Cidades

TODOS POR ELAS

Três poderes de MS lançam campanha conjunta de combate ao feminicídio

Campanha terá ações preventivas e de enfrentamento durante todo o ano e foi lançada no dia em que a lei Maria da Penha completa 18 anos

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Nesta quinta-feira (7), dia em que a Lei Maria da Penha completa 18 anos, o Governo do Estado, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul lançaram a campanha #TodosPorElas, que tem como objetivo a prevenção e a erradicação do crime de feminicídio.

Durante o evento, foram assinados um pacto de compromisso entre os poderes e o termo de adesão de parcerias estratégicas por diversas entidades e empresas. 

A desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, coordenadora estadual da mulher em situação de violência doméstica e familiar do TJMS, apresentou dados que apontam que, no ano passado, 1.467 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil. 

Em Mato Grosso do Sul, de janeiro até hoje, 19 mulheres foram assassinadas no Estado, vítimas de feminicídio. 66% dessas mulheres são negras.

"Nós temos a legislação mais avançada do mundo, a Lei Maria da Penha e a Lei do Combate ap Feminicídio, e eu pergunto: por que não conseguimos fazer frente a essa violência? Chego a conclusão que estamos trabalhando muito na vertente repressiva, não que ela não seja importante, pelo contrário, é imprescindível, mas precisamos também trabalhar na vertente preventiva", disse.

Jaceguara acrescenta que, na condição de coordenadora da Coordenaria da mulher do Tribunal de Justiça, se reuniu com sua equipe e elaborou um projeto que elaborasse medidas preventivas. O projeto foi levado até o presidente do TJMS, ao governador Eduardo Riedel e ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro, e todos os poderes abraçaram, nascendo assim a campanha #TodosPorElas.

"É um projeto inédito no Mato Grosso do Sul que tem a união dos poderes e com certeza vai possibilitar o desenvolvimento de medidas muito eficazes no combate a todas as formas de violência contra a mulher, em especial o combate ao feminicídio", disse.

A campanha será permanente, com atividades durante todo o ano, com o objetivo trabalhar medidas preventivas no combate a violência.

Um site foi criado, com conteúdos que podem ser acessados e baixados por qualquer cidadão, para ações de educação e conscientização. O site também traz dados sobre feminicídio e canais de informação e denúncias.

"Eu tenho um desejo muito grande, que nós possamos deixar como legado a nossa contribuição para a erradicação da violência contra a mulher e contra o feminicídio, que as novas gerações de mulheres e meninas possam, efetivamente, viver em um mundo sem violência, sem medo, e com o direito de usufruir do bem mais importante que nós temos, que é a vida. Pelo fim da violência contra as mulheres, todos por elas", disse a desembargadora.

Assinaram o pacto de compromisso o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gerson Claro (PP), o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Sérgio Fernandes Martins, e a secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza, representando o governador Eduardo Riedel.

Viviane Luiza comentou que os números não são apenas estatísticas, mas vidas interrompidas de mulheres.

"Isto que estamos vivendo hoje é um grande paradoxo, se a gente pensar que é uma epidemia da violência de gênero que estamos vivendo no País, e por outro lado, estamos vivendo nos esportes, nas Olimpíadas, que de 14 medalhas, 10 são de mulheres, mulheres negras na sua grande maioria. Pensando nisso, nós mulheres estamos carregando a bandeira da nossa nação", disse, fazendo um paralelo de que as mulheres são resisitentes e resilientes.

A secretária ressaltou também a importância da participação de toda a sociedade civil na campanha e no enfrentamento a violência.

O presidente do TJMS, desembargador Sérgio Fernandes Martins, disse que o Judiciário tem atuado de maneira firme na proteção dos direitos das mulheres. 

"A campanha Todos por Elas, que iniciamos hoje é resultado de uma colaboração sem precedentes entre os três poderes do Estado, que se unem em um esforço conjunto para combater, prevenir e erradicar o feminicídio e as demais formas de violência contra as mulheres. Tenham certeza que o Poder Judiciário continuará comprometido com os termos desse pacto, desenvolvendo ações efetivas e contínuas de enfrentamento à violência contra a mulher", disse, em discurso.

O desembargador também falou da importância de mulheres ocuparem mais espaços e posições públicas decisórias, para contribuir com o rompimento e o "atraso secular" na luta pelos direitos da mulher.

O deputado Gerson Claro indicou, em seu discurso, a série brasileira Pedaço de Mim, disponível na Netflix, afirmando que mostra o sofrimento pelo qual passa uma mulher e a dificuldade para resolver problemas intímos, afirmando que a vida imita a arte e muitos casos semelhantes ocorrem na vida real.

"O Poder Executivo, Legislativo e Judiciário estarem juntos aqui no Mato Grosso do Sul é repetição daquilo que nós estamos fazendo, o Estado é protagonista no Brasil de uma política institucional voltada ao que é de bom para o Mato Grosso do Sul. Os números são terríveis, a gente já foi primeiro [em número de feminicídios] e já se desculpava, nós defendemos Casa da Mulher, Sala Lilás, presença de delegadas mulheres em todos os municípios, e não tenho dúvidas que o Estado é protagonista em uma política que, nós não podemos nos orgulhar, mas nos envergonhar de termos que debater e buscar extinguir esse crime", afirmou.

 

Lei Maria da Penha

Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, leva esse nome em homenagem a biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes que sofreu duas tentativas de homicídio pelo marido, em 1983, e se tornou ativista da causa do combate à violência contra as mulheres.

A lei prevê a adoção de medidas protetivas de urgência para romper o ciclo de violência contra a mulher e impedir que o agressor cometa novas formas de violência doméstica, seja ela física, moral, psicológica, sexual ou patrimonial.

'OLHO NO AMARELINHO'

Sem radar, Capital só multa com bloco e 'app' do Denatran

Infrações aplicadas por radares e lombadas eletrônicas tendem a ser ilegais desde o último dia 05, com aplicativo sendo solução para agentes e um único funcionário recorrendo à "boa e velha" autuação manual

10/09/2024 13h15

Há mais de uma década Agetran passou a modernizar equipamentos de

Há mais de uma década Agetran passou a modernizar equipamentos de "amarelinhos" e agentes até usavam o aplicativo da Perkons que venceu junto do fim do contrato do consórcio Arquivo/Correio do Estado/Bruno Henrique

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Sendo que com o fim do contrato das lombadas e radares da Capital, as respectivas multas registradas por esses equipamentos tendem a ser ilegais, Campo Grande atualmente só tem multado infrações no trânsito com apoio de aplicativo do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), além de um único "amarelinho" na Cidade Morena recorrendo à "boa e velha" autuação por bloco. 

Há mais de uma década Agetran passou a modernizar equipamentos de "amarelinhos" e  agentes até usavam o aplicativo da Perkons que venceu junto do fim do contrato do consórcioReprodução/Play Store

Sejam funcionários do Departamento Estadual (Detran-MS); da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), ou guardas municipais, os agentes que fiscalizam as vias de Campo Grande podem recorrer ao aplicativo gratuito “Autua” - sob o guarda-chuva Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO) - para registro, validação e transmissão de infrações. 

Além dessa ferramenta - disponível para download pelos agentes através da loja de aplicativos Android - quem mora há tempos na Capital sabe da fama do "único agente que ainda multa por bloco" em Campo Grande, conhecido internamente também por ser o "amarelinho" que mais aplica multas na Cidade Morena. 

Vale lembrar que, há mais de uma década, a Agetran passou a modernizar os equipamentos utilizados pelos agentes de trânsito, quando ainda em 2010, como bem acompanhou o Correio do Estado - a Agência passou a adotar o talão eletrônico para seus funcionários. 

Cabe apontar que, anteriormente, os agentes até usavam o aplicativo da Perkons para registro das infrações de trânsito, empresa integrante do Consórcio Cidade Morena, com o qual o contrato do Executivo venceu no último dia 05. 

Desde a última sexta (06), a prefeitura da Capital, bem como a chefia da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) tem sido procuradas para comentar o fim dos contratos; esclarecer à população sobre a legalidade das multas e quando deve se desenrolar novo processo licitatório, porém sem retorno. 

Contrato de radares

A vigência do contrato entre a prefeitura de Campo Grande e o Consórcio Cidade Morena, para gestão dos registradores de infrações, com registro de imagens automático e sensores não intrusivos; bem como radares estáticos portáteis; câmeras de videomonitoramento e talonários eletrônicos de infração, terminou no último dia 05 de setembro. 

Diante do silêncio do Executivo municipal e a respectiva pasta, o Correio do Estado apurou internamente que até a troca de comando - quando o ex-dono de autoescola, pastor Paulo Silva, assumiu a Agetran - o novo processo licitatório já estava "bem encaminhado". 

Isso porque, com o contrato original firmado em 2018, a Prefeitura precisa estar atenta ao limite de cinco anos de renovações e aditivos que já foram batidos, sendo que a possibilidade de prorrogação emergencial é considerada "difícil" por não ser todo caso que consegue extrapolar o previsto em lei. 

A legislação Federal de 1993 foi substituída, em 1º de abril de 2021, pela nova lei de Licitações de Contratos Administrativos (14.133), que prevê até 10 anos para contratações ligadas à segurança pública e Forças Armadas; além de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras exceções. 

Ou seja, atingindo o máximo de aditivos; com o vencimento da vigência do contrato, as multas aplicadas por esses equipamentos eletrônicos tendem a ser ilegais.

Uma vez que há cinco meses, antes da mudança da chefia da pasta, o processo já estava "bem encaminhado", a celeridade/rapidez que uma nova licitação será concluída fica diretamente ligada à quantidade de processos que a Secretaria-Executiva de Compras Governamentais (Secomp) lida atualmente. 

Valores

Em setembro de 2023 foi celebrado o último termo aditivo, que corrigiu o contrato em  3,40%, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA), saltando de R$ 22,9 milhões para R$ 23.718.091,70.

Conforme Portal da Transparência de Campo Grande, R$ 29.963.827,03 foram pagos pelo poder público ao Consórcio que, até agora, já anotou sete aditivos totais desde o contrato firmado há cerca de seis anos. 

Balanço da Agetran mostra que, no primeiro trimestre de 2024, a Agência arrecadou uma média de 2,9 milhões ao mês, com base na quantidade de multas aplicadas. 

Enquanto as mais de 20,2 mil infrações de janeiro representaram R$ 3.103.867,81 em arrecadação para a Agência Municipal de Transporte e Trânsito; fevereiro rendeu R$ 2.726.708,37, com base nas 16.711 multas aplicadas. 

Já o último balanço disponível mostra que, com os 18.478 registros de infração em março deste ano, a Agência embolsou R$ 2.894.135,91.

 

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vacina gratuita

Dourados "caça" ao menos 20 mil para segunda dose da Qdenga

Cidade precisa chegar a pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses para que impacto da vicinação em massa possa ser avaliado pelos próximos quatro anos

10/09/2024 12h44

Cerca de 45 mil pessoas já deveriam ter retornado aos postos para tomar a segunda dose, mas estão atrasadas. Meta é atingir pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses

Cerca de 45 mil pessoas já deveriam ter retornado aos postos para tomar a segunda dose, mas estão atrasadas. Meta é atingir pelo menos 50 mil pessoas com as duas doses

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Após retomar a aplicação da primeira dose, no começo de setembro, a prefeitura de Dourados está agora “caçando” pelo menos mais 20 mil pessoas para que tomem a segunda dose da vacina contra a dengue e assim tenha gente suficiente para que os estudos sobre a eficácia da vacina possam ser concluídos. 

Até agora, segundo o infectologista e professor universitário Júlio Croda, um dos coordenadores do projeto de vacinação gratuita que começou em 3 de janeiro na segunda maior cidade do Estado,  cerca de 88 mil tomaram a primeira dose e outros 30 mil,  a dose complementar, que deveria ser tomada 90 dias após a primeira.

Mas, para que os estudos sobre a eficácia da vacina sejam possíveis ao longo dos próximos quatro anos, pelo menos 50 mil douradenses precisam tomar as duas doses, explica o pesquisador.  A cidade tem em torno de 200 mil pessoas entre 4 e 59 anos que poderiam tomar a vacina.

E, para fazer análises conclusivas sofre a eficácia da Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Taqueda, pelo menos 25% da população precisa completar o ciclo, explica Júlio Croda. Cerca de 45 mil pessoas que tomaram a dose um já deveriam ter retornado aos locais de imunização, mas não compareceram. 

Embora já tenha sido testada e aprovada em estudos laboratoriais anteriores, a Qdenga ainda carece de um estudo conclusivo após aplicação em massa em uma localidade com alta incidência da dengue de diferentes cepas. E justamente por isso é que o laboratório japonês fez a parceria com a prefeitura de Dourados. 

Mas, se as autoridades locais não conseguirem atrair pelo menos mais 20 mil pessoas até o fim do ano, data prevista para encerramento da vacinação, as conclusões dos estudos podem ficar comprometidas, explica Júlio Croda. 

Inicialmente a meta era vacinar até 150 mil pessoas. Depois, a meta foi reduzida em um terço, mas mesmo assim este número não foi alcançado até o fim de julho, quando a aplicação da primeira dose foi suspensa. 

Por conta disso, no dia primeiro de setembro, um mês depois da interrupção, a aplicação foi retomada e aqueles que estão interessados têm nova oportunidade, que acaba no final deste mês. 

Dourados foi a única cidade do mundo a receber vacinação em massa gratuita contra a dengue. Em laboratórios privados, cada dose custa em torno de R$ 450,00. 

Mas, apesar disso, a procura foi baixa. Mesmo assim, o pesquisador Júlio Croda se diz satisfeito com o alcance, já que com outras vacinas ou em outras cidades que tiveram programas parecidos, a procura foi menor que em Dourados, segundo ele. 

A expectativa do pesquisador é que com a retomada das chuvas, a partir do final de setembro, a incidência da dengue volte a aumentar e com isso a procura pela vacina aumente e a meta de 50 mil seja atingida.  

MORTES

No ano passado, 43 pessoas morreram vítimas de dengue no Estado, sendo cinco em Dourados. Em 2024, conforme dados oficiais, são 29 mortes. Três delas, de duas crianças de 7  e 9 anos e de um adulto com 33, foram registradas em Dourados.

Além disso, outras 16 mortes estão sob investigação em todo o Estado. Desde o começo do ano, Mato Grosso do Sul já registrou 15,7 mil casos confirmados, de acordo com dados do boletim do dia 3 de setembro.

E, além da imunização em massa em Dourados, a vacina também está sendo oferecida a crianças e adolescentes de todo o Estado. Até agora, 84,7  mil doses  foram aplicadas na população de 10 a 15 anos. 

Assim como em Dourados, a procura também está muito abaixo do esperado, já que o Estado recebeu 173 mil doses do imunizante e menos da metade foi aplicada. 
 

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