Cidades

PLANOS DE SAÚDE

SulAmérica descredencia serviços de saúde, e queixas disparam na ANS

A lei que rege os planos de saúde permite o descredenciamento, mas determina que os beneficiários sejam avisados com 30 dias de antecedência

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A seguradora SulAmérica, que foi comprada pela Rede D'Or, está descredenciamento vários serviços de saúde, o que tem levado usuários a acionar ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e órgãos de defesa do consumidor, além de ingressar com ações na Justiça.

Beneficiários relatam que não foram comunicados previamente pela operadora e que só souberam do descredenciamento quando tiveram atendimentos recusados em clínicas, laboratórios e consultórios.

A lei que rege os planos de saúde permite o descredenciamento, mas determina que os beneficiários sejam avisados com 30 dias de antecedência sobre o serviço descredenciado.

Em nota, a SulAmérica informa que realizou ajustes na sua rede de atendimento laboratorial em São Paulo, mas diz que a realização de exames em regime hospitalar durante internação, o atendimento em pronto-socorro e a rede credenciada de médicos e serviços hospitalares não sofreram alterações.

Na ANS, o número de queixas contra SulAmérica teve um salto em setembro. Foram 110 reclamações relativas às redes hospitalar e não hospitalar, número recorde desde julho do ano passado. Em 2021, a média foi de oito queixas por mês. Neste ano, entre janeiro e agosto, a média mensal foi de 15.

Embora não haja um detalhamento dessas reclamações, o período coincide com o movimento de descredenciamento, iniciado em meados de setembro.

"Ninguém teve aviso de nada. Em geral, o usuário foi fazer um exame ou uma consulta ou tinha um procedimento agendado quando soube do descredenciamento", diz o advogado Elton Fernandes, especialista em direito à saúde, que afirmou que, nas últimas semanas, tem recebido de dois a três clientes por dia interessados em processar o plano.

De acordo com a legislação, a operadora também tem a obrigação de substituir um hospital descredenciado por outro equivalente. Mas, segundo advogados, isso não tem ocorrido. Em troca dos serviços descredenciados, a SulAmérica estaria ofertando aos consumidores outros que já existiam na rede contratada.

"Nesses casos, não é substituição, é supressão do direito do consumidor, uma vez que a empresa não concedeu o abatimento proporcional na mensalidade pela perda daquele hospital", reforça Fernandes.

Segundo o advogado Rafael Robba, do escritório Vilhena Silva advogados, a maior parte das reclamações que tem recebido são referentes ao descredenciamento de serviços oftalmológicos, como o Hospital dos Olhos, e de laboratórios, como o Fleury, que funcionavam em hospitais.

"Os consumidores foram pegos de surpresa. Não é que eles substituíram, tiraram um e colocaram outro. Houve uma redução na rede credenciada. Por exemplo: muitos desses usuários já tinham direito à rede Dasa e também ao Fleury dentro dos hospitais. Agora, eles só têm a rede Dasa. Também já tinham direito ao H.Olhos e agora só têm o Cema [hospital]", explica.

O advogado afirma que os beneficiários que procuram o escritório para processar o plano se queixam da perda do histórico de exames que faziam na instituição descredenciada. "Muitos ainda estão em tratamento ou fazem acompanhamento de doenças crônicas."

Segundo os advogados, os usuários mais afetados são os que possuem planos individuais e familiares. "São de todas as classes sociais. De reitor de universidade a donas de casa. Parece-me um evidente desincentivo à manutenção desses contratos individuais e familiares", relata Fernandes.

A empresária Sandra Bastos, 56, é uma das que estão ingressando com ação judicial contra a SulAmérica. Ela diz que recebeu um email da operadora informando que agora teria exclusividade de laboratórios na rede Dasa, mas não foi avisada que os do HCor e o Cura, onde ela fazia os exames, haviam sido descredenciados.

"Só descobri quando liguei para marcar os exames preventivos anuais. Foi um choque."

Bastos conta que até tentou marcar uma mamografia e um ultrassom de mamas na rede Dasa, mas não conseguiu.

"Lá, dizem que eu não tenho direito aos exames porque o plano não cobre, que eu teria que pagar. Decidi que nem vou me estressar. Vou entrar na Justiça e pronto."

Ela, o marido e os três filhos têm um plano familiar da SulAmérica desde 1998 e pagam uma mensalidade de R$ 7.300.

Saiba mais

No site Reclame Aqui, também há dezenas de reclamações contra a SulAmérica sobre descredenciamento de serviços e profissionais, demora de reembolsos e de marcação de exames e procedimentos.

Ao menos oito queixas sobre descredenciamentos chegaram ao Idec (Instituto de Defesa do Consumidor) no últimos dias. Segundo a advogada Ana Carolina Navarrete, coordenadora dos programa de saúde da entidade, o movimento de reclamações é atípico e costuma indicar problemas coletivos de consumo.

Por esse motivo, o instituto enviou ofício à SulAmérica solicitando esclarecimentos. Segundo o Idec, a operadora confirmou que realizou ajustes na rede de atendimento laboratorial na cidade de São Paulo, mas nega que não tenha avisado os beneficiários.

"Mas as reclamações que recebemos dão conta de pessoas que descobriram as alterações na rede credenciada apenas no momento do atendimento", diz Navarrete.

Na sua avaliação, toda e qualquer mudança nos serviços e atividades prestadas pelas operadoras deve ser comunicada aos consumidores e consumidoras de forma expressa, direcionada e completa.

Em nota, a SulAmérica informa que realizou ajustes na sua rede de atendimento laboratorial em São Paulo para a linha de produtos Exato e alguns planos individuais, centralizando seu atendimento na Rede Dasa.

Afirma que a realização de exames em regime hospitalar durante internação e atendimento em pronto-socorro não sofreu nenhum ajuste.

Diz também que não houve mudança na rede credenciada de médicos e serviços hospitalares, como tratamentos e terapias o que contraria queixas de muitos beneficiários sobre descredenciamento de médicos.

Segundo a operadora, "a rede de prestadores foi reorganizada de forma que alguns planos sejam atendidos essencialmente por laboratórios parceiros credenciados do grupo Dasa (Lavoiser, Salomão e Zoppi, Delboni, Cytolab e Deliberato), com ampla capilaridade e com qualidade reconhecida".

"Na prática, a rede Dasa foi ampliada de 90 para mais de 160 pontos de atendimento, cobrindo toda a região metropolitana de São Paulo", diz a nota.

A operadora afirma também que seguiu as normas estabelecidas pela ANS e que tem comunicado e reforçado as mudanças a todos os beneficiários. Informa ainda que está atuando para que seus prestadores orientem adequadamente os beneficiários para que nenhum deixe de ser atendido.

Também em nota, a ANS diz que prestadores hospitalares podem ser substituídos por outro equivalente, mediante comunicação prévia ao consumidor e à agência com 30 dias de antecedência.

"Essa comunicação não precisa ser individualizada (carta, email), mas a operadora deve garantir que o beneficiário fique ciente da informação."

Segundo a ANS, a lei permite a exclusão de prestadores hospitalares e, nesses casos, os atendimentos serão realizados por outros que já fazem parte da rede. Porém, é preciso aval prévio da agência.

Já os prestadores não hospitalares (consultórios, clínicas, laboratórios) só podem ser descredenciados se forem substituídos por outro equivalente. "Não há necessidade de autorização, nem de comunicação à ANS, mas a operadora deve comunicar aos beneficiários através do seu site e da Central de Atendimento, com 30 dias de antecedência e manter a informação disponível para consulta, por 180 dias."

A ANS orienta os usuários que procurem inicialmente a operadora para que ela resolva o problema e, caso não tenha a questão resolvida, registre reclamação em um dos seus canais de atendimento.

 

OPERAÇÃO NA BR

Mais de 100 quilos de cabelo humano são apreendidos no interior de MS

Além do cabelo humano, mais de 450 perucas também foram encontrados pelo DOF dentro de uma Hyundai Tucson; ao todo, os produtos estão avaliados em R$ 920 mil

22/11/2024 10h45

Cabelo humano e perucas apreendidas em Maracaju

Cabelo humano e perucas apreendidas em Maracaju Foto: Divulgação/DOF

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O Departamento de Operações de Fronteira (DOF) apreendeu 107 quilos de cabelo humano e 458 perucas, durante ação em Maracaju, que estavam dentro de um Hyundai Tucson, conduzido por um homem de 38 anos.

A abordagem no carro começou durante um bloqueio feito pelos militares na MS-164. Na vistoria, quando perguntado sobre a alta quantidade dos produtos em seu veículo, o homem afirmou que estava levando-os para Bataguassu. Porém, ao checar as notas fiscais, foram descobertas irregularidades.

Ao todo, os cabelos e perucas confiscadas estão avaliadas em R$ 920 mil e foram encaminhados à Polícia Federal em Dourados. A ação faz parte do Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, parceria da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

 

Casos recentes (1º)

No final de setembro, duas pessoas, com idades entre 22 e 34 anos, foram presas com R$ 1,36 milhão em cabelo humano em um veículo na MS-164, na zona rural de Ponta Porã, a 297 quilômetros de Campo Grande.

De acordo com informações do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), os 131 quilos de cabelo humano foram encontrados em um Fiat Mobi, dirigido pelo jovem de 22 anos, com um passageiro de 34 anos no veículo.

Durante a vistoria ao veículo, os policiais encontraram a mercadoria sem a documentação legal para circulação e comércio no país. 

Questionados, confessaram o transporte e disseram que pegaram o cabelo humano em um posto de gasolina em Ponta Porã e que estavam no caminho de Dourados, onde deixaram o material.

Casos recentes (2º)

No dia 23 de julho deste ano, o DOF apreendeu 293 quilos de cabelo humano em Deodápolis, município 264,5 quilômetros distante de Campo Grande. 

Em nota, o DOF informou que os militares realizavam um bloqueio policial para fiscalização na rodovia MS-276, quando abordaram os condutores dos veículos Renault Sandero branco e Fiat Argo preto.

Os condutores, um homem de 32 anos e uma mulher de 39, apresentaram nota fiscal da mercadoria, e disseram que seguiam de Dourados para a cidade de São Paulo.

Os dados declarados no documento divergiam da pesagem do material apreendido, e estavam com data vencida.

A ocorrência foi registrada e entregue na Receita Federal em Ponta Porã, sendo o valor estimado do produto apreendido em mais de R$ 3 milhões.

Casos recentes (3º)

Em Ponta Porã, no dia 27 de maio, o DOF apreendeu 150 quilos de cabelo humano que seriam levadas até Dourados

Os policiais federais estavam fiscalizando a rodovia MS-164 quando ordenaram a parada de um Toyota Etios branco. Rapidamente localizaram o produto ilegal.

O motorista, um homem de 32 anos, afirmou que foi contratado para o serviço e pegou os cabelos em Ponta Porã, através de uma pessoa vinda do Paraguai. 

Ao todo, 150 quilos de cabelo foram apreendidos, o que gerou um prejuízo de R$ 1,59 milhão aos cofres dos envolvidos no crime. A ocorrência foi registrada e entregue à delegacia da Polícia Federal de Ponta Porã.

Casos recentes (4º)

No dia 16 de janeiro, um homem, que não teve suas identidades reveladas, foi preso com 62 quilos de cabelos humanos e diversos itens eletrônicos em dois veículos, na BR-158 em Brasilândia, a 363 quilômetros de Campo Grande.

O flagrante aconteceu durante uma fiscalização, quando os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), abordaram um Chevrolet Montana e uma Van Renault Revescap, ambos veículos na região de Avaré (SP).

Durante fiscalização os policiais localizaram grande quantidade de cabelo humano além de diversos itens de informática, eletrônicos e aparelhos celulares. 

Os produtos oriundos do Paraguai tinham como destino o interior do estado de São Paulo.

*Colaborou Alanis Netto e João Gabriel Villalba

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Cidades

MS receberá nova Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã

O estado conta ainda com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados

22/11/2024 10h28

Divulgação: Governo Federal

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Mato Grosso do Sul receberá mais uma unidade da Casa da Mulher Brasileira, que será construída em Ponta Porã, município da fronteira distante aproximadamente 313 km da Capital.

O convênio que viabiliza a construção foi assinado na última quinta-feira (21), pela ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e contará com cooperação, além do Governo Federal, do Estado e do Município, além de um convênio com a Itaipu Binacional.

“A cada seis horas uma mulher é morta pelo fato de ser mulher, e a cada seis minutos uma mulher ou uma menina sofre violência sexual. Esse é o retrato do Brasil, esse é o retrato das mulheres brasileiras. É esse retrato que nós queremos mudar e reconstruir neste país, isso não pode ser um problema simplesmente do governo federal, ou partidário e ideológico, isso precisa ser um compromisso de todo o Estado brasileiro independentemente de partido, religião e ideologia. Nós precisamos reconstruir este país e transformar o ódio que está colocado em harmonia, sensibilidade e respeito. É por isso que temos lutado, por respeito!”, afirmou a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.

O estado de Mato Grosso do Sul foi pioneiro na implementação do equipamento que reúne serviços especializados de atendimento às mulheres vítimas de violência, com a primeira Casa da Mulher Brasileira do País inaugurada em Campo Grande em 2015. O estado conta também com outras duas unidades em implementação, nos municípios de Corumbá e Dourados.

“Dia de celebração. Temos que comemorar todos estes convênios assinados, pela grandeza e simbologia dos atos. Um trabalho em prol de milhares de pessoas, que serão beneficiadas com estes investimentos”, afirmou o governador Eduardo Riedel.

A construção da Casa da Mulher Brasileira em Ponta Porã está inserida no âmbito do Programa Mulher Viver sem Violência, coordenado pelo Ministério das Mulheres, aderido anteriormente pelo Governo de Mato Grosso do Sul e alinhada à missão institucional da Itaipu.

“A Casa da Mulher Brasileira é um trabalho que a ministra Cida tem cobrado com muita frequência. Assim como aqui em Ponta Porã, estamos cooperando também para uma CMB em Foz do Iguaçu pensando na importância deste serviço na fronteira para atender além da mulher brasileira. Um trabalho que tem uma lógica regional e, assim como outras políticas públicas, atendam a demanda de Brasil e Paraguai”, destacou o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri.

A cerimônia, realizada no Centro Internacional de Convenções, contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio José Verri, a secretária de Estado da Cidadania, Viviane Luiza da Silva, e demais autoridades.

Investimentos Conesul

Durante o evento, foram anunciados diversos investimentos para a região do Conesul. Além da unidade da CMB, a região foi contemplada com o programa “Água para todos”, para a melhoria do abastecimento de água, a construção de 10 Centros de Cultura Indígena e de um Centro de Atenção Integral ao Adolescente.

“Estamos aqui trazendo a garantia de água potável para as comunidades, aquilo que é de direito constituído, mas que as pessoas não conseguem acessar”, ressaltou a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

A ministra Cida Gonçalves reafirmou o compromisso com toda a sociedade brasileira, com todas as mulheres e que assim como pediu o presidente Lula, durante a primeira reunião ministerial em 2023, um “compromisso com a transversalidade e a inclusão das mulheres em todas as políticas”. Na oportunidade, Cida Gonçalves também ressaltou que um dos desafios da Mobilização Nacional pelo Feminicídio Zero é o envolvimento de toda a sociedade.

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