Após floração dos ipês rosa e amarelo, é a vez do branco colorir ruas e avenidas de Campo Grande.
A cor branca é a terceira e última a florir e fechar a temporada das cores na Capital. O ipê rosa floresce em junho/julho; o amarelo em julho/agosto e o branco em agosto/setembro.
Símbolo da flora sul-mato-grossense, a árvore é comum nas estações de outono e inverno, entre os meses de junho e setembro.
A equipe de reportagem do Correio do Estado flagrou, na manhã desta segunda-feira (21), vários ipês-brancos, um do lado do outro, sem folhas, muito floridos e com galhos secos, no Parque das Nações Indígenas, localizado nos altos da avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
Também é possível observar ipês na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), avenida Duque de Caxias, Afonso Pena, Lúdio Martins Coelho e em vários outros pontos da Cidade Morena.
Em nota enviada ao Correio do Estado em julho de 2023, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) informou que no fim nos anos 90 e início dos anos 2000, a gestão municipal plantou cinco mil mudas de ipês nas saídas da cidade, canteiros centrais das avenidas e parques. E, por isso, a cidade recebeu o título e slogam de “Capital dos Ipês”.
“A Semadur reforça que incentiva e realiza o plantio de espécies nativas, dentre elas os ipês, como forma de manter a tradição da espécie que faz parte da cultura campo-grandense”, disse.
IPÊ
O ipê é uma árvore do gênero Handroanthus, Tabebuia e Cybistax e da família Bignoniaceae. É comum florescer na estação de inverno.
Possui altura que varia de 5 a 20 metros, carregadas de flores coloridas e desprovidas de folhas. Em boas condições, pode passar de 100 anos de vida com facilidade.
Suas características são:
- Cascas rugosas
- Folhas substituídas por flores coloridas na estação de inverno
- Deciduidade de folhas, que é quando as folhas caem na estação seca
- Folhas palmadas, que são folhas em forma de uma mão aberta
Chama a atenção porque as folhas são totalmente substituídas por flores, em cachos, na maioria de suas espécies durante a estação de seca.
Por causa de sua beleza, atraem insetos e vertebrados como abelhas e pássaros, especialmente beija-flores que tem papel fundamental na polinização.
"É uma época em que há menor concorrência com outras plantas floríferas, então os polinizadores podem visitar os ipês com mais frequência. Como as sementes são dispersas pelo vento, também, a época em que os frutos ficam maduros coincide também com a de vento", explicou o biólogo Pedro Isaac Vanderlei de Souza, em entrevista ao Correio do Estado.
As cores mais comuns em Campo Grande são rosa, amarelo e branco. Também existe a cor verde, incomum na Capital. Além desses, existe o falso ipê, que é o lilás, do gênero Jacaranda.
Ao Correio do Estado, o biólogo afirmou que os Ipês são predominantes em todo o país, com ocorrência na Mata Atlântica, Caatinga, Amazônia, Cerrado e em alguns países da América do Sul.
Existem três espécies de Ipê rosa, quatro do amarelo, uma do branco e uma do verde em Campo Grande.
“A mais comum de rosa é Handroanthus impetiginosus. De amarelo a gente tem bastante Handroanthus ochraceus, que é o ipê amarelo do cerrado, e Tabebuia aurea, que é o ipê amarelo do Pantanal ou paratudo, além de Handroanthus chrysotricha, que é aquele ipê amarelo pequeninho", explica Pedro.
"O branco é Tabebuia roseoalba e o verde é Cybistax antisyphilitica”, acrescentou.
Questionado pela reportagem porque algumas árvores tem mais folhas do que flor e vice-versa, o biólogo explicou que "geralmente, plantas mais novas não florescem todas de uma vez e as mais velhas tem uma tendência a perder mais folhas, mas não é regra. De forma geral, uma planta maior e saudável vai perder todas as folhas e florescer de vez, mas fatores como umidade e nutrientes podem levar alguns ramos a manter folhas".