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Solurb ignora apelos e amplia "lixão" até a porta do presídio

Problema do mau cheiro, que estava com os dias contados, não só vai continuar durante anos como tende a piorar no presídio federal

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O problema crônico do mau cheiro proveniente do aterro sanitário, que estava com os dias contados, não só não vai acabar tão cedo como tende a piorar muito para servidores e internos do presídio federal de Campo Grande. É que a empresa Solurb está ampliando a área do aterro e a partir de novembro passa a depositar lixo praticamente na porta do presídio, onde estão em torno de 200 internos e onde trabalham cerca de 300 servidores federais. 

A empresa responsável pela coleta do lixo em Campo Grande conseguiu no final de maio  a licença para ampliação da atual área do aterro em mais 3,5 hectares. Esta área  havia sido preservada justamente para evitar que o lixo fosse depositado muito próximo do presídio.

Mas, como a Solurb, que teve 12 anos para isso, não viabilizou outro espaço para instalação de um novo aterro sanitário, foi autorizada a ampliação neste espaço. E, conforme a previsão da empresa, naquele local será formada uma montanha que chegará a 52 metros de altura. 

Espaço destacado em vermelho é o local onde está ocorrendo a apliação do aterro sanitário. Área era preservada para evitar proximidade com o presídio

Antes, o lixo estava sendo depositado a cerca de 500 metros do presídio. Agora, depois da ampliação, ficará a menos de 50 metros do portão de acesso à área do presídio e a cerca de 150 metros do local onde trabalham os policiais penais e onde estão as celas dos presidiários. 

Os trabalhos de ampliação estão a todo vapor. Cerca de uma dezena de máquinas e caminhões estão escavando um gigantesco “piscinão” na área que separava o lixão do presídio. As lonas que serão colocadas para impermeabilizar os fundos deste "piscinão" já estão depositadas na entrada principal do aterro sanitário. 

Lonas que serão utilizadas para impermeabilizar a nova área do aterro

Conforme a previsão feita em abril deste ano, durante audiência pública na Câmara de Vereadores, a vida útil do atual aterro vai somente até outubro ou novembro, conforme admitiu o representante da Solurb na audiência. 

Até lá, porém, a obra de ampliação estará pronta, conforme trabalhadores que autuam no local e que conversaram com a reportagem do Correi do Estado. Em cerca de dois meses o “piscinão” estará concluído e em condições de receber lixo, afirmaram.

ILEGAL

Segundo a vereadora Luíza Ribeiro (PT), a legislação federal determina que nenhum aterro sanitário fique a menos de 500 metros de qualquer residência. E, segundo ela, o presídio federal é o local de residência, mesmo que passageiro, dos internos. Por conta disso ela entende que a ampliação é ilegal. 

Segundo a vereadora, a Solurb, que assinou o contrato de concessão em 25 de outubro de 2012, teve 12 anos para viabilizar uma nova área e não o fez, segundo ela, por falta de interesse, “forçando” a prefeitura a permitir a ampliação de agora. 

De acordo com a vereadora petista, inicialmente a Solurb apontou uma área na região da saída para Três Lagoas, mas não conseguiu a licença ambiental, já que boa parte da água que abastece Campo Grande é captada naquela região. 

Depois, adquiriu outra área nas imediações do atual “lixão”, mas por conta de disputas judiciais pelo domínio deste terreno, também não viabilizou o espaço para instalação do novo aterro. 

“A licença está vencida desde julho de 2023.A empresa não cumpre suas obrigações e ninguém pune. Pelo contrário, ela vai ser beneficiada economicamente pelo fato de conseguir despejar o lixo no mesmo local onde o faz há mais de uma década”, reclama a parlamentar.

APELO

E não é somente ela que reclama, policiais penais que conversaram com a reportagem do Correio do Estado nesta sexta-feira (02) também deixaram claro a sua insatisfação. Eles dizem que estavam em contagem regressiva para se livrarem do problema crônico do mau cheiro e dos enxames de moscas. 

Agora, porém, terão de conviver com o problema por mais alguns anos. A vereadora acredita que o problema vai se estender por mais quatro ou cinco anos. Sem revelarem a identidade, os policiais penais classificaram a situação como vergonhosa, embora o presídio, ativado em 2006, tenha chegado depois do lixão àquela região da cidade.

Em abril, durante audiência na Câmara de Vereadores o policial penal  Dennis Wilber Rodrigues da Silva, que representava toda a categoria, não escondeu sua insatisfação com a possibilidade de ampliação do aterro. 

“Nos manifestamos desfavoráveis à ampliação do aterro. Clamo, pela penitenciária federal, pela descontinuidade dos trabalhos, pela comunidade carcerária que temos. Apesar de serem presos, eles também precisam de dignidade, convivem com odor e mau cheiro que exala do aterro”, implorou. 

DEMORA DO MPE

Em abril, segundo a vereadora Luíza Ribeiro, o Ministério Público Estadual ignorou o convite e não mandou representante para a audiência pública na Câmara de Vereadores. Na última quinta-feira, com a obra a pleno vapor, a promotoria de meio ambiente anunciou a abertura de procedimento administrativo para monitorar os trabalhos de ampliação. 

Para esta investigação a Solurb já enviou a licença de instalação, a qual deixa claro que ainda falta a licença para operação, que deve ser concedida assim que as obras do “piscinão”, que tem cerca de oito metros de profundidade. Estiverem prontas. 

Neste documento, que não informa o prazo de validade que terá a nova área de aterro, consta a informação de que serão dez camadas de lixo e que ao final ela terá 52 metros de altura, o que equivale a um prédio de cerca de 17 andares. 

Em abril, durante a audiência, o gerente operacional da Solurb, Bruno Velloso Vilela, defendeu a ampliação do aterro. “Falamos de uma área de cinco hectares. É a solução que temos hoje. O aterro está dentro da capacidade operacional dele projetada. Pelo que projetamos, vai até outubro. Talvez novembro ou dezembro, mas não vai passar disso”, alertou.


 

Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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