O prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD), disse que fez várias tentativas de implantação de sinalização na cidade, mas que apenas os radares com multas é o ideal para diminuir o índice de acidentes fatais. Durante entrevista ao programa de rádio Tribuna Livre, o administrador municipal apontou estatísticas, negou ser “indústria da multa” e frisou que o radar é a única opção. “Sabe aquela conversa que o brasileiro só respeita a lei quando mexe no bolso? criou -se isso no país, não fui eu”, disse.
Durante a entrevista, o gestor defendeu os radares já instalados e os que seriam colocados em todo o Estado. “È necessário a instalação de radares com multas para diminuir o índice de acidentes com consequência fatal no nosso país, todos os levantamentos no Brasil mostram que não adianta colocar sinalização vertical e horizontal, semáforos boa parte dos motoristas não respeitam, não adianta placas de velocidade e nem colocar as tartarugas, com o passar do tempo não resolve mais”, contou.
De acordo com Trad, Campo Grande tem 19 de pontos de radares funcionando e durante análise de 90 dias, passaram pelos pontos cerca de 3,2 milhões de veículos e desses, 13 mil foram notificados. “Esses que infringem a lei, causam acidentes e uma vítima precisa ir para o hospital público, a gente que paga a conta. Para ter uma ideia, custa 85 mil reais para uma pessoa ser internada para UTI da Santa Casa, mas o infrator não paga a conta, ele vai até para delegacia, paga fiança e volta a dirigir de novo. A multa da certo sim”, destacou.
Sobre indústria da multa, o prefeito negou que as punições são propositais. “Não tem indústria de multa, todo valor arrecadado vai para a administração pública, aí que é o grande problema, quando você institui a palavra multa o valor arrecadado tem que ter destino específico. Isso é diferente do imposto. A multa dos radares eu posso fazer mobilidade urbana e pavimentação asfáltica. Os maus motoristas estão sendo premiados, causam acidente, colocam a vida das pessoas em risco, quem vai pagar a contas a pessoa que está dormindo em casa”, comentou.
Sobre a publicação que levanta questionamentos das 55 páginas de multas cadastradas (autuações) no período de 11 a 20 de março publicada no Diário Oficial e sobre a reunião que criou o Comissão Especial de Mobilidade Urbana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS) que vai estudar sobre a instalação de novos equipamentos para fiscalização da velocidade em Campo Grande e nas rodovias que cortam o Estado, o prefeito rebateu dizendo que se alguém criar outra alternativa que vá funcionar “não tem problema nenhum”. “Digamos que o cara bateu, quebrou algum semáforo, atropelou alguém, se ele fosse pagar para mim era melhor, mas tudo isso demora na justiça, quem acaba pagando é a administração pública, eu não gosto de multas, mas não aguento mais ver famílias chorando perdendo pessoas por pessoas que não respeitam o trânsito”, finalizou.


