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Uso de tecnologia deve reduzir para horas a detecção de fogo no Pantanal

Ferramenta que usa inteligência artificial já é utilizada hoje pelo Instituto do Homem Pantaneiro na região da Serra do Amolar e deve ser expandida para outras localidades do bioma pelo governo de MS

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Entre as medidas apresentadas ontem e que fazem parte do Pacto Pantanal, o investimento no monitoramento de mudanças climáticas e na prevenção aos incêndios deve consumir R$ 426,3 milhões dos R$ 1,4 bilhão de ações no bioma. Dentro dessa fatia do projeto, a implantação de tecnologia para acelerar a detecção do fogo é uma das mais importantes.

Neste ano, segundo projeção apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças do Clima (MMA) ao governo do Estado, há a previsão de que o Pantanal esteja ainda mais propenso para incêndios florestais, em comparação a 2024, quando o bioma enfrentou um dos piores anos de fogo de que se há registro.

Nessa esteira, uma das medidas apresentadas ontem durante lançamento do Pacto Pantanal foi justamente voltada para o meio ambiente. 

Conforme o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, a ideia é de que o governo coloque em um raio de 50 km estações meteorológicas no bioma.

“O Pantanal já tem uma estação meteorológica. Então, toda previsão é feita muito no macro. Mas nós vamos colocar em 50 km de raio estações meteorológicas, para que a gente possa também, a partir daí, fazer um monitoramento. Nós vamos colocar, além das torres, todo um sistema de monitoramento climático 
e um sistema de tecnologia de concentração dessas informações”, explicou Verruck.

Além do monitoramento das chuvas, essas estações também devem contar com tecnologia semelhante à usada atualmente pelo Instituto do Homem Pantaneiro (IHP), que tem na Serra do Amolar cinco câmeras que fazem parte do monitoramento Pantera, o qual é mantido pelo IHP em parceria com a startup Um Grau e Meio.

Essa tecnologia utiliza inteligência artificial (IA) para identificar sinais de fumaça e faz o reconhecimento do registro em questão de minutos.

“O governo [visa] ampliar [o monitoramento] de maneira que ele possa entender o bioma nos aspectos meteorológicos, mas principalmente nos aspectos de alertas, porque o tempo de resposta precisa urgentemente ser reduzido a horas, e não dias”, afirmou o presidente do IHP, coronel Angelo Rabelo.

As cinco câmeras do IHP conseguem monitorar incêndios em uma área de até 1 milhão de hectares que fica ao norte de Corumbá, em locais remotos e sem acesso por estradas. O sistema funciona 24 horas, sete dias por semana.

“Hoje, não há como proteger o Pantanal sem tecnologia, pois as escalas impõe restrições humanas que não podem ser desafiadas, pela dimensão e pelas áreas inóspitas que o Pantanal apresenta. Acho que a grande vitória, além do estímulo ao produtor, que é um grande estímulo, com certeza, [é ver a] tecnologia chegando cada vez mais, para que a proteção seja efetiva”, complementou Rabelo.

De acordo com o governo do Estado, dentro do eixo meio ambiente, que compreende a criação das estações 
e do monitoramento por meio de IA, o investimento será de R$ 426,3 milhões ao longo de cinco anos.

Porém, conforme fontes ouvidas pelo Correio Estado, o projeto custaria cerca de R$ 3,5 milhões e teria sistemas para cobrir o Pantanal do Paiaguás, da Nhecolândia, do Abobral e de Aquidauana.

Ao todo, seriam 10 antenas. O governo do Estado, contudo, não informou quando esse sistema deverá estar em funcionamento.

ALERTA

De acordo com o secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, André Lima, as projeções para este ano são ainda mais alarmistas do que as do ano passado.

Isso porque, segundo ele, para este ano há a previsão de que no Pantanal tenha ainda mais ondas de calor, 
em comparação com 2024, além da crise hídrica na região que continua desde 2020.

“Essa previsão [de um cenário ainda pior neste ano] é baseada no que choveu até agora e na perspectiva de ondas de calor na região. É um cruzamento de dados hidrológicos, pluviométricos e climáticos relacionados à temperatura”, explicou Lima.

“Existe uma previsão de mais ondas de calor neste ano do que em anos anteriores. Existe uma constatação de que este ano está chovendo a mesma coisa que o ano passado e de que as áreas não estão inundando. Então, tudo isso indica para um risco tão grave ou maior que 2024”, pontuou.

Em função disso, os governos federal e estadual prepararam ações preventivas e de combate a incêndios florestais no Pantanal em conjunto. 

Entre as atividades realizadas está o monitoramento de focos de calor para o planejamento das ações desenvolvidas pelo Sistema de Comando de Incidentes (SCI) na Operação Pantanal 2025.

EMERGÊNCIA

Dentro dessas atividades, também foi assinado ontem o decreto de emergência ambiental que segue pelos próximos 180 dias, aproximadamente seis meses, em todo o território de Mato Grosso do Sul.

Conforme Verruck, o volume hídrico abaixo da média histórica é um dos fatores que também impactaram na tomada dessa decisão.

“O decreto de emergência vale por 180 dias e permite que a gente comece a ordenar todas as ações, com atividades de prevenção, e faremos ações de combate a incêndios florestais. O decreto foi baseado nas condições climáticas adversas no Pantanal”, destacou o secretário de Estado.

*Colaborou Naiara Camargo

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Veja

Com recesso de fim de ano, Detran-MS adota escala diferente de atendimento

Funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro

21/12/2025 09h00

Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

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O Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) manterá o atendimento presencial nas agências de todo o Estado somente entre as segundas e terças que antecedem o Natal e o Ano-Novo.

Conforme a escala especial de fim de ano, o funcionamento ocorre normalmente nos dias 22 e 23 de dezembro e também em 29 e 30 de dezembro, no horário regular das unidades: das 7h30 às 11h30 e das 12h30 às 16h30, com exceção das agências instaladas em shoppings, que seguem horários diferenciados.

De acordo com o Decreto “E” nº 2, de 16 de janeiro de 2025, não haverá expediente nas repartições públicas estaduais nos dias 24 (quarta-feira), 25 (quinta-feira) e 26 de dezembro (sexta-feira), em razão do feriado de Natal e de pontos facultativos. Também não haverá atendimento presencial no dia 31 de dezembro (quarta-feira).

Já o Decreto “E” nº 46, de 24 de novembro de 2025, que estabelece os feriados e pontos facultativos de 2026, define o dia 1º de janeiro (quinta-feira) como feriado nacional e o dia 2 de janeiro de 2026 (sexta-feira) como ponto facultativo.

Durante os dias sem expediente presencial, o Detran-MS seguirá oferecendo serviços digitais à população. Será possível realizar consultas e emitir guias por meio do Portal de Serviços Meu Detran, do aplicativo Meu Detran MS e da atendente virtual Glória, disponível via WhatsApp pelo número (67) 3368-5000.

O órgão alerta ainda para o funcionamento do sistema bancário no período. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), no Natal de 2025 os bancos não abrem no dia 25 de dezembro e, no dia 24, funcionam em horário reduzido, até as 11h. No fim de ano, as instituições financeiras não terão expediente no dia 31 de dezembro e no dia 1º de janeiro, retomando o atendimento normal nos dias úteis entre os feriados.

A orientação do Detran-MS é que os usuários se programem com antecedência para pagamentos e cumprimento de prazos, evitando transtornos durante o período de recesso.

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"Mais louco do Brasil" recebe ultimato para combater megaerosão

Justiça impôs multa diária de R$ 100 mil caso o prefeito de Ivinhema e a Agesul não tomarem providências para combater erosão

20/12/2025 19h30

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica

Água de dois bairros sem drenagem provou erosão de 3,8 quilômetros na margem de rodovia na saída de Ivinhema para Angélica Ivinotícias

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Apesar de uma gigantesca erosão estar ameaçando destruir uma rodovia estadual, a MS-141, que está sob a responsabilidade do Governo do Estado, o prefeito Juliano Ferro, que se autodenomina "o mais louco do Brasil, também recebeu um ultimato da Justiça para que tome providências para tentar acabar com o problema. 

Segundo denúncia do Ministério Público acatada pela Justiça, a erosão ocorre porque falta drenagem no conjunto habitacional Salvador de Souza Lima e no Residencial Solar do Vale. A água destes dois bairros acabar descendo pela margem da MS-141, na saída de Ivinhema para Angélica, e provoca a erosão que se estende por cerca de 3,8 quilômetros.

E, por conta do risco de acidentes e por causa do grande volume de terra que foi arrastado para propriedades rurais vizinhas, a Justiça determinou multa diária de R$ 100 mil para a prefeitura, a Agesul (resposponsável pela manutenção da rodovia) e ao Governo do Estado caso não adotem medidas imediatas para conter a erosão. 

Mesmo com liminar anteriormente deferida, as fortes chuvas das últimas semanas agravaram o cenário e ao longo da última semana a promotoria realizar novas diligências no local e voltou à Justiça para exigir a imposição da multa, no que foi atendida..

Durante as vistorias, foram identificadas valas com cerca de 10 metros de largura e até dois metros de profundidade às margens da rodovia, além da exposição de tubulações de esgoto, que ficaram vulneráveis a rompimentos. 

De acordo com a promotoria, a situação representa risco concreto e iminente de acidentes de grandes proporções, inclusive com possibilidade de vítimas fatais, em um trecho por onde trafegam diariamente ônibus, veículos leves e caminhões pesados.

Diante dos novos fatos, o Promotor de Justiça Allan Thiago Barbosa Arakaki peticionou nos autos destacando a piora do quadro e a ameaça à segurança viária, à saúde pública e ao meio ambiente.

Ao analisar os documentos e fotografias apresentados pelo MPMS, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches acolheu os pedidos e determinou que os requeridos iniciem, em até cinco dias, ações emergenciais para conter o escoamento das águas pluviais, realizem a manutenção dos sistemas de drenagem e apresentem, em até 60 dias, relatório técnico com as providências adotadas e os resultados obtidos.

Além da atuação judicial, o MPMS também dialogou com proprietários rurais afetados pelos danos, esclarecendo que prejuízos patrimoniais individuais poderão ser objeto de reparação específica.

Por conta desta terra e de outras erosões, o Córrego Piravevê, que desemboca no Rio Ivinhema e separa os municípios de Angélica e Ivinhema, praticamente desapareceu. O leito foi completamente tomado pela terra e a promotoria também já recorreu à Justiça para tentar obrigar a prefeitura e o Governo do Estado a fazerem a recuperação.

O Correio do Estado procurou o prefeito Juliano Ferro em busca de informações para saber se alguma providência já foi adotada nos dois bairros que dão origem à erosão, mas ele não deu retorno. 

 

 

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