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A Era de Ouro da atriz Anaju Dorigon

"Acho valiosa a realização pessoal, a busca por me conhecer mais e estar em constante evolução"

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É impossível não se encantar com o jeito simples de Anaju Dorigon. 

Sem estrelismo, a atriz, que está no ar com a reprise de “Malhação”, seu primeiro trabalho na TV, tem apenas 26 (faz aniversário no próximo dia 27), mas impressiona pela maturidade. 

As andanças e experiências pelo mundo, na época em que era modelo, com passagens por países como Colômbia e República Dominicana para participar de concursos de Miss, ajudaram nesse processo. 

Ainda foi Embaixatriz da Conscientização da AIDS na adolescência, na Colômbia, e trabalhou em projetos no Equador com crianças carentes. 

Vivências que trouxeram para a sua vida amadurecimento e uma percepção sobre o mundo. 

Com muita história para contar, Anaju acaba de realizar um sonho: o lançamento da sua label La Femme 368. 

A primeira coleção chega intitulada como The Golden Age Collection, inspirada nas estrelas da Era de Ouro de Hollywood como Sophia Loren, Grace Kelly e Lauren Bacall – vale destacar que foram os filmes dessa época que a despertaram o desejo de ser atriz. 

Sempre ligada ao mundo da moda – quando pequena andava com um caderninho debaixo do braço desenhando vestidos –, ela conta que a marca chega com uma proposta sustentável, em parceria com a start up ECOOAR, atuando na neutralização de carbono, reflorestamento e preservação de nascentes. 

Reflexiva com o momento atual do país, e da pandemia do coronavírus, a atriz se diz impactada, triste com a perda das mais de 500 mil vidas de brasileiros e diz que as mudanças como a necessidade da conexão com Deus, o exercício da fé, o olhar atento ao outro e a valorização das pequenas coisas no dia a dia aconteceram após estar passando por essa fase da pandemia. 

Você lançou a sua label La Femme 368. Foi a realização de um sonho?

Era um sonho que carregava comigo há anos, isso antes de entender que eu gostaria de trabalhar como atriz. 

Cresci em uma família de pessoas que empreendem e tinha o desejo de ter à minha empresa desde muito cedo! Já imaginava todo o trabalho, planejamento e dedicação que uma empresa exige. 

E, por isso, sabia que precisaria me preparar e que deveria realizar esse sonho quando me sentisse pronta, sabe? 

Quando pequena eu andava com um caderninho debaixo do braço e desenhava vestidos. 

A moda sempre fez parte de mim. E, conforme os anos foram se passando, fui aprendendo e me transformando. 

E acredito que essa ideia também foi amadurecendo, sendo alimentada e transformada comigo. Isso até o momento que senti que era hora de dar início a mais essa etapa de minha vida, que tem sido mágica. 

Só tenho a agradecer por todo o carinho que temos recebido.

Qual é o nome dessa primeira coleção?

Esta primeira coleção possui um significado muito especial para mim porque foi inspirada em algumas atrizes da Era de Ouro de Hollywood e se chama The Golden Age Collection. 

Cada peça recebe o nome da atriz por quem essa peça é majoritariamente inspirada. 

Esse período do cinema sempre teve uma importância grande para mim. 

Foi através dos filmes dessa época que entendi o meu desejo de ser atriz. 

Então, veio de forma natural essa vontade de inserir o tema nessa primeira coleção. Uma das partes mais deliciosas é justamente esta, poder explorar universos, momentos e inspirações.

A marca é sustentável. Você teve esse cuidado na hora de montar as peças?  

Minha empresa, em parceria com a start up ECOOAR, atua na neutralização de carbono, reflorestamento e preservação das nascentes. 

Possuímos uma área, no interior de São Paulo, onde realizamos o plantio de árvores para que haja a compensação do carbono emitido durante o processo de produção e montagem das embalagens, do transporte, uso de eletrônicos, etc. 

Esta área fica situada aos pés de uma nascente que banha cerca de 30 cidades e, através do QR Code que está em nosso site, é possível acompanhar estas árvores, o local de plantio, quais são as espécies e seu crescimento. 

É um projeto especial do qual temos muito orgulho de fazer parte. 

Esperamos seguir estudando para adotar, cada vez mais, medidas e ações socioambientais positivas.

Por falar em moda, o que não falta dentro do seu closet? Consome alguma peça em especial?

Acredito que com este período de pandemia a forma de consumo de todas se transformou. 

Eu amo peças elegantes e que podem ser utilizadas de diversas formas e em várias composições. 

Blazers e vestidos são escolhas que sempre faço, tendo bons cortes e estruturas. 

E ainda aqueles que possuem versatilidade: combinam com saltos, sandálias, botas, etc. Sobre consumo, não vou mentir que meu ponto fraco é bolsa (risos).

Você participou de concursos de Miss em países como a Colômbia e República Dominicana. Essa fase foi importante para sua formação?

Teve uma importância enorme! Acredito que todas as experiências têm algo para nos ensinar. 

Por conta dos concursos e da modelagem pude aprender valores sobre trabalho e o contato com pessoas de diversas histórias de vida. 

Fiz amigos que me acompanham até hoje! Foi muito especial ter vivido tantas experiências diversas ao longo desses anos.

Você foi Embaixatriz da Conscientização da AIDS na adolescência, na Colômbia, e trabalhou em projetos com crianças carentes, no Equador. Essas vivências ajudaram no seu processo de amadurecimento?

Com certeza! Desde muito nova sentia o desejo de participar e de me envolver em projetos assim. 

Tive a sorte de crescer em uma família que estimulava isso em mim. 

Pessoalmente, acredito que foi e ainda é muito importante para o amadurecimento e percepção de mundo e de valores na vida e na história de qualquer pessoa. 

É algo que, realmente, modifica o olhar para sempre. 

Você está no ar em Malhação. Como é rever o seu trabalho na trama teen? 

É muito especial porque foi o meu primeiro trabalho na televisão. Sete anos se passaram e isso me permite assistir o trabalho com certo distanciamento. 

Foi um processo que me transformou de diversas formas.

“Órfãos da Terra”, que ganhou três prêmios internacionais, foi seu último trabalho na TV. Tem projetos para voltar às novelas?

“Órfãos da Terra” foi um trabalho lindo, valioso! Possuo sim e confesso que não vejo a hora de escutar, novamente, um "gravando" (risos). 

Ainda não posso falar sobre esses projetos, mas estou bastante contente!

Após a descoberta da hipoglicemia reativa, foi difícil se readaptar a um novo cardápio? 

Foi muito tranquilo! Quando entendemos os impactos das nossas escolhas é mais fácil nos adaptarmos a elas, sabe? 

Escutar o nosso corpo é um aprendizado constante e muito valioso. 

Hoje em dia isso faz parte da minha rotina, da minha realidade, então, a forma de me alimentar é muito natural. 

Acredito que o nosso corpo se transforma no decorrer do tempo e, muitas vezes, é provável que algo que antes gostávamos ou nos fazia bem, se transforme também.

O que foi mais difícil resistir à mesa? 

Atualmente este aspecto é supertranquilo também! Como está tudo equilibrado, ocasionalmente, eu posso "sair da dieta". 

Acredito que o equilíbrio é tudo, seja por hipoglicemia reativa ou por qualquer outra razão. 

É importante termos cuidado com o que colocamos dentro de nós. Encontrar o nosso prazer nisso e ter também os nossos momentos de saciar uma vontade, um desejo, é importante. 

Acho que tudo começa na nossa relação com a comida e, pessoalmente, acredito que tanto o exagero quanto a restrição podem não ser alternativas boas para nosso corpo.

Em 2016, você apareceu magra e causou impacto, recebendo críticas nas redes sociais. Isso a chateou? 

Acho que é uma atitude que ocorre pelo meio de comparações e, seja por saúde, por trabalho ou por escolha, não existe problema algum em emagrecermos ou engordarmos, em desenvolvermos mais músculos ou não. 

Entendo que isso veio através da comparação de um corpo que, por mais que muitas pessoas gostassem, não era o meu corpo saudável. 

Mas, aos poucos, vamos aprendendo a lidar e a permitir o que levamos conosco e quais opiniões não são tão bacanas para nós.

Como lida com as redes sociais? Ostentar, na atual situação que vivemos, está fora de moda, não?

Vejo como uma ferramenta especial para nos aproximar de quem nos acompanha. 

E acredito que, quando usada de forma positiva, a rede social pode ter impactos legais no nosso dia a dia e no de quem nos acompanha! Ostentar nunca foi cool (risos), mas acredito que é uma escolha de cada um. 

O que faz, o que "molda" uma pessoa vai além do que ela posta. 

A rede social é um fragmento da realidade de alguém e do que este alguém escolhe dividir. 

Então, acho bacana nós termos isso em mente, sabe? Todos são muito mais do que aquilo que postam ou dividem na internet.

Como tem sido passar esse período da pandemia? Reflexões e uma nova maneira de ver a vida?

Com certeza! É assustador o fato de que em um ano 500 mil brasileiros se foram por conta da pandemia. 

Acredito que todos nós fomos atravessados, de alguma forma, por este choque de realidade neste último ano. 

É impossível sair desta situação vendo a vida, o mundo e as relações da mesma forma de antes. 

Então, tem dia que me entrego a algumas incertezas, dores e luto. 

Aproveito, inclusive, para exprimir os meus mais sinceros sentimentos a todas as famílias afetadas pelas perdas em consequência desta pandemia.

O que mudou ao vivenciar essa realidade da pandemia da Covid-19?

Como eu disse anteriormente, é penoso e dolorido pensar que em um ano 500 mil vidas brasileiras se foram. 

É um dado que não tem como não nos atravessar. Eu acho que algumas mudanças em mim foram a necessidade da conexão com Deus, o exercício da fé, o olhar atento ao outro, a valorização das pequenas coisas, etc. É uma lista longa!

Você tem milhões de seguidores. De que forma procura falar sobre alguns temas com os seus seguidores? 

A ferramenta é de troca! O que coloco ou divido chega ao outro, que coloca e divide algo comigo também. 

Estamos sempre aprendendo nesta plataforma e procuro, da forma que me cabe, dividir algo que possa ter uma influência positiva na vida de alguém, seja essa influência grande ou pequena. 

Gosto de conversar sobre saúde mental, Deus e fé, autoconhecimento, processo criativo e um pouquinho do meu dia a dia. 

Perto de completar 27 anos, hoje, quem é a Anaju? 

Tanta coisa mudou e se transformou dentro de mim. 

Sinto que meus valores se tornaram, cada vez, mais presentes e sólidos. 

Sonhos que estou podendo realizar e muitos outros que ainda nem sequer sonhei, mas sei que chegarão... 

É impressionante como, com o passar dos anos, os nossos objetivos vão se tornando evidentes. 

Alguns vão se transformando e tudo aquilo que não faz mais sentido, deixa o nosso espaço. 

Acho valiosa a realização pessoal, a busca por me conhecer mais e estar em constante evolução.

Assim que acabar essa pandemia, qual vai ser a primeira coisa que você irá fazer?

São tantas coisas... Gestos e atitudes pequenos e grandes. 

Sinto muita falta de poder abraçar meus avós e os que são especiais para mim. 

Acho que essa será a primeira coisa. Um gesto tão pequenino, mas que faz muita diferença em nossa vida.

Diálogo

Tremenda de uma "cascata" a informação apregoada pelo governo de Lula que... Leia na coluna de hoje

Leia a coluna desta terça-feira (23)

23/12/2025 00h01

Diálogo

Diálogo Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Cecília Meireles - escritora brasileira

Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”

Felpuda

Tremenda de uma “cascata” a informação apregoada pelo governo de Lula que ele ressarciu os aposentados, vítimas da roubalheira de esquema que envolve pessoas ligadas ao INSS, empresas privadas, ONGs, laranjas e políticos. Na realidade, essa conta sobrou para o cidadão, inclusive os próprios aposentados que pagam Imposto de Renda. Nenhum dos bandidos até agora restituiu aos cofres públicos o dinheiro que roubou. Aliás, a maioria está sendo blindada de forma vergonhosa. Há quem diga até que buscam “freio” para que a CPMI do INSS comece a patinar e não avance. Lamentável!

Pra cabeça

Quem entrará em 2026 com problemas no Conselho de Ética da Câmara é a deputada federal Camila Jara, do PT. O Partido Novo protocolou representação contra ela.

Mais

A acusação é de violação do decoro, ao se envolver na confusão originada quando da retirada à força de Glauber Braga, do Psol, e de ofensa ao secretário-geral da Mesa Diretora.

Diálogo

O vorí-vorí, tradicional prato paraguaio, foi eleito o melhor do mundo na lista anual do Taste Atlas, plataforma internacional que reúne avaliações gastronômicas de todas as partes do planeta. A iguaria recebeu nota 4,64 de 5, com base em votos de usuários reais que experimentaram o prato. Conhecido também como borí-borí, o vorí-vorí é descrito pelo portal como “a icônica sopa de galinha paraguaia com bolinhos de fubá recheados com queijo”. Rico em sabor, textura e história, o prato ocupa um lugar especial na mesa das famílias paraguaias e agora também no cenário global da gastronomia. Nos últimos anos, o vorí-vorí já havia figurado entre as melhores sopas do mundo em rankings do mesmo portal, reforçando sua reputação. A lista do Taste Atlas se tornou referência global por utilizar um sistema que identifica e descarta avaliações nacionalistas ou feitas por robôs, garantindo legitimidade às escolhas.

DiálogoChayene Marques Georges Amaral e Luiz Renê Gonçalves Amaral

 

DiálogoCamila Fremder

Prova de fogo

O atual time que forma o entorno do governador Eduardo Riedel terá, no próximo ano, prova de fogo, porque a missão deverá ser reeleger o “chefe” para o segundo mandato. Será o momento de a tchurminha provar quem é quem na estrutura. Quando foi eleito em 2022, Riedel nunca havia disputado uma eleição, porém, tinha um grupo político forte que sabia “o caminho das pedras”, o que foi fundamental para sua vitória. Em 2026, ele não poderá contar com esse pessoal.

Nem tanto

O PT em Mato Grosso do Sul já não estaria demonstrando, digamos, tanto amor pela candidatura de Simone Tebet (MDB) ao Senado pelo Estado, achando ser melhor por São Paulo. Lideranças petistas cá dessas bandas dizem que a ministra poderá ser um dos nomes para suceder a Lula. Ela figura entre algumas opções para ocupar o trono petista. A lista tem Alckmin, do PSB, e Haddad, o único do PT. Tudo indica que não se faz mais petista raiz como antigamente...

Entrave

Nos bastidores, o que se fala é que a ministra Simone Tebet, até então considerada excelente opção para disputar o Senado por MS, seria fonte de problemas. Algumas das alas do PT teriam torcido o nariz com a possibilidade de ela disputar pelo partido, até porque esse time lembra de que, quando candidata à Presidência, ela desferiu ataques a Lula. Além disso, há dúvidas se no Estado teria potencial eleitoral para o embate com outros candidatos, em sua maioria da direita, tendo em vista que o governo do qual faz parte, dizem, “está caindo pelas tabelas”

ANIVERSARIANTES

Beatriz Rahe Pereira, 
Dr. Gevair Ferreira Lima Júnior,
Julianne Stranieri Metello, 
Stephan Duailibi Younes, 
Maria Fatima Bueno,
Adhemar Mombrum de Carvalho Neto,
Augusto Costa Canhete,
Rosangela Neves,
Edgar Basmage,
Gileno Almeida Costa Nonato,
Sérgio Aguni,
Rinaldo da Silva Cruz,
Edna Maria Potsch Magalhães,
Dr. Márcio Molinari,
Ivo Batista Benites,
Ronaldo Fernandes Donizeti de Jesus,
Fabiano Borges da Silva,
Maria Aparecida Menezes,
Rafael Medina Araujo,
Rosilene Gois Paes,
Antonio Angelo Garcia dos Santos,
Maria Elisa Hindo Dittmar,  
Beatriz de Almeida,
Dr. Amaury Bittencourt Gonçalves, 
Izabella de Matos Lopes,
Cláudia Regina Di Felice,
Neide machado da Silva Gimenes,
Domingos Puckes,
Silvio Luiz de Moura Leite,
Helder Kohagura,
Maria Clementina Aparício Fernandes,  
Aurino Rodrigues Brasil,
Tânia Ignez Pinheiro,
Marilda Flores Haidar,
Samara Carvalho Gomes Binn,
Josselen Resstel Escórcio,
Valdo Maciel Monteiro,
Luiz Eduardo Yukio Egami,
Rafael Ferreira Ribeiro Lima,
Leila Maria de Albuquerque,
Maria Aparecida de Moura Leite, 
Datis Alves de Souza,
Aurea Leite de Camargo,
Maria de Fátima Vendas Muzzi, 
Thiago Ferraz de Oliveira,
Ruth Lopes Abreu,
Sandra Rodrigues Pereira,
Paulo da Costa Oliveira,  
Paulo César Reis Mendonça,
Fernanda Marques Ferreira,
Terezinha Alves Araújo,
Lucilaine Aparecida Tenorio de Medeiros,
Maria Helena Alves Lima,
Rosana Paes de Matos,
Laura Holsback Alvarenga,
Renato de Freitas Martins,
Miriam Fontoura Prata,
Nelson Maia de Melo,
Cleonice Gomes de Oliveira,
Rodolfo de Morais Dias,
Jussara Leite Barbosa,
Hugo Sabatel Neto,
Carolina Saves,
Solange Xavier Vargas,
Augusto Coelho Freire,
Soraia Kesrouani,  
Rubens Mendes Pereira,
Lilian Gabriela Heideriche Garcia,
Ana Maria Coimbra Santos,
Nelly Vasconcelos Coelho,
Valmir de Andrade Ferreira,
Eliana Miyuki Aratani Kaiya, 
Flávia Ribeiro Ramirez,
Laurinda Paiva Peixoto,
Patrícia de Souza Queiroz,
José Antônio Braga,
Elaine Viana Nunes,
Washington Justino Gonzaga,
Maria Stella Maia Pepino,
Vânia de Toledo Neder,
Osvaldo de Moraes Barros Neto,
Raquel Barbosa Franco,
Suely Ferreira Leal,
João Rafael Sanches Florindo,
Antonio Fernando Cavalcante,
Lúcia Torres Marchine,
Marcos Henrique Boza,
Adriana de Oliveira Rocha,
Suely Luiza Comerlato,  
Benedito Celso Dias,
Alirio Leitun,
Débora Queiroz de Oliveira,
Edson Pulchério Alves,
João Borges da Silva Filho,
Mário Zan Moreira,
Marcelo Luiz Ferreira Correa,
Valdecir Jorge,
Sérgio Carlos Borges,
Dr. Ruy Alberto Bueno,  
Marta Maria Vicente,
Guilherme Nucci dos Reis,
Marcelo Flores Acosta,
Noêmia Ramos de Oliveira,
Luiz Carlos de Carvalho,
Cláudia Garcia de Souza Trefilo,
Leonardo Marques Mourão,
Maria Delfina Louveira Trindade,
Camyla Queiroz de Faria Gonzales. 

*Colaborou Tatyane Gameiro

CINEMA

Curta-metragem "Carne Amarela" transforma a Terra do Pé de Cedro em set de filmagens

Com produção de Marcus Teles e direção de Gleycielli Nonato Guató, curta-metragem "Carne Amarela" tem equipe local e conta história que entrelaça memórias da infância em meio aos pequizeiros e banhos de rio

22/12/2025 10h30

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab),

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da natureza Divulgação: Marcus Teles

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Nostalgia e engajamento são os motores para evocar os sabores da infância que fizeram Coxim voltar a ser cenário de cinema. Conhecida como Terra do Pé de Cedro, a cidade localizada a 245 quilômetros de Campo Grande, no norte do Estado, é uma das protagonistas de “Carne Amarela”, curta-metragem de ficção dirigido por Gleycielli Nonato Guató e produzido por Marcus Teles.

Os dois nasceram na cidade, que também é conhecida como Portal do Pantanal, e são profundamente conectados ao Cerrado e ao Pantanal.

As filmagens se encerraram ontem e foram realizadas integralmente por lá, contando com elenco local, que envolveu moradores atuando pela primeira vez na frente de uma câmera e também uma equipe de produção majoritariamente formada por coxinenses. Ou seja, uma combinação de saberes tradicionais, talento regional e formação técnica.

A produção nasce do desejo de fazer Coxim se ver na tela grande, “suas cores, sua luz, seus frutos, suas infâncias”, como afirma a diretora. E nasce, segundo Gleycielli, também da necessidade urgente de lembrar o que esses mesmos elementos significam para a identidade do município.

“Eu estou completamente em êxtase. Planejei muito trazer esse filme para cá. É emocionante gravar na cidade onde cresci, com o povo daqui, com artistas da terra. Noventa por cento do elenco é coxinense, a equipe tem muita gente da cidade, e isso me deixa profundamente feliz”, compartilha Gleycielli Nonato Guató, que, além de dirigir a produção, também assina o roteiro baseado em seus próprios textos literários.

DOIS TEXTOS

“Carne Amarela” nasce de dois textos de Gleycielli – o poema “Carne Amarela” e o conto “É Tempo de Ouro no Cerrado” – que guardam lembranças de uma Coxim que pulsava mata, rio e fruta. A diretora explica que o filme busca reencontrar essa paisagem quase perdida.

“Eu quero trazer a infância que vivi. A gente saía para caçar pequi, pegava ingá, comia goiaba no pé, trazia caju para fazer doce. Coxim era meu ‘Sítio do Picapau Amarelo’. Hoje, muitos lugares onde eu brincava viraram bairros. O filme é um lembrete do que ainda existe e do que não pode desaparecer”, afirma.

A obra convida as crianças e os adultos a olhar novamente para o Cerrado como pertencimento. O pequi, fruto central da narrativa, é apresentado como força, resistência e alimento da memória coxinense.

“O pequi já sustentou muitas famílias. Trouxe renda, trouxe mistura, trouxe nutrição. Ele resiste ao fogo, resiste ao tempo, mas não resiste ao machado. O filme quer acender esse sentimento de pertencimento e preservação, para que as próximas gerações vejam valor no que tantas vezes sustentou Coxim”, ressalta Gleycielli.

ZORAIDE

A protagonista adulta, Zoraide, teve como referências mulheres de alusão familiar e ancestral para Gleycielli: sua mãe, tias, avó e bisavó. A diretora revela que a personagem carrega traços de todas elas. E quem interpreta Zoraide é justamente Maria Agripina, mãe da diretora, pioneira do teatro coxinense.

“É muito emocionante ver minha mãe interpretando a Zoraide, que leva o nome da minha tia que faleceu na pandemia. Este filme é pioneiro em muitas coisas dentro de mim”, revela. Além disso, todos os cargos de direção são ocupados por mulheres, fortalecendo a presença feminina no audiovisual sul-mato-grossense.

“Trabalhar com essa equipe é um prazer imenso. Estamos construindo juntas. É uma energia muito poderosa”, afirma. A equipe ainda é formada majoritariamente por profissionais de Coxim, como Robertson Isan Vieira, artesão ceramista premiado, e José Carlos Soares, cabeleireiro e designer de imagem.

Com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), "Carne Amarela" mobiliza comunidade de Coxim a partir de um enredo que une nostalgia da infância a uma mensagem de pertencimento territorial e de defesa da naturezaEquipe do curta-metragem posa em um boteco da cidade com a diretora Gleycielli Nonato Guató (em pé, à esquerda, de blusa preta) - Foto: Divulgação/Marcus Teles

ENCONTRO

Para o produtor executivo e corroteirista Marcus Teles, filmar em Coxim não foi uma escolha estética, mas ética e afetiva. “Coxim faz parte da nossa formação pessoal e artística. Os textos que deram origem ao filme nasceram daqui.

A luz, a paisagem, o modo de vida, o jeito como o pequi aparece na cidade, tudo isso faz parte da essência da história. Filmar em Coxim é garantir autenticidade”, afirma Marcus.

O produtor explica que mapear as locações foi um processo guiado pela afetividade. “Coxim é uma cidade onde o urbano e o rural se encontram o tempo todo. Não procuramos cenários: reconhecemos neles o que a história já trazia em essência”.

Marcus destaca ainda que oito moradores da cidade trabalharam pela primeira vez no audiovisual, acompanhados de profissionais experientes. “Queremos abrir portas. Que jovens de Coxim encontrem no set um caminho possível, uma nova profissão, um futuro”, destaca o produtor.

101 FILMES

O elenco também conta com a participação especial do ator Breno Moroni, que marcou gerações como o Mascarado na novela “A Viagem” (Globo, 1994), além de ter participado de diversas outras produções no cinema e na televisão.

Com uma carreira extensa que inclui desde aberturas de telenovelas e mais de 100 filmes, Breno esteve em Coxim para integrar o elenco de “Carne Amarela” como seu 101º trabalho audiovisual.

“Trazer o Breno foi como aproximar duas forças que se completam. Ele chega com experiência, mas com humildade. Ele senta na varanda e deixa a conversa fluir. É uma presença que soma sem apagar a simplicidade regional, que é a alma do filme”, reconhece Marcus.

“Ele é fantástico. Consegue ir do drama à palhaçaria. Traz o duo que a personagem dele pede: o velho ranzinza e o homem capaz de se transformar”, completa Gleycielli.

O CERRADO

O filme aborda temas urgentes como queimadas, perda de territórios e desmatamento, mas com a delicadeza necessária para o público infantil, segmento prioritário na meta de audiência da produção.

“O tema duro vem com sutileza. As crianças vão entender o sentimento de perder e o de pertencer. E, quando algo pertence a você, você quer cuidar”, explica Gleycielli. Ao fim, o curta reforça que a preservação é um aprendizado coletivo e que cuidar da terra só é possível quando ela é reconhecida como parte de nós.

Na semana passada, a equipe teve uma atividade formativa com Alexandre Lopes, que é doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), no campus de Coxim.

A interação rendeu contribuições fundamentais para reflexão sobre como pensar e construir um audiovisual mais inclusivo.

AUTOESTIMA

A expectativa da equipe é de que o filme leve Coxim para o Brasil e para o mundo por meio de festivais, mas, principalmente, que devolva à cidade a consciência de seu próprio valor.

“Esperamos que Coxim se veja com carinho. Que perceba que suas histórias merecem estar no cinema. ‘Carne Amarela’ é uma celebração da cidade, das suas raízes e da força do Cerrado”, diz Marcus.

Para Gleycielli, a gravação na cidade é também um gesto de retorno. “Eu sou uma Guató de Coxim. Este filme diz muito sobre de onde eu vim e quem sou eu”.

Como uma “semente que rompe a casca”, reforça a diretora, “Carne Amarela” nasce para devolver à cidade o brilho do seu fruto mais resistente.

Aquele que atravessa gerações, que muda o PIB, que alimenta famílias, que resiste ao fogo e que ensina a permanecer. E Coxim, agora, se prepara para ver sua história ganhar corpo, cor, movimento e tela.

O projeto conta com investimento da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal, por meio do Ministério da Cultura, operacionalizado pelo governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

"Carne Amarela"

> Direção e roteiro: Gleycielli Nonato Guató;
Direção de produção: Gabriela Lima Ferlin;
> Direção de arte: Maíra Espíndola;
Direção de fotografia: Dafne Alana;
Som direto e edição de mixagem: Laura Cristina;
Produção executiva, assistência de direção e roteiro: Marcus Teles;
Operador de câmera: Gabriel Ribeiro;
Produção de set: Jefley M. Cano;
Elenco: Breno Moroni, Maria Agripina, João da Mata, Elena Vendroscolo, Maria Sonea Domingos;
Trilha sonora original: Gian Markes;
> Edição de imagem e cor: Rafael Viriato;
Microfonista: 4real.wav;
Assistente de produção executiva: Lucas Moura e Guinha Serrou;
Assistente de produção e captação: Robertson Vieira;
Assistente de produção: Carlos Soares;
Assistente de arte: Angela Gabrieli;
2º assistente de direção: Eduardo Henrique;
2ª assistente de fotografia: Lavinia Ribeiro;
Assessoria de imprensa: Lucas Arruda e Aline Lira.

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