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Onda de calor

Animais em situação de rua buscam abrigo até em supermercados para fugir do calorão

Animais em situação de rua buscam abrigo até em supermercados para fugir do calor; especialista diz o que fazer ante o aumento da temperatura na Capital, onde os termômetros registraram elevação de 3,5ºC na média histórica para o mês de setembro

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Com a onda de calor que tem assolado Mato Grosso do Sul, vira-latas em situação de rua têm procurado abrigo em lojas e supermercados, para curtir o ar-condicionado e fugir do calor. A cena passou a ser vista em estabelecimentos de Campo Grande há algumas semanas.

Os termômetros da Capital alcançaram os 37,6º, com sensação térmica acima de 40ºC, no dia 22 de setembro, índice recorde do ano até hoje, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima do Estado de Mato Grosso do Sul (Cemtec), que informou, ainda, elevação de 3,5ºC na temperatura média de setembro, em 2023, em relação à média histórica do mês, variando de 29,8ºC para 33,3ºC.

Ao Correio do Estado, a médica veterinária Ana Thaís Oliveira de Andrade explica que, para entender a situação, é preciso levar em conta que os cães têm pouquíssimas glândulas sudoríparas. Isso faz com que os animais dependam da respiração para regular a temperatura corporal, que não deve passar de 39,5 °C.

“A temperatura corporal dos pets é mais alta do que a nossa. Porém, em uma situação de hipertermia, o animal tem uma dificuldade respiratória, fica apático, pode ter um andar cambaleante, confusão mental, convulsionar e ter um aumento de salivação”, detalha.

Nesses casos, a veterinária alerta que o animal pode vir a óbito. “É um quadro muito complicado, no qual ele não consegue manter a temperatura corporal e entra nesse quadro de hipertermia. Isso pode levar o animal, inclusive, a óbito se não for prontamente atendido, hidratado e medicado”, alerta.

O problema é que, com a onda de calor excessivo, esse mecanismo de compensação dos cães não está sendo suficiente para impedir que a temperatura do corpo ultrapasse a barreira dos 39,5°C. Com isso, os cães em situação de rua ficam ainda mais vulneráveis.

“Os animaizinhos estão procurando abrigo e água nos supermercados, condomínios, pet shops, farmácias, etc. Nós entendemos que não é possível que esses locais abriguem os animais. Então, o que nós pedimos é que os comerciantes deixem potinhos com água fresca, para que eles possam ao menos passar por ali e se hidratar”, orienta a veterinária.

Cabe destacar que os quadros de hipertermia podem acontecer com cães de qualquer raça, idade ou tamanho. Porém, alguns exigem atenção redobrada. “A pelagem e a raça interferem muito nessa situação de calor, porque nós temos raças específicas de locais frios, que são as que mais sofrem com esse quadro que estamos vivenciando agora”, afirma a veterinária. 

TOSAR OU NÃO?

Sobre a tosa dos cães durante o calor, a veterinária esclarece que essa não é uma indicação universal. Cada caso precisa ser analisado por um profissional de banho e tosa, conhecido como groomer, ou veterinário para não prejudicar o animal na tentativa de ajudá-lo.

“Muitas vezes temos uma falsa ideia de que a tosa vai amenizar o calor do animal. É importante o tutor entender que a pelagem do animal funciona como um isolante térmico, ou seja, no frio extremo mantém a temperatura, para que o animal não tenha hipotermia, e no calor também mantém a temperatura, para que ele não tenha hipertermia”, pontua.

Entre os pets que correm mais risco de não conseguir regular a temperatura pela respiração, que é a única arma que eles têm, estão os braquicefálicos (cães de focinho curto, como pugs, buldogues e shih-tzus), os de pelagem muito grossa, os obesos e os seniores.

TRATAMENTO

No caso de quadros graves, a veterinária alerta que os animais sejam encaminhados para atendimento médico. Durante o transporte, podem ser colocadas toalhas molhadas para amenizar o calor extremo. Deve-se evitar o uso de bolsas de gelo e de água gelada, já que podem contrair os vasos sanguíneos e dificultar que o sangue chegue à periferia do corpo.

Importante: quem estiver disposto a ajudar não deve usar medicamentos por conta própria. No caso de animais de rua, a população pode tentar pedir ajuda ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou à Subsecretaria do Bem-Estar Animal (Subea) da Prefeitura de Campo Grande.

O CCZ fica na Avenida Senador Filinto Müller, nº 1.601, Vila Ipiranga, em Campo Grande. O telefone para contato é (67) 3313-5001. Já a Subea está localizada na Rua Rui Barbosa, nº 3.538, Vila Alta, no Centro. O telefone é (67) 2020-1397.

PREVENÇÃO

A veterinária também dá dicas para os tutores de animaizinhos que têm lar. Para prevenir a hipertermia, o melhor caminho é evitar situações em que o cachorro sinta calor extremo, como passeios e atividades físicas.
“Os tutores devem evitar atividade física intensa nesse período, independentemente do horário. Quando for sair com esse animalzinho, levar sempre um bebedouro portátil para que ele possa estar o tempo todo se hidratando”, recomenda. 

Ao levá-lo à rua ou ao parque, por exemplo, escolha períodos mais frescos do dia. Além disso, garanta pausas na sombra, ofereça água ao animal e respeite a vontade dele de se deitar em superfícies geladas e de só retomar o exercício ou a caminhada quando se sentir descansado.

“Temos pedido também para os tutores intensificarem a hidratação dos animais, disponibilizando mais água, pode colocar pedrinha de gelo na água, pode macerar a fruta e fazer suquinho das frutas que são permitidas, pode fazer picolezinho para eles” acrescenta a médica.

Por fim, o alerta vai para os banhos em excesso, que podem ser prejudiciais à saúde dos animais, já que eles não podem permanecer molhados por conta dos riscos de problemas dermatológicos.

“Não é aconselhável que esse animal seja banhado todos os dias, a não ser que ele esteja em um tratamento dermatológico. Pode molhar os pets, desde que depois seque. A pelagem não deve ficar úmida”, pondera.
Para garantir que estejam fresquinhos, a veterinária recomenda o uso de tapetes térmicos ou molhar o chão por onde eles transitam. 

“É preciso intensificar a hidratação desses animais, utilizando todas as ferramentas que temos no mercado pet. Temos, inclusive, tapetes térmicos, nos quais o pet fica geladinho quando deita no tapete. Então, procure o seu pet shop de confiança e o seu médico veterinário para ver essas ferramentas que podem ajudar nesse momento de calor”, finaliza a veterinária.

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Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Sugestões da nossa colunista de cinema para o fim de ano que equilibram conforto, repetição afetiva e algumas boas surpresas do streaming

20/12/2025 14h30

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternos Foto: Divulgação Prime Vídeo

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Há anos encerro o ano com dicas de filmes e séries para atravessar o fim de dezembro — e quem acompanha minhas colunas já sabe: Natal, para mim, é revisitar o que já amo. É ritual, repetição afetiva, memória acionada pela trilha sonora certa ou por uma história que já conhecemos de cor. Por isso, a lista tende a mudar pouco. Não é preguiça. É escolha.

Existe um mercado fonográfico e audiovisual inteiro dedicado ao Natal, que entrega, ano após ano, produtos descartáveis, previsíveis e — ainda assim — confortantes. Eles existem para preencher o silêncio entre uma refeição e outra, para acompanhar casas cheias, para oferecer finais felizes sem exigir atenção plena. Em 2025, esse mercado deixa algo ainda mais claro: o Natal virou um ativo estratégico — e estrelas ajudam a sustentá-lo.

De blockbusters de ação a comédias familiares e retratos mais irônicos do cansaço emocional, as produções do ano revelam diferentes formas de explorar a mesma data. E, como toda boa tradição de fim de ano, a lista também abre espaço para um clássico que, mesmo não sendo natalino, atravessa gerações como parte indissociável desse período

Operação Natal Amazon Prime Video
Aqui, o Natal é tratado como evento global, literalmente. Operação Natal aposta em ação, fantasia e ritmo de blockbuster para transformar o dia 25 de dezembro em cenário de missão impossível. Tudo é grande, barulhento e deliberadamente exagerado.

É o exemplo mais claro do Natal-espetáculo. O filme existe como veículo de estrela para Dwayne Johnson, que transforma a data em entretenimento de alta octanagem, longe de qualquer delicadeza afetiva.

Um Natal Surreal Amazon Prime Video
Neste filme, o Natal deixa de ser acolhimento para virar ponto de ruptura. Michelle Pfeiffer interpreta uma mulher que decide simplesmente desaparecer da própria celebração depois de anos sendo invisível dentro da dinâmica familiar. O gesto desencadeia situações absurdas, desconfortáveis e reveladoras.

A presença de Pfeiffer requalifica o projeto. Não é um Natal infantilizado, mas um retrato irônico do cansaço emocional, da maternidade esvaziada e da pressão simbólica que a data carrega.

A Batalha de Natal Amazon Prime Video
O Natal volta ao território da comédia familiar clássica. Eddie Murphy vive um pai obcecado por vencer uma disputa natalina em seu bairro e transforma a celebração em um caos crescente de exageros, erros e humor físico. Murphy opera no registro que domina há décadas. É o Natal como bagunça coletiva, desenhado para virar tradição doméstica e ser revisto ano após ano.

My Secret Santa Netflix
Uma mãe solteira em dificuldades aceita trabalhar disfarçada de Papai Noel em um resort de luxo durante o Natal. O plano se complica quando sentimentos reais entram em cena. O filme cumpre com precisão a cartilha da comédia romântica natalina, com química funcional e uma premissa simpática o bastante para sustentar o conforto esperado do gênero.

Cinema B+: 10 filmes para assistir no Natal de 2025: entre novidades e clássicos eternosMy Secret Santa Netflix - Divulgação

Man vs Baby Netflix
É para os fãs de Mr. Bean, apesar de não ser “ele”. Rowan Atkinson volta como Mr. Bingley, um adulto despreparado precisa sobreviver a um bebê imprevisível em plena temporada de festas. O que poderia ser um Natal tranquilo vira uma sucessão de pequenos desastres.
Funciona quando assume o humor físico e o exagero, ideal como filme de fundo para casas cheias.

All I Need for Christmas Netflix
Uma musicista em crise profissional encontra, durante o Natal, a chance de reconexão pessoal e afetiva ao cruzar o caminho de alguém que parecia seu oposto. Produção que aposta no tom acolhedor e na ideia de recomeço como motores emocionais simples, mas eficazes.

A Merry Little Ex-Christmas Netflix
Alicia Silverstone e Oliver Hudson sustentam uma trama previsível, mas ainda assim, bem natalina. Ex-relacionamentos, ressentimentos antigos e um Natal que força reencontros. A tentativa de manter a civilidade rapidamente desmorona. Um filme que reconhece que o passado nunca está totalmente resolvido, especialmente em datas simbólicas.

Champagne Problems Netflix
Filme que anda liderando o Top 10 desde novembro, traz uma executiva americana viaja à França para fechar um grande negócio antes do Natal e se vê envolvida em dilemas profissionais e afetivos. Menos açucarado, aposta em melancolia leve e conflitos adultos, usando o Natal mais como pano de fundo do que como solução.

Jingle Bell Heist Netflix
Dois trabalhadores frustrados planejam um assalto na véspera de Natal, quando ninguém parece prestar atenção. Cheio de reviravoltas e troca o romance pelo formato de filme de golpe, oferecendo uma variação divertida dentro do gênero natalino.

A Noviça Rebelde Disney+
Não é um filme natalino, mas poucas obras ocupam um lugar tão fixo no imaginário do fim de ano. Em 2025, o musical completa 60 anos e segue atravessando gerações como ritual afetivo de dezembro. Música, família, infância e acolhimento fazem dele uma tradição que resiste ao tempo e às modas.

No fim, a lógica permanece: filmes de Natal não precisam ser memoráveis para serem importantes. Precisam estar ali — como trilha de fundo, como pausa emocional, como promessa silenciosa de que, por algumas horas, tudo vai acabar bem. Em 2025, isso já é mais do que suficiente. Feliz Natal!

"REI DO BOLERO"

Voz de 'Você é doida demais', Lindomar Castilho morre aos 85 anos

História de sucesso mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País, quando em 30 de março de 81 matou sua mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros

20/12/2025 13h30

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais.

Lili De Grammont e seu pai, Lindomar, em foto compartilhada nas redes sociais. Reprodução/Redes Sociais

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Conhecido como "Rei do Bolero", Lindomar Castilho morreu neste sábado, 20, aos 85 anos. A nota de falecimento foi postada pela filha do artista, a coreógrafa Lili De Grammont, em suas redes sociais.

A causa da morte não foi informada e o velório está marcado para esta tarde no Cemitério Santana, em Goiânia.

"Me despeço com a certeza de que essa vida é uma passagem e o tempo é curto para não sermos verdadeiramente felizes, e ser feliz é olhar pra dentro e aceitar nossa finitude e fazer de cada dia um pequeno milagre. Pai, descanse e que Deus te receba, com amor… E que a gente tenha a sorte de uma segunda chance", escreveu Lili.

Nascido em Rio Verde, Goiás, Lindomar foi um dos artistas mais populares dos anos 1970. Brega, romântico, exagerado. Um dos recordistas de vendas de discos no Brasil. Um de seus maiores sucessos, "Você é doida demais", foi tema de abertura do seriado Os Normais nos anos 2000.

Seu disco "Eu vou rifar meu coração", de 1973, lançado pela RCA, bateu 500 mil cópias vendidas.

Crime e castigo

A história de sucesso, porém, mudou após um dos feminicídios de maior repercussão no País. Em 30 de março de 1981, Lindomar matou a mulher, a também cantora Eliane de Grammont, com cinco tiros. Ela tinha 26 anos.

Os dois foram casados por dois anos, período em que a cantora se afastou temporariamente da carreira para cuidar da filha Lili. Depois de sustentar o relacionamento abusivo, Eliane pediu o divórcio.

Eliane foi morta pelo ex-marido no palco, durante uma apresentação na boate Belle Époque, em São Paulo. Ela cantava "João e Maria", de Chico Buarque, no momento em que foi alvejada

Lindomar foi preso em flagrante e condenado a 12 anos de prisão. Ele foi liberado da pena por ser réu primário e aguardou o julgamento em liberdade. O cantor cumpriu quase sete anos da pena em regime fechado e o restante em regime semi-aberto. Em 1996, já era um cidadão livre.

O caso tornou-se um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil, impulsionando o movimento feminista com o slogan "Quem ama não mata".

 

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