Cidades

Pirâmide financeira

Vítimas da Minerworld cobram R$ 585,5 mil em ressarcimentos e danos morais

Das 50 mil pessoas lesadas, pelo menos cinco já moveram ação

RENAN NUCCI

16/05/2018 - 10h55
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Investidores lesados em esquema de pirâmide financeira moveram ações contra a Minerworld na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande. Pelo menos cinco das 50 mil vítimas de todo o Brasil cobram R$ 585,5 mil em ressarcimento aos valores aplicados e também em danos morais. Os clientes da suposta multinacional mineradora de bitcoins (criptomoedas) venderam bens para comprar pacotes e, após indícios de fraude, passaram  a ser chamados de "piramideiros".

Segundo o Artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor, “o consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável”. Já o Artigo 14 prevê que o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela "reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços".

PREJUÍZOS

Uma psicóloga de 36 anos moradora em Campo Grande teve prejuízo de R$ 168.831,84. Assim como as demais vítimas, ela fez aplicações acreditando investir na aquisição das criptomoedas, quando na verdade, estava sendo usada em esquema de pirâmide, conforme investigações do Ministério Público Estadual. Consta nos autos do processo que, para poder ingressar nos pacotes promocionais oferecidos pela Minerworld, chegou a vender o automóvel avaliado em  R$ 67.390,80, adquirindo contas "investor", no valor de R$ 37.500,00, e "prime", de  R$ 18.750,00. 

A vítima relatou que em outubro do ano passado a empresa deixou de honrar os compromissos. A justificativa é de que a multinacional estava com dificuldades porque foi alvo de ataque cibernético, teve 850 bitcoins removidos de uma conta e ficou com prejuízo milionário. Entretanto, conforme apurado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) durante operação no mês passado, a suspeita é de que o negócio de pirâmide se tornou insustentável, causando prejuízo a todos.

Por este motivo, a psicóloga cobra ressarcimento em dobo, no valor de R$ 337.663,69, e mais R$ 5 mil em danos morais. Além dela, um trabalhador autônomo de 36 anos, residente na Vila Carvalho,  aplicou R$ 85.183,99 com a promessa de ter 100% restituído em 12 meses e depois multiplicado. Ele vendeu o carro na ilusão de adquirir uma vida com mais confortável, mas jamais recebeu seu dinheiro de volta e, como se não bastasse o prejuízo financeiro, passou a ser alvo de chacota, sendo chamado de piramideiro.

Diante da situação, o homem cobra restituição de R$ 170.367,98  e mais R$ 10 mil em danos morais. Houve quem não investiu muito, mas também saiu lesado. Uma professora de 28 anos colocou R$ 1.727,95 e pede o dobro, R$ 3.455,97,  e mais R$ 10 mil em danos, incluindo as custas do processo. Um professor de língua estrangeira de 23 anos investiu R$ 14.507,01 e pede R$ 29.014,02, além de R$ 10 mil em danos. Também há mais uma mulhere cujo os valores não foram divulgados, mas que também pede R$ 10 mil em danos.

VALORES

Na ação coletiva de consumo que tramita na 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos da Capital, o juiz David de Oliveira Gomes Filho determinou o bloqueio de até R$ 300 milhões da Minerworld e todos os investigados. Entretanto, conforme noticiado ontem pelo Correio do Estado, após as buscas foram apreendidos até o momento apenas R$ 223.895,39 com 11 dos réus. O valor não é nem metade do que foi requerido apenas na ação das cinco vítimas relatadas. 

PIRÂMIDE

As mineradoras Minerworld e Bitpago Soluções de Pagamento, ambas com sede em Campo Grande, e BitOfertas Informática, localizada na Capital e também na cidade de São Paulo, foram Alvos da Operação Lucro Fácil, deflagrada no dia 17 de abril pelo Gaeco pela prática de pirâmide financeira por meio da suposta mineração de bitcoins.

Somente da Bit Ofertas, foram bloqueados  R$ 1.369.330,71. Também houve bloqueio de mais R$ 70 mil em mais cinco contas. Cícero, um dos chefes do esquema milionário, declarou como único bem, de forma suspeita, uma moto Honda CG 125 Fan KS preta, 2011, avaliada em R$ 4,1 mil.
 

Porto Primavera

MPF investiga usina hidrelétrica por dano ambiental que afeta Rio Paraná

Ministério apura falta de conservação ambiental e impacto do baixo controle do nível da água do reservatório da usina

08/04/2025 18h00

Usina fica entre o município paulista de Rosana e Batayporã, interior do estado

Usina fica entre o município paulista de Rosana e Batayporã, interior do estado Foto: Divulgação

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O Ministério Público Federal instaurou um inquérito civil para apurar danos ambientais supostamente causados pela Usina Hidrelétrica (UHE) Engenheiro Sérgio Motta, em Porto Primavera, distrito situado entre os municípios de Batayporã  [interior do estado] e Rosana, em São Paulo.

A investigação apura a falta de  conservação ambiental e o “deficiente controle do nível da água” do reservatório da usina ao em 2024, fator que estaria prejudicando a qualidade da água do Rio Paraná e de seus afluentes, além da fauna aquática da região. 

Inicialmente, as providências foram cobradas pela presidente da Colônia de Pescadores Artesanais Profissionais de Fátima do Sul, Maria Antônia Poliano, segundo o MPF, denunciante da causa.

Do mesmo modo, em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) disse não ter avaliado o relatório de contenção ambiental apresentado pela Companhia Energética do Estado de São Paulo (Cesp), [que agora passou a se chamar Auren Energia (AURE3)],  referente ao monitoramento e contenção ambiental acerca do fluxo de água da usina durante a redução das vazões defluentes do período de maio e junho de 2024, diminuição de 4.600 m³/s para 3.900 m³/s, recurso que visa preservar estoques de água e assegurar a produção de energia elétrica.

No início do ano, os pescadores profissionais da região fizeram um apelo para que a usina abrisse as comportas para aumentar o nível do Rio Paraná, sobretudo no período da piracema. Inaugurada há 25 anos, 80% do lago fica em território sul-mato-grossense. 

Erosão

A proteção das encostas é uma questão ambiental. As ondas geradas pelo lago da Usina de Porto Primavera vêm erodindo margens e áreas de proteção permanente, crítica dos pescadores.

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Campo Grande

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis

A proposta foi aprovada em regime de urgência e em única discussão, por unanimidade.

08/04/2025 17h35

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis

Vereadores aprovam Projeto de Lei que visa melhorias no plano de carreira de Guardas Civis Divulgação

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Em sessão ordinária desta terça-feira, os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram quatro propostas. Entre elas, o Projeto de Lei Complementar 955/25, que garante que Guardas Civis Metropolitanos consigam as melhorias previstas no plano de carreira com segurança jurídica. 

A proposta foi aprovada em regime de urgência e em única discussão, por unanimidade. O projeto de Lei faz alterações na Lei Complementar nº 358, de agosto de 2019, que delibera sobre a carreira, organização, plano de cargo, remuneração, regime de trabalho e direitos funcionais da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande. 

A atual proposta propõe que o reposicionamento ocorra ainda neste mês, com os efeitos financeiros aplicados gradativamente nos meses de abril, junho, setembro, dezembro e fevereiro de 2026. 

“A guarda civil metropolitana tem várias demandas, uma delas é essa questão do re-enquadramento. Todas as demandas são urgentes e vamos procurar atendê-las, o que conseguimos agora foi esse Projeto”, comenta o vice-presidente da Câmara, André Salineiro (PL) e complementa dizendo que “esses são direitos que os guardas já têm, a Câmara só está homologando. A primeira parcela já vai começar a ser paga agora em abril”.

Além disso, ao final do escalonamento haverá o reposicionamento na carreira para Guarda Civil Metropolitano Classe Especial e Inspetor Terceira Classe. A partir de março de 2026, conforme o projeto, também se inicia o processo de promoção. 

Outras propostas

Durante a sessão, outras propostas também foram votadas e aprovadas. Entre elas, o Projeto de Decreto Legislativo 2921/25, de autoria do vereador Carlão, visando conceder a Medalha Destaque da Década de Reconhecimento “Juvêncio César da Fonseca” ao empresário Luiz Donizete Campeiro, em reconhecimento à sua dedicação na área empresarial. 

Também foi aprovado, em primeira discussão, o Projeto 11.454/24, do vereador Dr. Victor Rocha, que estabelece a política municipal de assistência integral às pessoas com Erisipela. Com o projeto, o vereador procura reduzir o índice de morbidade, mortalidade e sequelas decorrentes da enfermidade, além de garantir a propagação de informações de prevenção e diagnóstico precoce. 

Foi aprovado, ainda, o Projeto de Lei 11.755/25, do Executivo, que altera pontos da Lei 7.320, de outubro de 2024, que cria o Fundo Municipal para Políticas Penais. Segundo a prefeitura, a alteração “trata apenas da atualização da nomenclatura das Secretarias Municipais que integram o Conselho Gestor do Fundo Municipal para Políticas Penais, em razão da reforma administrativa, sem que haja qualquer modificação na atribuição do órgão”.
 

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