Cidades

MATO GROSSO DO SUL

Vale Universidade atende 1,1 mil estudantes

Vale Universidade atende 1,1 mil estudantes

da redação

20/05/2011 - 09h09
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O Vale Universidade, criado há quatro anos pelo governo do Estado, vem transformando a vida de centenas de estudantes. Antes da criação deste benefício, famílias de baixa renda viviam o drama de garantir a educação de seus filhos somente até o nível médio. Hoje, são 1.120 universitários (incluindo o Vale Universidade Indígena) que contam com esta importante ferramenta social, que impulsiona a qualificação profissional e concretiza a realização de um sonho.

Além de auxiliar financeiramente os que não têm condições de bancar seus estudos universitários, o programa dá oportunidade de garantir capacitação profissional por meio dos estágios em funções importantes dentro do Poder Legislativo, Judiciário e Executivo, além de ONGs.

Em dezembro de 2007, quando o governador André Puccinelli em seu primeiro mandato criou este benefício social, com ajuda da equipe da Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), ele procurou estabelecer normas com requisitos básicos e rígidos para atender aqueles que, realmente, enfrentavam uma barreira econômica para continuar com seus sonhos. O objetivo foi sempre atender jovens que desejavam ser professores, advogados, médicos, administradores, dentistas, entre outras profissões, mas não tinham condição financeira para arcar com seus estudos.

O auxílio do Vale Universidade beneficia universitários de 75 municípios, oito distritos e dois assentamentos de Mato Grosso do Sul. Por ano, o Estado investe cerca de R$ 6,8 milhões neste programa. Este benefício social, em dezembro de 2009, foi transformado em lei. Desta forma, independente da mudança de governos, esta conquista dos universitários vai ser mantida.

Triagem

No caso do Vale Universidade o acadêmico recebe uma ajuda de até um salário mínimo para custear seus estudos. A Setas criou um software específico para monitorar os interessados neste benefício social, com o objetivo de facilitar a triagem e atender realmente aqueles que mais necessitam. Há um processo de inscrição online no início de cada ano para que o candidato ao benefício social se inscreva. Após a inscrição é feita a classificação por renda, por meio do sistema informatizado.

Este ano, cerca de 7,5 mil universitários se inscreveram interessados no Vale Universidade e Vale Universidade Indígena. Para disputar o benefício todos apresentaram uma série de documentos, visando comprovar sua condição social. Assistentes sociais visitam os endereços para comprovar a real situação econômica. Somente recebem o benefício, aqueles que residem há mais de dois anos no Estado. Hoje só recebe o benefício quem possui renda individual de R$ 950,00 ou R$ 2.000,00 de renda familiar.

No Vale Universidade, o governo paga 50% do custo da mensalidade, a instituição de ensino contribui com 20% e o universitário entra com 30%. O limite do auxílio é um salário mínimo. Todos os beneficiários fazem estágios em repartições públicas com carga de horária de 20 horas semanais. Já no caso do Vale Universitário Indígena cada estudante recebe seu benefício social para ajuda de custo, uma vez que todos estudam na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.

A Setas/Suproes repassa os recursos financeiros às faculdades particulares conveniadas ao Vale Universidade e, aos alunos que estudam em instituições públicas - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) e Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). O benefício é pago com o valor equivalente ao desconto concedido nas universidades particulares.

Atualmente, a credibilidade do trabalho realizado pela equipe Setas/Suproes é reconhecido nos órgãos públicos, privados e ONGs. Este ano ocorreram mais de 5 mil solicitações de repartições desejando contar com a participação de um estagiário do Vale Universidade, incluindo o Comando Militar do Oeste, Polícia Federal e Tribunal de Justiça, além das prefeituras municipais.

"Sem esta ajuda não teria como continuar meus estudos"

Vagner Ortiz dos Santos, 19 anos, há dois anos recebe o Vale Universidade. Ele faz o curso de Engenharia Civil na Universidade Uniderp Anhanguera. Ele veio de Jateí, onde era sustentado pelo pai, que trabalha como eletricista e a mãe, que trabalha como doméstica. Quando chegou em Campo Grande, tinha apenas 17 anos e teve que morar de favor na casa de um tio para começar a faculdade. Por falta de recursos, acabou tendo que trancar o seu curso. Ele estava quase perdendo as esperanças quando soube do Vale Universidade. Fez sua inscrição e graças ao benefício, voltou a estudar. “Sem esta ajuda não teria como continuar meus estudos”, ressalta. Por meio do programa, ele conseguiu estágio no Detran, que também vem lhe dando oportunidade de qualificação profissional.

Ganho de experiência profissional e oportunidade para continuar os estudos sem dívidas na faculdade foram os maiores benefícios do Vale Universidade para a acadêmica Carmem Silvia Cristaldo Alfonso, 23 anos, aluna do curso de Serviço Social da Uniderp Anhanguera. A estudante que hoje está no terceiro semestre da graduação conta que ficou sabendo do benefício oferecido pelo governo do Estado através de uma amiga em seu antigo trabalho em uma loja de departamentos da Capital. “Eu dizia que sempre quis estudar mas não tinha condições, foi aí que uma amiga falou do Vale Universidade porque a irmã dela, que já havia se formado, teve o benefício”, diz Carmem.

“Fiz o vestibular, passei e tive que pagar as mensalidades durante um semestre. Pagava atrasado, juntava as moedinhas porque também tinha que ajudar a minha família e o salário não dava para tudo”, conta. Ela explica que o esforço é por conta da vontade de realizar um sonho que os pais não tinham condições de bancar, “não tinha como”, completa. Ao saber de que foi selecionada para ser beneficiária do Vale Universidade a acadêmica se emocionou: “chorei muito na faculdade. O programa é a esperança de poder continuar a estudar”, afirmou.

Com o benefício a estudante entrou em acordo com sua universidade para saldar as mensalidades atrasadas e hoje se dedica apenas ao estágio do programa no setor de vale-transporte do Vale Universidade na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas). “Estou ganhando uma boa esperiência profissional na área de assistência social. Com a ajuda da supervisora estou amadurecendo e agora tenho espaço para poder ajudar minha família também”, destacou Carmem.

Já Christiano Leal Araújo, 21 anos, que pertence a uma família humilde de Inocência, foi beneficiário do programa durante um ano (2010). Ele veio para Campo Grande para realizar seu sonho: cursar uma universidade. Conseguiu ingressar no curso de Direito, da Universidade Católica Dom Bosco. Mesmo sabendo que não iria conseguir pagar as mensalidades, começou o curso. Na segunda semana de aula Christiano ficou sabendo do Vale Universidade, financiado pelo governo do Estado e, depois de um mês, passou a receber o benefício.

Além do benefício, o que ele mais gostou do programa é o fato de ter conseguido estágio na assessoria jurídica da Secretaria de Justiça e Segurança Pública. Hoje, ele não precisa mais desta ajuda, pois conseguiu um bom emprego num escritório de advocacia. Para Crhistiano, esta ajuda do governo do Estado é um grande apoio para a formação do cidadão, bem como um incentivo para qualificação da população.

“É bom para todo mundo porque o Estado se desenvolve, gera emprego e qualidade de vida. Além do benefício financeiro, tem a ajuda psicológica pois tenho uma perspectiva de um futuro melhor. Posso afirmar que o programa Vale Universidade foi o que me fez estar onde estou. Me sinto muito feliz com a minha vida hoje”, afirma.

Entidades parceiras

As Instituições de Ensino Superior conveniadas neste período são: Aems, Fachasul, Facsul, FAD, FAP, FCG, Fecra, Funlec, Magsul, Santa Tereza, UCDB, UEMS, UEMS-Indígena, UFGD, UFMS, Unaes Campus I e II, Uniderp, Uniderp II e Unigran.

"Gancho"

Detran-MS suspendeu quase 20 mil habilitações em 2025

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH

22/12/2025 18h00

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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O Detran suspendeu quase 20 mil Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) em Mato Grosso do Sul ao longo de 2025. As penalidades foram aplicadas a motoristas que ultrapassaram o limite de pontos ou cometeram infrações que resultam em suspensão imediata do direito de dirigir.

Do total, cerca de 14 mil condutores foram suspensos por excesso de pontos na CNH, quando o motorista atinge 40, 30 ou 20 pontos em um período de 12 meses, conforme a quantidade de infrações gravíssimas, outros 5.565 motoristas perderam o direito de dirigir por suspensão direta, aplicada em casos como conduzir o veículo em velocidade superior a 50% do limite permitido, entre outras infrações previstas em lei.

Todos os 19.565 motoristas foram afastados temporariamente das vias e obrigados a realizar o Curso de Reciclagem, exigido para recuperar a habilitação.

Infrações 

Até 16 de dezembro de 2025, o estado registrou 976.157 infrações de trânsito. O excesso de velocidade respondeu por 44,06% das autuações, somando casos de até 20%, de 20% a 50% e acima de 50% do limite permitido.

Outras infrações mais recorrentes em 2025 foram avançar sinal vermelho ou parada obrigatória, não usar cinto de segurança e uso de celular ao volante. Mais de 4.500 motoristas também foram penalizados por recusar o teste do bafômetro.

Cassação

Ao longo dos últimos 12 meses, 2.735 condutores tiveram a CNH cassada por reincidência, principalmente por continuarem dirigindo mesmo após a suspensão. A cassação impede o motorista de dirigir por um período mais longo e exige novo processo de habilitação.

O número de recursos administrativos apresentados de forma digital também aumentou. Em 2025, foram registrados 3.862 recursos online, crescimento de 16% em relação ao ano anterior. Em 2022, foram 1.032 recursos digitais; em 2023, 1.247; e em 2024, 3.227.

Saiba*

Os serviços podem ser acessados pelo Portal de Serviços, aplicativo Meu Detran MS e atendimento via WhatsApp.

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PARALISAÇÃO

Prefeitura e Governo Estadual afirmam que repasses à Santa Casa estão em dia

Além da verba repassada pelo convênio entre Município, Estado e Governo Federal, o Executivo alega que aporta R$ 1 milhão extra, por mês, pagos desde o início do ano

22/12/2025 17h30

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário

Os profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa reivindicam pelo pagamento do 13º salário Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Prefeitura Municipal de Campo Grande emitiu nota, durante a tarde desta segunda-feira (22), para afirmar que os repasses financeiros estão em dia com o Hospital Santa Casa. Além disso, também relata que aporta, mensalmente, R$ 1 milhão extra à instituição.

Atualmente, a Santa Casa recebe R$ 392,4 milhões por ano (R$ 32,7 milhões por mês) do convênio entre Governo Federal, Prefeitura de Campo Grande e Governo do Estado para atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS).

Confira a nota do Município:

"A Prefeitura de Campo Grande está rigorosamente em dia com todos os repasses financeiros de sua responsabilidade destinados à Santa Casa. Desde o início deste ano vem, inclusive, realizando aportes extras de R$ 1 milhão mensais.

Diante do cenário de greve, o Executivo tem adotado todas as medidas possíveis para colaborar com a instituição neste momento, mantendo diálogo permanente, buscando alternativas que contribuam para a regularidade dos atendimentos e a mitigação de impactos à população".

Além da Prefeitura, o Governo do Estado também se manisfestou sobre os recursos repassados ao hospital. Através da Secretaria Estadual de Saúde (SES) negou estar em débito com a Santa Casa e, por isso, não pode ser responsabilizado pelo pagamento do 13º salário aos servidores. 

Em nota, a Secretaria também afirmou que vem realizando um pagamento extra aos hospitais filantrópicos do Estado nos últimos anos, a fim de auxiliá-los nos custos e no cumprimento de suas obrigações. 

Além disso, a pasta afirmou que todos os pagamentos destinados à Santa Casa são feitos ao Município de Campo Grande, sempre no quinto dia útil. 

O balanço divulgado pela SES mostrou que, de janeiro a outubro de 2025, foram repassados R$ 90,7 milhões, distribuídos em R$ 9,07 milhões mensais. Na parcela referente aos mês de novembro, houve um acréscimo de R$ 516.515, o que elevou o repasse mensal ao hospital para R$ 9,59 milhões. 

“O Estado está integralmente em dia com suas obrigações. Cabe destacar que, além dos repasses obrigatórios, em 2025 o governo estadual já destinou mais R$ 25 milhões em recursos oriundos da bancada federal para atender a Santa Casa de Campo Grande”, ressaltou a nota da SES.

Greve

A paralisação das atividades dos profissionais de enfermagem, limpeza e copa da Santa Casa nesta segunda-feira (22) foi motivada pela falta de pagamento do 13º salário. 

O movimento afeta, até o momento, 30% dos serviços oferecidos no hospital, resultando em 1.200 funcionários “de braços cruzados”, entre profissionais do atendimento (consultas eletivas, cirurgias eletivas, enfermaria, pronto socorro, UTI, etc), limpeza (higienização de centros cirúrgicos, consultórios, banheiros, corredores, etc), lavanderia (acúmulo de roupas utilizadas em cirurgias ou exames) e cozinha (copa).

Na última sexta-feira (20), a Santa Casa alegou que não tinha dinheiro para o pagamento do benefício aos servidores, e propôs o parcelamento do 13º salário em três vezes, em janeiro, fevereiro e março. 

No entanto, a proposta não foi aceita pelos profissionais, que foram às ruas pedindo pelo pagamento integral do salário, em parcela única. 

De acordo com a Lei nº 4.090/1962, o 13º pode ser pago em duas parcelas: uma até o dia 30 de novembro e outra até o dia 20 de dezembro, sem atrasos.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Enfermagem, Lázaro Santana, explicou que a movimentação não se trata de uma greve, mas sim, de uma paralisação, e que os serviços estarão funcionando em períodos. 

“Nós não estamos de greve, estamos fazendo paralisações por período. A gente só vai voltar a hora que o dinheiro estiver na conta. Qualquer 30% que você tira da assistência, isso pode gerar uma morosidade, não uma desassistência, mas uma morosidade no atendimento”, explicou ao Correio do Estado. 

Segundo Santana, Estado e Município dizem que os pagamentos estão em dia.

“Ninguém sabe quem está certo, porque o governo fala que está fazendo tudo em dia, o município também, e a Santa Casa fala que não. Só que toda essa falta de comunicação, esse consenso que eles não chegam nunca gera esse tipo de problema, porque hoje nós estamos reivindicando ao pagamento do décimo, mas durante todo o ano paralisamos também cobrando o pagamento do salário do mês. Isso gera um transtorno muito grande. O que a Santa Casa alega é que ela depende de reajuste de melhorias no contrato para poder honrar o compromisso”.

 

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