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Venda de bebê reborn gera lucro mensal de R$ 40 mil a empresária de MS

A febre que tomou conta dos assuntos mais comentados nas redes sociais é um negócio lucrativo há 18 anos para a empresária do Estado

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O bebê reborn, que por muito tempo era item de colecionador, se popularizou e virou sonho de consumo de crianças e adultos. Trata-se de um segmento de mercado lucrativo, que rende aproximadamente R$ 40 mil mensais à empresária campo-grandense.

Entre as celebridades que desfilaram com suas bonecas estão Britney Spears, que chamou seu reborn de Brennan; Xuxa, a rainha dos baixinhos, que visitou uma maternidade com um bebê reborn no colo; e o padre Fábio de Melo, que "adotou" um bebê com Síndrome de Down em homenagem à mãe.

Além disso, a sul-mato-grossense Gracyanne Barbosa se declarou para seu bebê reborn, chamado Benício. Até a prima da prefeita Adriane Lopes, Nicole Bahls, aderiu à prática com o objetivo de treinar para ser mãe.

Com toda essa visibilidade, o tema se tornou um dos mais comentados nas redes sociais.

Imagem Divulgação

Muito antes do assunto estourar, a empresária Simone Fortuna, 40 anos, natural de Amambai e radicada em Campo Grande desde bebê, conheceu a arte reborn enquanto cursava a faculdade de Direito, há 18 anos.

Simone relatou à reportagem do Correio do Estado que estava no último ano do curso quando recebeu um e-mail sobre bonecas ultrarrealistas. O interesse e encantamento foram instantâneos.

"O que mais me encantou foi o realismo extremo. A partir daí, decidi que queria aprender, mas naquela época tive bastante dificuldade em achar conteúdo relacionado à arte reborn. Hoje, já são 18 anos de dedicação, e além de vender os bebês, eu também ministro cursos de formação para pessoas que, assim como eu, desejam aprender a arte", contou.

O negócio se expandiu e hoje Simone possui uma empresa com um sócio, que cuida do setor financeiro. As vendas são feitas por meio de um site com estoque variado de modelos.

Além disso, a empresária se destaca pelos cursos online e afirma ter alunas de todas as regiões do país e até do exterior - interessadas em aprender a técnica.

Os alunos que se destacam nas turmas têm seus trabalhos vendidos no site. O diferencial do trabalho de Simone é manter o processo tradicional de produção dos bebês.

"Sem nenhuma interferência industrial. É tudo feito à mão", explicou.

Ao contrário do que se vê em outros locais, Simone relatou que a maior parte das encomendas são feitas por mães para suas filhas pequenas uma demanda que existe desde o início do negócio.

"O site tem um lucro líquido mensal de R$ 30 a R$ 40 mil, somando a venda dos bebês e os cursos", afirmou.

Variedades

 

  • Bebês maiores tendem a ser mais caros.
  • O valor de um bebê em edição limitada pode chegar a R$ 9 mil.
  • O bebê reborn mais barato custa R$ 2.100; o mais caro disponível no site atualmente, R$ 4.700.
  • Sim, bebês maiores tendem a ser mais caros - assim como os de edição limitada.

Itens que acompanham o bebê reborn


Cabe ressaltar que o bebê reborn feito pela empresária é entregue com duas peças de roupa, acessórios para o cabelo, escova e pente, mamadeira com leite fake, chupeta magnética, fraldas descartáveis, certidão de nascimento lúdica e guia de cuidados. Mais detalhes podem ser consultados no Instagram @sifortuna.

Saiba como cuidar do bebê reborn


No canal do YouTube, Simone compartilha diversos vídeos. Um deles explica as regras de conduta para cuidar de um bebê reborn - feito de material delicado (areia própria para artesanato) que causa a sensação de estar segurando um bebê real.

Entre outras orientações, a cegonha - como são chamadas as artesãs desse ramo - relata que segurar o bebê requer cuidado, e que a troca de roupa deve ser feita com "muito amor e delicadeza".

Segundo ela, o processo de produção envolve:

  • pintura;
  • veias, vasos e microvasos;
  • selagem;
  • enraizamento fio a fio;
  • inserção dos olhinhos;
  • montagem;
  • escolha do enxoval (roupinhas de bebês reais);
  • fotografia e vídeo.

A criação utiliza tintas, vernizes e solventes importados, além de uma fibra especial que imita cabelo de bebê. Cada bebê reborn leva, em média, uma semana para ser finalizado.

Casos envolvendo bebês reborn


A empresária comentou o caso de um ex-casal que travou uma disputa judicial por um bebê reborn noticiado como uma "briga pela guarda". No entanto, ela enfatizou que não existe guarda de bebê reborn.

"Acredito que seja uma divisão de bens após o divórcio. Acho que isso é bem claro e fácil de entender, mas as pessoas gostam de 'acreditar' para terem mais conteúdo. Isso gera engajamento, pois ficam brigando nos comentários", disse.

Direito à certidão de nascimento


Em conversa com o tabelião do 4º Ofício de Campo Grande, Rodrigo Paulucci explicou que, pelas regras do direito brasileiro, o bebê reborn é considerado uma "coisa".

Portanto, por mais que tenha ganhado visibilidade no feed, a única forma de registro seria como um bem no Registro de Títulos e Documentos.

"Em teoria, é possível registrar um documento particular que faça referência ao bebê reborn, seja para efeitos de conservação ou para dar publicidade visando resguardar direitos, como em um contrato", afirmou.

O registro de um bebê reborn como se fosse um bebê real é inexistente, conforme esclareceu o tabelião:

"É desconhecido o registro de bebê reborn como bebê real. Inclusive, se houver alguma notícia sobre esse fato, é necessário averiguar a veracidade, pois os Registros Públicos destinados ao registro de pessoas, o Registro Civil de Pessoas Naturais, possuem rigorosa qualificação para registro de nascimento, permitido, em regra, apenas com uma Declaração Médica que ateste o nascimento."

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CAMPO GRANDE

Bioparque Pantanal terá Papai Noel mergulhador em programação especial de Natal

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

14/12/2025 18h00

Atração promete encantar visitantes de todas as idades

Atração promete encantar visitantes de todas as idades Divulgação/ Gov MS

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O Bioparque Pantanal preparou uma programação especial de Natal para receber o público em dezembro, com uma das atrações mais aguardadas do período: o Papai Noel Mergulhador.

A apresentação está marcada para as 10h dos dias 23 e 24 e promete surpreender famílias e visitantes ao unir magia, educação ambiental e o contato direto com a biodiversidade.

A ação, que já se tornou tradicional no calendário do atrativo, leva o personagem natalino para dentro dos tanques, reforçando de forma lúdica a importância da conservação ambiental e da relação harmoniosa entre o ser humano e a natureza.

Atenção nos horários!

No dia 24 de dezembro, o Bioparque Pantanal funcionará em horário especial, das 8h30 às 14h30, permitindo que o público aproveite a véspera de Natal com uma experiência diferente em um dos maiores complexos de água doce do mundo. O último horário de entrada será até 13h30.

Já nos dias 25 e 31 de dezembro, não haverá visitação. O empreendimento também permanecerá fechado entre 1º e 7 de janeiro de 2026, período destinado à realização de manutenções internas, voltadas à segurança dos visitantes e ao bem-estar dos animais. As atividades serão retomadas normalmente no dia 8 de janeiro.

Bioparque Pantanal

Inaugurado em março de 2022, o Bioparque Pantanal já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e se consolidou como referência nacional em turismo científico, inclusivo, sustentável e contemplativo. O espaço é reconhecido pela estrutura moderna e pelo compromisso com a educação ambiental, acessibilidade e conservação da fauna.

A visita ao Bioparque Pantanal é gratuita, mas o agendamento é obrigatório e deve ser feito exclusivamente pelo site bioparquepantanal.ms.gov.br.

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MANIFESTAÇÃO

"Sem anistia", manifestantes protestam contra PL da Dosimetria em todo o Brasil

Atos ocorreram em diversas cidades e classificam projeto como anistia disfarçada aos envolvidos no 8 de Janeiro

14/12/2025 17h00

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo Divulgação/ Agência Brasil

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Manifestantes de diversas cidades brasileiras foram às ruas neste domingo (14) em protesto contra a aprovação do chamado Projeto de Lei da Dosimetria, que altera o cálculo das penas aplicadas aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para os organizadores, o texto representa uma “anistia disfarçada” e abre caminho para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo.

Os atos foram organizados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniram movimentos sociais, centrais sindicais, estudantes e partidos de esquerda. Pela manhã, manifestações ocorreram em capitais como Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Maceió, Fortaleza, Salvador e Brasília.

Na capital federal, o protesto teve início em frente ao Museu da República e seguiu em direção ao Congresso Nacional. Durante o trajeto, manifestantes entoaram palavras de ordem e exibiram cartazes com frases como “Sem anistia para golpista” e críticas diretas ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Campo Grande

Em resposta a aprovação por 291 a 148 votos na última quarta-feira (10), centenas de campo-grandenses liberais se encontraram na esquina da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena para protestar contra a tentativa de Anistia das pessoas que foram condenadas pelo 8 de janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além de apoiadores, a manifestação contou com a presença de algumas autoridades da esquerda de MS, como o deputado estadual Pedro Kemp (PT), que foi o primeiro político a chegar no local.

Em conversa com a reportagem, o parlamentar falou sobre o movimento desta manhã e a importância de dar uma rápida resposta ao PL da Dosimetria.

"Mais uma vez, a população dá um recado para a Câmara dos Deputados, que está votando na contramão de tudo aquilo que a população deseja, porque quem atentou contra a democracia, quem quebrou a série dos poderes em Brasília, quem tentou dar um golpe de estado no Brasil tem que ser condenado e pagar por esses crimes. Dar uma lição na história de que nós não aceitamos mais golpes no Brasil", disse o petista.

O ex-deputado estadual e agora candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido dos Trabalhadores, como oficializado neste sábado (13) pelo presidente do partido, Fábio Trad também compareceu ao protesto.

"É um momento muito importante, mas não só para a esquerda, para todos os democratas. Eu convido também a direita liberal que respeita a democracia, aquela direita dos anos 90 que respeitava a vontade das urnas, que não apoiava os Estados Unidos contra o próprio Brasil. Ela deveria estar aqui conosco, porque o que está em jogo aqui hoje não é só uma disputa partidária, é uma questão de civilização e barbárie", destaca.

Paulista ocupada

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi ocupada por manifestantes concentrados nos quarteirões próximos ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). O ato reuniu representantes de sindicatos, movimentos sociais, estudantis e partidos políticos contrários ao projeto.

Durante o protesto, o coro de “sem anistia” foi repetido diversas vezes. Cartazes com dizeres como “Congresso inimigo do povo” ganharam destaque, assim como críticas ao comando da Câmara. Parte dos participantes vestiu roupas verde e amarelas para reforçar a rejeição à anistia dos envolvidos nos atos golpistas.

A votação do PL na Câmara ocorreu em meio a um episódio de tensão, após a retirada forçada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora pela Polícia Legislativa. Jornalistas foram impedidos de acompanhar a ação, e profissionais da imprensa relataram agressões.

Parlamentares da oposição avaliam que, com as mudanças previstas no texto, Bolsonaro poderia ter a pena reduzida de 7 anos e 8 meses para cerca de 2 anos e 4 meses em regime fechado, conforme o cálculo atual da Vara de Execuções Penais.

Segundo Juliana Donato, da Frente Povo Sem Medo, a mobilização foi motivada pela gravidade da proposta. “Nós entendemos que isso é uma anistia. Os crimes cometidos contra a democracia são muito graves e não podem ser perdoados. A impunidade abre espaço para novas tentativas de golpe”, afirmou. Ela acredita que a pressão popular pode influenciar a tramitação do projeto no Senado.

Protestos no Rio

No Rio de Janeiro, milhares de pessoas ocuparam as ruas próximas ao Posto 5, em Copacabana. O ato contou com a participação de movimentos sociais, sindicatos, estudantes, parlamentares, artistas e militantes de esquerda.

A manifestação ganhou caráter cultural com a participação de artistas como Caetano Veloso e Gilberto Gil, que se apresentaram durante a tarde. O evento foi batizado de “Ato Musical 2: o retorno”, em referência a uma mobilização anterior contra a PEC da Blindagem.

Além do PL da Dosimetria, os participantes protestaram contra a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, o marco temporal para demarcação de terras indígenas, o feminicídio e cobraram transparência em investigações envolvendo o Banco Master.

Uma performance realizada por um grupo de mulheres chamou atenção ao comparar parlamentares favoráveis ao projeto a “ratos traiçoeiros”, com a distribuição de animais de borracha e fotos de deputados que votaram pela redução das penas.

A aposentada Angela Tarnapolsky, de 72 anos, afirmou que não poderia se omitir diante do que considera retrocessos democráticos. “Depois de tudo o que vivi desde a ditadura, é impossível aceitar um Congresso com esse nível de retrocesso”, declarou.

O deputado Glauber Braga participou do ato e agradeceu o apoio popular. Com a suspensão de seu mandato por seis meses, ele afirmou que levará o gabinete “para as ruas” e seguirá mobilizado contra o PL da Dosimetria e contra as chamadas emendas Pix, que permitem repasses de recursos públicos sem detalhamento do uso.

O que prevê o projeto

O PL da Dosimetria estabelece que os crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado Democrático de Direito, quando cometidos no mesmo contexto, sejam punidos apenas com a pena mais grave, e não pela soma das penas. O texto também reduz o tempo necessário para a progressão de regime, do fechado para o semiaberto ou aberto.

A proposta pode beneficiar, além de Bolsonaro, militares e ex-integrantes do alto escalão do governo anterior, como Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira, Walter Braga Netto e Augusto Heleno.

Parlamentares da oposição preveem, para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que o total da redução pode levar ao cumprimento de 2 anos e 4 meses em regime fechado em vez dos 7 anos e 8 meses pelo cálculo atual da vara de execução penal, segundo a Agência Câmara de Notícias. Mas a definição dos novos prazos será do STF e pode ser influenciada pelo trabalho e estudo em regime domiciliar, que diminuem o período de prisão.

O texto original previa anistia a todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro e dos acusados dos quatro grupos relacionados à tentativa de golpe de Estado julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas esse artigo foi retirado do projeto.

**Colaborou Felipe Machado**

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