Considerados verdadeiros membros da família, os animais de estimação causam desespero e angústia entre seus familiares quando desaparecem sem deixar vestígios. Há mais de dois meses procurando Ferruge, um poodle toy de cinco anos de idade, a comerciante Isabel Cristina Matias, 42 anos, ainda sofre com a saudade e o luto pelo cachorrinho desaparecido.
Isabel tem indícios que levam a acreditar que o seu cãozinho foi roubado. “O Ferruge sempre ficava na frente da minha loja deitado na calçada. Os vizinhos viram ele sendo atraído por algumas crianças e alguns instantes depois, ele sumiu”, relata, com nó na garganta. Descrente da ajuda policial, Isabel não registrou boletim de ocorrência. “Conheço pessoas que fizeram B.O. e não resolveu em nada”, alega. Junto com sua família, seus quatro filhos e marido, a comerciante divulga fotos de Ferruge em páginas da internet pedindo informações do paradeiro do cachorro.
De acordo com Priscila Arraes Reino, advogada voluntária da Abrigo dos Bichos, existem diversos casos em que o desaparecimento do animal parece ter sido causado por espécie de “sequestro”. Ela recomenda que o dono faça boletim de ocorrência. “A pessoa pode denunciar, fazer um boletim de ocorrência. Mas não será considerado sequestro, mas sim um furto”, diz. “Para a Justiça, o animal é tido como um bem, propriedade, e não uma pessoa. É como se tivessem pegado um carro, uma carteira sua”, explica.
Priscila acredita que a lei deve evoluir nesse sentido. “A gente criou uma relação com o animal e a lei ainda não acompanhou essa evolução do nosso sentimento”, defende. A lei ainda está nos tempos em que as pessoas tinham relação de propriedade com o animal”.