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SUCESSO

'Acorda Pedrinho': Conheça a história do hit do momento e a missão de emplacar o próximo

Hit é das canções mais ouvidas no Spotify Mundo e mais acessada no País

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 "Vocês podem viver coisas até melhores do que isso, mas nunca mais vão viver isso". 

A fala do empresário Felipe Simas resume algo de histórico que o grupo Jovem Dionísio pode estar escrevendo, ao menos, para as suas próprias vidas.

Era sábado, 21 de maio de 2022. Assim que eles acabaram de cantar para 20 mil pessoas na Pedreira Paulo Leminski, em Curitiba, como uma das atrações do Festival Coolritiba, Simas foi abraçá-los no palco com uma notícia: "Amanhã precisamos ir a São Paulo para gravar o Domingo Legal".

E viajaram praticamente com a roupa do corpo. 

Depois da gravação, outra demanda: "Agora, querem a gente no The Noite". 

Quando ainda estavam em São Paulo, veio o convite para fazerem o programa de Fátima Bernardes, na Globo.

Eles então compraram roupas em uma loja de São Paulo e foram para o Rio. 

Fizeram o programa e voltaram na manhã seguinte para Curitiba, onde uma equipe do Fantástico os esperava no já popular Bar do Dionísio ao lado dele, o já famoso Pedrinho.

Apenas uma semana na vida do Jovem Dionísio, um quinteto de rock - até então sem grandes pretensões, que reúne os amigos universitários curitibanos Bernardo Pasquali, Rafael Dunajski Mendes, Gustavo Karam, Bernardo ‘Ber Hey’ e Gabriel Dunajski Mendes, o Mendã -, vale aos fãs como deleite e aos observadores como um desafio. 

Afinal, como uma brincadeira com um homem que dorme em um bar, Pedrinho, vira música e chega a ser uma das canções mais ouvidas no Spotify Mundo e mais acessada no País, com quase duas vezes mais execuções do que o segundo lugar?

Como um clipe gravado em um boteco de Curitiba (com todo respeito ao Dionísio real, o dono do boteco) cresce 296% em uma semana, saltando 83 posições no YouTube, do 98º para o 15º lugar, fazendo aumentar 999% o número de inscritos do canal?

 Enfim, cada um pode faz sua pergunta as nem todas terão respostas.

Estratégias

"Não dá para dizer que vamos ter uma estratégia agora de fazer tudo igual a Acorda Pedrinho", diz o cantor Bernardo. 

"Há 15 dias eu achava que nosso maior sucesso seria Pontos de Exclamação, que é muito diferente."

Walter Venício, gerente de parcerias do YouTube, escreveu sobre o feito: "Acorda Pedrinho é uma canção envolvente e o storytelling faz com que o público queira saber mais sobre o desfecho do Pedrinho e do campeonato. O videoclipe trouxe algumas respostas e foi uma estratégia interessante para complementar a narrativa."

Felipe Simas é um ás dos fenômenos digitais. 

Além de atuar na mentoria empresarial da Jovem Dionísio, ele empresaria a dupla Anavitória e a cantora Manu Gavassi e tem trabalhos prestados aos Los Hermanos e a Tiago Iorc.

"Eles (os curitibanos) não fizeram nenhum marketing, foi a música achando seu caminho". 

Não teria o hit Acorda Pedrinho uma batida reconhecida pelo sistema digital como algo potencialmente aceitável (os algoritmos amam os similares do funk)? "Pode ser que sim." 

A vida louca do grupo precisa de atualizações: eles tocam dias 9 e 10 de junho em São Paulo, no Cine Joia, e em 6 de novembro, como atração do Primavera Sound.

E então, como chegar ao terceiro ato? Como fazer com que uma banda que tenha alcançado as estrelas em um dia não se espatife com a velocidade de um asteroide? 

A comparação com Ana Júlia, mais uma vez, ajuda. 

Simas diz que a música dos Los Hermanos, mesmo não sendo reflexo de suas intenções, serviu como chamariz para um grupo que já tinha solidez. 

"A Jovem Dionísio chega com um álbum bem cuidado. O estouro vem quando estão bem amparados", diz. 

Se o barco seguir e tudo der certo, eles lançarão muitos discos até o dia em que passarão a odiar Acorda Pedrinho. 

"Aquilo foi só um momento de nossas vidas", dirão, parodiando Marcelo Camelo. Ou não. "Estamos longe de enjoar de Acorda Pedrinho", ri Bernardo.

Confira a Letra de Acorda Pedrinho

 

Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi...

Acorda, Pedrinho
Que hoje tem campeonato
Vem dançar comigo
Vai ver que eu te esculacho

Sei que não dá pra ver
Mas cê vai ver que hoje não tem chocolate
Nem de segunda a sexta-feira
Não adianta treinar
Cê pode vir, mas vem agora
Não enrola, rebola
Na hora de ir embora, cê chora

Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa
Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa
Longa, longa

Acorda, Pedrinho
Que hoje tem campeonato
Vem dançar comigo
Vai ver que eu te esculacho

Acorda, Pedrinho
Que hoje tem campeonato
Vem dançar comigo
Vai ver que eu te esculacho

Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa
Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa

Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa

Longa, longa, longa
Longa, longa, longa
Longa, longa

Longa, longa, longa

Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa
Não sei mais pra onde ir
Já que a noite foi longa

Correio B+

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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