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União e Estado fazem oferta para CCR MSVia continuar responsável pela BR-163

Entre as regras do novo contrato estão a manutenção do pedágio e a obrigação de duplicar 68 km e fazer 63 km de faixa adicional

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A cada dia, a permanência da concessão da BR-163 com a CCR MSVia está mais madura. Para tanto, o governo federal e o governo do Estado elaboraram algumas regras para a nova pactuação do contrato com a concessionária.

Ontem, durante reunião realizada por videoconferência entre o ministro dos Transportes, Renan Filho, o governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB), e o titular da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), Hélio Peluffo, o governo federal apresentou a proposta parcial definida pelo Ministério dos Transportes para a repactuação da rodovia.

Entre os pontos da modelagem do novo contrato de concessão da BR-163 estão a obrigatoriedade de duplicação de mais 68 km de rodovia e a implantação de 63 km de faixa adicional, 8 km de marginais e 9 km de contornos.

Além disso, o novo acordo também prevê a manutenção do atual valor da tarifa de pedágio nas praças de Mato Grosso do Sul. O valor, inclusive, foi reajustado no dia 18 de agosto – teve um aumento de 16,82%.
Para Hélio Peluffo, o projeto se tornou vantajoso, moderno e sem aumento de tarifa. 

“O governador Eduardo Riedel conseguiu, junto ao ministro Renan Filho, a manutenção da tarifa e que os investimentos aconteçam rapidamente”, afirmou o secretário após a reunião.

Na semana passada, o Ministério dos Transportes já havia publicado uma portaria que regulamentava o acordo consensual entre o governo federal e as concessionárias de todo o País. Entre as regras estava que a empresa que aceitasse permanecer não poderia cobrar valor superior ao estipulado no estudo de viabilidade da relicitação.

De acordo com o estudo de viabilidade técnica da Infra – empresa estatal que presta serviços de planejamento, estruturação de projetos, engenharia e inovação para o setor de transportes –, encomendado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que foi apresentado no dia 20 de julho deste ano, em caso de relicitação da BR-163, os novos valores da tarifa poderiam ser de R$ 16,50 a cada 100 km.

Com o acordo com a CCR MSVia e essa regra definida na reunião de ontem, a tarifa não deverá ter mais mudanças. Porém, conforme o governo do Estado, novas reuniões com a ANTT serão realizadas para apontamentos de demandas dos 18 municípios atendidos diretamente pela BR-163.

MUDANÇA DE ROTA

A CCR MSVia ganhou o leilão para administrar os 845 km da BR-163, que liga Mundo Novo, na divisa com o Paraná, com o município de Sonora, na divisa com o Mato Grosso, em 2014. 

A promessa era de que a rodovia seria totalmente duplicada, mas a CCR MSVia duplicou apenas cerca de 150 km, o suficiente para iniciar a cobrança de pedágio, nos três primeiros anos de contrato.

A partir de 2017, não ocorreu mais nenhuma obra de duplicação. Após pedir reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, a concessionária informou, em 2019, ao governo federal que havia aberto mão de participar da relicitação da BR-163 para receber a devolução de ativos da União, no valor de R$ 1,4 bilhão.

Desde então, o governo federal vem prorrogando o contrato com a CCR MSVia para a administração da BR-163, uma vez que a empresa havia se negado a permanecer com a licitação. Entretanto, decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) em julho autorizou a assinatura do acordo consensual entre o governo federal e a CCR MSVia, mesmo após a concessionária ter desistido da licitação há alguns anos.

Com isso, um novo acordo vem sendo traçado entre as partes, mas ainda não foi divulgado quando ele efetivamente deverá ser homologado.

REUNIÃO

Além do governador e do titular da Seilog, também participaram da reunião a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE), Eliane Detoni, e Jaime Verruck, titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Eliane Detoni avaliou a reunião como positiva. “O ministro vai nos encaminhar a proposta final e vamos conhecer em detalhes os avanços para este contrato. Já vimos alguns [avanços] significativos, como inovações regulatórias e o valor da tarifa, que nos preocupava fortemente. O governador, inclusive, deixou isso claro durante a reunião”.

A secretária especial afirmou que as demandas dos municípios por onde passa a rodovia no Estado serão avaliadas, assim como os avanços necessários para a BR-163. 

“Vamos avaliar o novo modelo, como vão ser os investimentos de partida, para que possam trazer maiores benefícios à população e a todos que trafegam na rodovia”, finalizou Eliane.

LITIGANTE

"Encrenqueiro profissional", Bottura compra carrão na Itália e acaba preso

Advogado, ele tem centenas de ações judiciais em diferentes comarcas de MS e chegou até se lançar para disputar o Governo do Estado em 2014

12/04/2025 09h46

Luiz Eduardo Bottura estava sendo procurado pela Interpol e foi descoberto por sar seu cartão de crédito para comprar Maserati

Luiz Eduardo Bottura estava sendo procurado pela Interpol e foi descoberto por sar seu cartão de crédito para comprar Maserati

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Com uma infinidade de ações judiciais em diferentes comarcas de Mato Grosso do Sul, Estado em que tentou até mesmo ser governador, o litigante profissional Luiz Eduardo Auricchio Bottura, de 49 anos, foi preso no último dia 4 no município de Selvazzano, na região do Vêneto, na Itália.

Ele tinha contra si um mandado de prisão internacional emitido pela Interpol, conforme informação publicada pelo jornal Italiano Il Mattino di Padova. 

Segundo reportagem do site Consultor Jurídico, em novembro do ano passado, a juíza Juliana Trajano de Freitas Barão, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, decretou a prisão preventiva de Bottura e da mulher dele, Raquel Fernanda de Oliveira, que no mês seguinte foi presa. 

 Os dois são réus em uma ação penal que trata da prática dos crimes de associação criminosa; inserção de dados falsos em sistema de informações; falsificação de documento público; usurpação de função pública; prevaricação; e violação de sigilo funcional.

De acordo com o Il Mattino, Bottura estava na Itália desde janeiro de 2024. O jornal informou que a polícia italiana chegou até o litigante profissional porque ele adotou em terras europeias um estilo de vida não muito inteligente para um procurado internacional: Bottura usou cartões de crédito em seu nome e pagou mensalidades de uma academia de ginástica. 

Mas, a imprudência das imprudências foi comprar um possante Maserati Gran Cabrio, com o qual desfilava sem perturbações pelas ruas de Selvazzano. Dependendo do modelo, o veículo custa até R$ 1 milhão.

No interior de um automóvel bem menos glamoroso, Bottura foi levado pelas autoridades locais a uma cadeia da pequena cidade, onde aguarda um mandado de extradição para o Brasil, informa o Consultor Jurídico.

QUEM É BOTTURA

Luiz Eduardo Auricchio Bottura é um litigante profissional que aparece como parte em mais de três mil processos.

Condenado cerca de 300 vezes por litigância de má-fé, ele se especializou em constranger desafetos se valendo de diferentes brechas do sistema de Justiça, como a indicação de endereços errados de suas vítimas para provocar falsas revelias. Já nas ações em que é réu, faz uso de estratégia parecida, mas para escapar da lei penal e não ser localizado.

Outra técnica do arsenal do litigante é processar magistrados para forçar que eles se declarem impedidos de julgá-lo. Para inibir quem o contraria, já processou um presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, o presidente da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis). 

Além disso, processou vários advogados das partes que o processaram e chegou a processar o então secretário de Segurança de Mato Grosso do Sul, quando ele foi preso e seu nome e foto apareceram no site do governo.

COMEÇOU EM ANAURILÂNDIA


Em 2009, o Consultor Jurídico mostrou que Bottura havia instalado uma indústria de desafetos em Anaurilândia, cidade de Mato Grosso do Sul na divisa com São Paulo, onde ele havia se instalado depois da separação de um primeiro casamento em São Paulo.

À época, dos 600 processos que tramitavam no Juizado Especial da comarca, um quarto havia sido ajuizado pelo ligitante profissional.

Também naquele ano, ele chegou a ser preso por suspeita de falsificação de documentos, acusação recorrente em outras ações penais contra Bottura. 

Naquele caso, teria apresentado uma petição se passando pelo advogado da ex-mulher, segundo a defesa dela narrou à época, forjando um pedido para que o processo de separação e arrolamento de bens fosse encaminhado à comarca de Anaurilândia. 

A então juíza de Anaurilândia acabou sendo aposentada compulsoriamente porque supostamente teria sido cooptada por Bottura. 

Em 2010, uma nova reportagem da ConJur mostrou que Bottura e as empresas de comércio na internet das quais era sócio respondiam a mais de 700 processos em todo o país e mais de uma dúzia de inquéritos policiais por crimes contra o consumidor.

Ainda à época, segundo investigações do Procon de São Paulo, que já havia aberto mais de 500 processos tratando de reclamações contra os negócios do litigante, Bottura era sócio de empresas acusadas de enviar boletos de cobrança a consumidores que jamais compraram nada com elas.

Em 2014, ele foi pré-candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PTB. Em vídeo institucional da sigla divulgado à época, defendia que “os ratos fossem retirados do poder”.

Em 2021, Bottura conseguiu de uma vítima uma “doação” de R$ 7 milhões. Em conjunto com sua mãe, a psicóloga Maria Alice Auricchio Bottura, que atendia à vítima havia mais de 18 anos, atuou para que ela transferisse valores referentes à herança de seu marido a contas de empresas estrangeiras, ligadas aos autores dos fatos.

Prenda-me se for capaz

Em 2022, Bottura foi alvo de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, ocasião em que foram apreendidos veículos, celulares e documentos. Também havia sido expedido um mandado de prisão, mas ele não foi encontrado.

Na ocasião, a investigação policial narrava que o procurado deu causa a aproximadamente três mil ações infundadas, com a utilização de documentos falsos e chancelados por agentes públicos dotados de fé pública, alguns induzidos a erro e outros cooptados, utilizando-se do Poder Judiciário de maneira indevida para obter vantagem econômica.


 

SENTENÇA

TJ condena nora que "limpou" conta bancária da sogra com Alzheimer

Em um período de três semanas do ano retrasado, a mulher efetuou seis saques de R$ 900 no cartão da vítima, e foi denunciada pelo esposo

12/04/2025 09h15

TJ-MS condena nora que sacou quase R$ 5,5 mil da conta da sogra, que sofria de Alzheimer

TJ-MS condena nora que sacou quase R$ 5,5 mil da conta da sogra, que sofria de Alzheimer Foto: Marcelo Victor/Correio do Estado

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Um ano e meio depois, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) condenou a nora que "varreu" conta bancária da sogra que sofria de Alzheimer.

O então esposo da golpista, filho da senhora, percebeu o sumiço do cartão da mãe ao ir pagar despesas médicas dela. Ao questionar a esposa acerca do assunto, a moça admitiu estar com o cartão e que havia realizado "apenas" três saques. 

Porém, através de extratos bancários, foi constatado que ela havia realizado mais três, todos no valor de R$ 900, totalizando R$ 5.400,00 de prejuízo à vítima. Diante disso, o homem compareceu na delegacia para denunciá-la.

Sob violação do artigo 102 do Estatuto do Idoso, que determina crime a apropriação de bens rendimentos do idoso para finalidades diversas ou pessoais sem o conhecimento da vítima, o juiz Robson Celeste Candeloro condenou a nora em 1 ano e 9 meses de reclusão, além de 34 dias-multa, que foram substituídas por duas restritivas de direito.

Portanto, a condenada cumprirá a pena em liberdade, com obrigatoriedade de prestar serviços à comunidade - durante 2h diárias ou 10 horas semanais em entidade que será definida pelo juízo da execução da pena -, e pagamento de dois salários mínimos (R$ 3.036,00) de prestação pecuniária, ou seja, "uma compensação pelos danos causados à vítima ou à sociedade".

Durante todo o processo, que foi ser definido nesta sexta-feira (11), mais de 500 dias depois do crime, a sogra da condenada e mãe do rapaz morreu. Mesmo assim, a Justiça determinou o pagamento de R$ 5.400,00 como reparação por danos materiais, que serão recebidos pelos herdeiros da vítima. 

Todas as condenações, segundo o juiz responsável pela ação, foi com base na confissão da ré, os extratos bancários e depoimento do filho, que comprovaram atitude criminosa por parte da mulher.

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