Há 61 anos, entrava no ar a Rádio Cultura. Comemorando seu aniversário hoje, a rádio mais popular de Campo Grande continua investindo para se manter sempre atualizada, oferecendo música e informação de qualidade ao público. Como lembra o coordenador-geral da rádio, Luciano Medeiros Barbosa Rodrigues, durante toda a existência da emissora, a preocupação principal foi a relação com os ouvintes. “Somos o amigo, o conselheiro de cada pessoa que nos ouve. Existem pessoas que nos ligam diariamente, dando bom dia, falando sobre o que está acontecendo onde mora. É essa proximidade que nos diferencia”, descreve.
Tendo assumido a frente da rádio em novembro do ano passado, Luciano conta que a principal preocupação foi em relação à modernização, com compra de equipamentos de última geração, como mesa de som digital, troca de todos os computadores e aquisição da unidade móvel, que auxilia na produção jornalística da emissora. “A relação que a rádio AM tem com o público é diferente da rádio FM. Quem nos ouve quer informação, quer música de qualidade, mas quer também proximidade, quer saber o que está acontecendo ao seu redor. Nestes 61 anos, nos esforçamos para não esquecer isso”.
A história da rádio mais antiga, ainda na ativa, de Mato Grosso do Sul, se confunde com a história do próprio Estado. “Não há como esquecer a relevância de um trabalho que se mantém por tanto tempo”, aponta. Mesmo tendo passado por uma mudança de 360 graus, como explica Luciano, a rádio não mudou o jeito de falar – foram agregados novos segmentos, como o esporte e estilos musicais mais variados, que incluem o samba, o pagode e a música gospel. “É uma forma de oferecer ao ouvinte aquilo que ele quer, sempre buscando novas formas de agradar”.
Como lembra Luciano, o rádio é um meio de comunicação que vai perdurar por muito tempo, principalmente por atender às necessidades das classes mais baixas e precisar de pouco para ser ouvido. “Quando aconteceu aquele grande apagão no ano passado, o rádio se tornou a principal fonte de informação. Enquanto tudo estava fora do ar, os pequenos rádios a pilha mostraram que ainda têm muita utilidade”, diz. Mas a Rádio Cultura também está preparada para o século 21, com equipamentos que lhe permitem atuar com tranquilidade por sistemas digitais.
Homenagem a parceiros
No ano passado, o aniversário da rádio foi comemorado com uma medida para presentear os campo-grandenses. A campanha 60 Anos Presente, 60 Ipês de Presente distribuiu mudas já desenvolvidas de ipê-roxo e amarelo por meio de sorteio para os ouvintes, que se comprometeram a plantar e zelar pelo crescimento das árvores. Neste ano, um café da manhã será servido aos clientes da rádio, mostrando o outro lado com o qual a emissora sempre procura manter uma relação de proximidade. “Temos clientes de todos os tipos. Desde grandes magazines aos comerciantes de bairro, donos de conveniências, padarias e pequenos comércios. Todos são importantes para nós e queremos mostrar isso neste aniversário”, pontua Luciano.
Destacando a atuação da Rádio Cultura no Estado, Luciano lembra que a emissora foi selecionada pela Rádio Jovem Pan para uma parceria abrangendo as 10 rádios mais populares do País. “Precisávamos que 30 ouvintes nos ligassem no prazo estipulado. Rapidamente conseguimos, com ligações de diversos bairros da cidade e outros distritos como Rochedo, Jaraguari e até mesmo Fátima do Sul”, detalha. Segundo o coordenador, a participação do público é ativa e isso demonstra como o trabalho está sendo bem feito.
“Reconhecemos a importância que a Rádio Cultura tem na vida de cada ouvinte. É um trabalho de informação e entretenimento que se realiza há anos. Queremos continuar sendo a voz do povo”, pontua. Segundo Luciano, a rádio recebe ligações de pessoas com as mais variadas necessidades, ou que querem fazer reclamações de denúncias. “É uma rádio para a família, que tem grande preocupação social. Em 61 anos, não poderia ser diferente. Acompanhamos toda uma geração, que hoje tem filhos e netos. Eles também estão se tornando nosso público”, afirma.
Para o próximo ano, os planos para a Rádio Cultura, explica Luciano, é continuar com o trabalho de desenvolvimento tecnológico e aprimorar ainda mais a programação. “Queremos saber o que nosso público quer, o que ele gosta e como podemos colocar tudo isso no ar”, planeja. “Somos uma rádio, mas queremos ser amigos dos nossos ouvintes. Acho que já conseguimos isso, afinal, são seis décadas no ar”, finaliza.
Emissora acompanha história de MS
Desde que foi ao ar pela primeira vez, em 9 de dezembro de 1949, a Rádio Cultura tem uma trajetória marcada por transmissões de momentos relevantes da história do Estado. Entre eles, o ato que formalizou a divisão de Mato Grosso. A emissora foi a única que fez a cobertura. O jornalista Reinaldo Costa, de 57 anos, fez a transmissão completa da cerimônia de assinatura que criou Mato Grosso do Sul.
Houve também transmissões de eventos futebolísticos importantes, como o jogo entre o Operário e o Vasco da Gama, em 1977, pelo campeonato nacional. O time campo-grandense viajou ao Rio de Janeiro, no Estádio São Januário, e obteve a vitória, chegando às semifinais. Mais uma vez, Reinaldo esteve cobrindo o jogo e foi o único a enviar informações para o Estado. A outra emissora da Capital teve problemas técnicos e não conseguiu transmitir.
Desde 1969, a Rádio Cultura integra o Grupo Correio do Estado. Tendo sido dirigida por José Maria Hugo Rodrigues, morto em 1984, e pelo jornalista Antônio João Hugo Rodrigues, hoje a rádio está nas mãos de Luciano Medeiros Barbosa Rodrigues, que não esconde o carinho pelo trabalho herdado da família e a vontade de trazer a emissora para o século 21 sem perder a comunicação com seu público, formado por gente simples, que vê nela um grande canal de comunicação com o mundo.

Felipa Araujo Coimbra e Edson d’Alcantara Rodrigues Coimbra, que comemoram 57 anos de casamento neste domingo


