificada a infração, o NUGEO, repassa os pontos de ignição para a PMA que vai até o local com o apoio de um helicóptero e apura as causas do incêndio. Os relatórios coletados após a vistoria dos locais serão enviados  às Promotorias de Justiça competentes para tomar as providências necessárias de responsabilização e prevenção.

“Por mais que às vezes não se consiga comprovar que houve um incêndio intencional e com isso gerar uma multa ou uma responsabilidade criminal, o Ministério Público vai tomar providências em todos esses casos para a reparação desse dano e especialmente para adoção de medidas preventivas, a fim de tentar evitar que novos incêndios comecem nestas áreas”, comentou Luciano Furtado Loubet, Promotor de Justiça do Núcleo Ambiental

 

Pantanal em Alerta

A identificação e monitoramento dos incêndios, por exemplo, são realizados pelo NUGEO e fazem parte das ações do Programa “Pantanal em Alerta”, que auxilia nas estratégias de prevenção do bioma. O programa tem como objetivo investigar as possíveis causas do incêndio e auxiliar na identificação dos locais de ocorrência, identificando se ocorreram ou não em propriedades privadas e responsabilizando os autores. 

No começo do mês, sete pontos de ignição já haviam sido identificados e seis fazendas foram investigadas. De acordo com a análise do NUGEO, na época, estes pontos de ignição foram responsáveis por gerar incêndios florestais em cerca de 12 mil hectares, sendo 8.836 hectares localizados em Mato Grosso do Sul e 3.550 hectares foram registrados no país vizinho.

O monitoramento, que é feito via satélite, utiliza uma análise remota de regressão de imagens para identificar os pontos de foco inicial dos incêndios. Com essa tecnologia, o NUGEO identificou sete pontos de ignição inicial, encontrados em seis imóveis rurais e uma área sem cadastro no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

Sistema NUGEO

O Núcleo de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto (NUGEO) é uma das ferramentas do Minitério Público para Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto. 

A identificação e monitoramento dos incêndios, por exemplo, são realizados pelo NUGEO e fazem parte das ações do Programa “Pantanal em Alerta”, que auxilia nas estratégias de prevenção do bioma. O programa tem como objetivo investigar as possíveis causas do incêndio e auxiliar na identificação dos locais de ocorrência, identificando se ocorreram ou não em propriedades privadas e responsabilizando os autores. 

O NUGEO trabalha com informações de diversos satélites e, além disso, também trabalha com dados disponíveis no INCRA, INPE, IBGE, IMASUL e USGS. Com base nos dados levantados, o MPE, cruza as informações das licenças de desmatamento com as informações das propriedades e gera laudos que são enviados para a PMA, Ibama e Imasul, que vão a campo fiscalizar. 

Fogo em Corumbá

Os incêndios no Pantanal, sobretudo na região de Corumbá (MS), caminham para atingir um recorde de área atingida. Os trabalhos na contensão do fogo em Corumbá continuam e, segundo o Laboratório de Aplicação de Satélites Ambientais (Lasa), mais de 677 mil hectares foram queimados no bioma até o dia 24 de junho deste ano. 

Até o momento, foram 62 militares estaduais para substituírem as equipes de campo no combate aos incêndios florestais no entorno de Corumbá, além dos que já compõem o Sistema de Comando de Incidentes (SCI), nas funções de planejamento, logística, operações, finanças e outras atividades.

O grupo de ação recebeu reforço de uma aeronave do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) através do governo federal, totalizando cinco (aeronaves) Air Tractor, sendo uma do Corpo de Bombeiros e quatro do ICMBio, e dois helicópteros da Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo (CGPA).

Segundo o governo do Estado, para reforçar os trabalhos dos bombeiros de Mato Grosso do Sul, duas equipes da Força Nacional estão se deslocando ao Pantanal em 27 viaturas, com 80 integrantes. 
Um grupo de 42 bombeiros saiu de Brasília e mais 40 seguiu do Rio Grande do Sul. Ambas vão diretamente para Corumbá.

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MP de Contas aciona TCE para apurar investimentos de prefeituras no Banco Master

Ao menos R$ 16,09 milhões em recursos previdenciários foram aplicados por municípios do Estado

11/12/2025 16h15

Banco Master teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em novembro deste ano

Banco Master teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em novembro deste ano Divulgação: MPC-MS

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O Ministério Público de Contas de Mato Grosso do Sul ingressou com uma representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS) para solicitar a instauração de uma auditoria ampla e imediata destinada a apurar investimentos realizados por Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) de prefeituras sul-mato-grossenses no Banco Master S.A.

Assinada pelos quatro procuradores de contas, a representação aponta que ao menos R$ 16,09 milhões em recursos previdenciários foram aplicados por municípios como Fátima do Sul, São Gabriel do Oeste, Jateí, Angélica e Campo Grande, sobretudo por meio de Letras Financeiras, títulos classificados como de alto risco e que não contam com cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

A situação pode gerar perdas relevantes, impacto atuarial e desvalorização contábil nas carteiras dos fundos municipais.

Além disso, o documento aponta indícios de gestão temerária, falhas de governança e possíveis conflitos de interesse relacionados a gestores, consultorias financeiras e autoridades que autorizaram as aplicações.

Um outro ponto faz referência à recente orientação da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (ATRICON), que recomendou o aprofundamento das investigações sobre investimentos de RPPS na instituição liquidada.

O pedido apresentado pelo MPC-MS prevê a análise de toda a cadeia decisória que levou aos aportes: avaliações de risco, políticas de investimento adotadas, autorizações formais e eventuais medidas de provisionamento contábil.

O órgão solicitou ainda que os RPPS encaminhem informações detalhadas sobre suas posições financeiras, fundamentos técnicos das aplicações e documentos internos relacionados aos investimentos.

IMPCG quer reter consignados

A Prefeitura de Campo Grande e o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) ingressaram na Justiça com uma ação de compensação de créditos contra o Banco Master S.A., que teve sua liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central em novembro deste ano.

O objetivo é reter valores de consignados por meio do programa Credcesta, que seriam repassados ao banco e compensá-los com créditos que a autarquia previdenciária possui junto à instituição financeira.

Segundo a petição protocolada na Vara de Fazenda Pública e de Registros Públicos da Comarca de Campo Grande, o IMPCG aplicou em abril de 2024 R$ 1,2 milhão em uma Letra Financeira emitida pelo Banco Master, com vencimento previsto para 2029.

Com a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central, em 18 de novembro o título teve vencimento antecipado, tornando-se crédito líquido e exigível. O saldo atualizado em outubro deste ano era de R$ 1,427 milhão.

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Raro: tamanduá-bandeira albino surpreende pesquisadores

Único tamanduá-bandeira albino conhecido no mundo e monitorado desde 2022 pelo Instituto de Conservação de Animais Silvestres, é flagrado caminhando pelo cerrado de Mato Grosso do Sul

11/12/2025 15h33

Divulgação Icas

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O tamanduá-bandeira Alvinho, que chama atenção pela pelagem albina, o que torna o animal único no cerrado sul-mato-grossense e no mundo, passou por exames para verificar o estado de saúde.

O Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) monitora o animal desde agosto de 2022, quando ele foi encontrado em uma propriedade rural no município de Três Lagoas, aos oito meses de idade, pelos pesquisadores, e passou a usar um colar GPS.

À época, a veterinária Débora Yogui pontuou que esse era o segundo indivíduo com albinismo localizado na mesma região.

O primeiro indivíduo, um tamanduá-bandeira juvenil, registrado pela Polícia Militar Ambiental (PMA) em agosto de 2021, foi encontrado morto e com sinais de predação pelos pesquisadores do ICAS.

“Quando nós chegamos lá, ele já estava em óbito, mas conseguimos coletar amostras genéticas que foram enviadas para análise em laboratório. E agora, um ano depois, apareceu uma fêmea com um filhote pequeno (Alvin) nas costas, que também apresentava características de albinismo, e, dessa vez, conseguimos chegar até o animal para colocar um colar de monitoramento. Isso vai possibilitar a realização de um estudo inédito sobre essa característica rara nesses animais”, explicou Débora.

Com isso, Alvinho, até o momento é o único com essa característica conhecido e vivo.

O avistamento de Alvin, compartilhado no perfil do Instagram do ICAS (veja o vídeo abaixo), pegou de surpresa a trainee Aurora, que estava em sua primeira missão em campo.

Caminhando com tranquilidade, o animal demonstrou toda a sua beleza em contraste com a vegetação.

Exames

O espécime recentemente passou por exames que avaliaram o seu desenvolvimento, incluindo ultrassom para verificar os órgãos reprodutores, que nos tamanduás são internos, e avaliar se ele está pronto para a reprodução.

Também foi feito um exame de termografia, que auxilia os pesquisadores a entender de que forma a ausência de cor na pelagem influencia a termorregulação do animal.

“Estamos aguardando os resultados de ambos os exames! Por enquanto, o colar está bem posicionado e com tamanho adequado”, informou o instituto por nota.

Albinismo e adaptação

O albinismo é uma desordem genética que limita a produção de melanina, gerando animais com pelagem de coloração clara ou aloirada.

Todos os tamanduás são naturalmente sensíveis a temperaturas extremas e precisam de áreas com vegetação mais densa para se abrigar do frio ou do calor extremo.

Isso pode ser um desafio ainda maior para um tamanduá albino vivendo no Cerrado, bioma que mais sofre com o desmatamento de suas áreas nativas, diminuindo drasticamente o habitat da fauna silvestre.

Característica

Os tamanduás-bandeira normalmente possuem pelagem marrom-acinzentada com uma grande faixa preta nas costas.

Essa coloração é de extrema importância para a sua sobrevivência, pois ajuda na camuflagem contra possíveis predadores e também filtra os raios solares, proporcionando conforto térmico e protegendo esses animais do sol e do calor típicos do Cerrado.

Você sabia?

Apesar da história contada para crianças de que “formigas fazem bem para os olhos”, os tamanduás não possuem visão muito boa, ao contrário do olfato extremamente apurado, que pode ser até 40 vezes mais poderoso que o nosso.

Deste modo, com o treinamento da equipe para evitar que o animal perceba a presença humana, Alvinho, que havia feito check-up em outro encontro, desta vez seguiu seu caminho sem notar que estava sendo monitorado, caminhando em paz pela mata.

Veja o vídeo

 

 

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