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RODOVIA

TCU pode "melar" investimento de R$ 12 bilhões na BR-163 em Mato Grosso do Sul

Ministro levou um ano para dizer que acordo bilionário é ilegal e nova licitação será necessária; julgamento não terminou

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Após mais de um ano analisando a solução consensual entre a CCR MSVia e o governo federal para administrar a BR-163, o Tribunal de Contas da União (TCU) pode fazer o acordo bilionário voltar à estaca zero com o voto contrário do ministro relator Aroldo Cedraz à proposta na tarde de ontem. Se persistir esse relatório, os investimentos de R$ 12 bilhões anunciados no fim do ano passado deixarão de ocorrer. 

O ministro a considerou ilegal por propor alteração da tarifa de pedágio e seus gatilhos de aumento, estender por 10 anos o prazo de concessão e alterar os investimentos obrigatórios, com regras semelhantes as já existentes e sem a garantia, novamente, de que serão cumpridas, mesmo com a adoção de regras de cobranças mais rígidas. 

O posicionamento do relator surpreendeu parte dos ministros, que decidiriam sobre o tema, tanto que o ministro Augusto Nardes pediu vistas (adiamento da votação) por uma semana, e a decisão ficou para o dia 13. 

Ele argumentou que precisaria analisar de forma mais aprofundada o relatório. Porém, pouco antes, após ouvir o relatório, o ministro Benjamin Zymler questionou o voto apresentado, argumentando que já houve pareceres a favor de outras concessões. 

No mesmo sentido, o presidente do colegiado, Bruno Dantas, manifestou discordância ao relatório, citando que em outras ocasiões o plenário decidiu pela legalidade do procedimento de solução consensual, citando que, nesse caso, deveria ser considerada a vantagem desse procedimento para a sociedade, e não a sua legalidade.  

Embora tenham questionado o relator, Cedraz afirmou que a proposta apresentada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)após negociações com a CCR MSVia afronta dispositivos legais.

“O tribunal não pode permitir que a proposta atual substitua o procedimento nosso da relicitação, instrumento previsto em lei, para ser usado nos casos de baixo desempenho da concessionária, entretanto que a solução consensual possa ser utilizada para acelerar o processo de relicitação, isso é, eu acredito, mas não, jamais, para substituí-la”, afirmou.

O ministro relator ressaltou que “o termo de autocomposição [termo técnico do documento que estabelece regras e condições do acordo que será assinado, dando fim à controvérsia] a ser celebrado deve contemplar solução jurídica proporcional, equânime e eficiente e compatível com os interesses gerais. Mas entendo que não é o que está ocorrendo no presente caso”. 

“A proposta, ao meu ver, praticamente desrespeita pontos cruciais da legislação, que são referentes aos contratos de concessões com obrigação de licitar, a vinculação ao instrumento convocatório, ao lance ofertado e as regras de revisão previstas em lei, no contrato, e também no edital”, continuou.

“Vejam que as alterações contratuais são tão grandes que, se forem implementadas apenas o vínculo da atual concessionária com o estado e o trecho rodoviário, se manterão, a rigor, inalterados”, concluiu.

Para justificar seu relatório, Cedraz explicou que o Ministério Público, com o TCU, divergiu “dos demais [ANTT e CCR MSVia], então defendendo que tais modificações afrontam diversos dispositivos legais. A meu ver, a principal questão a ser tratada na presente solução consensual de rodovias, eu diria, com todas as vênias, é a legalidade da proposta”.  

Ao finalizar seu voto, Cedraz enfatizou que “a proposta não deve substituir a relicitação, que tem outras regras. Avalio que esse instrumento [solução consensual] tem potencialidades importantes, mas seu uso deve ser nos casos futuros”.

“Diante do exposto, apresento essa proposta [relatório] no sentido de: recusar a proposta de solução consensual elaborada pela Comissão de Solução Consensual; não admitir a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul como amicus curiae em razão do tipo processual; e arquivar os presentes autos”, declarou.

IMPACTO

Os recursos seriam aplicados em toda a rodovia até o fim da concessão, em 2059, sendo R$ 2,3 bilhões já para os três primeiros anos. Ela foi elaborada de forma consensual, de acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog). 

O relator enfatizou que existiriam dificuldades para o governo federal assumir a BR-163, mas que não poderia concordar com um ato que considera ilegal.
Embora o processo tenha tramitado por 14 meses na Corte, qualquer encaminhamento depende do posicionamento do plenário sobre o relatório. O processo tramita no TCU desde o dia 27 de setembro do ano passado, quando a ANTT e a concessionária apresentaram a proposta manifestando interesse no acordo consensual. 

Esse documento estava pronto desde junho, faltando o relatório do ministro relator Aroldo Cedraz. O relatório e a minuta de termo de autocomposição foram apresentados aos demais integrantes do plenário no dia 18 do mês passado. 

Saiba

Em nota ao Correio do Estado, a CCR MSVia afirmou que autos do processo no TCU “foram classificados como sigilosos” e, por esse motivo, não se manifestaria.

 

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Cidades

Lista suja do trabalho escravo tem 13 empregadores de Mato Grosso do Sul

Cadastro é atualizado a cada seis meses e manteve o quantitativo da divulgação anterior; Confira a lista

09/04/2025 16h01

Treze empregadores de MS estão inscritos na chamada lista suja do trabalho escravo

Treze empregadores de MS estão inscritos na chamada lista suja do trabalho escravo Foto: Agência Brasil / Arquivo

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Mato Grosso do Sul tem 13 empresas e empregadores na chamada lista suja do trabalho escravo. O Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão foi atualizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nesta quarta-feira (9).

Em comparação com a lista anterior, divulgada em outubro de 2024, o Estado manteve o mesmo quantitativo de propriedades cadastradas.

Em Mato Grosso do Sul, o município de Corumbá concentra a maioria das propriedades onde foram encontrados trabalhadores em situação de escravidão, com seis locais e 22 trabalhadores resgatados.

Também há empregadores de Ponta Porã, Angélica, Porto Murtinho, Aparecida do Taboado, Laguna Carapã, Dourados e Caracol. Somando os trabalhadores resgatados nestas propriedades, foram 81.

Em todo o Brasil, são 745 nomes cadasttrados na lista suja.

Entre as atividades econômicas com maior número de patrões incluídos estão:

  • criação de bovinos;
  • cultivo de café e
  • trabalho doméstico.

Conhecido como lista suja do trabalho escravo, o cadastro é atualizado a cada seis meses com o objetivo de dar transparência às atividades de auditores-fiscais do trabalho no enfrentamento ao problema. 

O Cadastro existe desde 2003 e é regulamentadpo atualmente pela Portaria Interministerial nº 18, de 13 de setembro de 2024.

Empresas e empregadores

De acordo com nota divulgada pelo MTE, os nomes incluídos são de empresas e empregadores que passaram por processos administrativos finalizados e sem possibilidade de recurso.

Após um flagrante, “é lavrado um auto de infração específico que descreve a situação de trabalho análogo ao de escravo. Cada auto dá origem a um processo administrativo, no qual os empregadores têm garantidos seus direitos de defesa, podendo apresentar argumentos e recorrer em duas instâncias”, descreve.

Após a inclusão, o nome permanece publicado por dois anos, conforme determina a instrução normativa que regula a lista.

Na última sexta-feira (4), foram retirados 120 nomes que haviam completado esse prazo.

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Encomenda com pistola e entorpecente é interceptada nos Correios

A apreensão realizada pela GCM ocorreu nesta quarta-feira (9) em uma agência em Campo Grande

09/04/2025 15h33

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios

Arma e drogas vieram da Turquia e foram interceptadas nos Correios Foto: Divulgação

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A Guarda Civil Metropolitana apreendeu, na agência dos Correios, uma pistola de origem turca enviada da fronteira e outro pacote com entorpecentes, em Campo Grande.

A apreensão ocorreu nesta quarta-feira (9), na agência localizada na Rua Vasconcelos Fernandes. A GCM foi acionada por volta das 10h para verificar o conteúdo suspeito.

A Gerência de Segurança Corporativa dos Correios repassou aos agentes que se tratava de três encomendas: uma pistola Canik 9mm, de fabricação turca, sem munição, e tabletes de skunk.

A encomenda que continha a arma de fogo foi enviada de uma cidade que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, cujo nome não foi divulgado, e teria como destino o estado de Minas Gerais.

Junto com a pistola, havia dois carregadores que não estavam municiados.

Já outra encomenda, postada em Campo Grande com destino ao Rio de Janeiro, continha, em um pote que deveria armazenar proteína em pó, um líquido que passará por perícia para determinar sua composição.

A terceira apreensão, conforme pesagem da Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar), continha 3,422 kg de skunk, divididos em seis pacotes que estavam dentro de um micro-ondas. A encomenda também foi remetida em Campo Grande com destino à fronteira.

O líquido e o entorpecente foram levados até a Denar, enquanto a pistola foi entregue à Depac Cepol para os devidos procedimentos.

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